Thursday, November 26, 2009


- Resumindo: você é transmorfo.

Artemis resumiu o que eu tentava explicar para meus amigos tudo que ouvi depois que eles foram expulsos da enfermaria e confirmei com a cabeça, encerrando o que restava de duvida. Era manhã de segunda-feira e depois de passar duas noites na enfermaria, havia finalmente sido liberada, sob uma lista de condições que teria que cumprir. Entre elas, deveria ir três vezes por dia ao escritório do tio Yoshi tomar uma poção de relaxamento que ele prepararia a pedido da mamãe, que ameaçou a enfermeira caso ela me medicasse outra vez.

- Isso é demais, imagine a quantidade de coisas que vai poder fazer quando estiver transformada? – JJ falou cheio de empolgação.
- É, já andei pensando nisso, mas até conseguir controlar isso tenho que evitar as transformações.
- E na próxima excursão pela floresta, façam o favor de nos incluir, ok? – Jamal falou ressentido e todos os meninos balançaram a cabeça concordando.
- Já dissemos que não vamos mais deixá-los de fora, agora superem isso! – Haley respondeu impaciente e rimos.
- Deixem o papo para depois, todos para o salão principal que temos um anuncio – tio Ben passou pelo nosso grupo nos apressando para o café da manhã.

Ele disparou na nossa frente e entrou no salão principal ao lado do Flitwick, que parecia tão empolgado quanto ele. Nos olhamos sem entender nada, mas a curiosidade falou mais alto e apertamos o passo.

- Uou, o que aconteceu aqui? – falei assim que pisei no salão – Está mais vazio ou é impressão minha?
- Claro que está mais vazio, todos os alunos do 7º partiram ontem pra Durmstrang com a McGonagall – Hiro respondeu se acomodando na mesa da Sonserina.
- Droga, o Torneio Tribruxo! – bati com a mão na testa sentando ao lado dele – Nem tive a chance de me despedir do Jake.
- Shii, tio Ben vai falar alguma coisa – Keiko fez sinal de silencio com a mão e paramos de falar.
- Atenção, todos! – tio Ben ficou de pé atrás da mesa dos professores e os alunos foram cessando as conversas aos poucos – Todo mundo sabe que nossa delegação do Torneio Tribruxo partiu ontem com a nossa diretora e que os três campeões já foram selecionados – o falatório ameaçou recomeçar, mas ele voltou a falar depressa – Recebi agora mesmo uma coruja da diretora McGonagall e tenho o prazer de anunciar que o campeão que vai representar Hogwarts é Jacob O’Shea!

O salão imediatamente foi tomado por uma bagunça fora de controle. A mesa da Corvinal explodiu em vivas e aplausos e estava comemorando tanto quanto eles na mesa da Sonserina, afinal, Jake é meu primo. Depois do anuncio foi impossível retomar a atmosfera calma que costumava acompanhar o café da manhã e o assunto pelo resto do dia passou a ser especulações sobre as tarefas do Torneio Tribruxo que não poderíamos acompanhar.

Meu primeiro dia de aulas como uma transmorfo correu tranqüilo. Da entediante aula de História da Magia, onde nada poderia me irritar, a uma aula de Transfiguração mais teórica do que pratica, cheguei à hora do almoço sem incidentes. Não sabia se era efeito da poção do tio Yoshi ou o fato de que em nenhuma das duas aulas tive que esbarrar com James Thruston, mas nunca me senti tão calma.

