Saturday, June 30, 2007

Cheek to cheek

do diário de Alex McGregor

Poucos dias antes do baile de formatura, sala precisa, 7° andar.

- Owch! você demorou, Alex.
- Deixe de ser resmungão. Ao contrário de você, continuo aqui ano que vem e ainda tenho aulas. Estava com a Endora.
- Ah sim: "vejo algo perigoso em seu futuro senhor Black, precisará aprender a agir com a razão ao invés do coração se quiser chegar á velhice..." Humpft como se eu quisesse envelhecer...– disse Sirius imitando a voz da professora de Astronomia.- tentando me fazer rir mas conseguiu o oposto.
- Não zombe do que não conhece Black, não fará mal algum em ouvi-la. – ralhei com ele.
- Ok, Ok, não vamos brigar por causa disso. - E me empurrou até o baú que estava parado num canto da sala.
- Não creio que sua avó mandou tudo isso. Que museu!- disse puxando uma cartola antiga.
- Para sua informação algumas peças daí meu avô usou até a pouco tempo atrás.
- O quê? As meias pretas com elástico?- e puxou um elástico preto e o esticou como se fosse um estilingue e ele pulou acertando a parede do outro lado.
- Os suspenssórios, Sirius ¬¬ - respondi erguendo as peças e não resisti e dei risada quando Sirius pegou um par de sapatos de duas cores.
- Certo, vamos pegar o que interessa e mãos à obra.- ele disse e ficamos até tarde lutando contra a poeira e traças do velho baú de roupas de minha avó.

Baile de Formatura

Após o discurso rápido de Dumbldore feito ao final da colação de grau a verdadeira celebração começou quando Celestina Warbeck entrou no salão usando um vestido muito chique e cantando:

Gonna take a sentimental journey
Gonna set my heart at ease
Gonna make a sentimental journey
To renew old memories

Após os 5 segundos entre correr e ter uma crise de diabetes saímos para os jardins, onde o palco pra o show dos The House-Elves, estava montado. Sirius veio para o meu lado e sussurrou:
- É agora!
Deixei meus amigos, e corri com ele até atrás do palco numa espécie de camarim improvisado. Karen já estava lá e disse sorrindo:
- Não acredito que farão isso.
- Culpa sua professora...- começou a dizer Sirius.
- Pode me chamar de Karen, agora você está formado... – ela disse e ele respondeu contente:
- Culpa sua, Karen, que nos deu aulas temáticas para entrar no clima. Quando vi a alegria de Mimi com o tema da festa, me empolguei rsrsrs. - respondeu Sirius.
- Ok, agora pedirei a Minerva anunciar, ela está ansiosa. Até parece que ela é quem vai dançar.
- Então mais tarde mostrarei a ela como rodopiar, igual aos velhos tempos rsrs.- e Karen saiu indo avisar à vice-diretora que estava tudo pronto.
- Pronta McGregor?- como eu balancei a cabeça afirmativamente ele disse:
- É isso aí: Que comece o Show!

Entramos no palco silenciosamente aproveitando a escuridão e não demorou muito e logo o show de dança era anunciado. Um feixe de luz forte veio em nossa direção e a musica começou.

Heaven, I'm in heaven
and my heart beats so that I can hardly speak
And I seem to find the happiness I seek
When we're out together dancing cheek to cheek

Sirius me girava ao redor do salão e eu usava o vestido de tom claro que minha avó havia mandado e prendi meu cabelo estilo anos 40, Sirius usava casaca e cartola, junto com sapatos de duas cores de meu avô, e ao som do disco que Karen colocou para nós na hora certa parecia que estávamos fazendo uma das famosas cenas dos filmes de Fred Astaire e Ginger Rogers.

Oh, heaven, I'm in heaven
and the cares that hung around me through the week
Seem to vanish like a gambler's lucky streak
When we're out together dancing cheek to cheek

Ao final da apresentação, as pessoas nos aplaudiram empolgadas e nossos amigos riam muito enquanto zoavam ao Sirius e a mim, mas não ligamos tudo era por uma boa causa: diversão.
- Oi Alexandra!
Ouvi uma voz conhecida e virei-me rápido. Logan usava smoking e tinha os cabelos úmidos de brilhantina, e estava sorrindo para mim.
- Logan... Como conseguiu vir? Não tinha mais convites... - disse pegando suas mãos.
- Um amigo seu me enviou o convite hoje, por isso cheguei atrasado. – ele disse e apontou para Sirius que tinha um ar maroto no rosto. Fui até onde Siris estava e disse baixo:
- Pensei que não gostasse dele...
- E não gosto. Acho que eu conseguiria ser um namorado melhor. Mas como você me ajudou com a dança, achei que merecia um presente para lembrar de mim. Sabe... É sempre fácil conseguir as coisas quando você sabe quem apertar rsrsrs.
- Sirius você será sempre lembrado como um ótimo amigo e que sempre vai poder contar comigo. - dei-lhe um beijo de leve no rosto e me afastei com Logan.
- A senhorita me daria a honra de uma dança? Não sou Fred Astaire, mas posso tentar. - Logan disse charmoso.
- Não você não é Fred Astaire, mas sempre teremos Paris. – disse imitando Ingrid Bergman no filme Casablanca e ele entrou no clima.
- Toque outra vez Sam...
Enlaçou-me pela cintura e passamos o restante da festa curtindo as músicas variadas enquanto a última festa da era dos Marotos, corria solta.

To heaven, I'm in heaven
The cares that hung around me through the week
seem to vanish like a gambler's lucky streak
Oh, when we're out together out together
When we're out together dancing cheek to cheek

Pena que ao final da noite, tivemos que correr até a enfermaria para tentar descobrir porque Alucard mais uma vez havia desmaiado. Embora eu tivesse minhas desconfianças, não poderia expô-las em voz alta, não numa noite de festa.


