Thursday, August 31, 2006

Esse ano promete!

Do diário de Louise Storm

- Tchau vovó, tchau vovô! Obrigado pela vassoura!
- Comportem-se! Louise fique de olho no seu irmão!
- Eu não preciso que ela tome conta de mim!
- Anda, sai da minha frente, George... E tira o seu malão do caminho, eu não vou guardá-lo!
- Chata...

Empurrei meu irmão da janela para dar uma ultima olhada em meus avós, antes que eles desaparatassem da estação de King’s Cross. Vovó estava diferente, mais carinhosa e atenciosa que o normal, prova disso é que comprou uma vassoura absurdamente cara para George de aniversario. Durante as duas semanas em que passamos em sua casa, conversávamos o tempo inteiro, sobre tudo. Ela contava historias da época em que tinha a minha idade, eu contava as minhas e riamos muito, mas sempre que eu tentava perguntar sobre as coisas que ela me mandara durante o ano anterior, ela desviava do assunto, até que por fim desisti.

Demos um longo abraço antes de entrarmos no trem e a sensação que tive era que aquela era a ultima vez que abraçava minha avó. George é claro, não percebeu nada. Mas por que perceberia? Ele estava agora suando para colocar o malão no alto do compartimento quando o irmão mais novo do Sirius apareceu. Eles dois eram melhores amigos, inseparáveis, e embora eu não gostasse muito do Régulo, não me atrevia a falar por ter certeza que George reagiria mal. Os dois saíram da cabine conversando e Scott entrou sorridente.

- Tem espaço aqui pra mim? – falou jogando a mochila no chão
- COTT!

Levantei do banco e pulei nele que quase o derrubei no chão. Ele estava diferente também, eu não era a única a mudar o visual. Cott abandonara o penteado pratico de sempre e usava agora os cabelos arrepiados e um topete arrumadinho, que devia dar o maior trabalho de fazer. Alex chegou em seguida e logo a cabine estava tomada pelo falatório, todos querendo contar suas férias ao mesmo tempo. Yulli e Mark estavam fazendo a ronda e chegaram uma hora depois, atrás da moça do carrinho da comida.

- Olá crianças! Sentiram nossa falta? – Yulli falou se jogando por cima da gente no banco
- Estou morrendo de fome! Ei Scott gostei do cabelo! Levou um choque? – Mark falou cumprimentando o Cott e se servindo de um pedaço de bolo de caldeirão.
- Lou, adivinha a novidade! – Yulli falou
- Que novidade?
- O Remo é o novo monitor-chefe!
- Mark! Era pra ela adivinhar!
- Jura? Ele não falou nada nas cartas que me mandou... Alias, vou procurá-lo! Nos vemos depois.

Deixei meus amigos conversando e sai pelo corredor do trem em direção a cabine dos monitores. Estava morrendo de saudades de Remo, não nos víamos desde o fim do acampamento e tinha certeza que ainda o encontraria lá dentro. Se ele agora era monitor-chefe, deveria ser o último a começar a patrulhar os vagões. Espiei pelo vidro e Remo, como previsto, arrumava alguns pergaminhos em cima da mesa, distraído.

- Então... Só porque agora você é autoridade máxima entre os monitores, esqueceu que tem namorada? – falei fingindo estar magoada
- Como isso pode ser possível, se tudo que faço é pensar em você? – ele riu vindo me abraçar e me beijando.
- Estava com saudades... Nunca desejei tanto voltar a Hogwarts.
- E eu nunca pensei que a perspectiva de me formar fosse ser tão ruim.
- Pois é... Mas ainda temos um ano inteiro juntos na escola, vamos aproveitar cada segundo...

Ele me olhou desconfiado e fechei a porta da cabine para que ninguém entrasse de surpresa. Ele então abriu um sorriso e me puxou pra cima dele, sentando no banco. A ânsia de matar as saudades do tempo que ficamos afastados era tanta que perdi a noção da hora e talvez se não tivéssemos sido interrompidos, as coisas talvez tivessem, hum, esquentado um pouco.

- Er, desculpa... – falou o sonserino retardado que abriu a porta de repente, fazendo com que saltássemos do banco com o susto.
- Não sabe bater? – Remo falou irritado
- É que estamos precisando de ajuda, uns alunos estão brigando no 5º vagão e só monitores-chefes podem tirar pontos...
- A Farkwar não pode ajudar? Ela é a monitora-chefe!
- Não estamos encontrando-a, vai ter que ser você mesmo...
- Ta bom, ta bom, já estou indo!

O sonserino saiu sem graça da cabine, deixando a porta aberta. Eu já estava de pé desamassando a saia, mas Remo me puxou de volta para o banco. Passei a mão pelo seu pescoço e o beijei lentamente, provocando. Podia sentir os pelos da nuca dele arrepiarem. Em seguida me afastei.

- Vou voltar pro vagão dos meus amigos. É melhor você ir resolver logo a confusão antes que os alunos se matem...
- Ahn tudo bem... – ele falava devagar, abrindo os olhos - depois que eu resolver isso procuro você.
- Tudo bem – ia sair do vagão, mas parei vendo que ele continuava sentado - Não vai ate lá?
- Vai indo na frente, eu vou daqui a pouco...
- OK. – mas nem cheguei a sair e comecei a rir – Desculpa... Quer uma água?
- Não, obrigada... – disse vermelho e fechei a porta ainda rindo, caminhando para o fim do trem.

Voltei para o final do trem e depois de um tempo ele apareceu na cabine. O resto da viagem foi tranqüila, sem interrupções: Scott passou o tempo todo jogando snap explosivo com Mark, Yulli e Alex respondiam animadas a um quiz no semanário das bruxas e eu e Remo ficamos encostados no banco abraçados, observando os outros sem dizer nada. Quando o trem parou em Hogsmeade desembarcamos apressados e assim que vi a silhueta do castelo de longe, tive certeza: estava em casa!


Diários de Vassoura

Parte 1 - De volta para Londres

Do querido diário mofado e abandonado de Samatha Wood

- COMO ASSIM VOCÊ AINDA NÃO ENTROU NO CARRO?!

Olá, diário! Sim, eu andei sumida. Não, não te devo explicação nenhuma até porque em breve você será substituído por um diário 2.0 que não tenha traças entre as folhas. Como eu não quero tornar esse último encontro uma coisa melancólica, vamos mudar de assunto. Acho que já deu para reparar que a fala aí de cima foi da senhora minha mãe, que fica um pouquinho mais estressada do que o normal em época de volta às aulas. Um pouquinho? Ok, não vou mentir. Por Merlin, é um inferno! Eu prefiro enfrentar uma família de Rabo Córneos do que a minha adorável mãe.

