Thursday, September 30, 2010


Atenção alunos,

Para fazer parte das equipes que competirão nas Olimpíadas em Novembro, será necessário passar pelas seletivas. Os professores serão responsáveis por avaliar o desempenho de cada um nas modalidades escolhidas e decidir quem deverá acompanhar a delegação até a Austrália.

As seletivas acontecerão a partir das 16h, no Salão Principal, durante duas semanas. Certifiquem-se de se inscrever nas modalidades para agendarem o horário de suas avaliações.

Atenciosamente,
Minerva McGonagall
Diretora


O aviso estava pregado em todos os murais da escola, junto com uma lista das modalidades que fariam parte das Olimpíadas. Arranquei a que estava no mural da Sonserina e andava com ela dentro do caderno, tentando decidir no que me inscrever. Quando as seletivas começaram, havia optado por quatro modalidades: Esgrima, Taekwondo, Tiro Esportivo e Triatlo. Eram as única que eu tinha chance de ganhar medalhas.

Meu cronograma dizia que aquela tarde de quarta-feira estava ocupada com as seletivas de Esgrima e Taekwondo e tio Yoshi era o responsável. Tinha muita gente inscrita, mas duvidava que metade daquela gente conseguisse segurar uma espada. Haley, Artemis e eu caímos na mesma equipe e era até covardia lutar contra a Arte, mas nos saímos muito bem e conseguimos nos classificar com folga. Como eu suspeitava, mais de 50% daquela gente deixou o Salão Principal sem uma vaga na equipe. Do lado dos garotos, vi que JJ, MJ, Harper, Tommy e Thruston também haviam se classificado.

As seletivas de Taekwondo foram as mais divertidas do dia. Hiro e eu éramos os únicos do nosso grupo a participar e depois de dois anos de treinamentos ininterruptos, podemos nos gabar que foi a vaga mais fácil de se conquistar. Não vi mais ninguém conhecido passando, apenas alguns alunos do 7º ano e outros do 3º e do 4º, que eram a maioria ali. Quando Hiro derrubou um garoto grandalhão do 7º ano da Lufa-Lufa com um chute que o jogou para fora do tatame, eles viram que estávamos levando aquilo a sério.

- E ai? O que tem programado pra hoje? – Hiro perguntou espiando meu cronograma na manhã seguinte.
- Só Tiro Esportivo, tenho seletivas às 16:30 no campo de quadribol – respondi consultando o pergaminho – Carabina e Tiro ao Prato.
- A minha também é no mesmo horário – Haley abriu o pergaminho dela – Alvo Móvel. E logo depois tenho seletiva de Tênis, vou fazer dupla com a Lizzie.

Às 16h em ponto caminhamos na direção do campo de quadribol. Quase todos nós estávamos inscritos no Tiro Esportivo, cada um em uma modalidade diferente. Além de Haley e eu, Hiro disputava uma vaga na Carabina, Alvo Móvel e Tiro ao Prato, e Keiko e JJ na Pistola e Tiro ao Prato. E para nossa total surpresa – e um pouco de medo também – Sheldon estava a postos conferindo se sua pistola estava carregada. Ele foi o primeiro a ser testado e observamos, completamente aterrorizados, Sheldon liquidar o alvo com tiros altamente precisos. Ele não era bom só no videogame. Sheldon White sabia atirar no mundo real e aquilo era algo capaz de tirar o sono de qualquer ser humano normal.

Depois do choque inicial, todos passaram por baterias de testes individuais e conseguimos nossas colocações sem muita dificuldade. Também se juntaram ao time de atiradores aprovados Charlotte, Luky, Thruston, Zack, Penny e Harper, além de outros alunos que não conhecíamos. Nos despedimos de Haley que ia para os testes das duplas de Tênis com Lizzie e Rupert, Tuor e Julian que iam para os testes da Natação individual e voltamos para o Salão Principal, onde Keiko, Arte e Bela fariam testes para a equipe de Ginástica. Enquanto elas começavam a se preparar, nos acomodamos nas pequenas arquibancadas montadas nas extremidades.