Nota da Autora: Cheek to Ckeek, Ella Fitzgerald & Sentimental Journey, Doris Day

Friday, June 29, 2007


A manhã de sábado já estava completamente tomada pela ansiedade de todos os estudantes do castelo. Os professores andavam de um lado para outro instruindo os elfos na decoração para a festa de mais tarde, e todo mundo parecia ter se esquecido completamente de todos os problemas para curtir o fim de mais um ano letivo.
Quando tomávamos café, professor Flitwick e Hagrid, traziam um piano que pousaram no canto do Salão Principal com cuidado. Olhei para meus amigos assombrada.

YH: Piano? UAU, isso vai ser melhor do que pensávamos! – sorri. Scott e Sam se espremeram dos nossos lados com a mesma cara de choque.
SF: Você queria o que? Que Celestina Warbeck cantasse ao som das baterias de The House-Elves? – Scott levantou a sobrancelha parecendo contrariado com uma idéia dessas.
AM: Para te falar a verdade, Cott, nem fazíamos questão de Celestina Warbeck! Sabe... Doce demais! – Alex fez uma careta e todos riram concordando enquanto Scott indignado se servia de suco de abóbora.

Na mesa da Grifinória os formandos do ano acabavam de fazer um brinde barulhento soltando aplausos dos demais.

LS: Nem acredito que já estão se formando. O tempo passou voando! – Louise sorria para Remo, mas o olhar dela era saudoso.
MF: E ano que vem somos nós! – Mark concluiu engolindo em seco. – Não imagino minha vida fora de Hogwarts.
SW: Nem eu...

°°°

RL: Senhoras e senhores, boa noite! – Remo olhou para todos sorrindo. Louise apertou meu braço.
LS: Ele não está lindo hoje?
YH: Está, mas você podia soltar só um pouco meu braço? Está dormente... – ela soltou pedindo desculpas e riu.

RL: Primeiramente, gostaria de agradecer todos vocês pela presença essa noite. Uma noite muito especial para todos nós, formandos. – ele parou de ler dando uma olhada em cada um dos colegas sentados à sua frente, de beca. – Essa noite não marca somente o fim de uma era... Marca o início de uma nova vida!
Sete anos! Sete anos vividos intensamente, de sala em sala, de torre em torre, de corredor a corredor. Acho que todos nós estamos saindo de Hogwarts com muitas histórias para contar! Quantas confusões, detenções, armações. Quantas festas no meio da noite, conquistas, taças. Quantos romances passageiros e amores verdadeiros... – Remo sorriu brevemente para Louise que apertou novamente meu braço e o de Scott do outro lado. Ele soltou um gemido, mas ela pareceu não ter escutado.

RL: Estamos saindo daqui com todas essas lembranças e momentos, além é claro, de nossos diplomas. Tão suados diplomas! Por eles foram noites e noites estudando para os testes finais, praticando feitiços que pareciam ser de outro mundo, cortando rabos de salamandras e misturando-os em poções fedorentas! E a ele devemos todos os “O” ou “T” atribuídos aos NOM’s, NIEM’s e afins. E só podemos contar com todo o nosso aprendizado e claro, um pouco de charme não faz mal a ninguém, para seguirmos em frente. Os dias que se seguem são completamente desconhecidos. Os caminhos que serão traçados podem vir a ser muito diferentes. E cada um de nós tem em mente o que deseja ser ou não ser a partir de agora. Mas o importante é que fizemos parte de uma história. Feliz ou triste, depende do ponto de vista. Ainda assim, uma história! Aos meus colegas, desejo sorte e realmente espero que nossos caminhos se cruzem novamente. Aos professores, agradeço a paciência, os puxões de orelha, os deveres, e todo o ensinamento que vocês nos passaram! Aos familiares, amigos, amores e demais, obrigado por sempre apoiarem cada um de meus passos e confiarem em mim.
Juro, solenemente, fazer tudo de bom!

Remo terminou de ler em meio a uma chuva de aplausos. Até mesmo os professores se levantaram para saúda-lo.
A entrega de diplomas foi bem rápida, e depois Dumbledore tomou a palavra de encerramento.

- A cada ano que se passa eu me sinto cheio e vazio. Acho que ainda sou capaz de lembrar do dia em que cada um de vocês se sentou sob o chapéu seletor. Cada um de vocês vai deixar um pedaço aqui em Hogwarts, e sempre serão bem-vindos! Declaro encerrada a cerimônia de Colação de Grau dos Formandos de 1978 e aberto o Baile de Formatura. Divirtam-se!

Não foi preciso repetir. Em um segundo uma chuva de chapéus voou e os formandos animados puxaram os pulos e gritos. A noite estava só começando...

°°°

A decoração da festa estava magnífica! Assim que os formandos cumprimentaram todos seus convidados, um foco de luz surgiu em cima do piano, onde um homem bem vestido começou a tocar. A porta do Salão Principal se abriu novamente e Celestina Warbeck entrou, vestida de longo segurando o microfone. Foi a vez de Scott agarrar com toda a força o meu braço.

SF: É ela... É ela! Maravilhosa! Fantástica!

Os olhos de Scott brilhavam enquanto seguiam Celestina caminhar até de frente ao piano cantando.

Gonna take a sentimental journey
Gonna set my heart at ease
Gonna make a sentimental journey
To renew old memories

MF: Nossa! Que fossa! Vamos dar uma volta lá fora e ver como está?!

Mark fez uma careta e todos concordamos de imediato, puxando Scott conosco. Se o Salão Principal estava em clima de fossa, decididamente esse clima ficava somente lá. O Saguão de Entrada estava tomado por vários cartazes em preto e branco dos filmes da década de 40. Scott e Ben logo colocaram seus chapéus e começaram a encenar “O poderoso chefão” arrancando risadas de todos. A escada de mármore contava com um tapete prateado, e várias fadinhas voavam pelo local.

Os jardins também estavam animadíssimos. Um palco havia sido montado para The House-Elves, e uma pista de dança, bem ao lado ainda estava fechada. Havia um cassino completo perto do lago e várias mesas pequenas. Assim que chegamos aos gramados, Sirius, Remo e Quim correram em nossas direções.
Sirius puxou Alex pela mão falando alguma coisa apressadamente. Remo rodopiou Louise no ar lhe dando um beijo e Quim estendeu a mão para mim.

QS: Me daria a honra de vossa companhia, Miss Daisy? Para onde queres ir?

