Sunday, July 15, 2007

Entrevista com o Vampiro – O Outro Estranho a Mim

Lembranças de Alucard W. Chronos

Baile de Formatura do ano de 1978


- Juro solenemente fazer tudo de bom!

Desse modo, Lupin terminava o seu discurso como orador dos formandos da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Ele recebeu uma salva de palmas, e dentro de mim eu sentia um prazer intenso e grande felicidade de ver alguém como Remo Lupin, que tinha maldições como eu, tão feliz e tão reconhecido. Olhei ao meu redor e vi os rostos felizes e os olhos brilhando de todos, até mesmo do seboso do Snape.
- Pena que não vão durar não é?

A seed of doubt
It exists
And it grows
A glimpse of life
From somewhere deep within
Awake and understand

A voz ecoou em minha mente enquanto eu encarava os rostos ao meu redor. Porém a ignorei, e ela pareceu desaparecer, mas ela deu lugar a imagens distorcidas e malévolas...Longbotton tinha uma expressão de dor e loucura. Por algum motivo eu via traição nos olhos de Pettigrew. Potter e Evans pareciam que estavam envoltos por uma nuvem negra, e notei que Longbotton também estava coberto por nuvens negras. Lupin e Sirius tinham as faces mais simples e ainda felizes, pois a queda estava longe, e eu não podia vê-las, mas algo me dizia que Sirius sofreria primeiro.

Is there anyone else here?
Somebody screaming
Please help me
Let's find out now
That I am not dreaming
Welcome to my damnation
Here it comes the real me

I didn't know
I couldn't hear the answer
My mind was blank
I should have known
I hold it back but somehow
There is someone elseAnother stranger me

Assustado com as visões apertei a mão de Mirian, e apenas seu toque me fez voltar ao mundo normal e com um piscar de olhos as imagens sangrentas de quase todos os formandos sumiram...
- Está tudo bem meu amor?
- Está sim, Mi, não se preocupe...Veja é a Celas!

Desviei o assunto enquanto observávamos uma Celas radiante receber o diploma e correr para abraçar papai e mamãe... Mas meus pais também estavam envoltos em sombras, negras nuvens de dor... E morte... Balancei a cabeça novamente e as cenas sumiram, mas senti-me tonto.

Deu-se início a festa! Levei Mi para a pista de dança e juntos dançamos por um longe tempo enquanto víamos uma Celas cheia de alegria dançar com os amigos, também formandos. Não era à toa, ela havia conseguido 5 N.I.E.M.s incluindo Defesa contra as Artes das Trevas, Transfiguração e Poções, seu maior orgulho. E eu também me sentia orgulhoso por ela. Mas então senti uma tontura imensa... Agarrei-me a Mirian, mas nem mesmo o toque de sua pele me acalmou. Mergulhei em um turbilhão de cores e sons, me perdendo em mim mesmo... Perdi os sentidos...

Eu estava novamente na escuridão. A minha frente somente havia o nada.
Mas a alguma distância de mim, eu via um rosto branco flutuando no meio das trevas. O meu rosto, pálido e maligno. Aos poucos seu corpo, também branco, foi surgindo das trevas e ele me encarava com um sorriso no rosto.
- É tão engraçado ver todos eles felizes não é? Quando em breve a felicidade de muitos vai estar extinta... – Ele soltou uma gargalhada e tentou avançar, porém algo o impediu.
- Calado! Não me deixarei cair em suas mentiras novamente...
- Não adianta querer fingir que é mentira, Chronos. Você sabe que é verdade... Quanto tempo vai demorar? Não sei... Isso para nós é irrelevante, temos toda a eternidade!! Por que não os protege de tanta tristeza? Por que não os faz sentir menos dor... Entre nossas pressas!! - Ele gargalhou mais alto e novamente tentou avançar, mas algo o segurava. Ele tentou não demonstrar, mas isso o estava irritando.
- Calado... Você tem mais poderes do que eu, vê mais longe do que eu... O que os aguarda?
- Dor, muita dor... Tanto dor física quando emocional. Até mesmo seus queridos pais vão sentir dor... Ah como vão sentir.

Ele gargalhou novamente e isso me enfureceu e eu avancei contra ele, mas vi que fora um erro. A minha raiva enfraqueceu minhas defesas e o fortaleceu. Ele se soltou de seja lá o que for que o segurava e rindo alto levantou as mãos, como garras.
- Eu vou lhe mostrar que você é fraco! Que você está enlouquecendo, vou fazê-lo enlouquecer perante a dor! E tomar o seu lugar!!

That's
When the ice
Will break away

I can't get out here
Anymore
Cause none of my keys
Fit the door
There's fear and anger
Hate and loveI must confess
It's out of handIt's cynic
It's cynicStill cynic
All my laughter

It's cynic

Just manic
It's cynic
All her laughter

Ele avançou, presas a mostra na face branca, mãos como garras, olhar como uma navalha. E eu avancei sem nem pensar duas vezes, presas a mostra em uma face negra, mãos como lâminas, olhos vermelhos como o sol. Havia fúria, amor, ódio, felicidade, alegria, carinho, crueldade e solidão em jogo. Havia o sangue daqueles que eu amava em jogo.

Enquanto avançava e até mesmo enquanto lutava, ele ria alto e cada vez mais. Perto de mim ele se movimentou com rapidez, desviando de um golpe das minhas mãos que o atingiriam no rosto e se abaixou, apunhalando com as garras rapidamente. Eu consegui escapar, mas as garras me arranharam do lado direito da barriga e gotas de sangue negro caiam no chão de trevas. Ele me acertou com um chute e me empurrou para longe, em seguida abaixou-se e lambeu o sangue negro. Senti como se uma parte de mim fosse absorvida e uma nova onda de ódio percorreu meu ser, mas me controlei.

Avancei novamente, agora com mais garra. E foi minha vez de alcançar sucesso nos ataques. Dançávamos ao ritmo de uma música tenebrosa, porém rápida e nos movíamos como se seguíssemos uma coreografia. Uma coreografia da Morte. Minhas mãos eram tão rápidas que se cortavam como espadas, e em uma sucessão de golpes perfurei vários lugares do corpo dele. Ele bloqueou alguns golpes e conseguiu perfurar meu joelho esquerdo. Ele se alimentou novamente do sangue negro do chão e vi suas feridas se fecharem, mas mesmo assim um sangue branco brotava de seu corpo e se acumulava no chão. Dançamos novamente sob a sinfonia da morte e quando consegui empurrá-lo para longe, engoli o sangue branco dele, e minhas feridas também se fecharam.