- Indo para a aula de Poções? – tio Ben me parou no corredor quando saímos do salão principal depois do almoço – Não se esqueça que precisa tomar outra dose da poção.
- Eu sei, não esqueci – falei sem muita empolgação – Não tem um gosto muito bom, mas tem funcionado até agora. Sinto meu corpo relaxado, como se estivesse sendo massageada por mãos invisíveis.
- Yoshi é o melhor preparador de poções que conheço. Essa poção não deixa você dopada, apenas tranqüila – ele riu ao ouvir minha descrição – Então, Jake é o campeão de Hogwarts. Demais, não?
- Sim, nem acredito que ele foi escolhido! Um saco não podermos assistir as tarefas – respondi desanimada – Você vai a todas elas, não é?
- Ainda não sei nada sobre as duas primeiras, mas na 3ª sem duvida – olhei para ele com uma cara abandonada e ele riu – Pode deixar, se surgir alguma possibilidade de levar alunos para a 3ª tarefa, vocês estão no topo da lista. Agora vá pra aula ou vai se atrasar.

Agarrei-o pelo pescoço e beijei seu rosto animada, correndo para alcançar meus amigos no corredor. Quando contei que havia uma luz no fim do túnel e talvez pudéssemos assistir ao menos a final do Torneio, a reação não poderia ser mais empolgada. Agora precisávamos apenas encontrar um meio de assistir a 1ª e a 2ª tarefa também, caso tio Ben resolvesse ir.

Entramos na masmorra e a primeira coisa que fiz foi caminhar até a mesa do tio Yoshi e pegar o frasco de poção que ele havia deixado separado para mim, voltando para nossa habitual ultima bancada e tomando rapidamente, antes que algum outro aluno percebesse. Essa aula e os dois últimos tempos de DCAT seriam minha prova de fogo: eram junto com a Grifinória.

- A poção já fez efeito? – Haley perguntou se sentando na bancada do meu lado.
- Sim, já. O efeito da outra ainda não tinha passado por completo, só reforçou – respondi guardando o frasco no bolso e puxando o livro da bolsa.
- Ótimo, porque os grifinórias já estão entrando... – e todos me olharam apreensivos, como se esperassem que eu explodisse e virasse um lobo de repente.
- Oi Lassie! Tudo calmo? – Arte entrou junto com a turma e se espremeu entre eu e ela.

O clima tenso foi quebrado na mesma hora, quando ela me chamou pelo carinhoso apelido que, para o meu desgosto, pegou instantaneamente. Todo mundo começou a rir escandalosamente, atraindo a atenção de toda a turma, que não entendia o que estava acontecendo. Agradeci a ela pela piada e ignorei as risadas que não paravam, mesmo com tio Yoshi já tendo começado a aula. Teste de fogo nº 2: ouvir esse tipo de piada dos meus amigos e não arrancar suas cabeças com uma única dentada.

Sobrevivi às piadas sem muitos problemas. Já estava conformada de que elas não iam parar, mas sim aumentar cada vez mais, então decidi que isso não ia me aborrecer. No fim das contas, ainda era eu que podia me transformar em lobo e sair pela floresta na hora que quisesse. A aula seguinte seria DCAT, minha prova final. Como se não bastasse ser junto com a Grifinória, ainda tinham exercícios práticos. Tio George já estava na porta da sala esperando os alunos quando chegamos e nos acomodamos do nosso lado da sala enquanto a Grifinória, com exceção da Arte, sentava do outro lado. Nós nunca nos misturávamos.

A aula foi continuação da ultima, com tio George terminando de contar a história da Batalha de Hogwarts, quando tio Harry consegue derrotar Voldemort de vez. Quando a história terminou, ele começou a falar sobre o feitiço de desarmar, que ninguém nunca dava crédito, mas que salvou a vida do tio Harry inúmeras vezes. Ele fechou o livro depois de um longo debate sobre o feitiço e levantou da mesa, afastando as cadeiras e mesas do lugar com um aceno rápido de varinha, dando lugar a tatames.