Ben, Scott e Mark soltaram risadas quando fiz uma reverência e segurei a mão de Quim.

YH: Para as estrelas seria um bom começo, Hoke! – sorri para Quim e saímos caminhando de braços dados.
QS: Seria de minha parte muito prepotente dizer o quanto está bela esta noite? – Quim fez uma cara de conquistador e ri.

A idéia inicial era ir até o cassino darmos uma olhada, mas antes que pudéssemos, a voz de McGonagall, em cima do palco, nos fez parar para prestarmos atenção.

MM: Por favor, um momento de atenção. Antes que a incrível banda The House-Elves comece a tocar, preparamos um especial de dança. Espero que gostem!

Sem mais delongas, ela desceu do palco. Novamente um feixe de luz desceu sobre a pista de dança e Scott tossiu, os olhos arregalados.

SF: Pelas barbas de Merlin!!! É a...
SW: ALEX! – Sam forçou os olhos e saiu puxando Josh para perto.

Ficamos em choque uns segundos e então corremos atrás. Não era somente Alexandra McGregor. Era Alexandra McGregor com SIRIUS BLACK, encarnando Fred Astaire e Ginger Rogers! Começaram a dançar, e se Alex tivesse por um segundo olhado para a nossa direção desataria a rir com a quantidade de queixos caídos.
Quando eles acabaram e desceram rindo, todos nós, sem exceção, estávamos passando mal de rir.

LS: Você é, definitivamente, a pessoa mais louca que eu conheço!!! –enxugando algumas lágrimas dos olhos.

Alex sorriu agradecendo e Tiago, Remo e Pedro começaram a fazer piadas com Sirius, que logo passava a mão pelos cabelos com cara de convencido. Todos os pares de valsa tomaram a pista de dança e logo após isso, uma bateria animada começou a ser ouvida. The House-Elves já estava no palco.

De imediato fomos até lá e começamos a dançar. Quim me rodava e me sacudia e eu ensinava alguns passos agitados para ele. Sam puxou Drake e Josh (ambos já tinham se livrado das becas e vestiam ternos de risca de giz) e dançavam uma espécie de maxixe. Lu e Mirian batiam palmas para Celas enquanto ela girava e cantava felicíssima. À nossa volta, um coro de alunos cantava as músicas e passava hora e outra em forma de trenzinho cortando as pessoas, enquanto o vocalista da banda lançava serpentinas em nossas cabeças...

°°°

Já estava quase amanhecendo o dia e agora Celestina Warbeck realmente cantava ao som das baterias lentas de The House-Elves, mas Scott não parecia se importar com isso. Nem parecia estar em condições de se importar. Todos os pais já tinham ido embora. Todos os professores já tinham se recolhido. Eu tinha os dois braços em torno do pescoço de Quim enquanto dançávamos lentamente de um lado para o outro, tentando nos manter em pé e rindo de nos acabar cada vez que uma fadinha passava voando ao nosso lado. Louise e Remo não se desgrudavam um segundo de um pufe ali próximo. Sirius, Tiago, Pedro, Lílian e Drake estavam deitados no chão olhando o céu e relembrando momentos engraçados por que a cada minuto eles soltavam gargalhadas altas. (Sirius e Tiago agarrados, cada um, com uma garrafa de whisky de fogo vazia, enquanto Lílian parecia ter se esquecido um segundo de sua seriedade e ria alto, a cabeça apoiada no peito de Tiago.)

Alex e Logan, sim, Logan, também estavam na pista de dança e conversavam baixo. Scott continuava cantando as músicas de Celestina soluçando de vez em quando. Wayne, Ben e Mark pareciam muito interessados em discutir o quanto as meninas de Hogwarts eram difíceis diante de uma cantada barata, e Sam há muito tempo não era vista. Nem Josh.

Até mesmo Snape ainda estava por ali. Não havia dançado e nem bebido a noite toda. Mas ele, Bella, Rodolfo e mais alguns sonserinos estavam sentados em círculo conversando de cabeças bem unidas e às vezes lançavam olhares repressores para nós, que fazíamos questão de ignorá-los.

Mesmo com os pés doendo e completamente tonta eu tinha certeza que aquela festa ficaria na minha memória para sempre.

Música: Sentimental Journey – Doris Day.


Thursday, June 28, 2007

Quer dançar comigo?