Não sei por quanto tempo dançamos sob o ritmo da sinfonia da Morte, mas sei que parecíamos não ceder espaço um para o outro. Ele me provocava, e era difícil manter o controle, mas ele mencionou Alex, Louise e Kyle, e os nomes me deram novas energias. Ele mencionou Mirian, ameaçando-a, me dizendo o que faria com ela. Era nojento ouvir um verme como ele falar em profanar aquela que eu amo. Um ódio e uma força branca surgiram dentro de mim e finalmente o superei. Tornei-me mais rápido do que ele, mais forte, e mais habilidoso. Dançava seguindo minha própria música, recriando a sinfonia da Morte, sob os meus anseios. Perfurei seu peito, transpassando onde estaria o coração. Retirei meu braço, agora cheio de sangue branco e vi-o cambalear e cair de joelhos diante de mim.
- Eu sou mais forte que você. Não há mais nada que possa fazer, verme. – Ele gargalhou novamente me encarando com raiva nos olhos.
- Acha mesmo, Chronos ?

If there's anyone in
It soon will be over
We'll burn out
Our soul's aflamed
And we're on our own now
Give up you cruel invasion
You're insane I'll show you

Out and gone

Can't resist
Cold and sore
The bolt of pain
Keeps ripping through my head
I can take no more

Com nova gargalhada, ele agarrou meu braço e perfurou meu peito também. Ficou de pé e me encarou. A escuridão deu lugar a um vermelho intenso e ofuscante. Senti que havia algo errado e o golpeei ferozmente, mas ele não me largou e afundou mais o braço em meu peito.
- Não há mais como sair! Matarei a nós dois!
- Não seja tolo, verme, não há como me matar. Não quando tenho os poderes deles comigo.

Ao fundo, o vermelho intenso parecia se tornar um sol, em lugares onde pontos surgiam. Primeiro a imagem de Alex, aquela que me doou seu sangue de boa vontade e depois em um brilho ainda mais intenso, Mirian.
- Acha mesmo que elas podem lhe ajudar?! Elas odeiam você! Fingem serem suas amigas, por medo e receio de você. Sua amada Mirian sente nojo de você. Ou você acha que ela gosta de beijar uma boca que sabe que pode sugar sangue e roubar a vida de outrem? E sua grande amiga Alex, ela ainda não esqueceu sua tentativa de matá-la, pelo contrário, ela sempre se lembra disso quando o vê! Ela se sente enjoada só de pensar em você... Como eles podem lhe ajudar, pequeno e débil Chronos?

Don't tell anyone else but I
Do not believe her
She hates me
Cloud my mind
She's a deceiverI can feel cruel vibrations
Would you like to meet me?

A seed of doubtIt exists

And it grows
A glimpse of life
From somewhere deep within
Awake and understand

Another stranger me...


A menção de coisas que eu já havia pensado me enfraqueceu e senti os brilhos de ambas enfraquecerem e meu mundo ficar cada vez mais sangrento, como se em breve não houvesse mais volta. Porém ouvi ao longe Mirian me chamando, senti sua força me buscando, me procurando, uma força repleta de apenas amor e carinho. No mesmo momento meus olhos brilharam refletindo o brilho das imagens deles, deles todos. Alex, Louise, Scott, Kyle, Celas, Yulli, e até os Marotos, e acima delas, Mirian. Cada um parecia segurar uma ponta de uma grossa corrente. As correntes tomaram vida. Elas avançaram contra Ele, puxando-o para longe de mim, prendendo-o enquanto ele gritava e urrava de raiva e medo. A imagem de Mirian se aproximou e beijou meu rosto. Minhas feridas sumiram e meus olhos assumiram um tom vermelho brilhante. Aproximei-me dele que ainda se debatia, tentando se soltar.
- Eu sou mais forte que você. E mesmo que eu não seja eles o serão por mim, verme.
- Você acha mesmo, Chronos? Todos estão apenas mentindo para você!!
- Não, não estão! A prova está aqui, nessas correntes, cada um deles me dá forças na luta contra você!! Agora me responda, verme, por que me envia aquelas visões?
- Não sou eu que as envio, é você mesmo, porém com meus poderes, eu as recebo mais facilmente e posso enviá-las para você... Avise os seus pais para tomarem cuidado... Você sabe o porquê.

As correntes o faziam falar e ser mais dócil e consegui me afastar dele, deixando mergulhado novamente nas trevas, preso pelas minhas correntes e pelas correntes de meus amigos.

Voltei a mim e estava deitado em uma das camas da enfermaria. Mirian segurava minhas mãos e parecia em transe enquanto me passava forças. Papai e mamãe, assim como Celas, me esperavam ali perto e quando acordei todos correram para mim. Logo me senti mais leve e alegre, mas não pude ignorar o aviso Dele.
- Pai, Mãe, o que está acontecendo?

N.A.: Another Stranger Me, Blind Guardian
Alucard Wingates Chronos às 11:12 PM

Monday, July 09, 2007


Lembranças de Monn Speaker.

Corvinal, 30/06/78 às 15:23: Corvinais descansando para o baile.

Monn corre de um lado a outro procurando algo em sua bagunça organizada na qual, geralmente, SÓ ela se achava e hoje nem isso... Ou melhor, nem ela. Procurava por seu vestido de baile, procurava por sua maquiagem, mas procurava principalmente um pedaço de pergaminho no qual havia escrito seu roteiro, SIM, Monn tem seu roteiro para a festa, afinal, não é todo dia que se participa de bailes de formatura sem ser a própria formanda...
E também não é todo dia que, após receber e RECUSAR mais de 20 convites para o baile, se recebe uma coruja do namorado informando que não poderá a acompanhar ao baile por estar com muito trabalho pendente... Não, não é todo dia que uma garota como Monn vai sozinha, SOZINHA a um baile! Ao lembrar disso ela cai aos prantos e deixa tudo que carregava nos braços (kit de sombras, batom, rouge, perfume, laçarotes de cabelos, meia calça e 5 pares de brincos) cair no chão fazendo o maior estardalhaço! Sam vem ao seu encontro e tenta, pela 17ª vez na última hora, convencer a amiga de que isso não era tão ruim, afinal, ao menos ela TINHA um namorado, mesmo que ele não fosse com ela no baile e que ele não indo ela estaria mais livre para circular e fazer a social que tanto gosta!