- Quero que se dividam em duplas, vamos usar nosso segundo tempo para testar os diferentes efeitos do feitiço de desarmar quando usado contra outro feitiço – a turma logo começou a se organizar e ia formar dupla com Hiro, mas tio George me segurou antes – Hiro, faça dupla com Artemis, ok? Clara, nessa você vai ficar de fora.
- O que? Mas por quê? – perguntei indignada, enquanto ele me levava para o canto da sala com a mão no meu ombro – Qual é, tio George! Eu posso me controlar!
- Você não sabe disso, ainda é muito cedo para corrermos riscos. A poção fez efeito, mas não é 100% seguro. Sinto muito, mas não posso colocar os alunos em risco.
- Isso não é justo! – continuei resmungando.
- Eu sei que é um saco, mas colabore, ok? – ele bagunçou meu cabelo e continuei com a cara fechada – Você é aplicada quando quer, tenho certeza que não vai demorar até conseguir dominar isso e ai não vou mais impedir que participe dos duelos.
- Tanto faz... – resmunguei de novo e ele riu, se afastando.
- Muito bem, duplas. O esquema é o seguinte: enquanto um aluno lança o Expelliarmus, o outro deve lançar o Estupefaça, entendido? Precisa ser sincronizado para dar certo, então combinem sinais e comecem.

As duplas começaram a lançar os feitiços ao mesmo tempo e a sala se encheu de pequenas explosões coloridas, cada vez que os feitiços se chocavam no ar. A turma inteira estava se divertindo com as diferentes reações que surgiam cada vez que tio George mudava o feitiço a ser usado contra o de desarmamento, enquanto eu tinha que ficar sentada no canto da sala apenas observando. Por várias vezes vi Thruston me olhar com cara de deboche, perguntando se tinha amarelado e desistido dos duelos, mas fechava os olhos e respirava fundo, contando até 10. Senti minha mão formigar de leve por uma ou duas vezes, mas começava a respirar rápido e forçar a mente para algo relaxante, até que conseguia me acalmar. Era oficial: não seria nada fácil aprender a dominar essa novidade.

Friday, November 06, 2009


O banquete de Dia das Bruxas ainda não tinha terminado e o salão principal ainda abrigava boa parte dos alunos, que se empanturravam de guloseimas de todos os tipos e jogavam conversa fora, aproveitando o clima descontraído que contagiava toda a escola. Já não agüentávamos mais ouvir as histórias melancólicas da Lady Gray, então Julian, MJ e eu enchemos os bolsos com alguns doces e saímos do salão principal, nos espalhando pelo pátio para aproveitarmos os minutos que restavam antes que Filch nos mandasse de volta para a Corvinal. Não demorou muito para que nos rendêssemos ao nosso vicio de troca de figurinhas e as negociações começaram.

- Qual você tem ai? Tenho duas do Fulbert, o Medroso e uma única a mais da Rowena Ravenclaw – falei enquanto consultava minha coleção de figurinhas dos sapos de chocolate.
- Rowena Ravenclaw?? – MJ começou a passar as dele depressa – Preciso dessa figurinha, o que você quer em troca?
- Ela vale muito, então quero três em troca – ele fez uma careta, mas não falou nada - Ug, o Inconfiável, Newt Scamander e Alguff, o Terrível. Já vi que você tem as três duplicadas.
- Seu ladrão, vai mesmo me roubar três figurinhas em troca de uma?
- Se não quiser, tudo bem. Acho que Julian também não tem essa, não é? – falei virando para Julian.
- Não, não tenho mesmo – ele respondeu consultando suas cartas – Falta ela e o Godric Gryffindor pra minha coleção.
- Não! – MJ separou as três figurinhas que pedi e me estendeu – Tome. É um assalto, mas só falta a Rowena pra completar minha coleção dos Quatro Fundadores.
- É sempre um prazer fazer negócios com você – sorri colocando minhas três novas figurinhas no bolo.

MJ ia responder, mas não chegou a falar nada, pois uma gritaria vinda da orla da floresta chamou nossa atenção. Levantamos depressa do muro e vimos Haley, Keiko e Artemis correndo desabaladas, começando a socar a porta da casa do professor Hagrid. Corremos até elas na mesma hora, preocupados. Por que estavam saindo de dentro da floresta e onde estava minha prima?