Do diário de Alex McGregor

Com a agitação no castelo pelo fim das provas e pela aproximação do baile de formatura, era até difícil se concentrar nas aulas, e McGonagal resolveu que iria direcionar a nossa energia para algo produtivo e resolveu dar uma aula conjunta para os alunos do sexto e sétimo anos juntos. Estávamos na porta aguardando e conversando, esperando que ela preparasse a sala.
- O Logan vem ao baile Alex?- perguntou Louise.
- Não, disse que tem provas e não conseguiu o convite. ¬¬
- Bom, par não vai faltar, o Pedro ainda está sozinho. - disse Scott cínico e fiz que ia lhe dar um beliscão, quando a professora abriu a porta e nos mandou entrar.
- Muito bem, com a proximidade do baile de formatura e o tema escolhido, o professor Dumbledore e eu achamos que algumas aulas de dança seriam necessárias para o sucesso do evento. Colocarei algumas músicas e err.. hum...com a ajuda da professora Karen mostrarei alguns passos para vocês.
Quando ela disse isso, alguns garotos começaram a tossir para disfarçar as risadas, e não me atrevi a olhar para as minhas amigas, ou levaríamos bronca.
McGonagal foi até o centro da sala e correu os olhos em volta e disse:
- Senhor Black! Um passo à frente.
- Eu? Por quê? Eu sou inocente dessa vez. - disse Sirius olhando assustado para ela.
- O senhor não fez nada. Venha dançar comigo. Não se deixa uma dama esperando. - Ela respondeu séria, mas juro que havia um brilho furtivo naqueles olhos de conta.
Antes que Sirius dissesse mais alguma coisa, Tiago e Remo o empurraram para frente. E ele se aproximou sem jeito. Era possível ouvir tantos acessos de tosse naquela sala que logo a professora chamaria Madame Pomfrey para nos dar um xarope expectorante, e quem não conseguia rir baixo, prendia tanto o fôlego que lágrimas vinham aos olhos. Até Karen, parecia se divertir com a situação, mas manteve a pose séria ao ligar o gramofone.
- Segure na minha cintura senhor Black... 1, 2, 3, 1,2, 3...- e ela praticamente arrastava o Sirius pela sala. Tiago deitou-se no chão para rolar de rir.
- Bem, agora que demonstrei como é uma valsa, quero que formem pares e... - os meninos começaram a correr para escolher as meninas quando ela disse:
- Parem todos! Eu vou escolher os pares, e separou todos os casais, e isso por si só já começou a deixar os ânimos esquentados. Pois misturou alguns rivais.
Meu par acabou sendo Goyle e o garoto dançava mal, pisava nos meus pés a toda hora. Louise estava dançando com Ben, pois Remo dançava com Megan, Sam com Tiago e Yulli com Scott. Olhava para eles com expressão de “isso não é justo” e eles riram e apontaram para o ouro lado onde vi Sirius, tentando se soltar de uma menina da Corvinal que achava que valsa se dançava de rosto colado e puxava as vestes dele para ficarem mais próximos.
Na hora do intervalo, sentei-me fazendo uma careta de dor enquanto massageava meus pés e Sirius se aproximou resmungando:
- Se ela botar a mão em mim de novo, eu azaro ela...
- Eu não vou poder ir ao baile com os pés engessados. O Goyle é um ogro dançando...
Nossos amigos estavam ao nosso lado e começaram a rir.
- Porque não fazem alguma coisa pra mudar a situação? Sei lá troquem de pares. - sugeriu Ben.
- A Minerva não vai deixar... Ela quer reviver que tudo fique como naquela época. Acho que Matusalém fez a coreografia do baile de formatura dela... - Sirius começou a dizer e de repente parou nos encarando. Conhecia aquele brilho nos olhos dele, quando disse:
- É isso! Alex você quer ser minha parceira de dança? Posso convencer a professora a trocar nossos pares.
- O que vai aprontar? – perguntei cautelosa.
- Prometo não pisar nos seus pés, já é um começo. Topa?
- Ok, danço com você. - disse após olhar novamente para Goyle.
- Então vem comigo. - saiu me puxando até onde estava a professora Karen e começou a falar com ela sobre sua idéia. Claro que, no começo fiquei assustada e até sacudi a cabeça em sinal de não, mas ai ele só falou: ogro, e eu lembrei que já havia aceitado fazer parte do seu plano, então o negócio era encarar, pior não ficaria.
Quando o ensaio recomeçou, Karen trocou nossos pares e Sirius e eu começamos a dançar juntos e formávamos uma boa dupla, pois ao contrário do que pareceu à primeira vista Sirius conhecia os ritmos e sabia conduzir a dança. Ao final do ensaio já havíamos nos comprometido a ensaiar pra valer até o dia da festa e fazer uma surpresa. Saí do salão e fui rápido até o corujal enviar uma carta para minha avó. Sabia que para o plano doido do Sirius dar certo, precisaria de gente especializada.

Tuesday, June 26, 2007


O ano estava acabando, e com isso, a atmosfera do castelo de Hogwarts sofria alterações a cada dia. Na semana dos exames, podiam-se ver a maioria dos alunos amontoados atrás de pilhas e mais pilhas de livros e anotações. O clima tenso era tamanho que alguns grupos de estudantes preferiam estudar nos jardins às sombras das árvores, do que dentro da biblioteca.

Por sorte, assim que os exames passaram, os alunos de 7° ano exibiam ares muito mais felizes e ansiosos com a aproximação de suas formaturas. E uma semana antes do término das aulas, a atmosfera do castelo já estava completamente diferente, substituída por uma empolgação constante...

Salão Comunal da Lufa-lufa. Sábado, 23 de junho.

AM: Não acredito que em uma semana mais um ano termina! E vamos partir para o nosso último ano de Hogwarts! Dá pra acreditar no quanto o tempo passa voando?
MF: É... Já sinto o peso da idade nas costas. – Mark fez uma careta arrancando risadas de todos.
BS: Se eu tivesse descoberto Hogwarts antes...
LS: O castelo já estaria em ruínas, provavelmente!

Todos riram novamente enquanto Ben jogava uma almofada em Louise. No quadro de avisos um único cartaz bastante luxuoso se destacava.

Serenata Prateada

A festa de formatura da turma de 1978, que será ao estilo da década de 40!
Retirem seus acervos estilísticos dos baús! Todos os alunos e quaisquer demais participantes devem estar a caráter com os seus melhores trajes sociais da época.
Obs.: Alunos de outras turmas devem garantir seus ingressos o quanto antes com os diretores de suas casas.

Eu, que até então estivera calada relendo o cartaz, sorri e olhei para os meus amigos.

YH: Vai ser o máximo não acham? A despedida dos marotos ao estilo anos 40! Acho que essa festa vai ser um arraso! Todos já garantiram seus ingressos, certo?
MF: Claro que sim! Não perderíamos essa por nada!

Ben abriu a boca para tecer um comentário, mas não chegou a falar. A entrada da Lufa-lufa se abriu e Scott entrou parecendo nervoso.

SF: Lu acabou de desmaiar mais uma vez, Alex. Mirian conseguiu fazê-lo acordar, mas achou melhor levarmos ele para descansar na enfermaria.

Alex pareceu preocupada e se levantou de um salto. Lu andava desmaiando frequentemente, e as dores de cabeça haviam piorado. Mas era a segunda vez em menos de quatro dias que ele acabava indo parar aos cuidados de Madame Pomfrey.

AM: Vou lá ver como ele está! – saiu apressada e Scott se sentou ao meu lado.
SF: Então... Preparados para o fim de mais um ano letivo?
YH: Estávamos justamente falando da festa! Vai ser ótima!
SF: Ah vai. E está prometendo hein?
MF: Está sabendo de alguma coisa a mais Scott? Ouviu algo?

Scott pareceu pensativo um segundo e sorriu. Depois fez um aceno negativo com a cabeça.