- Mãezinha...ainda são 6 da manhã... – disse, lentamente, sem movimentos bruscos para não atiçar a fera.
- ATÉ VOCÊ E SEU ZOOLOGICO ENTRAREM NO CARRO, JÁ VÃO SER 11 HORAS! Merlim, ainda tenho que acordar Violet e preparar o café do Drake, passar os uniformes...você já arrumou as malas?
- Desde quinta feira passada. – na verdade, eu ainda precisava colocar alguns livros e coisas de última hora, mas não ia assinar meu atestado de óbito às 6 da manhã. – Só para te lembrar, mãe, você é uma bruxa e pode resolver essas coisas com um piscar de olhos...ainda mais agora que não está mais no St. Mungus e não tem que verificar os pacientes...
Por quê, Samantha? Por quê?! Antes de terminar a frase, tentei engolir as palavras de volta, mas era tarde demais. Eu vivo me esquecendo como mamãe anda sensível desde que foi demitida do St. Mungus. Por “sensível” entendam louca, histérica, absolutamente fora de controle.
- VOCÊ ESTÁ ME CHAMANDO DE DESOCUPADA?! Eu posso não trabalhar mais no hospital, mas ser mãe é o serviço mais trabalhoso do mundo! Você não sabe o quanto eu tenho lutado, Samantha...
A partir daí meu cérebro assumiu um bloqueio automático e eu só ouvi “Blah, blah, blah, blah, blah...”. Fiquei encarando minha mãe com um olhar fixo e sério, fingindo um grande interesse e, ao mesmo tempo, achando muito tentadora a idéia de pular pela janela. Depois de alguns segundos de tortura, tive uma idéia suicida, mas muito promissora.
- ...ninguém me dá valor nesse casa mais! Vou ter que conseguir aquele maldito emprego de volta para ser respeitada novamente, já que ninguém consegue entender...
- Mãe...eu esqueci de arrumar as malas. – disse, me encolhendo e segurando a almofada como um escudo.
- ...eu preciso ter uma conversa com seu pai sobre isso...O QUÊ?! COMO ASSIM VOCÊ NÃO ARRUMOU AS MALAS?!
Acredite, diário. Foi um dos momentos mais assustadores da minha vida. Até hoje eu ouço a palavra “malas” e tremo. Sem contar que meu olho começa a piscar por causa do tique-nervoso...
- Eu sei, mil desculpas! É melhor eu arrumar bem rápido, Hogwarts me espera! Tchau-te-amo-mãe-querida!!
Desci 5 lances de escada em um salto, sem olhar para trás. Já ouviram falar da lenda do monstro da câmara secreta, aquele que mata com o olhar? Aposto que era um código que os amigos da minha mãe desenvolveram para falar dela em sua época de TPM...De qualquer forma, corri e só parei quando esbarrei em Drake no corredor e caímos os dois no chão. Virei a cabeça rápido e notei que mamãe ainda estava gritando pela escada. Situações desesperadoras exigem medidas desesperadas.
- Como assim a mamãe não tem feito praticamente nada durante o dia, Drake?! Você não tem vergonha?!
Eu rezo todas as noites, mas acho que nem me ajoelhando em brasa quente, Merlin e Drake vão me perdoar por isso. Mamãe parou e encarou meu irmão com um olhar assassino. Drake ainda tentou balbuciar algumas sílabas ou apontar para mim, mas eu já tinha descido os outros 5 lances da escada quando ouvi os gritos.
- O QUÊ VOCÊ DISSE PARA A SUA IRMÃ, DRAKE COLE WOOD?!
Ok, foi uma atitude muito ruim. Samantha má, muito má, mas eu juro que se tivesse tempo, passaria as mãos no ferro. Tratei de enfiar os livros no malão, agarrei as 5 gatas e a coruja e pulei dentro do carro, que pegamos emprestado com nosso tio trouxa. Não tomei café da manhã, mas dentro de algumas horas já estaria na segurança dos terrenos de Hogwarts, onde, graças a Griffindor e seus amigos, é impossível aparatar (minha mãe me deu “Hogwarts – Uma história” de aniversário...). Depois de 2 horas ( meu estômago já estava gritando por socorro e comida), Drake, Violet, mamãe e papai entraram no carro. Nem preciso dizer que Drake só estava esperando pisar no Expresso de Hogwarts para me lançar um Crucio, assim ele iria para Azkaban, mas pelo menos não seria expulso da escola por usar magia em terras trouxas. Coloquei Violet entre nós dois como um escudo humano e fui rezando para que ele encontrasse muitos amigos que distraíssem ele no terminal. Após passarmos pelo engarrafamento infernal londrino, chegamos à Estação...com 2 horas de antecedência! Como não consegui avistar ninguém conhecido, saltei do carro, agarrei meus bichos e o malão e fui deslizando pelo terminal até dar de cara com a barreira. Não sabia se o expresso já estaria ali às 9 da manhã, mas qualquer lugar era mais seguro. Empurrei as malas, delicadamente, e elas atravessaram a parede...ZUPT. Ah, bendito seja o Expresso de Hogwarts! Nunca fiquei tão feliz de encontrar o precioso trem vermelho! Como você já deve ter previsto, não tinha nenhuma alma viva (nem morta, eu presumo) ali e eu podia escolher o vagão que quisesse. Peguei o último vagão do trem e fechei bem a porta. Drake é um irmão adorável, mas quando jogado aos leões, não se comporta de maneira muito amistosa. Era melhor ficar bem quietinha até chegar em Hogwarts...quando estivessemos na metade do caminho, eu podia abrir a porta, pegar umas tortinhas de abóbora do carrinho e fechar de novo. Plano Perfeito, Samantha.
Quando estava quase pegando no sono, ouvi 3 batidas na porta e 3 das piores hipóteses surgiram na minha cabeça:
a) O Louco da Machadinha
b) Um cara com uma serra elétrica
c) Drake

Rezando para que fosse um cara com a serra elétrica, abri uma fresta e respondi.
- Ah...oi?
- Sou eu, Sam! Josh! – exclamou uma voz conhecida
- Josh! Ah...como eu vou saber que é você mesmo? E como você sabia que eu estava aqui?
- Nós tínhamos marcado 10 horas no terminal e como não encontrei você, deduzi que já estava dentro do trem.
- Uhnn...ok, parece plausível. Você quer que eu abra a porta?
- Seria bom! Ah, só um instante. Estão reunindo os monitores para dar instruções às crianças do 1° ano. Vou lá ver o que está acontecendo e depois eu volto.
- Ok, ah, volta aqui, Josh! – disse, ainda sem abrir a porta.
Josh voltou todo serelepe, achando que eu tinha algo muito importante e profundo a revelar e pareceu um tanto quanto desapontado quando eu disse: “Na volta, traz umas 5 tortinhas, ok?”, mas fazer o quê? Deitei na poltrona e fechei os olhos durante alguns segundos. Estava sonhando com o carrinho de comidas, quando acordei com um baque. O Expresso parecia ter parado e eu vesti a capa de Hogwarts rapidamente, correndo para me juntar aos colegas de classe e torcendo para não esbarrar com um Drake furioso no meio do corredor. Qual não foi a minha surpresa quando descobri que nem ele nem ABSOLUTAMENTE NINGUÉM estava no corredor! Acessei meu calendário mental: 1° de abril, já passou; meu aniversário...ainda falta muito, então só pude presumir que todos tinham saído do Expresso incrivelmente rápido! Que coisa bonita, não? Os alunos de Hoggy gostam tanto da escola que mal agüentam esperar dentro do trem...
Deixei meus malões e fui andando até a porta, quando percebi que nós não estávamos em Hogwarts! Estávamos na plataforma 9 ¾!!! Como? Quando? Onde? Cuma? O trem ainda não tinha deixado a plataforma?! Achando que, provavelmente, o maquinista precisou ir ao banheiro e foram todos esperar do lado de fora da barreira, olhei no relógio que marcava 19:00...19:00!!!!! Isso era...muito mais do que 11:00!!! Se o maquinista ainda estava no banheiro, alguém precisava arrombar a porta e ver se ele ainda estava vivo! Mas...e se...e se o trem tivesse chegado a Hogwarts e voltado? E se EU tivesse voltado?! Brilhante, Samantha, Brilhante...

To be continued…

Wednesday, August 30, 2006

Hogwarts Wonder Years, Uma história!

Por: Tandi, ou Yulli Hakuna

Era uma vez um grupo cheio de criatividade e vontade de escrever textos. Tudo começou há um pouco mais de um ano, eu me lembro bem... Surgiu como um método de fuga, uma conspiração.
“Ah, não precisamos deles, nem do blog deles, podemos fazer o nosso!”
A frase foi defendida por todos, que já estavam cansados de esperar. Muitas idéias na cabeça, e um mundo novo a ser aberto. O blog então surgiu, pelo menos na teoria. Primeiro eram 5 pessoas, depois outras se inspiraram e começaram a vir, no final do projeto já éramos 10 ou mais pessoas.
“Ta, mas qual vai ser o nome do blog?” O nome? Tinha que ser alguma coisa relacionada aos anos 70, os maravilhosos anos 70, wonder years aqueles...
“Ei, peraí! Hogwarts Wonder Years!” Estava feito o primeiro passo!
Em pouco tempo o blog estava feito, as inscrições abertas, e os primeiros textos sendo confeccionados. Poderíamos doar empolgação a quem quisesse!

Mesmo antes do dia de começarmos a postar, os personagens já começavam a se mostrar... Ou por assim dizer, interagir, uns com os outros. Foi por um post “teste” das configurações do blog, que alguns de nós já levaram a primeira detenção da nossa monitora-chefe Louise Storm. Os primeiros comentários foram de empolgação, e então, os personagens realmente começaram a mostrar suas personalidades, e brigarem uns com os outros por comentários! Estava armado o barraco. O conflito inicial só acabou quando a Ju (Louise) advertiu para que deixássemos nossas rixas para os textos e deletou o tópico. Só nos restava esperar a inauguração!

Os personagens ganharam vida, cada um com um perfil, cada um com uma trama inicial a ser desenvolvida... Binho estava em um dilema pra decidir o nome do personagem, que acabou ficando um graaande nome, digno de um graaande perfil! Ele fez um perfil tão grande pro personagem, que tivemos que compactá-lo! Sem contar que ele selecionou todas as fotos do Mark antes de escrever o primeiro texto alegando que só se inspirava tendo imagens do personagem! Vai entender...

Tinham aqueles sonserinos que teriam um perfil totalmente sinistro e arrogante. Tinham os lufanos, aliás, os lufanos ainda vivem, que prometiam muita diversão e festas para o restante do ano... (posso garantir que cumpriram a promessa muito bem), os marotos, nossos alvos, os melhores partidos do castelo. Tinha um grifinório meigo, amigo, compreensivo... E aquelas corvinais maluquinhas que queriam uma banda, mas antes mesmo de começarem a postar, a formação inicial da banda foi alterada, e uma dessas corvinais em sociedade com uma sonserina maluquinha também, engajaram o projeto! A maluquinha e seus gatos, incensos, armários, a corvinal nerd, o grifinório calado... Enfim, de tudo, um pouco!
Então, o dia 1° de setembro estava chegando, e o Expresso Hogwarts começou a soltar suas primeiras fumacinhas dia 30 de agosto de 2005. E continuou a todo vapor, por semanas, meses...

Até que aquela “inspiração inicial” foi se esvaindo, e quem aparecia uma vez por semana, passou a aparecer uma vez por mês! Dois novos integrantes chegaram... Dois corvinais. Dois estranhos, e conhecidos entre si. Alguns dos velhos membros já não apareciam, alguns foram transferidos, outros apareciam tão raramente que nem contávamos mais, mas alguns continuavam no pique. Os dois novos integrantes começaram empolgados, e como a maioria começaram a se desempolgar, e sumiram também!