- HAGRID! HAGRID! – as três batiam e gritavam ao mesmo tempo – SOCORRO!
- Meninas, o que houve? – Julian perguntou assustado com o estado delas.
- Onde está a Clara? – perguntei preocupado.
- HAGRID! Cadê o Hagrid?? – Haley gritou chorando.
- Ele não está ai, ainda está no salão principal com os outros professores – MJ respondeu recuando com o grito dela.
- O que aconteceu? – Julian agarrou as mãos de Haley para não voltarem a socar a porta do professor – Onde vocês estavam e onde está a Clara?
- Não temos tempo de explicar, precisamos achar o professor Hagrid! – Artemis berrou de volta e saiu correndo na direção do castelo.

Keiko e Haley correram atrás dela e as seguimos, cada vez mais preocupados. Artemis disparou até a mesa dos professores e falou algo muito rápido com meu pai, tio Ben e tio Hagrid e os três levantaram apressados, a seguindo para fora do salão principal até o saguão, onde tentávamos conter a tremedeira de Haley e Keiko.

Elas começaram a falar ao mesmo tempo e em pânico, mas a história era bem simples de se entender: Clara havia virado um lobo, do nada, no meio da floresta. Até rimos na hora, mas quando Keiko quase nos fuzilou com o olhar, chorando, percebi que não era nenhuma brincadeira. Meu pai e tio Ben trocaram um olhar esquisito quando elas pararam de falar, era como se de alguma forma esperassem que aquilo acontecesse.

- Meninas, preciso que vocês se acalmem – tio Ben falou – Ninguém pode saber o que aconteceu, entenderam? Os alunos não podem nem desconfiar, senão vai causar pânico.
- Nós vamos entrar na floresta para procurá-la – meu pai falava agora, também calmo – Quero que procurem o professor Yoshi e, sem fazer alarde, expliquem a ele o que aconteceu e peçam que ele escreva pra a Louise imediatamente. Depois peçam que ele explique a McGonagall e voltem para o salão comunal.
- Isso, todos voltem para suas casas e não saiam de lá até que amanheça – tio Bem voltou a falar – Artemis, sem desvios para a Grifinória, entendeu? E vocês três voltem para a Corvinal agora mesmo.
- Fiquem todos tranqüilos, nós vamos encontrá-la e trazê-la de volta em segurança – tio Hagrid falou um pouco menos calmo que eles.

Assentimos sem muita opção e enquanto as meninas disparavam atrás do professor Yoshi, voltei para a Corvinal com Julian e MJ. Passamos a noite inteira em claro, sem conseguir pregar os olhos, conversando sobre o que tinha acontecido. Tentávamos criar teorias que explicassem minha prima virar um lobo, porque sabia que ela não era um lobisomem como meu tio Remo, então não tinha nenhuma lógica. Quando o sol começou a entrar pela janela do salão comunal, MJ já babava na almofada do sofá e Julian deixava a cabeça tombar para trás toda hora, acordando assustado. Eu ainda encarava o jardim, o olhar fixo na orla da floresta.

- Nem sinal deles ainda? – Julian levantou depois de quase cair da poltrona pela 20ª vez – Você ao menos cochilou?
- Não, fiquei aqui a noite toda e nem sinal deles – respondi sem um pingo de sono. A preocupação não me deixava ficar cansado.
- Será que eles ainda não a encontraram?
- Eles a encontraram! – respondi agitado, apontando para o jardim – Estão saindo da floresta, Hagrid está carregando ela nos braços!

Desci do sofá onde passei a noite inteira de pé e corri para fora do salão comunal, seguido por Julian. Tinha acabado de ver minha prima desacordada nos braços de Hagrid e mesmo de longe era possível ver que ela estava abatida, não ia conseguir esperar que as notícias chegassem até mim. Quando chegamos à enfermaria, McGonagall e tio Yoshi já estavam lá. Clara estava deitada em uma cama e a enfermeira fez logo menção de nos barrar, mas papai fez sinal para que ela nos liberasse.

