Friday, June 01, 2007 As sombras da noite Do diário de Alex McGregor Our battles they may find us No choice may ours to be But hold the banner proudly The truth will set us free (Beneath A Phrygian Sky, Loreena McKennitt) Após alguns dias de internação Louise voltou do St. Mungus, o que nos deixou aliviados e deu uma acalmada no clima do castelo. O clima havia ficado tempestuoso, não só pelos ferimentos dela, mas porque estávamos em vésperas de final de campeonato e quem não sabia do nosso "clube de duelos" achava que isso tinha sido armação dos sonserinos para prejudicar a Lufa-Lufa, e aí foi como somar dois e dois. Volta e meia havia sonserinos e lufanos se enfrentando pelos corredores, e tanto a professora Sprout quanto Slughorn, já estavam ficando roucos de tanto distribuir detenções. Scott, Remo e Snape cada um deles recebeu detenção e reprimendas severas de Dumbledore, porém não deixavam de se encarar com ódio no olhar a cada vez que se cruzavam pelos corredores. Por sorte o auror que enviaram do Ministério para investigar sobre o feitiço lançado em Louise e a maldição imperdoável lançada, foi o Sergei, então ele colocou panos quentes no que seria uma investigação severa. E quando Louise voltou para o castelo, as brigas sossegaram. - Você está bem? Quer alguma coisa? Água? Suco? Um chocolate?- perguntava Mark e notamos ar sofredor que Louise assumiu: - Talvez uma barra de chocolate tamanho grande, com gotas de menta... Sinto-me tão fraca. – e recostou a cabeça no ombro do Remo. Mark quis sair correndo em direção ao castelo, mas parou ao ouvir nossas gargalhadas, e voltou sério: - Suas maldosas. Estou preocupado mesmo com a Lou. - Claro que está Mark, eu estou melhorando. Mas vou querer o chocolate mesmo assim viu?- riu, mas parou e respirou com certa dificuldade: - Ainda dói não é? – perguntou Sam. - Sim, mas vai passar com o tempo. - Cada vez que olho pro Snape fico com vontade de matá-lo bem devagar. - disse Scott entredentes. - Entra na fila, Foutley. O seboso é nosso. - respondeu Sirius e acenou para Louise, antes que o Remo a abraçasse. - O que Madame Pomfrey diz quando te entrega as poções Lou?- perguntou Yulli. - Que ainda não pode dizer se terei seqüelas por causa do feitiço. E que não vou poder jogar com vocês. Isso é uma droga. - reclamou. - Não se preocupe com isso. Vamos arrasar no jogo contra a Grifinória. Está no papo. - respondi e Sirius resmungou enquanto passava a garrafa de wisky de fogo: - Vai sonhando Alex, vai sonhando... - e ficamos ali jogando provocação entre amigos por um bom tempo. Sentia-me leve. Tão leve que poderia voar... Mas eu estava voando... Via as luzes à distancia e sentia que poderia ver mais da noite.... Fechei os olhos para sentir o vento no rosto e de repente o ar estava mais frio. Abri meus olhos e vislumbrei uma terra estranha. Meu corpo sobrevoava um cemitério antigo. Vislumbrei algumas lápides antigas e as coisas escritas ali... As letras me lembravam runas, mas já vi aquelas letras em livros antigos na minha casa. Forcei minha memória e lembrei de alguns livros escritos em alfabeto cirílico que meu avô lia em nossa casa, quando eu era pequena. Ele dizia que nenhum conhecimento era desperdiçado e nos alfabetizava nesta língua. Depois foram francês, um pouco de latim, espanhol, galês e algumas vezes o céltico. Esta eu me recusava a aprender a falar, pois via Virna sempre usar esta língua e rir de mim. Senti o significado das letras voltando á minha mente como se meu avô as estivesse falando-as ao meu lado novamente. Percebi a névoa gelada cobrindo as casas ao longe e onde minha vista alcançou, vi um castelo enorme e imponente. Fui atraída para aquela fortaleza de pedra. Havia algo de misterioso e ao mesmo tempo familiar ali... Cheguei e deslizei pelos corredores escuros que iam se iluminando à minha passagem... Desci alguns degraus, parecia que ia para as masmorras. Após descer por um tempo, cheguei a um enorme salão iluminado por muitas tochas. O local era tão masculino, desde os bancos para se sentar até as espadas brilhantes nas paredes. Vi várias pessoas usando capas escuras e comecei a "andar" por ali. Notei que não havia mulheres, apenas homens. Alguns muito jovens e outros com um pouco mais de idade... Mas havia uma atmosfera festiva entre eles, parecia que comemoravam alguma coisa, um homem, com um símbolo parecendo uma cruz daquelas dos templários na capa, ia dizer alguma coisa quando, ouvi a voz de Endora ao longe: - Está na hora de voltar ao seu corpo Alexandra... Seu fio de prata está enfraquecendo... - E aí acordei com a professora Sprout me cutucando. Que susto! – disse aos meus amigos durante o nosso almoço. - Nós é que ficamos assustadas quando a professora Sprout entrou feito um furacão em nosso dormitório. Parecia que tinha um dragão no rastro dela. - disse Yulli e Louise concordava. Scotty, após engolir seu purê de batatas perguntou: - Ah e este lugar que você sonhou, onde é? - Acho que deve ser na Bulgária, porque uma das lápides dizia Sofia, e isto é lá. - Seriam comensais estes encapuzados?- perguntou Louise. - Não. Pareciam mais este povo de algum culto sabe?Usavam uma cruz nas vestes... As espadas nas paredes e acho que havia uma mesa enorme, redonda. Engraçado que não sei se foi um sonho ou se foi uma projeção astral... - Você viu algum rosto conhecido?- quis saber Mark e eu neguei. - Talvez tenha sido o efeito das muitas doses de wisky de fogo que você tomou Alex, junto com as histórias fantásticas que a Karen anda contando. Imagina um monte de caras reunidos, numa masmorra, estariam brincando de que? Ainda se tivessem algumas dançarinas com pouca roupa... - disse Ben risonho e cutucou Mark que concordou com ele. Após confessar que eu estava com uma dor de cabeça chata, a hipótese de ter sido um sonho causado pela bebida, venceu. - Acho que você tem razão. Bebi demais e acabei misturando as estações. Não deve ser nada até porque eles não faziam nada de errado. E eu não costumo ter sonhos premonitórios, isso é coisa do Lu e da Endora. - disse enquanto íamos para a aula de História da Magia, e de repente Ben se lembrou de que havia esquecido um livro. - Vão na frente. Eu os alcanço depois... - e saiu correndo. - Aonde ele foi? – perguntou Sam. - Buscar um livro. – respondi. - Espero que não seja o de Poções, que está comigo, ele me emprestou ontem. - Logo ele volta, ele não perderia a aula da Karen por nada no mundo. – disse Yulli. O estranho foi que ele não conseguiu voltar a tempo para assistir a aula. |