Thursday, August 31, 2006

Esse ano promete!

Do diário de Louise Storm

- Tchau vovó, tchau vovô! Obrigado pela vassoura!
- Comportem-se! Louise fique de olho no seu irmão!
- Eu não preciso que ela tome conta de mim!
- Anda, sai da minha frente, George... E tira o seu malão do caminho, eu não vou guardá-lo!
- Chata...

Empurrei meu irmão da janela para dar uma ultima olhada em meus avós, antes que eles desaparatassem da estação de King’s Cross. Vovó estava diferente, mais carinhosa e atenciosa que o normal, prova disso é que comprou uma vassoura absurdamente cara para George de aniversario. Durante as duas semanas em que passamos em sua casa, conversávamos o tempo inteiro, sobre tudo. Ela contava historias da época em que tinha a minha idade, eu contava as minhas e riamos muito, mas sempre que eu tentava perguntar sobre as coisas que ela me mandara durante o ano anterior, ela desviava do assunto, até que por fim desisti.

Demos um longo abraço antes de entrarmos no trem e a sensação que tive era que aquela era a ultima vez que abraçava minha avó. George é claro, não percebeu nada. Mas por que perceberia? Ele estava agora suando para colocar o malão no alto do compartimento quando o irmão mais novo do Sirius apareceu. Eles dois eram melhores amigos, inseparáveis, e embora eu não gostasse muito do Régulo, não me atrevia a falar por ter certeza que George reagiria mal. Os dois saíram da cabine conversando e Scott entrou sorridente.

- Tem espaço aqui pra mim? – falou jogando a mochila no chão
- COTT!

Levantei do banco e pulei nele que quase o derrubei no chão. Ele estava diferente também, eu não era a única a mudar o visual. Cott abandonara o penteado pratico de sempre e usava agora os cabelos arrepiados e um topete arrumadinho, que devia dar o maior trabalho de fazer. Alex chegou em seguida e logo a cabine estava tomada pelo falatório, todos querendo contar suas férias ao mesmo tempo. Yulli e Mark estavam fazendo a ronda e chegaram uma hora depois, atrás da moça do carrinho da comida.

- Olá crianças! Sentiram nossa falta? – Yulli falou se jogando por cima da gente no banco
- Estou morrendo de fome! Ei Scott gostei do cabelo! Levou um choque? – Mark falou cumprimentando o Cott e se servindo de um pedaço de bolo de caldeirão.
- Lou, adivinha a novidade! – Yulli falou
- Que novidade?
- O Remo é o novo monitor-chefe!
- Mark! Era pra ela adivinhar!
- Jura? Ele não falou nada nas cartas que me mandou... Alias, vou procurá-lo! Nos vemos depois.

Deixei meus amigos conversando e sai pelo corredor do trem em direção a cabine dos monitores. Estava morrendo de saudades de Remo, não nos víamos desde o fim do acampamento e tinha certeza que ainda o encontraria lá dentro. Se ele agora era monitor-chefe, deveria ser o último a começar a patrulhar os vagões. Espiei pelo vidro e Remo, como previsto, arrumava alguns pergaminhos em cima da mesa, distraído.

- Então... Só porque agora você é autoridade máxima entre os monitores, esqueceu que tem namorada? – falei fingindo estar magoada
- Como isso pode ser possível, se tudo que faço é pensar em você? – ele riu vindo me abraçar e me beijando.
- Estava com saudades... Nunca desejei tanto voltar a Hogwarts.
- E eu nunca pensei que a perspectiva de me formar fosse ser tão ruim.
- Pois é... Mas ainda temos um ano inteiro juntos na escola, vamos aproveitar cada segundo...

Ele me olhou desconfiado e fechei a porta da cabine para que ninguém entrasse de surpresa. Ele então abriu um sorriso e me puxou pra cima dele, sentando no banco. A ânsia de matar as saudades do tempo que ficamos afastados era tanta que perdi a noção da hora e talvez se não tivéssemos sido interrompidos, as coisas talvez tivessem, hum, esquentado um pouco.

- Er, desculpa... – falou o sonserino retardado que abriu a porta de repente, fazendo com que saltássemos do banco com o susto.
- Não sabe bater? – Remo falou irritado
- É que estamos precisando de ajuda, uns alunos estão brigando no 5º vagão e só monitores-chefes podem tirar pontos...
- A Farkwar não pode ajudar? Ela é a monitora-chefe!
- Não estamos encontrando-a, vai ter que ser você mesmo...
- Ta bom, ta bom, já estou indo!

O sonserino saiu sem graça da cabine, deixando a porta aberta. Eu já estava de pé desamassando a saia, mas Remo me puxou de volta para o banco. Passei a mão pelo seu pescoço e o beijei lentamente, provocando. Podia sentir os pelos da nuca dele arrepiarem. Em seguida me afastei.

- Vou voltar pro vagão dos meus amigos. É melhor você ir resolver logo a confusão antes que os alunos se matem...
- Ahn tudo bem... – ele falava devagar, abrindo os olhos - depois que eu resolver isso procuro você.
- Tudo bem – ia sair do vagão, mas parei vendo que ele continuava sentado - Não vai ate lá?
- Vai indo na frente, eu vou daqui a pouco...
- OK. – mas nem cheguei a sair e comecei a rir – Desculpa... Quer uma água?
- Não, obrigada... – disse vermelho e fechei a porta ainda rindo, caminhando para o fim do trem.

Voltei para o final do trem e depois de um tempo ele apareceu na cabine. O resto da viagem foi tranqüila, sem interrupções: Scott passou o tempo todo jogando snap explosivo com Mark, Yulli e Alex respondiam animadas a um quiz no semanário das bruxas e eu e Remo ficamos encostados no banco abraçados, observando os outros sem dizer nada. Quando o trem parou em Hogsmeade desembarcamos apressados e assim que vi a silhueta do castelo de longe, tive certeza: estava em casa!