- Ela está viva, não é? – foi a primeira coisa que consegui dizer, olhando fixo para Clara na cama. Ela estava toda arranhada e com uma aparência muito abatida, similar a do tio Remo depois de uma transformação.
- Sim, ela está viva – tio Ben respondeu parecendo muito cansado – Ainda não sabemos exatamente o que aconteceu, mas a encontramos na forma humana quase no centro da floresta, escondida.
- Clara? – Julian falou perto da cama – Ela está se mexendo!
- Clara? Clara, está me ouvindo? – meu pai se aproximou depressa – Você sabe o que aconteceu? Lembra de alguma coisa?
- Professor Storm, a graduada pelo St. Mungus sou eu, deixe que eu faço as perguntas a paciente! – madame Edgecombe empurrou meu pai para o lado, irritada – Querida, diga o que aconteceu.
- Eu... Eu virei um lobo – Clara quase engasgou para falar – Eu sou um lobisomem?
- Não tem como, você deveria ter virado um assim que anoiteceu, e não no meio da noite – tio Ben respondeu segurando sua mão – Você se lembra o que estava acontecendo na hora?
- Um lobisomem enorme nos cercou e ia atacar a nós quatro. Eu comecei a tremer de nervoso e quando me dei conta, havia me transformado em um lobo tão grande quanto ele.
- Ela estava sob pressão, nossas emoções ficam fora de controle nessas horas – a enfermeira falou mais para si mesma – E como você conseguiu voltar a sua forma humana?
- Demorou muito, passei a madrugada inteira perdida na floresta. Já estava quase amanhecendo quando decidi me esconder em algum lugar e me acalmei um pouco. Estava convencida de que não ia mais voltar a ser humana, e ai de repente deixei de ser um lobo. Estou muito cansada.
- Ok Clara, preciso que você descanse agora – madame Edgecombe começou a nos expulsar de perto da cama e pegou um frasco de poção do bolso – Vou lhe dar uma poção para que durma mais rápido e quando acordar outra vez, vai estar se sentindo melhor.

Clara assentiu com a cabeça sem resistir e apagou assim que engoliu a poção. Afastei-me da cama dela junto com os outros, mas ainda a observava de longe enquanto ouvia a conversa dos adultos.

- Vou ter que mantê-la sob o efeito de calmantes até que possamos entender isso tudo – começou a explicar para os outros.
- Não acho que sedá-la é a solução! – meu pai reclamou insatisfeito.
- Não posso arriscar que ela vire um lobo outra vez aqui dentro e machuque alguém! – a enfermeira respondeu irritada.
- Também não concordo que sedar uma aluna de 13 anos seja a solução, mas no momento é a única que temos, então vamos ficar com essa opção – McGonagall interveio e meu pai não discutiu mais.
- Yoshi, enviou uma carta a Louise? – tio Ben mudou o foco do assunto depressa.
- Sim, e há essa hora ela já deve estar a caminho com Remo. Talvez possamos entender melhor o que aconteceu aqui.
- Ótimo, então até que os pais dela cheguem aqui e a situação tenha uma resposta satisfatória, Clara será mantida sob o efeito de calmantes – McGonagall falou em tom de palavra final – Madame Edgecombe, mantenha-me informada sobre tudo. Vou me certificar de que nenhum outro aluno sabe o que está acontecendo aqui e volto depois.
- Eu posso ficar? – perguntei olhando para a cama dela.

Madame Edgecombe não parecia concordar com a idéia, mas acabou cedendo e permitiu que ficasse na enfermaria com a minha prima, mas em silencio, enquanto Julian saia para procurar as meninas e contar que ela já tinha voltado. Era absurdamente estranho ver Clara debilitada daquele jeito, parecendo tão frágil. Espero que o tio Remo consiga explicar o que estava acontecendo e, mais importante, se tinha alguma forma de fazer parar.