- Pensei que ia se inscrever para a equipe – Jamal comentou sentando ao meu lado – Você era boa, não?
- Eu sou boa – o corrigi e eles riram – Mas cansei, sabe? Não tenho mais a paciência de antes pra toda a dedicação que isso pede.
- Ei, aquele ali é o Zack? – JJ apontou pro outro lado do salão, onde um grupo muito pequeno de garotos se aquecia.
- E o Collins? – Hiro completou, apontando para Dean Collins. Era um dos melhores amigos de Thruston e artilheiro da Grifinória.
- Corajosos – falei espantada – Não vejo problemas em garotos competirem na ginástica, mas infelizmente nem todos pensam assim.

Além de Zack e Dean, havia mais cinco garotos entre eles. Dois do 4º ano, dois do 6º e um do 7º, todos parecendo à vontade com a situação e não se importando com os olhares e dedos apontando em suas direções. Já as meninas tinham muitas. Não contei, mas chutaria mais de 40 garotas aglomeradas no salão enquanto a professora Bones tentava organizá-las em grupos de quatro. Logo localizamos Keiko, Arte e Bela, e reconhecemos Blair e Kaley entre as candidatas, assim como Brittany e Ashley. A maioria ali parecia tão eufórica que duvidava que 80% delas soubessem realmente o que deveriam fazer. Era constrangedor.

Depois de quase 15 minutos perdidos, a professora Bones conseguiu separar os grupos e deu inicio aos testes. Os garotos foram os primeiros e fiquei impressionada com o quanto eles eram bons. Também, para se inscreverem e correrem o risco de serem ridicularizados pelos colegas, tinham que saber que eram capazes de calar a boca de todos. Zack passou com facilidade no cavalo com alças e Dean ganhou a vaga nas argolas, enquanto os outros se dividiram entre o exercício de solo e barras paralelas. Eles saíram do tatame e o primeiro grupo de meninas entrou. Se eu estava constrangida só com o olhar perdido delas, agora queria cavar um buraco no chão do salão e me esconder.

Era o pior conjunto de ginastas que já vi na vida. E olha que eu costumava competir e já vi de tudo. A maioria tentava a sorte nas barras assimétricas, mas mal conseguiam se manter penduradas por mais que alguns segundos. Saltar de uma para outra então, seria considerado tentativa de suicídio. Keiko, Arte, Bela, Blair e Kaley, que só iam tentar a vaga para a Ginástica Rítmica, olhavam o desastre nos aparelhos com as mesmas caras de choque que eu.

- Merlin, isso é um desastre! – comecei a protestar da arquibancada e Jamal ficava segurando meus braços, que sacudiam angustiados involuntariamente – Elas vão acabar se matando!
- Clara, fale baixo – Hiro advertiu, mas estava se esforçando para não rir – A professora Bones já está olhando de cara feia pra gente.
- Mas elas são péssimas!
- Srta. Lupin, silêncio, ou vou pedir que se retire.

Fiz que sim com a cabeça e fiquei quieta, mas quando Ashley arriscou um salto da barra superior para a inferior e bateu com o queixo nela, explodi outra vez e Jamal não conseguiu me segurar no banco a tempo.

- Vocês são horríveis! Estão fazendo tudo errado!
- Srta. Lupin, já chega! – a professora estava braba – Saia do salão.
- Elas vão se matar nesses aparelhos, não quero nem ver quando resolverem experimentar saltar na trave!
- Você não está nem inscrita em Ginástica, por que não cala a boca? – Brittany se irritou.
- Srta. Lupin, saia, agora! – a professora ordenou outra vez, mas não me mexi.
- Não professora, tudo bem. Se você é tão sábia no assunto, por que não vem até aqui e mostra como se faz? – Ashley me desafiou e ouvi JJ assobiar atrás de mim.

Olhei para os três do meu lado e a cara deles me incentivava a aceitar a provocação, mas foi o olhar ansioso de Keiko e Arte no meio da quadra que me convenceu de vez a ir até lá. Eu não queria, de verdade. Mas não podia deixar aquela criatura me desafiar sem uma resposta a altura. Era um exercício que eu não praticava há cerca de cinco anos, mas era como andar de bicicleta, ainda sabia o que fazer. Passei o talco nas mãos e esbarrei de propósito em Ashley antes de me posicionar em frente à barra menor.