SF: Nada novo. Só estou sentindo que promete...


Segunda-Feira, 26 de junho.

Professor Flitwick acabara de dispensar a turma desejando boas férias. A maioria dos alunos da Sonserina já havia deixado a sala, mas corri e segurei o braço de Yoshi.

- O que? Veio ver se já tatuei a marca negra no braço? – disse puxando o braço com violência e desviando os olhos de mim.
YH: Não. Vim pedir desculpas. Não devia ter te acusado.
- Mas acusou. Preferiu dar ouvidos para aqueles seus amiguinhos idiotas só por que eles são os mais populares e espertos da escola.
YH: Eu errei, ok? E estou aqui pedindo desculpas. Vai me desculpar ou não?
- Está desculpada. Mas não que isso mude alguma coisa certo?

Dizendo isso, virou as costas e me deixou sozinha me sentindo péssima.

°°°

MF: Ah, pelo menos você fez sua parte Yull... – Mark dava palmadinhas no meu braço tentando me consolar. Estávamos monitorando o 4° andar juntos. – Você errou e pediu desculpas. Agora não pode fazer nada se ele continua com raiva de você.
YH: Mas eu fui muito injusta com ele! Só por que ele é da sonserina e é meio fechadão? Não devia ter acusado ele de uma coisa assim...

Paramos de andar e falar assim que dobramos o corredor. Mark apertou meu braço para que não fizesse barulho e nos escondemos atrás de uma estátua de hipógrifo enquanto duas figuras passavam andando. Snape e Bellatrix.

BB: Então? Ela se recuperou? – Bella perguntou parecendo extremamente decepcionada.
SS: Sim. Aquela idiota! Ainda me meti em problemas com o Foutley e tenho que ficar à surdina até nos formarmos. Qualquer problema, sou expulso.
BB: Mas falta só uma semana! E de qualquer maneira, eles vão pagar caro pelo que fizeram, Severo. Fora do castelo não tem Dumbledore para defender... – Snape sorriu satisfeito e eles sumiram de vista.

Saímos de trás da estátua em choque. Eu estava pálida e com os punhos fechados, tremendo.

YH: Se eles tentarem mais alguma coisa contra a Lou, eu juro...
MF: Shh. Vamos sair daqui depressa.

Mark olhou para os lados e saiu me puxando na direção contrária, de volta para a Lufa-lufa.

°°°

O salão comunal da Lufa-lufa estava deserto àquela hora da noite. Me larguei em uma poltrona e Mark em uma a minha frente.

MF: Tudo bem? Você está pálida...
YH: Estou com ódio desse narigudo ridículo. Quem ele pensa que é?
MF: O Snape é um idiota, mas não podemos nos envolver em brigas com ele Yull. Ele não está sozinho mais. Você ouviu o que eles disseram...
YH: O que eles estão querendo? O que estão pensando? Me deu medo a cara da Bellatrix.
MF: Ele está mordido com a Louise, é claro. Ela pegou o livro dele e sabe todos os feitiços. Mas ele não pode fazer nada contra ela, nem aqui dentro, nem fora.
YH: Eles mataram a avó dela, Mark... Um bando de sujos! – recomecei a tremer e Mark me abraçou.
MF: O bem sempre prevalece. E vamos parar de pensar nisso ok? Nem vamos falar nada sobre o que ouvimos para não causarmos mais raiva nos outros. O ano está acabando e tem uma festa ótima nos esperando daqui uns dias...

Ele me soltou sorrindo e colocou a mão no meu queixo me fazendo levantar o rosto e sorrir também. Me senti muito mais calma. Mark estava a apenas alguns centímetros de mim, a mão ainda segurando meu rosto.
Senti o estômago dar voltas quando ele se aproximou e nos beijamos.

I can’t say that I’m not lost and at fault
I can’t say that I don’t love the light and the dark
I can’t say that I don’t know that I am alive
And all of what I feel I could show you tonight
You tonight

Nelly Furtado – Say it right


Monday, June 11, 2007

Mais velozes e mais furiosos

Por Louise Graham Storm

- Fooooooooi autorizado o início da partida! – Monn berrou no microfone e vi a professora McGonagall coçar o ouvido esquerdo – É mais uma eletrizante final do campeonato de quadribol, Lufa-lufa x Grifinória, esse jogo promete! A apanhadora Yulli Kinoshita ainda está mordida pela jogada suja do apanhador da Grifinória, Tiago Potter, no ano retrasado. Será que Yulli irá capturar o pomo hoje, ou Potter vai impedir, com mais uma trapaça?
- Srtª Speaker, limite-se a tecer comentários sobre a partida, e não sobre o que sai na coluna de fofocas da escola.
- Ok, ok, hoje temos uma grifinória ao lado, temos que ser cuidadosos – a professora olhou severa para ela, mas Monn não deixou que ela falasse, gritando rápido – MCGREGOR COM A POSSE DA GOLES, E É PONTO PARA A LUFA-LUFA!

Saltei do banco e pulava sem parar, abraçando Ben e Sam que estavam ao meu lado, mas logo me senti tonta e fui forçada a sentar outra vez. Remo estava assistindo a partida comigo e me olhou preocupado, mas disse que estava bem e levantei outra vez. Madame Pomfrey me proibiu de chegar perto de uma vassoura por um longo tempo, e principalmente não me aproximar de um bastão e um balaço, o que significava que estava assistindo a final do campeonato das arquibancadas.

Era uma posição ingrata essa de espectador, tinha a sensação que sofria bem menos em campo. Mark assumiu o posto de capitão nesse jogo e todos pareciam muito bem entrosados e superando a escalação de emergência que precisaram fazer, mas o time da Grifinória estava muito superior. Sob o comando do Tiago, o time voava em sintonia e estava ficando difícil recuperar a goles. Nem mesmo os balaços certeiros de Mark pareciam surtir efeito. Os três aros estavam muito bem protegidos pelo Lu, e sempre que Alex, Charlie ou Joey se aproximavam com a goles, ele a agarrava.