Para animar a amiga Sam resolve repassar o roteiro da noite, novamente... Afinal, desde que a bendita coruja chegou, somente isso tem animado Monn... quer dizer repassar o roteiro e chocolates... na verdade, repassar o roteiro COMENDO chocolates era a melhor pedida, mas Monn não queria que espinhas repentinas estragassem mais ainda sua noite, então ficou só com o roteiro mesmo:

19h – Discurso de Dumbledore aos formandos;
19:30h – Discurso dos representantes das casas;
20h – Entrada triunfal de Monn no salão principal (Aqui Sam ressalta que a ornamentação será verde o que realçará muito seus olhos);
20:12h - Dar os parabéns aos formandos, um por um, aproveitando que o namorado não estará no pé;
21:59h – após falar com todos os formandos, ou melhor, quase todos, reunir a trupe para a despedida especial de Snape;
22h – Ben, Agatha, Monn, Sam e Tiago saem atrás do seboso entoando em alta voz a musiquinha carinhosa que compuseram;
22:10h – Rir junto com toda a escola da cara de Snape;
22:15h – Retocar maquiagem;
22:30h – arrasar na pista de dança
23:00h – Retocar maquiagem;
23:30h – Voltar a pista de dança e ARRASAR!!
24:00h – Se esconder no banheiro para fugir da tradição do beijo da meia noite já que meu namorado vai estar trabalhando a noite toda ¬¬

E o resto da noite, ou melhor, madrugada, ficava pelo bla bla bla de cá, bla bla bla de lá.

Aparentemente Monn se animou e resolveu esquecer esse tal de Perseu, por hora seu namorado, que conseguiu conquistar a muito custo e foi começar a se arrumar. Claro que Samantha achou que ainda era cedo, mas fazer o que, nem tentou impedir, afinal, aquela era Monn e sim, ela precisaria destas 3 horas e 37 minutos para estar linda... não que não fosse linda, ela era na verdade, espetacular, mas queria estar mais que isso no baile... queria, como dizia em seu roteiro, ARRASAR!

Como havia marcado com os amigos de se encontrarem nos jardins antes de sua entrada triunfal, perdia ai uns 15 minutos para a maquiagem então teria que se dedicar muito para ficar pronta a tempo... até solicitou ajuda de uma das elfas da escola, para passar se vestido, umas 4 vezes por sinal, já que sempre que se maquiava, experimentava o vestido para ver se a cor dos olhos ressaltava com determinada cor de sombra sob o vestido e o amassava ao tirar resmungando dizendo que ainda não estava perfeito...

Por fim estava pronta a tempo, pela primeira vez eu sua vida, creio eu, mas é que valia a pena o encontro com os amigos, afinal, tinham q ensaiar a peça que iriam pregar no Seboso.

Monn conseguiu o que queria, estava, digamos, espetaculosa!
Com seus cabelos muito lisos e loiros, com uma pequena tiara de esmeraldas no alto da cabeça, combinando completamente com seus sapatos cor de esmeralda que mal apareciam sob o longo vestido muito branco de ombreiras afofadas e mangas esvoaçantes. O vestido acentuava bem sua cintura com uma fita de cetim, também verde, que terminava em um laço na parte de trás. O tema da festa era de anos 40, mas isso pouco importava a ela, ela estaria linda, sendo anos 40, 20, 1000 a.C. isso realmente não importava...

Encontrou-se com Ben, Agatha, Sam e Tiago nos jardins para treinar a peripécia e lá foram eles ao salão principal... todos entraram, menos Monn... ela ficou do lado de fora, e cada um de seus amigos posicionados estrategicamente para que pudessem informar a ela, através de sinais do tipo trouxas-escoteiros (emitindo sons de animais e tudo mais), o momento mais indicado para sua entrada...

Alguns achavam palhaçada toda essa coisa de entrada e tudo mais, mas depois de Sam contar como foi sua tarde aturando os chiliques da amiga, todos concordaram que isso seria melhor do que ouvi-la xingar, chorar, reclamar e pior, beber e cantar, a noite toda em seus ouvidos!

Chegou o grande momento... Monn entra no salão e todos os olhares são para ela... até seus amigos que já tinham a visto minutos antes acharam incrível o poder que a menina tinha de chamar a atenção com sua beleza e classe... Até o diretor da escola hesitou com sua entrada e somente após alguns segundos e muitos cutucões de professora Minerva foi que ele resolveu continuar seu discurso...

A noite de Monn seguiu conforme o planejado, quebrando o roteiro só por uma vez, quando ao avistar Drake, seu antigo namorado, irmão de sua melhor amiga Sam E formando do ano, fugiu para o banheiro para um retoque de maquiagem extra... Sam a seguiu e não entendeu o que se passava até que Monn explicou que ao ver Drake e seus profundos olhos azuis a encararem de uma forma até então inexplicável, perdeu a coragem de ir cumprimentar a ele e Josh.

Sam disse que isso era comum já que não tiveram muito contato nesse último ano, alias, Monn sequer tinha coragem de olhá-lo nos olhos após um termino via Samantha-coruja e tudo mais... mas que ela deveria ir cumprimentá-lo afinal, de todos os formandos, eles e Seboso foram os únicos com quem ela ainda não havia falado e isso seria total falta de educação... e lá foi Monn, quando é interceptada por Tiago.

Tiago disse que essa era a melhor hora para irem atrás de Snape já que Dumbledore ainda não havia convocado a banda para o baile e planava sobre o salão principal certo silêncio, quebrado apenas por risadinhas de um grupinho de meninas que seguia os formandos e o tilintar de taças... esse era o momento certo para perturbar, pela última vez Severus Snape, e faríamos isso com classe, na frente de toda a escola!

Cantaríamos uma musiquinha composta por Monn... ela não se vangloriava pela composição por não ter, digamos, muito conteúdo, mas com a adaptação da letra para a peça que iriam pregar, estava é bom demais... Cada um dos 5 amigos cantaria seu próprio nome, com exceção de Ben, que faria o papel de Snape, claro que muito melhor representado do que o próprio... e lá foram eles:


“Snape, Snape, Severus Snape
Snape, Snape, Severus Snape - Agatha
Snape, Snape, Severus Snape – Agatha – Monn, Monn, Monn Speaker
Snape, Snape, Severus Snape – Agatha – Monn, Monn, Monn Speaker
Snape, Snape, Severus Snape – Agatha – Monn, Monn, Monn Speaker, Samaaantha
Snape, Snape, Severus Snape – Agatha – Monn, Monn, Monn Speaker, Samaaantha, Tiago Potter hey, Tiago Potter, yeah!
Snape, Snape, Severus Snape – Agatha – Monn, Monn, Monn Speaker, Samaaantha, Tiago Potter hey, Tiago Potter, yeah!
Snape – Potter!
Snape – Potter!
Snape – Potter!
Snape – Potter!
Mooooooooooooooooonn Speaker
Samaaaantha
Snape, Snape, Severus Snape – Agatha – Monn, Monn, Monn Speaker, Samaaantha, Tiago Potter hey, Tiago Potter, yeah!
Snape, Snape, Severus Snape – Agatha – Monn, Monn, Monn Speaker, Samaaantha, Tiago Potter hey, Tiago Potter, yeah!

Singing our song all night long at Hoooooooooogwarts!”

CATCH SNAPE!!!!!!!!!!!