Era difícil dizer como eu ainda sabia fazer aquilo com tranqüilidade. Talvez o fato de ser um lobisomem e ter melhorado muito meu equilíbrio nos últimos dois anos, graças a Hiro e tio Seth, tenha ajudado. Não sabia de verdade. A única coisa que sabia era que estava me saindo melhor do que o esperado. Dei dois giros rápidos na barra inferior e saltei para a superior, agarrando-a sem nem estremecer e já emendando em quatro giros seguidos de uma troca rápida de barras. Voltei a barra superior, completei um giro sem as mãos, a agarrei de novo e com um mortal triplo, aterrissei no tatame sem me desequilibrar. Ouvi Keiko e Arte soltarem um grito, que foi rapidamente interrompido com um olhar severo da professora.

- Aprenderam? – olhei para Ashley e Brittany com cara de deboche e elas só faltavam cuspir fogo.
- Como você fez isso? – uma menina do 3º ano me olhava espantada.
- Você só precisa manter sempre a coluna ereta, é a postura básica de uma ginasta. E na hora de aterrissar, precisa focar no ponto que você vai cair. Não pense em mais nada, apenas no ponto, e mantenha os braços estendidos. Não é difícil, só precisa de prática. – a professora Bones ainda me olhava séria, mas não parecia mais tão braba assim. Parecia também impressionava. Aposto que ninguém imaginava que a encrenqueira da escola era ginasta.
- Srta. Lupin! – ouvi a voz de McGonagall e soube que estava encrencada – Venha até aqui, por favor.
- Se ferrou, espertinha – Brittany provocou, mas não continuou ao ver a cara da professora.

McGonagall estava do outro lado do Salão Principal, seu olhar sempre severo observando enquanto eu me aproximada, ao mesmo tempo em que vigiava a movimentação que havia voltado ao normal depois da minha exibição. Se ela tinha visto, ia me recriminar, sem duvida.

- Pois não, professora – falei receosa, parando na frente dela.
- Há quanto tempo treina ginástica? – a pergunta me pegou de surpresa. Achei que ela já fosse logo dizer qual era a detenção.
- Dos meus 6 aos 10 anos, depois parei. Eu não pretendia ir até lá, mas elas pediram.
- E por que não está inscrita para a equipe de Ginástica Artística? Certamente seria excelente para Hogwarts termos uma ginasta experiente.
- Não, não gosto mais de fazer isso, exige uma dedicação que não tenho mais.
- Eu tenho uma proposta a lhe fazer, ouça com atenção antes de recusar – agora eu estava ainda mais surpresa – Quero que treine a equipe de ginastas de Hogwarts e participe de ao menos uma competição, no aparelho que desejar, e em troca eu lhe concedo uma das cinco cartas de recomendação que costumo escrever ao cinco melhores alunos das turmas do 7º ano.
- E por que eu ia precisar de uma carta de recomendação? – ok, foi uma pergunta idiota, mas saiu antes que eu percebesse.
- Porque soube que anda interessada na carreira de Curandeira e eu posso lhe garantir que não há “O” suficiente que vá fazer com que a senhorita passe na seleção de um hospital, enquanto portar um histórico de detenções e mau comportamento como o seu. Já esteve a beira de uma expulsão duas vezes, sem uma carta de recomendação minha só conseguirá uma vaga de imediato se sua mãe comprar um hospital.
- Nossa, bastava dizer que era importante – ela não gostou da resposta – Ainda não me decidi sobre que carreira seguir.
- Srta. Lupin, o que estou lhe oferecendo é o que todos os alunos que almejam ter uma carreira de sucesso querem. Não desperdice essa oportunidade porque não quer dar o braço a torcer.

Não respondi de imediato. Olhei para o tatame novamente e agora era a equipe de Ginástica Rítmica que era avaliada. Diferente das outras, Keiko, Artemis, Blair, Bela e Kaley eram muito mais coordenadas. Com alguns ajustes e a coreografia certa, tinham grandes chances de ganhar uma medalha.

- Só tenho que competir em um aparelho?
- E treinar as ginastas, auxiliá-las no que precisarem para melhorar seus desempenhos.
- E posso escolher as meninas que quiser para a equipe de ginástica rítmica?
- Contanto que sejam qualificadas, pode.
- Ok, negócio fechado. Pode começar a pensar em bons elogios pra carta, vai precisar dos dois anos pra encontrar alguns.