- PREWETT PASSA PARA STORM E É PONTO DA GRIFINÓRIA! 120 X 80! – Remo comemorou o 12º gol da Grifinória sozinho no meio da torcida lufana e olhei atravessada para ele
- Sai daqui, Remo! – gritei furiosa – Some, vai embora, vai torcer pro seu time com o Scott e o Sirius, do outro lado e longe de mim!
- Desculpa amor, foi a empolgação – ele ainda sorria enquanto falava e tive vontade de socá-lo – Não vou sair daqui, estou preocupado com você
- Eu sei me cuidar, agora some! – disse ríspida – Se ver você comemorando mais um gol da Grifinória do meu lado, sou capaz de lhe dar um tapa!
- Sam, não a deixe fazer muito esforço, ok? – ele disse sério e Sam concordou – Depois da partida eu volto então...
- Tadinho Lou... – Sam falou depois que ele desceu as escadas – Você foi muito dura com ele, ele só estava preocupado e não quis sair do seu lado
- Eu sei, eu sei, mas estou nervosa! Depois peço desculpas a ele – disse sentando e esfregando as mãos no rosto – Como vocês conseguem assistir daqui? Estou quase tendo um ataque cardíaco!
- É sofrido assistir aos jogos, mas também é mais emocionante poder- - Ben parou de falar e olhou pro campo depressa – GOOOOL, DA ALEX!!

Levantei apressada outra vez a tempo de ver Alex comemorar o gol com Joey, mas não tivemos muito tempo depois disso, pois meu irmão recuperou a goles com Charlie e marcou mais um gol pra Grifinória. O batedor reserva, Owen Hartford, acertou um balaço em George e ele perdeu o equilibro da vassoura. Saltei da arquibancada e xinguei Owen com todos os palavrões que conhecia, mas por sorte os outros dois artilheiros da Grifinória o ampararam antes que se chocasse com o chão, e George voltou à partida.

O jogo durou mais de uma hora. Grifinória estava ganhando com uma larga vantagem, nossa única chance era capturar o pomo, nunca passaríamos no placar apenas com gols. Via Scott, Remo, Sirius e Quim pulando feito loucos do outro lado das arquibancadas, agitando bandeiras e com os rostos pintados de vermelho e dourado. Charlie voava em direção ao aro esquerdo e marcou mais um ponto para a Lufa-lufa quando vi Yulli e Tiago mergulharem na direção da arquibancada da Corvinal. Naquele momento ninguém mais prestava atenção ao que acontecia em campo, todos olhavam para os dois, que voavam cada vez mais emparelhados. Yulli estava na frente, mas apenas por poucos centímetros. Ela estava quase alcançando o pomo, seus dedos chegaram a tocar suas asas, mas Tiago inclinou o corpo e por ser mais alto, alcançou ele primeiro.

- TIAGO POTTER CAPTUROU O POMO! GRIFINÓRIA VENCE! - a voz de Monn foi abafada pelos gritos da torcida da Grifinória

Foi impossível localizar Remo e Scott no meio da massa de alunos que pulava e agitava bandeiras, a maioria invadindo o campo para comemorar. Debrucei-me na arquibancada para ver a bagunça deles e por alguma razão, não estava triste. Claro que não estava radiante com uma derrota, mas eles jogaram melhor, foi uma vitória justa. Vi Yulli caminhar até Tiago e cumprimentá-lo pela vitória, sorridente. Alex, Mark e os outros do time também cumprimentaram o time da Grifinória e desci com Ben e Sam até o campo. Scott estava no meio dos alunos pulando alucinado em cima do Lu, que não sabia se ria ou se chorava.

- Ganhamos! – senti dois braços me agarraram por trás e me girarem no gramado – Não está braba comigo ainda, está? – Remo falou cauteloso, mas sem conseguir esconder que estava feliz
- Não, não estou braba – disse sorrindo – Talvez um pouco tonta...
- Desculpa! – ele me pôs no chão depressa e me olhou assustado – Não podia ter feito isso, está se sentindo bem?
- Estou bem, Remo, está tudo bem – disse beijando-o – Não precisa se preocupar tanto
- Impossível não me preocupar com você
- Então não se preocupe agora, deixe pra depois, vai comemorar a vitória da sua casa. E desculpe ter gritado com você antes, estava nervosa.
- Eu sei – ele me beijou outra vez e me pegou no colo – Não ligo se você gritar comigo hoje, estou muito feliz
- Eu sei que você está, por isso não estou chateada com a derrota – falei envolvendo os braços em seu pescoço – Olha como o George está radiante também, como vou ficar triste?
- Seu irmão foi o artilheiro do jogo, fez quase todos os gols!
- Sim, estou muito feliz por ele! Já sei que vou ouvir a narração desse jogo as férias inteiras...
- Pois é, estamos todos felizes... – ele me olhou com um sorriso cínico - E será que essa alegria toda não merece uma comemoração especial?
- Merecer, até merece. Pena que não consigo nem subir dois lances de escada sem perder o fôlego... – respondi tentando parecer desolada e ele me beijou antes de sair andando - Remo, aonde você vai? Me põe no chão!
- Vamos para a festa da vitória no salão comunal, calma. Você também vai, ou acha que vou comemorar sozinho?

Apesar das súplicas para que me colocasse no chão, Remo me ignorou por completo e seguiu caminhando no meio da massa de alunos que carregava George e Tiago nos ombros até a torre da Grifinória. As meninas também estavam lá, ninguém estava com espírito de perdedor e queríamos apenas aproveitar o que podia ser a ultima das festas não-oficiais da escola, antes que os meninos se formassem. Afinal, não se pode ganhar todas, não é mesmo?

Monday, June 04, 2007

Depois de cada ação, vem uma reação

Por Scott Foutley

Uma semana atrás...

- Sentem-se, por favor.

O diretor Dumbledore apontou para 3 cadeiras vazias em frente à sua mesa e Remo e eu nos sentamos, ainda sem falar qualquer coisa. Tudo que conseguíamos fazer naquele momento era tentar respirar devagar para acalmar. Dumbledore fechou a porta e sentou depois de um tempo, nos encarando.