E nesse momento, como combinado com muitos outros alunos, todos correram atrás do Seboso e, para a grande despedida, ao invés de abraços, apertavam suas bochechas e diziam: “Até mais Seboso, esperamos NUNCA mais nos ver!” Ou bagunçavam seu cabelo grudento e falavam: “Esperei toda minha vida por isso, Adeus!”. E nesse momento os olhos de Monn se encontraram novamente com os de Drake e ela sentiu um frio na barriga... um incomodo gostoso que não sentia há tempos... caçou o primeiro elfo-garçom a sua frente e virou em um gole só uma dose de whisky de fogo...

...

Noc, noc, noc...

Um barulho chato acordou Monn... ela percebeu que não estava mais na festa e que não era o último dia de aula... ela já estava no dia seguinte, dentro do trem, caída profundamente em seus pensamentos, em seus sonhos... nas recordações da noite anterior... não sabia de onde vinha o barulho... virou para o lado e fechou os olhos... depois da besteira de ontem a noite, COM CERTEZA era melhor dormir... ou fingir dormir...


Saturday, July 07, 2007


O Expresso de Hogwarts soltou sua última baforada de fumaça e começou a se movimentar lentamente. Todos nós estávamos espremidos nos bancos e chão de uma única cabine conversando animadamente sobre a festa de formatura do dia anterior quando a porta se abriu e Sam entrou com a mão no peito, forçando-se a respirar.

SF: SAM! O trem te atropelou antes de você subir? – Scott perguntou rindo e arrancando risadas de todos. Sam semi-cerrou os olhos para ele e abriu espaço para acomodar o malão no bagageiro.
SW: Muitíssimo engraçado, Scott. Muitíssimo! Quase não chego a tempo de pegar o trem! Subi com ele em movimento!

Ela se espremeu no chão ao lado de Mark e realmente aparentava ter corrido bastante. Os cabelos ainda cultivavam o penteado da festa, só que completamente desorganizado. Os olhos ainda tinham lápis preto, e estavam vermelhos.

YH: Tudo bem Sam. O que importa é que você conseguiu! Mas... Por que se atrasou tanto? Monn não te chamou?

Foi como se eu tivesse dito uma ofensa. No mesmo segundo Sam me encarou com ódio e olhou todos ao redor, ficando branca. Vendo a expressão dela, eu entendi tudo. Olhei para Scott, Alex e Louise e eles também me encararam e tivemos que nos controlar para não rirmos.

AM: Hum. Tudo bem Sam. Já entendemos que você não passou a noite no seu dormitório. – Sam fuzilou Alex. Começamos a rir.
YH: Sorria Sam. Você não foi a única... – comentei olhando de relance para Louise e Remo. Remo apertou a mão da Louise soltando um sorrisinho constrangido enquanto Lou concordava com a cabeça, sorrindo deliberadamente.
BS: Er... Será que você me mataria se eu perguntasse onde está o Josh? – Ben levantou as sobrancelhas, incerto.
SW: Entrou na cabine com Drake e os outros amigos dele... Vocês vão ficar a viagem toda me interrogando? – Sam soltou brava e paramos de fazer perguntas rindo.

Alguns minutos mais tarde, eu e Mark tivemos que ir fazer a ronda no trem. Tudo parecia tranqüilo. Os alunos estavam reunidos com os amigos contando da festa ou fazendo planos para as férias.

MF: O que vai fazer nas férias, Yulli? – Mark começou e sacudi os ombros.
YH: Não sei ainda. Primeiramente devo ficar uns dias em casa... E você?
MF: Vou ao Brasil visitar meu pai. Minha mãe vai fazer um curso essas férias e vou aproveitar para passar uns dias com papai. Mas poderíamos nos reunir depois não é? Todos nós...
YH: Claro que sim! Sempre é uma boa idéia! – Sorri e Mark sorriu também. Passamos pelo último vagão do trem.
MF: Yulli, eu queria te dizer uma coisa e...
YH: Se vai me pedir desculpas por aquele beijo, Mark, pare agora. – parei de caminhar de frente para ele o encarando séria. – Não temos que nos pedir desculpas por nada! Somos solteiros, nos damos bem, e se quer saber de uma coisa, não me arrependo! Faria tudo outra vez, por que estou descobrindo em você muito mais do que um amigo maravilhoso!

Falei tudo de uma vez e ele ficou me olhando sem saber o que responder. Uma menina do segundo ano abriu a porta da cabine para nos observar interessada. Lancei um olhar rígido para ela e continuei a andar.

MF: Não ia te pedir desculpas... – Mark disse e parei novamente de andar o encarando assustada.
YH: Não?
MF: Não.
YH: Então o que você quer dizer?
MF: Quero dizer que também não me arrependi do que fiz, e que se você está achando isso tudo estranho, fala agora por que eu juro que nunca mais tento nada.

Encarei Mark com os olhos arregalados. Tinha sido literalmente nocauteada!

YH: Se eu não pedi para você parar até agora... – falei devagar tentando uma recuperação rápida dos sentidos – é por que não quero que você pare!

Mark riu e continuamos a andar. Senti a cabeça rodar depressa, mas não era uma sensação ruim... Muito pelo contrário! Chegamos de volta à nossa cabine e Scott comentava de sua participação na noite, cantando com Celestina Warbeck. Logo estava rindo com todos eles, mas evitei olhar para Mark o restante da viagem...

°°°

A plataforma 9 ¾ já estava tomada pelo barulho de malões sendo arrastados, despedidas, cantorias e conversas. Peguei minhas coisas no bagageiro e me despedi de meus amigos combinando de nos encontrarmos nas férias e mantermos contato por cartas.
Estava descendo do trem quando alguém gritou meu nome. Tiago fez um sinal para Sirius e Lílian o esperarem e veio andando na minha direção, um sorriso estampado no rosto.

TP: Então... Vai embora sem me dar um beijo de despedida?

Ele trajava seu pior sorriso maroto e levantei o pescoço para ver Lílian que nos observava atentamente. Sorri.

YH: Nunca perde essa pose não é? – me aproximei dando um beijo no rosto dele.
TP: Sabe... Não vou esquecer você. Nós nunca daríamos certo, mas apesar de tudo foi bom tudo que nós vivemos. Principalmente seu olhar de raiva quando ganhei todas as taças de quadribol. – ele ainda cultivava um sorriso no rosto, eu também.
YH: Também não vou te esquecer. Você vai ser sempre lembrado como o pilantra safado que me deu um golpe para ganhar um campeonato...
SB: PONTAS! – Sirius berrou impaciente. Tiago olhou para ele e de volta para mim. Me deu um beijo no rosto também, se distanciando.
TP: Adeus, Yulli. Não chore por mim! Vou ficar bem...
YH: Não tenho dúvidas disso!