Voltei para a arquibancada e JJ, Hiro e Jamal me olhavam curiosos. Não disse nada, apenas sentei entre eles e voltei a prestar atenção aos testes no tatame. O de Ginástica Rítmica estava terminando e algumas meninas já se preparavam para testes na trave e no salto sobre a mesa.

- E então? Não vai mesmo falar o que McGonagall queria? – JJ perguntou aflito. Os três me olhavam com a mesma cara ansiosa.
- Ah sim. Parece que agora sou a treinadora da equipe de Ginástica. E devo competir em um dos aparelhos.

Os três soltaram um “o que?” sincronizado, mas apenas ri e disse que explicava quando estivéssemos todos juntos. Quando olhei pro tatame outra vez, uma menina do 4º ano havia acabado de escorregar e dar com a cara na trave. Elas definitivamente precisavam de ajuda.

Saturday, September 25, 2010


Lembranças de Artemis A. C. Chronos

“Arte, gostaria de falar com você, quando puder venha na minha casa. Preciso falar com você.

Com amor,

Gaia Chronos”

Eu treinava em Avalon quando recebi essa mensagem. Não era nem um patrono nem uma coruja, era uma forma que eu, Gaia, Luthien, Mina, Bela, mamãe e Emily desenvolvemos. A partir dos meus poderes e dos poderes de Avalon, eu conseguia fazer com que nos comunicássemos a distância, contando que tivemos um pouco de água do Poço Sagrado.

Eu parei o treino imediatamente, pois fiquei preocupada com a mensagem. Chronos disse que tudo bem, até porque o treino de hoje era basicamente meditação, onde eu iniciava mais viagens pelo passado e por outras realidades. Para entender e adquirir os poderes de Chronos, eu precisava conhecê-los, assim como sua história. Então cada vez mais eu vigiava para seu passado e para outras mundos. Keiko, que estava comigo nesse dia, finalizou uma frase em um trabalho de Poções antes de que eu a levasse para Hogwarts.

- Volta rápido, agora eu fiquei preocupada, e os outros também vão ficar. – Ela falou, ao me abraçar assim que surgimos em uma clareira perto da casa de Hagrid. – Mande um oi para ela por mim e pelos outros.

- Tudo bem, eu volto assim que puder. – Falei, enquanto já me envolvia na luz de Chronos.

Poucos segundos depois, eu já estava diante da casa de Tia Celas e Tio Isaac, em uma parte afastada de Londres. A casa era muito bonita e animada, cheia da energia dos dois. Eu corri para a porta e mal bati nela, Edward abriu a porta. Ele tinha um olhar estranho, mas não diria triste.

- O que houve? – Eu falei preocupada. Ele sorriu.

- Eu falei para Gaia não mandar uma mensagem daquela forma. – Ele falou, enquanto me dava passagem, afagando meus cabelos. Gaia veio me receber e ela tinha um olhar semelhante ao do Edward.

- Gaia, o que houve, me deixou preocupada? – Eu a abracei, ainda preocupada. Ela porém sorriu para mim.

- Eu queria que você soubesse por nós antes de qualquer outro. Até porque, pode ser que amanhã ou em breve noticiem isso nos jornais.

- Ai Chronos, o que foi que aconteceu?! Você ta grávida?! – Eu falei, ficando assustada. Edward e Gaia caíram na gargalhada, enquanto eu ficava roxa.

- Não, querida, não é isso. – Edward falou. – Pelo contrário, estamos terminando o nosso “namoro”.

- Como?

- Sim, decidimos que vamos terminar nosso namoro. Depois de dois anos lindos, não agüento mais a mania super-protetora do Edward! – Gaia falou, sorrindo.

- E nem eu agüento seu ciúme doentio, já falei que são só fãs! – Edward falou rindo também, e eu ainda estava sem entender nada.

- Ok, vou explicar. – Gaia começou a falar. - Recentemente, decidimos que não dá mais para continuar nessa farsa. Está certo que o nosso namoro foi feliz, que nos gostamos muito e nos sentimos bem um perto do outro.