Abrimos novas inscrições, e mais dois entraram. Uma grifinória sonhadora e meiga, e um sonserino com passado ruim... Mas eles, TAMBÉM, sumiram!
Foi tanto genocídio de personagens, que desistimos de abrir novas vagas, e seguimos levando o blog apenas com aqueles velhos membros que continuavam confirmando presença, pelo menos uma vez a cada duas semanas... Como a And definiu: Os quatro cavaleiros do apocalipse! Eu, Ju, And, e o bendito fruto entre as mulheres... Renan!

É, duvidem vocês, ou não, o blog continua a todo vapor! Hoje nós temos 5 personagens... Louise é capitã do time da Lufa-lufa, super alto astral. Namora Remo Lupin desde o ano passado e é completamente apaixonada pelo namorado. Festeira até a ponta dos pés! Alex, ou Alexandra também da Lufa-lufa. É amiga, sincera, otimista, e descobriu poder fazer projeções astrais. É apaixonada pelo irmão, mas agora ta enroscada com um ex-corvinal galante e apesar de todas as inconstâncias da vida dela, não nega uma festa também! Yulli é monitora da casa, mas é totalmente irresponsável com seus deveres ao distintivo! Brincalhona e alegre, não assume compromisso sério com ninguém desde que se entende por gente, ou seja, NUNCA! Como boa lufana, falou em festa, falou seu nome! Scott, o amigo meigo que toda mulher pede a Merlin! Sincero ao extremo, sarcástico, mas compreensivo, atencioso e amigo para todas as horas. É ele quem oferece o ombro pro trio lufano, e ele que enche o saco quando elas não escutam ele e se arrependem! As meninas não vivem sem ele, e ele não vive sem as meninas, é um fato! Alucard, nosso grifinório que começou calado e se mostrou... Foi mordido por um vampiro, mas seu organismo reagiu e o levou à condição de meio-vampiro! Apesar de ser muito corajoso, e até vingativo demais, é um amigo super fofo e um namorado romântico!

Somos um time, uma equipe, e posso dizer, somos auto-suficientes! Não imploramos uns aos outros para escrever. Cada um escreve o que quer, quando quer... Não dependemos de nenhum outro sumido para desenvolver nossas tramas! Me sinto satisfeita em saber que a minha realidade pode ser a pior, mas que quando me posiciono na frente do computador, abro o word, e tenho um mínimo de idéia pra começar no título, mudo a minha realidade do jeito que eu quiser... Meus personagens são a minha fuga, eles são um pouco de mim e o que eu não posso ser! Acho que é assim que todos nós que escrevemos por alguém nos sentimos! São meus filhos, parte de mim, meus egos!

Bom, é por isso, por essa minha alegria de ter personagens e escrever por eles, que me empolgo tanto em dizer que apesar de todos os problemas, de todos os abandonos, o wI faz 1 ano hoje, e eu me levanto pra aplaudir! Parabéns pra esse blog que me dá uma nova personalidade. Esse lugar onde eu me sinto bem só de entrar e ler um texto pra comentar. Um blog que já me fez chorar de rir (nas conversas de tramas para futuros textos, ou em textos já feitos), para o blog primogênito e único, porque só ele é capaz de relatar os anos maravilhosos...
Hogwarts Wonder Moments! Parabéns wI, muitos e muitos anos de vida pela frente!
Parabéns pra nós, equipe wI, cavaleiros do apocalipse, que não deixamos a peteca cair! Somos vitoriosos! Parabéns a todos que um dia tiveram empolgação com os textos, e que, de alguma maneira, fizeram parte dessa história...

A Equipe wI viveu feliz para sempre!


Saturday, August 26, 2006

Promessa é dívida!

Do diário de Louise Storm

Faltava agora menos de uma semana para voltarmos para a escola e George e eu fomos passar esses últimos dias na casa de nossos avôs bruxos. Nossas cartas de Hogwarts chegaram atrasadas esse ano e saímos os quatro juntos para o Beco Diagonal comprar o material. Meus resultados dos NOMs também haviam chegado e me sai bem melhor do que esperada neles! Só não gostei muito do resultado de DCAT, consegui um P, o que já me fazia repensar se continuaria com as aulas.

Vovô saiu com George para ver vestes novas e eu entrei com vovó em um salão de uma amiga dela. Já vinha há algum tempo reclamando do meu cabelo, estava irritada com ele, e vovó disse que poderia resolver meu problema. Passamos a manha inteira lá e quando saímos, meus cachos haviam desaparecido! Eu agora tinha os cabelos lisos que sempre sonhei e ganhei de presente uma nova armação para os meus óculos. Quando nos encontramos com vovô outra vez, ele parecia chocado.

- O que houve com você, minha neta?
- Ah vovô, odiava aquele penteado, me deixava com cara de menininha!
- Mas você é uma menininha, não tem que ter cara de adulta! Não gostei disso, de quem foi essa idéia? Sua, Mary?
- Foi minha sim, qual o problema?
- É vovô, não sou criança! Já tenho até namorado e nós...
- Desde quando você tem namorado que não estava sabendo disso? Quem é?
- Por Merlin John, está agindo como criança! Eu conheço o namorado dela, é um bom rapaz e tenho certeza que não faltara com o respeito com a nossa neta, se é isso que lhe preocupa!
- É, mas bem que ele podia de vez em quando... – falei rindo e vovó me beliscou de leve
- Por que esta dizendo isso? Quer que eu tenha um derrame?
- Fique quieta querida, não provoque seu avô! Onde está George?
- Vovó, vovó, já sei o que quero de aniversário! – meu irmão veio correndo falando afobado.
- Ate que enfim! O que escolheu?
- Aquilo!

George apontou para o aglomerado de gente em frente a Artigos de Qualidade para Quadribol e quando a multidão se afastou, pude ver o que era. Exposta na vitrine estava a nova Nimbus 1001, o modelo mais rápido de vassoura, havia acabado de ser lançado. Vovó e vovô se entreolharam um tempo, considerando a idéia.

- Pra que você que uma vassoura? Nem joga no time da Grifinória! – falei espantada
- Mas vão abrir vagas para artilheiros e vou tentar! Preciso de uma vassoura boa, a minha não é rápida...
- Que legal maninho, tomara que você consiga a vaga! Vai ser prazeroso lhe acertar uns balaços em campo...
- É, vai sonhando...
- Parem, não comecem a brigar! – vovó falou – Acho que podemos comprar a vassoura, não é tão cara assim... John enfrente essa multidão com George e lhe compre a vassoura enquanto eu vou com Louise acabar de comprar os livros.
- Obrigada vovó!!

George saiu saltitante com vovô empurrando as pessoas na frente da loja e segui na direção contraria com vovó. Entramos em uma Floreios e Borrões lotada e começamos a procurar os livros listados. O material desse ano era caro, só os livros de Feitiços e Poções custavam uma fortuna, mas como não iria fazer todas as matérias, sairia mais barato.

- Quais matérias você vai desistir, querida? Para podermos riscar dessa imensa lista!
- Bom, com a profissão que escolhi não posso me dar ao luxo de largar as mais complicadas, mas não vou mais fazer Adivinhação e Aritmancia. Queria desistir de Historia da Magia, mas Scott me mandou uma coruja me implorando para continuar, pois ele não poderia desistir e não quer fazer a aula sozinho, então vou continuar. Acho que é só...
- Quase nada, realmente... Bom, vamos às compras então! Ainda bem que seu irmão pode usar os seus livros antigos, só vai precisar mesmo de pergaminhos, penas e essas coisas.
- Ah, também tem DCAT! Minha nota foi péssima e a professora Sprout não me disse que eu precisava continuar, vou desistir dessa também!
- NÃO! Você não pode!
- O que? Por que não, vovó? Eu ate gosto, mas não consigo ser boa em duelos...
- Não Louise, é importante que você continue em DCAT!
- Mas o professor é chato e ele pega no meu pé! E não vou precisar disso, não quero ser auror!
- Louise, não estamos vivendo em um mundo tranqüilo e você sabe disso, não é nenhuma criança. Voldemort está cada vez mais poderoso e é importante que saibamos nos defender! Nunca se sabe quando será preciso utilizar o que é ensinado em uma aula como DCAT, principalmente agora que você esta no 6° ano e os feitiços que vai aprender serão mais poderosos.
- Mas eu sou péssima! A senhora devia me ver em aula, ia concordar que o melhor é largar e usar o tempo para estudar outras coisas...
- Pois então se esforce mais! Prometa pra mim que vai continuar nas aulas, Louise!
- Mas eu só consegui um P nos NOMs, duvido que o professor Stroke deixe...
- Willian Stroke não é a simpatia em pessoa, mas tenho certeza que se você falar com ele, ele ira permitir que continue nas aulas. O conheço desde que ele tinha a sua idade, é um bom homem.
- Ele é uma mala, pega no meu pé e...
- Prometa Louise, prometa que irá continuar com as aulas e irá se esforçar mais! Você é inteligente, tenho certeza que se deixar a má vontade de lado, se sairá bem nas aulas!
- Argh tudo bem, eu não desisto de DCAT... Vou falar com o professor no 1° dia de aula...
- Não faça caretas, um dia ainda vai me agradecer. É importante que você saiba se defender, que possa se proteger e proteger o seu irmão. George acha que pode cuidar de si mesmo, mas nós duas sabemos que isso não é verdade. Quero que fique de olho nele.
- Eu sei, estou sempre de olho nele, não se preocupe quanto a isso.
- Ótimo, tenho medo que ele faça bobagens que não tenham volta. Mas vamos terminar então as compras, pois aquela mocinha ali do lado de fora da loja está quase quebrando o vidro de tanto bater para chamar sua atenção!