Ri o observando correr e sumir no meio de um grupo de alunos e atravessei a barreira. Yuri estava parado conversando com Yoshi. Quando me aproximei meu irmão interrompeu a conversa e veio me abraçar.

- Que saudades! – me rodando no ar como sempre fazia.
YH: Eu também estava. Papai, mamãe e tia Yhara?
- Todos em casa esperando vocês. Temos algumas novidades...
YH: Boas?
- Acho que vocês vão adorar! Então... Vamos?!
YH: Vamos.

Dei uma última olhada para a plataforma sorrindo. Yoshi não olhou para mim e nem disse nada, mas estava me sentindo tranqüila. Prometi que não iria ficar triste nessas férias, e iria cumprir essa promessa!


Who knows what tomorrow brings
In a world few hearts survive
All I know is the way I feel
When it’s real I keep it alive.

Up Where We Belong – Cídia e Dan


Friday, July 06, 2007


Abri os olhos devagar e de cara não reconheci as cortinas vermelhas em volta da cama, mas logo me lembrei que não havia passado a noite na Lufa-lufa. Não consegui reprimir o sorriso idiota que se formou no meu rosto ao constatar onde estava e me enrolei no lençol, abrindo as cortinas. Remo estava parado de costas para a cama e encarava fixamente a janela. Envolvi meus braços em sua cintura e beijei seu ombro.

- Bom dia
- Bom dia – ele me puxou para frente dele e me beijou devagar
- O que tanto olha por essa janela?
- Nada demais... – ele tentou parecer casual, mas sua voz dizia o contrario – Só estou contemplando pela ultima vez a vista que se tem daqui de cima
- Só de pensar que ano que vem é a minha formatura, e que volto em Setembro sem você, me dá um nó na garganta... – olhei para onde ele olhava e suspirei – Mas não é só isso que incomoda você... O que é?

Remo me abraçou mais forte e ficou em silencio por um tempo, olhando para os jardins. Virei o rosto para olhar para ele e ele tinha uma expressão desanimada.

- Tenho receio de como vão ser as coisas de agora em diante – ele começou a falar e seu tom de voz era tão triste que me deixou aflita – Quando entrei em Hogwarts, o professor Dumbledore tinha cuidado de tudo para que eu pudesse terminar meus estudos sem machucar ninguém, ter minhas transformações toda lua cheia de maneira que isso não me atrapalhasse em nada. E agora eu estou por conta própria. Quem vai querer um lobisomem trabalhando em algum lugar, pondo em risco a vida de outras pessoas?
- Remo, muita gente daria um emprego a você – me soltei do abraço dele e o encarei de frente – Você sabe quando vai se transformar e pode controlar isso. Não estaria pondo a vida de ninguém em risco!
- Depois de cada transformação, eu passo no mínimo dois dias em recuperação. Como vou trabalhar sem ser demitido desse jeito?
- Para onde você se inscreveu? No Ministério da Magia, certo? – ele confirmou com a cabeça – E tenho certeza que a professora McGonagall escreveu uma carta de recomendação realmente boa para você... Quando vai saber se conseguiu o estágio?
- Em meados de Agosto, eles não liberam antes, os novatos só começam em Setembro
- Então que tal deixarmos para nos preocuparmos com isso em Agosto? – sorri beijando ele outra vez e ele sorriu de leve – Temos um verão inteiro pela frente, e pretendo passar cada segundo dele com você, já que em Setembro nos separamos...
- Você tem razão, estou me preocupando antes da hora. Vamos nos ocupar com planos para o verão que-

A frase foi interrompida com o som de passos e vozes animadas se aproximando. Olhei para ele alarmada e minha reação imediata foi pular de volta para a cama e fechar as cortinas. A porta se abriu com um estrondo e as vozes que conversavam animadas cessaram ao mesmo tempo. Foi ai que me lembrei que meu vestido devia estar no mínimo jogado no chão, ou perdido em cima de algum móvel.

- Vocês não iam voltar às 7? – ouvi a voz do Remo – São 6:15 ainda
- Aluado... – ouvi passos e a voz debochada do Sirius – O que andou fazendo?
- Nada da sua conta – Remo respondeu seco – Será que vocês poderiam sair?
- Não sem antes falar o que estava fazendo... – agora era Tiago que falava, e podia até imaginar o sorriso imbecil estampado na cara dele
- Os quatro, fora, agora – ouvi Remo caminhar até os amigos e pelo barulho, empurrá-los
- Qual é! Esse dormitório também é nosso! – a voz enjoada de Pedro resmungou – Eu nem arrumei meu malão ainda!
- Arruma depois, Pedro – Quim falou sem tom de deboche na voz. Adorava ele – Vamos, depois a gente volta, Remo

Ouvi Quim empurrar Pedro para fora e apesar de ouvir também muitas risadas de Sirius e Tiago, eles pareciam estar saindo sem criar problemas. As cortinas abriram outra vez e Remo estava sozinho no quarto. Sai querendo rir, mas me controlei, pois ele estava sério e parecendo muito sem graça.

- Desculpa, desculpa, desculpa – ele me abraçou outra vez e não contive o riso – Não era pra eles voltarem tão rápido!
- Não tem problema, acho que eles iam chegar a essa conclusão sozinhos já que você sumiu a noite inteira, e eu também
- Quer que eu pegue a capa do Tiago para você sair? Eles estão esperando a gente passar no salão comunal, tenho certeza disso
- Não precisa. Eles sabem que estou aqui mesmo, que diferença faz?

Começamos a rir da situação e peguei meu vestido no canto do quarto, vestindo outra vez. Demorei um tempinho até encontrar os sapatos, e isso deu a Remo tempo para vestir alguma coisa também, ele queria me acompanhar até a Lufa-lufa. Quando saímos do dormitório, não foi surpresa alguma encontrar os quatro sentados no sofá, olhando para a escada. Sentia a mão do Remo gelada segurando a minha, mas tinha vontade de rir.