- Quem quer começar explicando o que aconteceu? – mas não respondemos e ele continuou – Então vai ser à base da adivinhação? Isso pode ser divertido, mas talvez seja melhor chamar a Endora...
- Snape nos atacou, estávamos apenas no defendendo! – falei de repente e o diretor se assustou
- Ele tentou matar a Louise, professor – Remo se esforçava para manter a voz calma – Ela não parava de perder sangue e- - mas não conseguiu completar a frase
- Professor, aquele feitiço era arte das trevas!
- E o feitiço que o senhor lançou em Severo Snape também não era?

Dumbledore me encarava muito calmo e quando eu ia responder, fomos interrompidos. A porta abriu de repente e Snape entrou, mais abatido que Remo um dia depois da lua cheia. Ele tinha uma cara péssima e o diretor apontou a cadeira vazia para que ele sentasse. Evitei olhar para ele com medo de perder a calma outra vez e Remo parecia pensar o mesmo.

- Sr. Snape, adoraria ouvir a sua versão do ocorrido – Dumbledore sorriu para ele e Snape fez uma careta – Pode compartilhá-la conosco?
- Com muito gosto, professor – ele nos olhou com desdém e senti o sangue ferver – Fui até Foutley e seu bando pedir meu livro de volta, o livro de poções que o professor Slughorn emprestou para a Storm. Só que ela se recusou a devolver, e ainda disse que tinham copiado minhas anotações
- Louise devolveu o livro para o professor Slughorn ontem! – gritei sem me controlar – Nós falamos para você, e você não acreditou!
- Sr. Foutley, meça o tom de voz – Dumbledore falou paciente e me desculpei – Sr. Snape, prossiga
- McGregor me atacou primeiro, e com um feitiço que eu mesmo inventei. Apenas revidei
- Com um feitiço que quase matou a Louise?? – Remo se pôs de pé, mas apenas um olhar de Dumbledore fez ele sentar outra vez
- Eu não sabia o efeito dele, não tinha testado ainda
- MENTIROSO! – Remo gritou – Você é ruim, fez de propósito!
- Você me espancou no salão principal e o outro me torturou com uma maldição imperdoável, isso não iguala vocês a mim? Por que eu sou o único monstro aqui?
- PORQUE VOCÊ É O ÚNICO COMENSAL DA MORTE NESSA SALA! – levantei da cadeira a derrubando no chão, gritando e apontando para Snape

Snape ficou de pé também e vi quando suas mãos deslizaram para dentro do bolso. Ele estava apertando a varinha entre os dedos, estava louco para me azarar ali, mas não teria coragem na frente do diretor. Remo parou ao meu lado e o encarava com um olhar acusador, também com a varinha na mão. Dumbledore levantou pela primeira vez desde que entramos na sala e o tom de voz que ele usou fez com que nos sentássemos assustado.

- Basta de discussões! Agora que já chegamos ao limite, vou parar de tentar adivinhar quem está dizendo a verdade e começar a dar sermão. Deveria expulsá-los de minha escola, os três. Mas não vou fazer isso, não dessa vez, pois acredito que todos merecem uma segunda chance. Sr. Snape, quero o seu livro de poções em minha mesa em 15 minutos, está confiscado. Procure outra cópia na biblioteca da escola para estudar para seus exames. Sr. Lupin, entregue o distintivo de monitor-chefe agora mesmo, está destituído do cargo. Sr. Foutley, a partir de agora, qualquer briga ou discussão sem limites que o senhor esteja envolvido acarretará em sua expulsão imediata da escola. Cada um perderá 50 pontos e os três ganharam uma semana de detenção. Se têm exames para prestar, passem a noite em branco estudando. Ninguém sairá para visitar a Srtª Storm no St. Mungus, estão proibidos de deixar os terrenos da escola até o final do ano letivo. As detenções serão determinadas pelo diretor de suas casas. Podem sair.

Levantamos sem ao menos fazer barulho e deixamos a sala do diretor às pressas. Snape nos lançou um olhar de desprezo e saiu em direção às masmorras para buscar o livro e entregar a Dumbledore, sumindo ao descer as escadas. Remo disse que ia até a enfermaria tentar descobrir alguma coisa sobre o estado de Louise e resolvi ir com ele, mas encontramos a professora McGonagall no caminho e fomos obrigados a segui-la até sua sala. Depois de ouvir outro sermão sobre como ela estava decepcionada e que esperava um melhor comportamento dos alunos da casa de Godrico Grifinória, recebemos nossas detenções. Eu passaria uma semana à disposição do professor Slughorn e Remo ajudaria a professora Sprout.

- Professora? – Remo parou na porta antes de sair e virou para McGonagall – Como está a Louise?
- Não sabemos ainda, Sr. Lupin – McGonagall pareceu cansada outra vez – Mas ela ficará bem, não se preocupe. Os curandeiros são competentes, saberão o que fazer.
- Pode nos avisar quando tiver notícias dela?
- Claro que aviso. Agora vão para seus dormitórios, por favor, e não saiam mas de lá por hoje.

Fechei a porta do escritório de McGonagall e subimos as escadas até a torre da Grifinória, com 50 pontos a menos cada um e uma semana de detenção pela frente, sem saber quando e como Louise voltaria para Hogwarts...

Friday, June 01, 2007

As sombras da noite

Do diário de Alex McGregor

Our battles they may find us
No choice may ours to be
But hold the banner proudly
The truth will set us free

(Beneath A Phrygian Sky, Loreena McKennitt)