Olhei para a vitrine da loja e Yulli estava parada do lado de fora, os braços carregados de livros e fazendo caretas enquanto batia no vidro me chamando. Peguei os últimos livros da lista e deixei vovó pagando eles na loja cheia e corri ao encontro dela. Ela largou os livros com a mãe e fomos para a Florean Fortscue tomar um sorvete enquanto contávamos as fofocas de um mês acumuladas. Adoro estar de férias, mas não vejo a hora de voltar pra minha verdadeira casa!

Wednesday, August 23, 2006

Tempestades de verão

Do diário de Scott Foutley

Há algum tempo atrás eu cheguei à conclusão que tudo de importante na minha família sempre acontece em dias de chuva. Basta cair um temporal lá fora, para um novo se iniciar aqui dentro. E dessa vez não foi muito diferente. Era nossa ultima semana de férias e passamos um dia inteiro trancados dentro de casa devido a forte chuva. Mamãe andava meio estranha, como se estivesse com algo entalado na garganta querendo sair. Megan também estava esquisita, mas essa eu sabia por quê: ela estava morrendo de medo que papai descobrisse o que andou fazendo nas férias... Wayne estava normal, relaxado até demais, mas não fazia idéia do que se passava em sua cabeça. Karen passou o dia inteiro no telefone. E eu, bom, estava cada dia mais confuso, mas há alguns dias resolvi esquecer o que me incomodava e fingir que nada aconteceu...

Papai chegou do trabalho estressado, mas não me atrevi a perguntar o que aconteceu. Sabia que o Ministério andava enfrentando problemas com os seguidores de você-sabe-quem e isso já era o bastante para deixar meu pai irritado 24hs por dia. Na condição de Ministro da Magia, era sobre ele que as cobranças caiam... Mamãe veio batendo na porta dos quartos para avisar que o jantar estava servido e que queria todos na mesa hoje, sem desculpas. Então, me via agora sentado do lado direito de papai e do esquerdo de Karen, de frente para Wayne e Megan do outro lado da mesa. Todos mudos, comendo.

- Como foi o dia hoje, querido? – mamãe arriscou de repente.
- Um caos. Preciso me aposentar depressa. – papai falou sua habitual frase. Notei que Wayne disse junto com ele, mas sem emitir som algum. Tive que segurar o riso.
- E vocês crianças? Fizeram algo de bom durante o dia? – mamãe tentou mais uma vez iniciar um diálogo.
- O panaca não quis sair do armário a tarde toda... – Wayne falou apontando pra mim.
- Cala a boca! Wayne passou o dia inteiro atirando balão d’água na janela do vizinho! – soltei depressa e papai se virou para ele, serio.
- Wayne, já fez o que mandei? Já está tudo certo?
- Bom... Não, na verdade, eu fiz outra coisa... – e notei que meu irmão parecia satisfeito.
- E será que posso saber o que você fez? – papai começava a se irritar.
- Me alistei no exercito!

Agora ninguém mais comia, apenas olhávamos de papai para Wayne, como se assistíssemos a uma partida de tênis.

- Pois desfaça. Você não vai servir exercito algum. – disse calmamente.
- Não! Não vou voltar para Durmstrang!
- Não é você quem decide isso. Você não vai a lugar algum que não seja a escola.
- O senhor não pode me dizer o que fazer, já sou maior de idade!
- Maior de idade que ainda não se formou e enquanto morar sob o meu teto, fará o que mando!

Papai largou o garfo na mesa e se pôs de pé, indo para o escritório. Mamãe levantou depressa e o seguiu. Ficamos os quatro na mesa.

- Muito bem cabeça oca, conseguiu tira-lo do sério. – falei rindo
- Cala a boca, panaca. Não vou voltar a Durmstrang, ele não pode me obrigar.
- E pretende fazer o que? Se amarrar na cama?
- Já está tudo resolvido! – papai falou, sentando a mesa novamente – Pode fazer as malas, você irá para Hogwarts com seus irmãos em uma semana!

Tive a impressão de que desmaiei por alguns segundos. Wayne em Hogwarts?? Tem como um dia piorar??

- Como é?? Ora papai, o que tem demais ele se alistar? Se quer ir pra guerra, o senhor deveria deixar! – falei em pânico já.
- Não se meta Scott. – papai me olhou severo e fiquei quieto.
- Não, nem pensar! Não volto a Hogwarts também, já passei dois anos lá e não me adaptei. Por isso o senhor me transferiu para Durmstrang! – Wayne parecia meio desesperado.
- Pois então terá que se esforçar mais. Já falei com Dumbledore, não tem mais volta. Assunto encerrado! E não tem permissão para se retirar da mesa.

Wayne largou os talheres e cruzou os braços, entendendo que aquela era uma batalha perdida. Agora quem suava era eu, sabia que minha vida acadêmica ia sofrer uma guinada de 360º com meu irmão estudando lá... Mamãe olhou para cada um na mesa e respirou fundo.

- Vou vender a produtora musical. – falou visivelmente aliviada por ter contado.

Dessa vez o som de “O que??” foi unânime, todos olhamos para ela incrédulos, pedindo uma explicação. Mas o fato era que mamãe já estava cansada, alegava trabalhar demais e não ter tempo para a família. O que não deixava de ser verdade, pois ela passou uns dias conosco nessas férias por um milagre divino! Papai foi o que aceitou mais rápido a novidade, o que acabou não sendo uma boa coisa...

- Ótimo! Papai agora não poderia estar mais feliz! – Karen soltou irônica.
- O que quer dizer com isso? – ele perguntou
- O senhor esta feliz, pois agora mamãe vai ficar em casa lavando suas meias. Não era isso que sempre quis? O senhor nunca engoliu o fato de mamãe trabalhar e ganhar seu próprio dinheiro, sempre quis que ela dependesse de você!
- Karen! Não fale assim com seu pai!
- Não o defenda mamãe, ele é um porco chauvinista! É por isso que estou saindo de casa!
- Que historia é essa de sair de casa, Karen? – papai falou já levantando a voz
- Isso mesmo que o senhor ouviu, Adam e eu vamos morar juntos. Saio daqui assim que as crianças voltarem para a escola!

Hoje era o que? O dia das revelações? Papai ia ficando vermelho a cada instante e apesar de achar que ele fosse contestar e tentar impedir Karen, ele não o fez. Deu um longo suspiro impaciente e continuou a jantar. Mamãe olhava para minha irmã meio triste, mas parecia conformada. Acho que ela já esperava por isso.

- Bom, já que estamos contando tudo, vou ser franco... – Wayne começou – Scott foi o responsável pela fuga da vovó naquele balão, no dia da festa...
- WAYNE! – saltei da cadeira, olhando depressa para mamãe. A fuga da vovó tinha dado uma tremenda dor de cabeça para meus tios, que perderam uma noite procurando por ela e estragando a festa.
- Foi você? Mas porque fez isso? E porque não nos contou, quando estávamos desesperados procurando sua avó nos hospitais?? – mamãe parecia chateada.
- Ela pediu pra não contar, estava odiando aquilo tudo... Wayne seu imbecil! – e ele riu.
- Olhe o linguajar, Scott! – papai reclamou
- Mas ele que... Ah, não era o veterinário que tosava o cachorro errado papai, era Wayne que o pegava mais cedo e esburacava o pêlo dele. O senhor causou a demissão do funcionário da loja a toa! – contei por vingança e papai arregalou os olhos!
- Scott foi quem cortou suas gravatas pra fazer uma corda! – Wayne me acusou de uma coisa que fiz quando tinha 5 anos.
- Ahn, er... Foi Wayne que encerou seu carro com pedras quando o senhor confiscou a vassoura dele!

Vi meu irmão ficar mais branco que um fantasma, enquanto papai parecia prestes a ter um colapso com todas essas quantidades de informação em tão pouco tempo.

- Ora seu... – disse entre os dentes - Megan freqüentou aulas na Academia de Aurores o verão inteiro, escondida!
- Wayne seu idiota!!! – Megan gritou, batendo nele.
- Desculpa, não lembrei de mais nada sobre o Scott...

A mesa agora caiu em um silencio profundo enquanto papai encarava minha irmã, sério. Mamãe parecia preocupada também, ate que ele resolveu falar.