- Bom dia Louise – Sirius falou sorridente levantando do sofá
- Bom dia Sirius... – sorri cínica para ele e Remo ficou ainda mais vermelho
- Bom dia também, Louise! – Tiago fez uma reverencia idiota e me olhou com cara de deboche
- Bom dia pra você também, Tiago... Podem subir, o quarto já está liberado
- Vamos arrumar as malas então, não é pessoal? – Quim era o único, além de Remo, que parecia desconfortável com a situação – Bom dia, Lou – ele falou baixo e passou apressado para o quarto
- Vou levá-la até a Lufa-lufa, não baguncem as minhas coisas – Remo falou sério e me puxou para a saída
- Ouviu, não é Rabicho? Não chega perto do colchão do Aluado! – ouvi Tiago gritar antes que o quadro fechasse a passagem
- Desculpa mais uma vez pelos meus amigos idiotas, mas não tenho qualquer controle sobre eles – Remo estava realmente constrangido e ri
- Já falei que não ligo, pois tenho certeza que as meninas fariam o mesmo se você tivesse passado a noite no nosso dormitório. Alias, talvez seja melhor você evitá-las no trem, se não quiser ouvir mais piadinhas
- Vou tentar, mas acho que vou ter que passar por mais essa – ele riu me beijando e descemos as escadas em direção à Lufa-lufa

ººº

A viagem de volta a Londres correu tranqüila. Depois de presenciar Sirius e Tiago se despedindo de Hogwarts mandando beijos para McGonagall e até para os portões do castelo, o trem deixou a estação de Hogsmeade sem atrasos. Passei toda a viagem na mesma cabine que Remo, onde estavam todos os nossos amigos. Ninguém queria se espalhar, então ocupávamos até o chão para que pudéssemos passar as ultimas horas que tínhamos juntos jogando conversa fora e fazendo planos para o verão.

O Expresso de Hogwarts logo parou na estação de King’s Cross e a inevitável hora da despedida chegou. Nem todos tinham planos de se encontrar nas férias, e quando chegasse Setembro, não veríamos mais muitos daqueles rostos por um longo período. Os ‘adeus’ e ‘até logo’ duraram tanto que tinha a impressão que ninguém queria deixar aquela estação e passaríamos a noite nela se fosse permitido, mas finalmente cada um foi para um lado, restando apenas nós dois. Julian já me esperava na saída da estação com meu malão e Remo segurou meu braço.

- Pensei em um jeito de nos vermos sempre que eu puder fugir até Hogsmeade
– ele puxou um pedaço de pergaminho velho do bolso e me entregou – Com isso você pode sair do castelo sem ser pega, e me encontrar no vilarejo
- O Mapa do Maroto? – falei surpresa – Vai deixá-lo comigo?
- Ele não tem mais serventia para mim ou os garotos, a não ser que eu queria vigiar cada passo seu no castelo – ele riu – Mas sei que não preciso disso. Sabe como ele funciona?
- Não exatamente...
- É simples: para abrir, bata com a varinha de leve e diga ‘Juro Solenemente que não pretendo fazer nada de bom’ – ri do jeito de abrir o mapa e ele continuou – E quando terminar de usar, bata outra vez de leve com a varinha e diga ‘Malfeito Feito’, e tudo vai desaparecer, voltando a ser só um pedaço velho de pergaminho. Mas não se esqueçam de apagá-lo, pois se algum professor pegar, não vai saber o que é
- OK, entendi... Não se preocupe, ele estará em boas mãos e faremos bom uso do mapa durante o ano
- Não tenho duvidas disso
- Então... Nos vemos em duas semanas?
- Sim, nos vemos em duas semanas – ele me abraçou e me beijou mais demorado que nunca, antes de me soltar

Vi Remo olhar para o trem uma ultima vez antes de caminhar lentamente ao encontro de sua mãe. Correi até Julian mais animada e pulei em cima dele antes de entramos em seu carro. Estávamos enfim, de férias!

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...

Por Enquanto – Renato Russo

Thursday, July 05, 2007


- Juro, solenemente, fazer tudo de bom!

Com essas palavras, Remo finalizou seu discurso como orador e o jardim se encheu de aplausos. Papai, sentado na cadeira atrás de mim, tentava conter as lágrimas. Ele não admitiria nem sob tortura, mas estava orgulhoso de Wayne por ele estar se formando com boas notas. Bom, ao menos é o que tudo indica, já que meu irmão se dedicou como nunca aos N.I.E.M.s, deixando o orgulho de lado e pedindo minha ajuda com algumas matérias.

Dumbledore encerrou a cerimônia após a entrega dos diplomas e Wayne veio correndo na nossa direção, sem esconder a felicidade. Ele nem ao menos cumprimentos seus colegas de casa, não fez questão, já que não falava com nenhum deles.

- Consegui! – ele arrancou a beca assim que parou na nossa frente
- Parabéns maninho! Estou tão feliz por você! – Megan se pendurou no pescoço dele e não parava de beijar seu rosto
- Parabéns Wayne... – estendi a mão e ele apertou – Confesso que não levava fé em você... – ri
- Nossa, obrigado, acho! – ele apertou meus dedos com força e riu cínico
- Eu estava brincando! – puxei a mão depressa – Sabia que ia conseguir, você estudou para isso – alisei os dedos já danificados por Louise e ele riu
- Onde estão nossos pais? – ele olhou em volta procurando por eles
- Dumbledore estava conversando com papai ainda pouco, acho que já foram para o salão – Megan respondeu
- Terá que ir até lá se quiser ver papai com os olhos marejados – rimos juntos imaginando a cena
- Ele chorou mesmo? – Wayne era quem mais ria
- Não fiquei olhando para trás pra prestar atenção, ele ia me dar um tapa. Mas ouvi uns barulhos suspeitos
- Imagina a reação dele então quando souber para onde você se inscreveu nos N.I.E.M.s! – Megan falou rindo
- Esquece isso, Megan! – Wayne ficou sério – Não sei se consegui ainda, prefiro não pensar até receber o resultado dos exames!
- E ai, crianças? – Ben saltou em cima da gente, tentando abraçar os três ao mesmo tempo – Estão falando mal de quem?
- Ok, acho que você entortou minha coluna – Megan fez uma careta e Ben riu
- Parabéns pela formatura, Wayne! – eles apertaram as mãos – Sem ressentimentos?
- É, sem ressentimentos, podemos acabar na mesma família, é bom começarmos a cessar as guerras...
- Falando nisso, onde está o seu irmão? – perguntei preocupado
- Kegan ficou preso no quartel general por causa de um louco
- Eu desperdicei um convite com o seu irmão, quando podia ter chamado o Wart para vir?? – Wayne olhou indignado para Ben
- Eu não disse que ele não vem, disse que ficou preso no trabalho! Ele já está a caminho, calma, daqui a pouco ele chega...
- Bom, melhor assim, pensei que tinha jogado um convite no lixo
- Vocês não gostam mesmo desse Adam, não é?
- Nem um pouco. Ele tirou a Karen lá de casa, e não faz nem questão de ser gentil com a família! – falei indignado
- Bem, mas se essa coisa toda der certo, meu irmão não vai querer morar lá com seus pais, não acham?
- Sim, claro que não, mas do seu irmão nós gostamos – Megan falou – Além de já ser bruxo, ainda é auror! Papai vai até beijar a mão dele se isso der certo...
- Claro que vai dar certo – Wayne disse convencido – Karen já gosta dele, só vai demorar um pouco até admitir, ela ainda está com o panaca do Adam. Tem certeza que seu irmão gostou dela? Porque ele vai precisar suar a camisa...
- Tenho certeza absoluta! Conheço Kegan e sei como ele fica quando gosta de alguém, e sabem, nunca vi ele olhar pra ninguém como olhava para a Karen...
- Ok, vamos parar com as confabulações por um tempo? – falei olhando para a direção do palco – Vejo luzes piscando no palco, acho que o show vai começar!