Após alguns dias de internação Louise voltou do St. Mungus, o que nos deixou aliviados e deu uma acalmada no clima do castelo. O clima havia ficado tempestuoso, não só pelos ferimentos dela, mas porque estávamos em vésperas de final de campeonato e quem não sabia do nosso "clube de duelos" achava que isso tinha sido armação dos sonserinos para prejudicar a Lufa-Lufa, e aí foi como somar dois e dois. Volta e meia havia sonserinos e lufanos se enfrentando pelos corredores, e tanto a professora Sprout quanto Slughorn, já estavam ficando roucos de tanto distribuir detenções.
Scott, Remo e Snape cada um deles recebeu detenção e reprimendas severas de Dumbledore, porém não deixavam de se encarar com ódio no olhar a cada vez que se cruzavam pelos corredores. Por sorte o auror que enviaram do Ministério para investigar sobre o feitiço lançado em Louise e a maldição imperdoável lançada, foi o Sergei, então ele colocou panos quentes no que seria uma investigação severa. E quando Louise voltou para o castelo, as brigas sossegaram.
- Você está bem? Quer alguma coisa? Água? Suco? Um chocolate?- perguntava Mark e notamos ar sofredor que Louise assumiu:
- Talvez uma barra de chocolate tamanho grande, com gotas de menta... Sinto-me tão fraca. – e recostou a cabeça no ombro do Remo.
Mark quis sair correndo em direção ao castelo, mas parou ao ouvir nossas gargalhadas, e voltou sério:
- Suas maldosas. Estou preocupado mesmo com a Lou.
- Claro que está Mark, eu estou melhorando. Mas vou querer o chocolate mesmo assim viu?- riu, mas parou e respirou com certa dificuldade:
- Ainda dói não é? – perguntou Sam.
- Sim, mas vai passar com o tempo.
- Cada vez que olho pro Snape fico com vontade de matá-lo bem devagar. - disse Scott entredentes.
- Entra na fila, Foutley. O seboso é nosso. - respondeu Sirius e acenou para Louise, antes que o Remo a abraçasse.
- O que Madame Pomfrey diz quando te entrega as poções Lou?- perguntou Yulli.
- Que ainda não pode dizer se terei seqüelas por causa do feitiço. E que não vou poder jogar com vocês. Isso é uma droga. - reclamou.
- Não se preocupe com isso. Vamos arrasar no jogo contra a Grifinória. Está no papo. - respondi e Sirius resmungou enquanto passava a garrafa de wisky de fogo:
- Vai sonhando Alex, vai sonhando... - e ficamos ali jogando provocação entre amigos por um bom tempo.

Sentia-me leve. Tão leve que poderia voar... Mas eu estava voando... Via as luzes à distancia e sentia que poderia ver mais da noite.... Fechei os olhos para sentir o vento no rosto e de repente o ar estava mais frio. Abri meus olhos e vislumbrei uma terra estranha. Meu corpo sobrevoava um cemitério antigo. Vislumbrei algumas lápides antigas e as coisas escritas ali... As letras me lembravam runas, mas já vi aquelas letras em livros antigos na minha casa. Forcei minha memória e lembrei de alguns livros escritos em alfabeto cirílico que meu avô lia em nossa casa, quando eu era pequena. Ele dizia que nenhum conhecimento era desperdiçado e nos alfabetizava nesta língua. Depois foram francês, um pouco de latim, espanhol, galês e algumas vezes o céltico. Esta eu me recusava a aprender a falar, pois via Virna sempre usar esta língua e rir de mim. Senti o significado das letras voltando á minha mente como se meu avô as estivesse falando-as ao meu lado novamente.
Percebi a névoa gelada cobrindo as casas ao longe e onde minha vista alcançou, vi um castelo enorme e imponente. Fui atraída para aquela fortaleza de pedra. Havia algo de misterioso e ao mesmo tempo familiar ali... Cheguei e deslizei pelos corredores escuros que iam se iluminando à minha passagem... Desci alguns degraus, parecia que ia para as masmorras. Após descer por um tempo, cheguei a um enorme salão iluminado por muitas tochas.
O local era tão masculino, desde os bancos para se sentar até as espadas brilhantes nas paredes. Vi várias pessoas usando capas escuras e comecei a "andar" por ali. Notei que não havia mulheres, apenas homens. Alguns muito jovens e outros com um pouco mais de idade... Mas havia uma atmosfera festiva entre eles, parecia que comemoravam alguma coisa, um homem, com um símbolo parecendo uma cruz daquelas dos templários na capa, ia dizer alguma coisa quando, ouvi a voz de Endora ao longe:

- Está na hora de voltar ao seu corpo Alexandra... Seu fio de prata está enfraquecendo...

- E aí acordei com a professora Sprout me cutucando. Que susto! – disse aos meus amigos durante o nosso almoço.
- Nós é que ficamos assustadas quando a professora Sprout entrou feito um furacão em nosso dormitório. Parecia que tinha um dragão no rastro dela. - disse Yulli e Louise concordava. Scotty, após engolir seu purê de batatas perguntou:
- Ah e este lugar que você sonhou, onde é?
- Acho que deve ser na Bulgária, porque uma das lápides dizia Sofia, e isto é lá.
- Seriam comensais estes encapuzados?- perguntou Louise.
- Não. Pareciam mais este povo de algum culto sabe?Usavam uma cruz nas vestes... As espadas nas paredes e acho que havia uma mesa enorme, redonda. Engraçado que não sei se foi um sonho ou se foi uma projeção astral...
- Você viu algum rosto conhecido?- quis saber Mark e eu neguei.
- Talvez tenha sido o efeito das muitas doses de wisky de fogo que você tomou Alex, junto com as histórias fantásticas que a Karen anda contando. Imagina um monte de caras reunidos, numa masmorra, estariam brincando de que? Ainda se tivessem algumas dançarinas com pouca roupa... - disse Ben risonho e cutucou Mark que concordou com ele. Após confessar que eu estava com uma dor de cabeça chata, a hipótese de ter sido um sonho causado pela bebida, venceu.
- Acho que você tem razão. Bebi demais e acabei misturando as estações. Não deve ser nada até porque eles não faziam nada de errado. E eu não costumo ter sonhos premonitórios, isso é coisa do Lu e da Endora. - disse enquanto íamos para a aula de História da Magia, e de repente Ben se lembrou de que havia esquecido um livro.
- Vão na frente. Eu os alcanço depois... - e saiu correndo.
- Aonde ele foi? – perguntou Sam.
- Buscar um livro. – respondi.
- Espero que não seja o de Poções, que está comigo, ele me emprestou ontem.
- Logo ele volta, ele não perderia a aula da Karen por nada no mundo. – disse Yulli.
O estranho foi que ele não conseguiu voltar a tempo para assistir a aula.