- Não, já falei mil vezes. Não quero você metida com isso.
- Mas é o que eu quero fazer, quero ser um auror!
- Não Megan! Não vou deixar minha filha caçula correndo risco de vida em missões suicidas! Você não faz idéia do quanto é perigoso, nunca esteve lá de verdade!
- Espera aí! – falei olhando para ele – Quer dizer que Megan não pode arriscar a vida, mas Wayne e eu sim??
- É, bem lembrado panaca! Por que quer que nós dois nos tornemos aurores, correndo o risco de morrer, mas ela não pode?
- O senhor é um ditador! As mulheres estão conquistando sua liberdade, estamos conquistando nossos direitos e eles são os mesmos que os dos homens! O senhor não pode impedir Megan de ser o que ela quer! – Karen nos apoiou
- Os meninos têm razão, Stuart... – mamãe se pronunciou.
- Não incentive essa insanidade, Isadora! Sei que compartilha dessa opinião comigo!
- Papai, conforme-se, eu vou ser auror.
- E pretende pagar a academia com que dinheiro? Não vou bancar essa loucura, pode esquecer.
- Darei um jeito! Não preciso de sua ajuda para nada. Freqüentei as aulas do curso de verão com uma bolsa de estudos e se Wayne não tivesse dito nada, o senhor nunca teria descoberto!

Megan agora havia levantado o tom de voz e isso era uma coisa que papai não admitia: que falássemos mais alto que ele. Eles agora gritavam à mesa, Megan o desafiando cada vez mais. Mamãe, Karen e Wayne se meteram na briga, ela tentando amenizar as coisas, Karen colocando mais lenha na fogueira e Wayne querendo uma justificativa plausível para eu e ele estarmos sendo pressionados a nos tornamos aurores. Olhava para eles perdido, sem conseguir entender o que era dito tamanha era a gritaria. Precisava fazê-los calar a boca...

- Acho que sou gay...

Não foi preciso gritar. Mesmo falando em um tom normal, todos ouviram. Eles me olhavam com os olhos arregalados. Podia perceber que papai tentava pensar rápido em algo para dizer, mas não conseguia.

- Estou brincando, calma... Só queria que todos calassem a boca por um minuto! Mas bom saber as reações...

Papai estava visivelmente aliviado por eu ter dito que era brincadeira, mamãe agora ria e Megan também, embora soasse forçado e Karen parecia indiferente. O único que se manteve sério foi Wayne, que me encarava pensativo. Para contrariar todas as leis da natureza, além de Karen, ele parecia ser o único que não reagiria mal a uma novidade dessas...

Friday, August 18, 2006

Vigília

Diário de Alucard W. Chronos

Diário, estou preocupado. Ainda estou na casa da Mi e isso me deixa mais preocupado ainda. Aquele ser nojento tem rondado aqui na região, Hellion tem andado por Devon. Não sei como eu consigo senti-lo, mas eu o sinto cada vez mais perto. Acabei de acordar sobressaltado e parecia ver os olhos dele aqui na minha frente. Nunca ouvi dizer que um bruxo pode sentir outro, e também nunca ouvi que vampiros conseguem se encontrar, então decidi pedir ajuda. Vou mandar uma carta agora mesmo para o Kyle, algo me diz que vou precisar da ajuda dele:

“Kyle, desculpa atrapalhar seu trabalho e pesquisas, mas estou preocupado e com uma dúvida. Você sabe se vampiros podem sentir outros vampiros? Eu acabo de acordar e sinto que Hellion está por perto. O Ministério tem tido informações dele? Se puder me mandar a resposta o mais rápido possível eu agradeço. Obrigado e abraços.
PS: Estou na casa da Mi, na região de Devon. Qualquer coisa Hórus pode te guiar.”

Despachei Hórus na mesma hora e pedi que ela fosse o mais rápido possível e depois voltei pra cama ouvindo os roncos do Tomas e os outros primos da Mi. Estou pensando em deixá-lo ser atacado pelo Hellion... Ai Merlim, nem o Hellion merece tanto...

Péssimas notícias. Gente chorando por todos os lugares. Famílias inteiras fazendo romaria para acreditar que não é verdade. Reuniões nos parques de gente que ainda não acredita. O Rei morreu, ou pelo menos é o que dizem: Elvis segundo as notícias acaba de morrer... Eu é claro, como qualquer um, fiquei triste e chateado, adoro as músicas dele. Mas a presença do Hellion me deixa mais preocupado e tudo mais, mas ainda bem o Kyle está aqui comigo desde ontem e o Sergei chegou essa manhã. O Sr. Oswald sabe por que eles vieram, mas a Mi ainda não, não quero preocupá-la à toa. Eles estão no quarto comigo e por precaução os primos da Mirian foram dormir na sala, não sei se Hellion ainda quer vingança.
MC: AII. Eu não consigo acreditar que ele morreu!
AngC: EU TAMBÉM NÃO MIRIAN!
- Ele não pode ter morrido!! Era tão jovem, tão bonito, tão galante!
- As músicas dele eram muito legais! Eu me inspirava nele para conseguir garotas em Durmstrang...
Eram esses os comentários que mais se ouvia no parque de Devon enquanto nós todos nos uníamos à multidão que chorava e não acreditava nas notícias. Eu, Kyle, Sergei e o Sr.Oswald mantinhamo-nos um pouco distante de todos para conversar.
KM: Lu, eu pesquisei e nunca se soube que um vampiro pode sentir outro em distâncias muito grandes, apenas quando já estão muito próximos.
SM: Mas não há nenhuma informação de que o Hellion apareceu por aqui, haveria corpos e tudo mais, mas não houve nenhuma vítima, nem um sumiço estranho.
AC: Mas ele está por aqui, eu posso sentir. Como isso pode ser explicado?
OC: Eu pesquisei com uns amigos e expliquei seu caso, eles disseram que você pode ter uma ligação com ele um pouco maior já que o seu sangue lutou contra o dele e a maldição não se espalhou completamente.
KM: Eu também ouvi isso Sr. Chapter, mas há poucos meio-vampiros, porque geralmente eles decidem virar vampiros completos e não tem como estudá-los.
SM: Nós mandamos uma copia da sua carta para Dumbledore e seu pai Lu.
AC: E o que eles falaram? Isso está muito estranho.
KM: Os dois disseram que você deve poder senti-lo, mas ele não pode sentir você. Pelo que Dumbledore acredita, seu espírito bondoso pode ter deixado uma espécie de marca nele, assim como ele deixou em você e por isso você o sente.
SM: Fora que pelo que descobrimos, é possível, que ou ele passou mais poder pra você do que queria ou uma outra opção um pouco melhor...
OC: Como assim?
KM: Parece que quando a cria fica mais forte que o “vampiro-pai”, a cria ganha novos poderes e pode sentir quem o criou, mas apenas se o odiar a ponto de querer destruí-lo, pois a maldição se volta contra o vampiro-pai e passa a beneficiar a cria para que ela destrua quem a criou. Acho que é pela sobrevivência do mais forte.
AC: Eu o odeio mais que tudo... Então de certa forma está explicado.
KM: De qualquer forma, como não sabemos de muita coisa, vamos continuar com você e te ajudando até o fim das férias, em Hogwarts você estará mais seguro.
OC: Vou reforçar as barreiras da casa agora mesmo, me dão licença por favor.
SM: Eu vou com o senhor. – Sergei e o Sr. Oswald saíram juntos do parque na direção da casa avisando a família que esqueceram umas coisas na casa e iam pegar. Os outros nem pareciam notar e isso foi bom porque poupava-nos de perguntas, mas a Mi notou algo no ar e me olhava preocupada. Eu sorri pra ela e andei mais um pouco com o Kyle.
KM: Ela ainda não sabe, não é?
AC: Não, não vou preocupá-la à toa, apesar de que ela vai querer me matar se souber que estou escondendo que ele está aqui. Mas é para a segurança dela...
KM: Entendo... Sei como é isso... Mas seu aniversário está chegando! Que pretende fazer?
AC: É verdade! Eu tinha até esquecido. Não sei ainda, vai ser nas vésperas de voltarmos à escola, você vai ouviu? Dia 27 de agosto, pode desmarcar qualquer coisa.
KM: Já falei que vou te vigiar até voltar às aulas garoto! E mesmo que se não fosse eu iria sim com certeza, um amigo fazendo aniversário e não vou dar os parabéns?! – Kyle me agarrou com o braço e fez um cafuné bagunçando todo meu cabelo. Mesmo assim não impediu de um grupo de 4 garotas começarem a me olhar e vir correndo pra cima de mim O.O Tenho mais medo delas que do Hellion...
- AHHH QUE GATINHOOO!
- Você é tão lindo! Ta sozinho?
- Só não é mais bonito que o Rei!
- Peraí! Será que ele é o Rei!? AHHH O REI NÃO MORREU!
Kyle em vez de me tirar daquele círculo de loucas tentando arrancar um pedaço de mim, ria a ponto de gargalhar e mais garotas fechavam o círculo. Parecia um bando de quimeras famintas, todas com o mesmo olhar vidrado e bobo... A Mirian chegou bufando e correndo com uma raiva e me agarrou pelo braço me empurrando meio que pra trás dela. Ela começou a discutir com as garotas e todas gritavam ao mesmo tempo discutindo. Cara, eu me assustei com elas! Com a Mi principalmente, ela ficava pior do que eu quando perdia o controle!! Hahahahaha Quase que ela saca a varinha, mas o Kyle se meteu no meio do bando de doidas e lançou alguns feitiços de memória e pra afastá-las, mas nessa hora começou uma confusão quando a polícia chegou para prender alguns usuários de umas coisas trouxas ilícitas, não sei que nome eles dão.
A Mi e o Kyle conseguiram ficar juntos no tumulto, mas eu acabei me perdendo deles no meio da confusão e me afastei carregado pela multidão...
Foi nessa hora que o mundo parou para mim e meu coração saltou no peito. Olhos avermelharam. Caninos cresceram. Sangue fluiu mais rápido. Músculos e ossos estalaram. Meus instintos triplicaram e eu senti... Hellion... No meio das pessoas. Eu olhei ao redor e saltei para as árvores do parque para ter uma visão melhor... E o vi sorrindo, enquanto não tirava os olhos de uma jovem que parecia perdida no meio da multidão.
A garota não notava que ele chegava cada vez mais perto e muito menos que ele já a hipnotizara, fazendo com que ela andasse para mais longe. Ela já estava no meio de um bosque vazio e Hellion se aproximou preparando o ataque... Ela não tirava os olhos dos olhos dele e ele avançava devagar e nesta hora eu saltei do meu esconderijo. Agarrei-o pelo pescoço e o levantei do chão com uma mão. Ele soltou um grito de raiva e cravou as unhas no meu braço, mostrando os caninos. Apertei com mais força a garganta dele e nos encaramos longamente. Ele não conseguia se soltar e eu nem me mexia, havia subjugado ele... Levantei o outro braço e preparei um soco, mas um grito veio ali de perto e policiais vinham na nossa direção. Soquei a barriga dele enquanto falava ao seu ouvido: AC: Eu vou acabar com você Hellion.
O soltei e ele desapareceu no ar. Virei-me pra jovem e a acalmei levando-a para perto da polícia, mas sem que me vissem. Kyle me encontrou porque por algum motivo sabia que eu estaria onde houvesse gritos de medo, eu mereço né? Contei o ocorrido pra ele e ele falou que ia modificar as memórias da garota antes de ir pra casa. Voltei para perto da família da Mi que mesmo àquela hora da noite ainda estava no parque sem acreditar que o Rei havia morrido... E eu sem acreditar que estivera tão perto de acabar com ele... Decidi contar pra Mirian e ela ficou preocupada como eu esperava, mas a acalmei dizendo que ele já tinha desaparecido daqui... Mas ele ainda estava por perto...
Alucard Wingates Chronos às 2:47 PM