Não foi necessário sugerir duas vezes. Corremos os quatro para perto do palco, onde muitos alunos já se amontoavam. Agora sim a festa ia começar!

°°°

Moon river, wider than a mile
I'm crossing you in style some day
Oh, dream maker, you heart breaker
Wherever you're goin', I'm goin' your way

Já havia dançado e pulado o suficiente por uma noite com os The House-Elves, chorado de tanto rir com a dança retardada da Alex e do Sirius e feito muita piada com a cara deles, ou seja, já havia passado da hora de deixar de fazer cerimônias com meus amigos e migrar para a parte da festa que realmente me interessava: Celestina Warbeck!

Quando entrei no salão, lá estava ela. Linda, deslumbrante e cheia de presença, sentada em cima de um piano de cauda e cantando as músicas que eu sabia de trás para frente. Não via nada na minha frente, só ela. Marchei até o piano e nem me incomodei em ver quem estava ocupando a mesa mais próxima, puxei uma cadeira e me sentei.

Two drifters, off to see the world
There's such a lot of world to see
We're after the same rainbow's end, waitin' 'round the bend
My huckleberry friend, Moon River, and me

Celestina entoou as últimas palavras da música olhando para mim, e podia jurar que ela piscou. Aplaudia freneticamente junto com a ala geriátrica que ocupava o salão principal e acho que ela notou que eu era a única pessoa que ainda estava longe de ter problemas de artrite, pois realmente me encarou e sorriu. Ia levantar e ir até ela, mas alguém me puxou e me sacudiu com violência. Olhei para o lado e Ben estava de pé, sorrindo empolgado.

- O que foi?? – olhei para ele quase cuspindo fogo por interromper o meu quase contato com Celestina Warbeck
- Johnny, I'm gonna make him an offer he can't refuse… - Ben coçou o queixo fazendo uma cara séria
- Isso não é o momento mais oportuno para brincadeiras, Benjamin! – ele arregalou os olhos quando falei ‘Benjamin’, mas depois riu - É bom que alguém esteja morrendo!
- Não, é melhor que isso! – Ben apontou na direção do outro canto do salão e levei um susto: Kegan e Karen estavam dançando juntos
- Ok, o que eu perdi?? – olhei pra ele chocado e ele riu
- Enquanto estava babando pela Celestina? Muita coisa!
- E está esperando o que pra me contar??
- Quer ouvir que parte primeiro? Ele bajulando o seu pai, ou implorando para que ela aceitasse dançar ao menos uma música com ele?

Comecei a rir e Ben sentou na cadeira vazia ao meu lado também sem se importar com os donos da mesa, começando a me relatar tudo que estava acontecendo. Segundo ele, Kegan chegou à festa uma hora atrasado e sem saber do nosso plano ardiloso, mas nem era preciso, pois ele foi direto procurar pela minha irmã.

- Ele simplesmente se plantou na mesa da sua família, e vendo que não estava tendo muito sucesso com a Karen, puxou assunto com o seu pai. Bem que Megan falou que ele ia adorar saber que meu irmão é auror, seu pai parece que entrou na nossa campanha inconscientemente!
- Papai é patético, aposto que vai falar de Kegan o verão inteiro no ouvido de Karen, e na frente do Adam! – ri imaginando como seriam divertidas essas férias
- Pois é, e seu pai parece que conhece o nosso, pois perguntou se éramos os filhos de Thomas O’Shea. Foi ai que a coisa começou a fluir, e vendo que já tinha conquistado o seu pai, Kegan se atirou de joelhos na frente dela e pediu, ou melhor, implorou, pela 5ª vez que ela dançasse com ele
- Bom, acho que nessa Karen teve que topar...
- Sim, claro – ele olhou para os dois e deu um sorriso cínico – Isso foi há meia hora atrás...

Ficamos sem dizer nada um tempo, observando eles dançando, até que Ben resolveu ir até lá provocar Kegan um pouco, tirando Karen para dançar. Eu continuei sentado na mesa, observando atentamente a apresentação da Celestina. A todo instante um elfo passava com uma bandeja cheia de whisky de fogo para os pais, e apanhava um copo novo a cada passada deles. Lá pelas 3 da madrugada, me enchi de coragem e levantei, parando ao lado da minha deusa e a acompanhando em sua espetacular performance. E não sei dizer ao certo se era efeito do álcool ou realidade, mas muitos pareciam estar apreciando o dueto Scott Foutley & Celestina Warbeck, pois ela não me deixou mais sair de trás do piano. Yulli estava coberta de razão: aquela festa ficaria na nossa memória para sempre...

****************

N.A.: Moon River - Louis Armstrong

Wednesday, July 04, 2007


Fly me to the moon,
And let me play among the stars
Let me see what spring is like on Jupiter and Mars
In other words, hold my hand
In other words, baby, kiss me

Fly Me To The Moon – Frank Sinatra


- Susan.eu.não.estou.respirando!
- Ai, desculpa!!

Susan soltou a echarpe que tentava amarrar no meu vestido, só para ver como ficaria, e senti o ar voltando aos meus pulmões. Yulli quase fez um risco com a maquiagem no rosto quando olhou para mim e riu, vendo que eu estava roxa. Susan não parava de pedir desculpas, mas acabou rindo também. Estávamos nos últimos ajustes para a festa de formatura da turma do 7º ano. Abby já estava nos jardins há séculos e Alex havia desaparecido a tarde toda, restando apenas nós três. Susan estava nervosa, ela e Joey haviam acabado de se reconciliar e era engraçado ver a aflição dela em acompanhá-lo ao baile, como se fosse o primeiro encontro. Yulli ia com Quim, ambos inspirados em um filme trouxa chamado Conduzindo Miss Daisy, do qual vovó é fã. E eu, claro, ia com Remo. Havia me lembrado de um filme pra lá de antigo que meu avô adora, Gilda, e minha roupa era inspirada nele. Vovô só não podia nem sonhar com isso, pois acho que enfartaria.

Depois de mais de uma hora com os acabamentos finais, conseguimos sair do dormitório. A turma dos marotos já estava toda organizada para entrar nos jardins decorados e começar a colação de grau, então procuramos lugares vazios e nos acomodamos. Quando a cerimônia começou e Remo deu inicio ao seu discurso como orador, quase cortei a circulação das mãos do Scott e da Yulli. Tive um impulso quase incontrolável de chorar em pensar que eles estavam indo embora, mas consegui segurar as lágrimas. O dia era de festa, e não velório...