- Mas não podemos fugir para sempre do nosso amor verdadeiro. Gaia jamais esquecerá Joseph e eu não serei capaz de esquecer Elizabeth. Não podemos mais fugir. – Edward completou. Ele e Gaia estavam sentados lado a lado, de mãos dadas.

- Eu e o Eddie crescemos juntos, o amor que temos entre nós é o de irmãos. Ele sempre será meu irmão e eu sempre serei sua irmã. E por isso, sempre nos apoiamos, como grandes amigos e irmãos, principalmente nisso.

- Fora que, Joseph esquentou um pouco as coisas. – Edward falou, com um sorriso nos lábios, enquanto Gaia ficava vermelha.

“Ontem, Tio Lu, Ty e Seth organizaram uma aula extra sobre vampiros na Academia e para os novos membros do clã. Fazia parte da aula do Seth, e como a guerra com os vampiros está ficando cada vez mais intensa, precisamos treinar todos o mais rápido possível. Ele, Tio Lu, eu, papai, Joseph e Lorde Derfel deveríamos demonstrar os poderes de um vampiro para os aurores, e teríamos inclusive uma pequena luta entre vampiros. Papai e Tio Lu fizeram um luta rápida, enquanto Lorde Derfel e Ty explicavam para os demais sobre como enfrentar um vampiro. Além de nós, Gaia e seus pais estavam no local. Joseph tinha dificuldades de esconder o ciúme, enquanto eu estava ao lado de Gaia.

- Vamos mostrar a força de um jovem contra a de um Ancião, Edward? – Ele por fim me desafiou, lançando um olhar rápido para Gaia. Eu não tive como recusar e começamos a lutar.

Joseph, porém, estava cego de ciúme e logo a nossa luta tornou-se séria. Lorde Derfel e Tio Lu conseguiram tirar a atenção dos alunos com outra luta mais intensa, enquanto Seth, Isaac, papai e Ty nos separavam. Eu e Joseph estávamos muito machucados, mas não queríamos deixar de lutar. Por fim, Joseph se acalmou e me pediu desculpas, mas depois, virou-se para Gaia e ajoelhou-se, e diante da Senhora Celas e do Senhor Isaac ele declarou-se:

“- Caríssimos senhores, não posso mais agüentar. Eu sou completamente apaixonado por sua filha e sei que ela por mim. O namoro desses dois jovens é apenas uma forma de esconder o que há de verdade no coração de ambos. Eles têm medo do que esses relacionamentos podem causar. Mas eu dou minha palavra: eu lutarei para protegê-la para sempre.” – Gaia completou, completamente vermelha, enquanto eu me esquecia de respirar.

- E então?! – Eu perguntei.

- Foi um choque para todos. Apenas mamãe parecia já esperar algo assim. Ela levantou Joseph e o abraçou, dizendo que ele era corajoso. E então ela abençoou nossa união e permitiu que namorássemos.

- Então, eu decidi que iria parar de fugir e aprender com o que Joseph me mostrou: vou ser corajoso e proteger Lizzie, nem que eu me consuma nisso. – Edward falou com os olhos brilhando, por lágrimas e por determinação.

-Aah Edward...Lizzie está namorando um rapaz lá da escola e eles parecem felizes juntos. Já pensou que ela possa tê-lo esquecido?
- Sim, eu sei que ela seguiu em frente e fez muito bem, mas eu tenho a vida toda para esperar por ela, Arte. E se ela não estiver mais interessada em mim, sem problemas, afinal corações partidos rendem as melhores músicas.- ele diz sorrindo, mas Arte percebe que por tras da brincadeira, ele está preocupado.

- Derfel ficou emocionado e disse que apoiaria também, assim como Siegfried. Mas concordou que seria um baque forte para o Conselho... – Gaia falou.

- Então, Lorde Siegfried decidiu que convocará o Conselho em breve para anunciar isso imediatamente. Ele acha melhor deixar isso claro, antes que os demais vampiros fiquem sabendo.

Eu estava com a respiração ainda pressa. Surpresa com a velocidade e com a coragem de Joseph e o admirei por isso. Lutar por um amor é algo muito bonito. Edward e Gaia sorriam, alegres e felizes.