Wednesday, August 16, 2006

You were always on my mind

Do diário de Alex Mcgregor

Faltavam alguns dias para eu voltar para a escola, então tia Amélia, mãe das minhas primas Elizabeth, Alice e Hanna, convidou-me para passar alguns dias na casa recém comprada deles, nos subúrbios de Londres. Claro, que era engraçado ver uma casa igual às milhares de outras, numa rua chamada Glicínias, cercada de trouxas. Tia Amélia e tio Joseph, de longe já eram os esquisitos da rua, ainda bem que empatados com eles estava a Arabella Figg. Ela havia nascido em família de bruxos, porém não possuía poderes. Era chamada de aborto. E tinha uma enorme coleção de gatos que viviam aparecendo na casa da minha tia.
- Nãããããããããããoooooooooooooooooo!
TUM!
Caí da cama ao ouvir o grito desesperado de Alice. Peguei a varinha e saí descabelada para o corredor.
-O que foi que aconteceu? - perguntei encontrando minha prima chorando.
- Quem morreu? – perguntou Hanna e Alice que antes chorava silenciosamente agora berrava.
Elizabeth que a abraçava com lágrimas nos olhos e disse:
- O Rei morreu!
- Que rei? Nós não temos rei... Temos? - disse tentando lembrar se havia algum rei no mundo bruxo...
- Elvis. - ela respondeu simplesmente.
- Ah sim, ele. Peraí, como assim morreu?
Então ela me mostrou o Profeta Diário com a seguinte manchete, que comecei a ler rapidamente:

"Morre o Rei do Rock",
No dia de 16 de agosto de 1977 o mundo fica triste! A morte de Elvis Aaron Presley, causada por colapso fulminante associado à disfunção cardíaca, surpreendeu o mundo provocando comoção como poucas vezes fora vista em nossa cultura.O desenlace ocorreu, possivelmente, no final da manhã, no banheiro de sua suite, na mansão Graceland na cidade de Memphis, no Tennessee-EUA.

Embaixo vinha uma foto de Graceland, a casa dele, e uma enorme quantidade de fãs, fazendo vigília na frente.
Eu não podia acreditar: ele havia partido.
- Vamos lá... – disse pra elas.
- Onde? Em Graceland?
- Não, tia Amélia vai achar que estamos loucas... Mas precisamos nos despedir dele de alguma forma.
- A Alex está certa. Temos que nos reunir com aqueles que estejam de luto como nós. Arrumamos-nos rápido e fomos ate o Hide Park e já havia muita gente reunida lá, alguns colocavam flores num santuário improvisado com as fotos do Rei. Outros acendiam velas, e todos cantavam seus sucessos, desolados, chorando.

California
Baby let me be
Your lovin?teddy bear
Put a chain around my neck
And lead me anywhere
Oh let me be
Your teddy bear
Baby let me be
Around you every night


Todos iam chegando e iam se juntando em suas homenagens. Alguém teve a idéia de pôr a televisão na garagem de uma casa e outros aderiram, assim íamos acompanhando as notícias ao redor mundo. Havia muita dor e desolação, inclusive de alguns lideres mundiais.

Love me tender,
love me sweet,
never let me go.
You have made my life complete,
and I love you so.


Estávamos ali há mais de cinco horas e aquilo já estava dando nos meus nervos. Eu adorava o Elvis, sério, mas ficar horas de pé cantando no meio da rua, com fome, com sede e cercada de uma multidão com vários tipos esquisitos não fazia muito a minha cabeça. Alguns até usavam algumas substâncias ilícitas, que logo fariam a policia dar uma revista geral em todo mundo. Aos poucos um palco foi improvisado e algumas pessoas começaram a bancar os cantores, pois havia muitos músicos por ali, e alguns imitadores começaram a fazer um show em tributo ao rei.
Sabe que alguns até realmente se pareciam com ele? Prova disso é que em determinada hora uma lourinha foi tirada do palco histérica, se agarrando ao cover do Elvis. Do lugar onde eu estava pude ver que era a Monn, a polícia estava tendo um trabalho danado para segurá-la.
- tsc, tsc, tsc... Solte a moça, ela só é apaixonada. – falou um imitador do nosso lado.
- É, e quem não era? – comentei e olhei para quem falava, tomando um choque.
Os mesmos olhos, o jeito de sorrir, o cabelo, a echarpe branca no pescoço, tudo era dele. O.O
- Você não morreu, não é? - perguntei, e minhas primas começaram a olhar para o estranho. Ele deve ter me achado louca e começou a se afastar, enquanto mexia no cabelo. Andamos atrás dele e ele logo entrou num carro escuro com motorista. Antes de ir, olhou para nós e sorriu daquele jeito que o Elvis fazia nos shows.
- Talvez tudo seja uma ilusão. - e o motorista arrancou com o carro, nos deixando cada vez mais intrigadas.
- Era ele não é?- perguntou Elizabeth.
- Eu acho que sim. Quero acreditar que sim. - respondeu Hanna.
- Ah, pra mim ele não morreu. Acho que ele resolveu se afastar e viver a vida dele em paz. - disse Alice.
- Creio que já prestei minha homenagem, agora é hora de ir pra casa, como o Rei. - disse ainda olhando para o local por onde o estranho havia partido. Minhas primas concordaram e cortamos caminho pela Rua dos Alfeneiros, enquanto cantávamos nossas músicas favoritas e uma certeza em nosso coração:
Enquanto houver desejo e emoção, Elvis Presley viverá.

Maybe I didn't treat you
Quite as good as I should have
Maybe I didn't love you
Quite as often as I could have
Little things I should have said and done
I just never took the time
You were always on my mind
You were always on my mind


Nota da Autora: músicas: (Let me be) your teddy bear, Love me tender, Always on my mind, alguns sucessos do eterno rei do rock Elvis Presley.

Monday, August 14, 2006

Enquanto isso, em Gotland City...

Do diário de Scot Foutley

Todo ano, durante uma semana do mês de Agosto, a principal cidade de Gotland, Visby, se enfeitava para Semana Medieval, em celebração a conquista da ilha pelo rei dinamarquês Waldemar Atterdag em 1361. O festival era muito legal, tinham espetáculos históricos, torneios com cavaleiros, concertos, mercados medievais e varias outras atividades culturais. Para onde você virasse, esbarrava com pessoas fantasiadas como na era medieval, homens usando aquelas calças esquisitas, mulheres com vestidos cheios de enfeite, arqueiros, bobos da corte, trovadores, acrobatas, reis e rainhas...

Eu vinha todo ano com a minha família, já era tradição e uma maneira que encontrávamos de ao menos por uma semana nas férias sairmos juntos. Esse ano vínhamos um pouco mais a contragosto, andávamos brigando o tempo inteiro e papai estava irritado, com os nervos a flor da pele. Mas como mamãe insistiu que ele viesse e teve o nosso apoio, ele acabou cedendo. Ok, nosso apoio não era pela semana em família, mas sim pelo show do ABBA que teria hoje à noite, mas ele não precisava saber desse detalhe. Papai tinha aversão ao ABBA! Assim que chegamos ao local nos dispersamos. Megan encontrou um grupo de amigas e foi com elas brincar nas barracas, Wayne se juntou ao David Wortshafter, o Wart, seu amigo de infância mais retardado que uma mula e desapareceram na multidão e eu fui andar pela feira com Karen, deixando papai e mamãe sozinhos por lá.