ººº

Estávamos parados no jardim depois da cerimônia esperando nossos pares para entrar no salão quando vimos os garotos correrem na nossa direção. Sirius saiu arrastando a Alex e Remo me abraçou com força, me erguendo do chão e me beijando. Fiquei aliviada por não me sentir tonta, sinal de que as poções estavam fazendo efeito. Tudo que não precisava era me sentir mal essa noite.

- Oi – dei outro beijo nele e sorri – Seu discurso foi lindo. E você está ótimo com esse terno de risca de giz – ri
- Obrigado – ele fez cara de convencido e me olhou de cima a baixo – E você está... – ele continuou me olhando sem terminar a frase
- Pela primeira vez, fiquei feliz por você não encontrar algo para dizer – estendi a mão para que ele a segurasse – Vamos Johnny, temos uma festa para marcar presença

Remo segurou minha mão ainda sem falar nada e atravessei o gramado puxando ele, certa de que ele já estava chegando ao limite, mas ainda assim com vontade de provocar mais um pouquinho...

ººº

A festa rolava na maior animação. Enquanto os pais dos alunos relembravam o passado com Celestina Warbeck e um piano de calda, a ala jovem da escola se esbaldava ao som dos The House-Elves nos jardins. Mas meus pés começavam a adquirir bolhas de tanto dançar, então Remo e eu resolvemos dar uma espiada no salão principal e dançar um pouco as músicas mais lentas. E tenho que admitir que a parte interna do castelo estava mais convidativa.

- Vou pegar alguma coisa para beber, está com sede? – fomos caminhando até uma das mesas vazias, onde sentei para descansar um pouco
- Acho que uma água de gilly cairia bem agora – falei pensativa
- Volto em um minuto - Remo beijou minha testa e saiu em direção à mesa de bebidas

Dei uma olhada pelo salão pela primeira vez desde que entramos e me surpreendi ao constatar que uma quantidade até grande de pessoas da minha idade curtia aquele estilo musical. A começar por Alex, que dançava feliz com Logan. Ben, para o meu total choque, dançava com Karen sob os olhares atentos do irmão dele, e Scott estava quase sentado em cima do piano de cauda, acompanhando o mais perto que podia a apresentação de Celestina. Fiquei rindo sozinha lembrando a reação de Scott quando soubemos que ela cantaria na festa. Ele é fã incondicional dela e tinha certeza que não demoraria muito para ele pedir um autografo ou tirar uma foto com ela.

- Olá – olhei assustada para o lado e vi que tinha um homem de uns 40 sentado ao meu lado, sorrindo
- Er... oi? – olhei para os lados para ver se ele falava comigo, mas não tinha mais ninguém, então ele não errou a mesa – Desculpe, mas eu conheço o senhor?
- Perdoe a falta de educação – o homem estendeu a mão e a apertei, confusa – John Lupin, pai do Remo
- Merlin, desculpa, eu não sabia! – bati a mão na testa sem graça e sorri para ele

Passado o momento embaraçoso, descobri que o pai do Remo era mega simpático. E como o filho não tinha me apresentado, ele disse que resolveu fazer isso. Conversei com ele alguns minutos, quando uma senhora aparentando ter a mesma idade se aproximou e fui apresentada a ela, era a mãe dele. Mas nem ao menos pude dizer ‘prazem em conhecê-la’, pois senti alguém me puxando e interrompendo a frase. Remo estava de volta segurando duas taças de água de gilly e o rosto vermelho, parecendo sem graça.

- Sua bebida – ele empurrou a taça na minha mão e me afastou mais um pouco de perto deles – Mãe, pai, o que estão fazendo?
- Ora, você não nos apresenta sua namorada, nos obriga a fazer isso por você! – a mãe dele respondeu séria e controlei o impulso de rir
- Bom, já conheceram a Louise, não é? – ele revirou os olhos e não consegui segurar uma risada fraca, que transformei rapidamente em uma tosse. Ele me olhou sério e olhei para o teto, senão ia cair na gargalhada – Vamos dar uma volta lá fora, ver os House-Elves um pouco, não vão embora sem se despedir

Ele nem ao menos deixou os pais responderem que iam se despedir antes de voltarem para casa e saiu me rebocando para fora de lá. Acenei para eles rindo bem a tempo, pois a porta do salão principal já não era mais visível, de tão depressa que ele andava.

- Por que esse desespero todo? – fiz ele parar de andar – Estava com vergonha de me apresentar aos seus pais? Porque você já conhece os meus avôs!
- Não é você, são eles. Acredite, eu salvei você de um interrogatório...
- Eles interrogavam suas outras namoradas também? – falei fazendo bico e ele me abraçou
- Você sabe que não teve nenhuma outra pra eles interrogarem. O interrogado fui eu – ele me deu um beijo demorado e acariciou meu rosto – Quer dançar mais um pouco com o pessoal, ou dar um passeio pelo jardim?
- Ficar no meio de um monte de gente pulando e se acotovelando ou ficar sozinha com você... – fingi que estava indecisa e ele riu – Pergunta difícil mesmo!

Ele pegou minha mão e demos meia volta, caminhando na direção contraria. Os jardins e corredores do castelo estavam todos decorados com cartazes da década de 40, cada um mais engraçado que o outro, e vários objetos daquela época. Sentamos em alguns bancos perto do lago e ele deitou a cabeça no meu colo. Fiquei mexendo no cabelo dele por algum tempo, ate que ele sentou direito e começou a me beijar. As mãos dele passeavam de um lado para o outro, mas eu não tentei impedi-lo.

- Remo... – fiz que ia afastá-lo, mas nem tentei – Tem muita gente aqui...
- Então vamos para outro lugar – ele nem interrompei a sessão de beijos para falar

Concordei com a cabeça e ele levantou apressado, segurando outra vez minha mão e voltando para o castelo. Eu não conseguia desviar meus olhos dele, e não sabia nem para que lado estava indo. Só quando ouvi Remo dizer a senha para entrar no salão comunal da Grifinória foi que me dei conta de que havíamos subido 7 andares de escada. Em questão de segundos já estávamos no dormitório dos meninos.

- Seus amigos podem chegar a qualquer minuto – falei receosa, mas desatando o nó da gravata dele
- Eles só voltam depois que clarear – suas mãos deslizaram do meu ombro ate a minha cintura e ele não desviava o olhar de mim – Combinamos de não desperdiçar a ultima noite em Hogwarts dormindo, todos vão virar a noite nos jardins e voltar às 7 para arrumar as malas
- E quanto a você? – disse beijando seu pescoço – Não deveria estar com eles?
- Acho que tenho planos melhores para aproveitar minha ultima noite em Hogwarts...

TO BE CONTINUED...