- Que tal tentar a sorte no arco e flecha? – ela falou saltitante
- Péssima idéia, sabe que sou ruim na pontaria.
- Melhor, assim ganho de você! Vamos!

Karen agarrou minha mão e foi me puxando pelo meio das pessoas até a área cercada. Um homem vestido de bobo da corte nos entregou os arcos e um saco cheio de flechas. Karen já tinha intimidade com aquelas coisas e começou a disparar as flechas na direção do alvo. Eu ainda fiquei um tempo tentando encaixar a minha, mas começou a juntar gente em volta pra ver os ‘arqueiros’ em ação e coloquei aquilo de qualquer jeito no arco, disparando a 1ª. A pressão daquilo foi tão grande que fui lançado para trás, me equilibrando para não cair. Karen começou a rir e ignorei, lançando a 2ª flecha. Ao invés de lançar para baixo, foi para o alto, e ouvi um chiado e algumas penas caindo: aceitei um pássaro desafortunado que passava na hora. Minha irmã agora gargalhava e me invoquei, esticando o braço cheio de pose e mirando no alvo, dessa vez ia acertar, era questão de honra! Respirei fundo e larguei o dedo. A flecha disparou feito um foguete, traçando uma reta até um arbusto do lado do alvo. Karen já comemorava por ter vencido quando alguém gritou, caindo em seguida de dentro do arbusto. Era um garoto que reconheci como um namoradinho de Megan nas férias, que eu detestava. Minha irmã saiu logo em seguida desesperada e ajudando-o a levantar. Tinha acertado a flecha na bunda dele.

- Vamos embora, larga os arcos! – Karen falou apressada e atirei tudo no chão, correndo com ela.
- Hei esperem! Vocês não terminaram de jogar! – o bobo da corte falou, mas nem demos atenção.
- Será que ela nos viu? – falei afobado, mas rindo muito.
- Acho que não, estava ocupada. Declaro sua a vitória, só por ter flechado aquele garoto chato!

Passamos correndo pelas pessoas na feira esbarrando em todo mundo, às gargalhadas. Papai odiava aquele tal de Robert, ia ficar até feliz se contássemos que eu ataquei de cupido às avessas. Paramos para comprar maça do amor e Wayne passou disparado por nós dois, gritando agitado ‘Papai vai participar do duelo, papai vai participar do duelo’. Karen e eu nos entreolhamos espantados, mas disparamos na mesma hora atrás de Wayne, que corria na direção do anfiteatro onde normalmente ocorriam os torneios com os cavaleiros naquelas armaduras prateadas. As arquibancadas da arena estavam lotadas e Wayne correu para o canto dela, onde logo avistamos mamãe aflita, tentando convencer papai à não entrar lá. Ele estava paramentado com aquelas armaduras, carregava uma lança e andava com dificuldade, talvez por ser tudo muito pesado. Wayne logo se prontificou a ajudá-lo com o capacete e mamãe batia nele para que não desse mais corda, mas era tarde demais. Papai se ajeitou naquela roupa e montou no cavalo meio sem jeito, abaixando o visor de proteção e cavalgando para o centro da arena.

- Ah vamos sentar rápido, quero assistir a isso de camarote!! – Karen falou rindo alto e me puxando para a tribuna de honra.
- Ô mãe, o que o pai tem? Ele perdeu o juízo? – perguntei quando ela sentou ao nosso lado, nervosa.
- Paramos para experimentar o ponche numa dessas barracas e ele acabou exagerando um pouco... Vocês sabem como o pai de vocês fica exibido quando bebe! Bastou um infeliz desafia-lo e pronto, ele está achando que é o Rei Arthur!
- Melhor o Lancelot... Rei Arthur era o marido traído! – falei rindo e Karen me beliscou
- OK, falei com o mediador, ele disse que não tem perigo nesses torneios. Eles colocam cortiça na ponta das lanças e tem médicos de plantão pra algum eventual acidente. – Wayne falou vindo se sentar conosco e nos distribuindo binóculos
- E você quer me tranqüilizar com essa informação?? – mamãe berrava
- Relaxa mãe, que mal pode acontecer? Papai está querendo descontrair! – Karen falou se divertindo com aquilo
- É mãe, agora não tem jeito... A não ser que a senhora encarne a Guinevere, vai ter que ficar sentada aqui e assistir ao torneio... – completei

Mamãe se sentou conformada no banco e apertou os binóculos contra os olhos, mordendo os lábios de aflição. Uns homens vestidos a caráter entraram na arena e depois de ler um pergaminho com as regras, um deles tocou uma corneta e papai e o oponente recuaram com os cavalos cada uma para uma extremidade, ficando na mesma direção. Eles emproaram as lanças e quando a corneta tocou outra vez, dispararam com os cavalos. A cena que veio a seguir foi a mais inusitada que já presenciei em toda a minha vida: enquanto papai cavalgava contra o outro cavaleiro, o capacete começou a entortar na cabeça e ele querendo enxergar, se concentrou em ajeitá-lo. A lança então pendurou para o lado, arrastando no chão, fazendo um risco na areia. Ele já estava quase se chocando com o outro cara quando ergueu a cabeça de novo e se assustou com a cara do cavalo do oponente bem na sua frente. A lança que arrastava no chão já sem a cortiça cravou na areia, o cavalo freou para evitar o choque e meu pai foi arremessado para cima do outro cavaleiro, com armadura e tudo. Os dois deram um encontrão no ar e caíram embolados no chão, espantando os cavalos.

Mamãe já ia levantar da tribuna de honra e ir socorrer o papai quando eles se levantaram e cataram as lanças que jaziam no chão, rodeando a arena incitando uma contra o outro. A multidão agora gritava alucinada, encorajando-os a duelar, e eu e meus irmãos nos juntamos ao coro pedindo luta. O outro cara avançou com a lança pra cima do meu pai e ele desviou ao mesmo tempo em que gritamos ‘olé’. Ele se levantou e já ia partir pra cima outra vez quando meu pai largou a lança no chão e agarrou a cabeça do cara, girando com ele na areia. O homem conseguiu se soltar e teve inicio uma verdadeira caçada, com ele correndo pela arena gritando e meu pai feito um touro atrás dele de braços esticados. Minha mãe agora se descabelava e os bobos da corte interviram, apartando os dois. Eles carregaram meu pai todo cheio de terra para a tenda médica e corremos até ele, a barriga doendo de tanto rir.

- STUART! Perdeu o juízo? Quantos anos você tem? 5??
- Muito bom papai, muito bom! – Wayne dizia rindo
- Mostrou pra ele quem manda! Meu herói! – Karen completou
- Não sabia que o senhor andava a cavalo! - falei
- Parem de dar apoio a isso, já chega! Ande, levante dessa maca e vamos embora!
- Ah não mãe! O show do ABBA vai começar daqui a pouco! – falei e Karen e Wayne concordaram
- Sim Isadora, vamos ficar para ver o ABBA com as crianças...

Olhamos para papai em choque, tendo certeza que ele ainda estava sob o efeito do álcool, mas nos aproveitamos da deixa para ficarmos na feira até o fim do show. Saímos de lá e paramos em um dos restaurantes temáticos da feira, sentando em uma mesa de pedra redonda, comendo aquelas comidas pesadas e conversando animados, como não fazíamos há muito tempo. Quando escureceu nos encaminhamos para a arena outra vez, agora para assistir ao show do ABBA. Já estava lotado, mas como papai tinha influência mesmo estando bêbado, conseguimos vaga na tribuna de honra. Megan se juntou a nós dizendo que havia largado o Robert de bunda pro ar no ambulatório e pela primeira vez em muitos anos vi minha família toda junta brincando, sem brigas, tendo mesmo que por 2 horas um gosto em comum. Claro que amanhã papai vai ficar horrorizado quando contarmos que ele se fantasiou de cavaleiro da távola redonda na frente de uma multidão de trouxas e bruxos, lutou como um sumô na areia e dançou cantando à plenos pulmões ‘Dancing Queen’, mas ninguém mandou beber ponche demais. E sim, nós não íamos deixá-lo esquecer desse dia nunca mais! Wayne tem razão: tudo acontece em Gotland City...

Thursday, August 03, 2006

Casos de família

Diário de Alucard W. Chronos

- AI QUE BONITINHO!! – Uma das tias da Mirian gritava enquanto apertava minha bochecha com força.
- Ah!! Você não é meio vampiro?! Suas presas são pequenas! – outra tia da Mi que era dentista, tentava abrir minha boca pra olhar meus dentes
- E ESTÁ DISNUTRIDO! TEM QUE COMER ALGO!! – Outra tia enfiava pedaço gigantes de bolos pela minha boca
AC: Socorro Mi! – eu tentava falar engasgado com bolos, enquanto fugia dos apertos na bochecha e da dentista maluca
MC: Tias, calma deixem ele respirar também! – Mi tentava me puxar pra perto dela em meio a muitas risadas
AC: E você ri?! – eu falava meio chocado enquanto massageava as bochechas, eu já não as sentia direito
MC: Mas é engraçado Lu! Tia Joana, não aperta tanto as bochechas do Lu! Tadinho dele.
- Ah, mas é porque ele pe fofinho!! Tem umas bochechas muito fofas!!
AC: *medo* Érr..Senhora Stuart, minhas pressas são do tamanho das pressas de um vampiro normal
- Mas sempre pensei que elas eram gigantes! Elas não cortam o pescoço da vítima?
AC: Não, tecnicamente eles só perfuram para o sangue fluir para fora do corpo...E elas só crescem mesmo quando eu quero
- Que interessante...Ah!! Então é por causa delas que você não consegue comer direito!! TADINHO!! Mirian você tem que cuidar mais do seu namorado!! Peraí que vou te trazer comida!
Ela correu pra pegar um prato cheio de bolos de caldeirão, feijõezinhos de todos os sabores e tantas outras guloseimas. Eu olhei suplicante para Mirian, não queria ter minhas bochechas arrancadas, muito menos meus dentes, e também não queria engolir uns 10 quilos de açúcar! Ela segurou minha mão rindo e saiu me puxando pela festa. A festa era de certa forma pra me apresentar a família, mas também era um encontro em família. Era um dia ensolarado e haviam várias e várias mesas espalhadas pelo jardim da casa dos Capter. Os primos mais novos da Mi corriam para todo lado brincando de roubar varinhas e estourar caramujos, isso quando não faziam uma roda em volta de mim pra ficarem olhando vidrados. Os tios e o pai dela estavam andando pelo jardim falando de política, problemas da magia e papos chatos. E as tias da Mirian...ou estavam conversando com a Sra. Capter ou estavam correndo atrás de mim para rançar um pedaço da minha bochecha, para estudar meus dentes, para me entupir de comida, para dizer que eu era alto, para dizer que fazíamos um belo casal, para dizer o quanto eu parecia ser sério...Elas me davam medo!! Muitas vezes a Mirian era chamada em uma das mesas porque queriam me conhecer e eram sempre as mesmas conversas:
- Vocês são tão bonitinhos juntos!
- Você está uma moça Mirian! E seu namorado um homem!
- Eles são tão fofinhos juntos...da vontade de apertar a bochecha dele! É tão bonitinho, tão fofinho... – sim elas realmente me davam medo...pareciam um bando de taradas!! A Mirian ria muito e implicava comigo dizendo que era minha culpa ser atraente, bonito, fofo, gostoso...ta não me enche diário...
Mas o pior eram os primos da Mirian, que ou tinham a mesma idade que nós dois ou um pouco mais velhos. Eles eram quem eu mais me estressava e me segurava, pois adoravam implicar comigo. A maioria já tinha terminado Hogwarts ou cursavam Durmstrang. O mais velho, Bernard, era o mais legal de todos e nos demos muito bem. Ele era muito inteligente e conversamos bastante, já que ele trabalhava no Ministério e conhecia meu clã. Geralmente para fugir das tias “taradas”, dos tios chatos e dos primos ainda mais chatos, eu ia conversar com ele enquanto a Mirian ia atender alguém que a chamava. O que o Bernard tinha de legal e amigo, o Tomas tinha de irritante e antipático. Ele e mais três primos vivam querendo me encontrar sozinho num canto para me bombardear com perguntas...Sempre liderados pelo Tomas que pelo visto não gostou muito de mim...
Uma dessas “reuniões” aconteceu quando eu voltei de uma conversa com o Sr. Capter e os tios da Mirian, pois o Sr. Capter queria me apresentar a eles, estávamos nos dando bem finalmente. Eu vi o Bernard perto da tia tarada por bochecha e só de pensar em chegar perto minha bochecha doía. A Mirian estava perto de umas primas dela e conversavam alegremente cheias de risinhos enquanto me olhavam de vez em quando. Resolvi ir pra lá, mas no meio do caminho, Tomas e seu bando apareceu e me cercou, me deu vontade de rir deles, porque pensavam que assustavam alguém...Eu era uns bons centímetros mais alto que todos eles e provavelmente mais forte, mas resolvi segurar o riso e ver no que dava.
- Então Chronos, já se metendo na nossa família – Tomas tomou o início da conversa
AC: Que posso fazer se sua prima me ama, suas tias me adoram, seus tios gostaram de mim e suas primas me aprovam?
- Que tal sumir daqui? – um deles arriscou, o nome era Stuart
AC: sumir? Por que?
- Porque nós queremos. Não queremos nenhum garoto perto da Mirian. – um tal de Scheiner falou abusado
- É! Não queremos principalmente um mestiço perto dela! – Scheinor irmão do Scheiner falou arrogante
AC: Do que você me chamou Scheinor?
- Mestiço, e é isso que você é. Um mestiço. Um meio vampiro imundo – Edward falou
AC: Se você sabe o que sou, devia medir mais as suas palavras.
- E por que? Não temos medo de você – Tomas tomou a frente me dando um pequeno empurrão e me deixei chegar pra trás...
AC: Pois deveria seu idiota...
- Idiota?! Idiota é você vampiro! Não quero você perto da minha prima! – Tomas avançou novamente me dando novo empurrão com mais força, só que dessa vez eu nem me mexi e o agarrei pela gola
AC: Se é pra atacar eu vou atacar, humano. Preste atenção...
- Preste atenção você vampiro! Se você continuar perto da Mirian, se ousar pensar em atacá-la, se machucá-la, se magoá-la, eu irei tirar esses seus caninos com minhas próprias mãos!
Tomas me encarou cheio de força e arrogância, enquanto os outros 3 se aproximavam encorajados pelo primo e fechavam o circulo prontos para briga. Eu me estressei e deixei meus olhos vermelhos e os caninos brotarem. Os outros três recuaram na hora e vi medo nos olhos de Tomas. Posso não ser um vampiro completo, mas o medo é um alimento melhor que o sangue para qualquer vampiro e o medo dos quatro só me deu mais força.
AC: Ué? Você não falou que ia rançar minhas pressas com as próprias mãos? Vamos estou esperando. Porque eu não vou me afastar da Mirian, nunca. E eu nunca a machucaria por motivo algum, com ou sem essa sua ameaça de nada.
- Eu não tenho medo de você! – Tomas falou entre dentes tentando manter os olhos nos meus
AC: Hahahahahahaha! Não tem?! Não é isso que estou vendo...Agora não se esqueça de algo: quem eu sou. Eu posso em um segundo acabar com vocês quatro, posso viajar a noite inteira e o dia também para chegar na escola de vocês ou na casa de vocês durante a noite. Posso fazer vocês vislumbrarem o maior medo de cada um. Então não venha querendo se fazer de homens, porque vocês são tudo, menos homens.- Eu o soltei com um leve empurrão e vi enquanto os quatro se afastavam meio apreensivos sem querer correr.
- Você me paga Chronos! Não tenho medo de você! Mestiço! – Tomas falou um pouco mais alto enquanto corria com os primos. Eu usei minha agilidade e cortei a blusa de cada um na altura do braço com minhas unhas e parei de frente para eles
AC: Esse é apenas um pouco do que eu posso fazer, não os machuquei não se preocupem. Mas algo que vocês também não devem esquecer, vamos dormir no mesmo quarto queridos amigos. E eu não preciso dormir durante a noite...
Isso foi o bastante para eles e correram com medo, mas sem parar de lançar insultos enquanto corriam rindo. Mas Tomas esbarrou em alguém e ele gritou com medo de ser eu novamente, mas era o Sr. Capter, Bernard e o pai de Bernard e Tomas, o Sr. Wellington.
- Que história é essa de insultarem o Alucard?! – O Sr. Wellington gritou com o filho.
- Pai..ér pai, ele nos ameaçou! – Tomas mentiu
- Deixe de ser mentiroso Tomas! Nós ouvimos tudo, vocês o atacaram primeiro e ele apenas se defendeu – Bernard falou em minha defesa
- E Lu é um ótimo garoto, não faria nada sem motivos. Vocês quatro parecem que não tiveram educação! Envergonhando nossa família na frente do Alucard?! – Sr. Capter deu uma bronca nos quatro enquanto eles só podiam ficar quietos.
- Venham, estão todos os quatro de castigo! – Sr. Wellington e o Sr. Capter puxaram os 4 pelos braços enquanto o Sr. Capter me dava um olhar de amizade e cumplicidade.
- Me perdoe pelo meu irmão. Ele as vezes é um completo idiota – Bernard falou envergonhado.
AC: As vezes??!!
Nós dois rimos e voltamos para o centro da festa onde todos já comentavam a falta de educação dos garotos. Os primos mais novos novamente me cercaram meio admirados e queriam ver meus dentes ou que eu os pegasse no colo. As tias “taradas” novamente me cercavam pedindo desculpas, tentando empurrar mais comida etc enquanto os tios também vinham conversar comigo alegremente pedindo desculpas e me cumprimentando pela educação. Consegui escapar de todos e me encontrei com a Mi numa mesa mais afastada para explicar tudo. Ela riu muito e falou que eles iriam me odiar e ter medo de mim pelo resto da vida. Que bom, assustei minhas primeiras vítimas!
Alucard Wingates Chronos às 11:17 PM