- Eu, eu não sei o que falar... Fico tão feliz por vocês! Vocês têm o meu apoio! – Eu consegui falar e sorri ao abraçá-los.

Eu fiquei feliz por eles dois, por terem me contado e por estarem encaminhando para a felicidade deles. Mas sabia também que as coisas poderiam ficar pior dali em diante. Eu decidi então que era hora de eu começar a participar da guerra. Sei que isso vai ser mais difícil de meus pais aceitarem do que o namoro deles, mas preciso começar a lutar. Por todos.

Mamãe já me esperava na porta de casa, quando usei meus poderes para ir para lá antes de voltar a escola. Ela me olhou séria, mas também com carinho e orgulho nos olhos.

- Você cresceu, minha filha. E fico orgulhosa disso. Eu permitirei que vá caçar conosco, mas sabe que com seu pai será difícil.

E realmente foi difícil. Papai não queria de jeito algum me deixar caçar vampiros com eles, mas eu sabia que já era hora de eu começar a lutar ao lado de todos e por todos, além de que precisava começar a treinar minhas habilidades. Papai permitiu que eu participasse das caçadas apenas depois de dizer que eu faria parte do grupo liderado por ele e deveria obedecê-lo o tempo todo. Ele é muito super-protetor, deve ser uma característica comum a todos os meio-vampiros, como ele e Seth, e vampiros como Edward, mas eu o entendo e o amo do mesmo modo.

Uns dois ou três dias depois, Gaia me mandou uma nova mensagem, dizendo que o Conselho seria convocado dentro de três dias e dizendo que a Skeeter anunciara o término do namoro deles no jornal.


Wednesday, September 22, 2010


Algumas anotações de uma Weasley, setembro de 2014

Quando John e eu voltamos para a escola para começar nosso último ano em Hogwarts, além das saudades que eu sentiria dos meus irmãozinhos, Zoe e Spencer, eu sabia que teríamos muito trabalho, pois seria o ano de nossos NIEMs, e o ano em que definiriamos de vez, a profissão que iriamos seguir.
O que me deixava um pouco mais tranquila era que eu pelo menos sabia o que queria fazer depois de Hogwarts: eu queria trabalhar com moda, então o melhor caminho seria fazer faculdade moda em Milão ou Nova York, como eu ainda tivesse dúvidas sobre qual a melhor para mim, eu sempre trocava cartas com Brianna McGregor, e ela me passava muitas dicas, inclusive nas últimas férias, ela havia me levado junto com ela para um desfile beneficente em Londres, e ela me apresentou a Isa McCallister, não preciso dizer que fiquei em estado de choque, ao conhecer uma das maiores estilistas da atualidade. E quando ela me disse que eu poderia ser uma de suas modelos, eu me segurei muito para não dar pulinhos de alegria.
Quando voltei para casa, a abri a carta da escola, o distintivo de monitora havia mudado para um de monitora chefe, e eu fiquei ao mesmo tempo feliz e chocada. Feliz porque os monitores chefes eram escolhidos em uma votação com toda a monitoria e os professores, e chocada porque me deram um poder destes? Eles não têm noção de perigo?rsrs.
E além de tudo isso era ano de Olimpíadas, e todos estavam enlouquecidos perturbando o tio Ben e o tio George, e era comum ver pelo castelo, pessoas treinando, pois não bastava querer competir, você tinha que pelo menos saber do que se tratava aquela modalidade, pois haveriam provas seletivas, e ninguém queria ser deixado para trás por causa de um resultado ruim, então o trabalho na monitoria havia aumentado bastante, pois alguns alunos achavam que à noite, e fora dos horários permitidos era um bom momento para bancar o atleta.

Entrei no salão enquanto outros estudavam, alguém cochilava com uma almofada sobre o rosto, perto de uma mesa de xadrez de bruxo onde rolava uma partida de entre minha amiga C.C. e minha prima Victoire, pois elas queriam fazer parte da equipe de xadrez.
— Vic, olhe o seu rei. Você o deixou vulnerável ao meu bispo de novo — C.C. chamou a atenção da minha prima para o tabuleiro, com o cuidado para não denunciar qualquer traço de frustração na voz.
— Meu coração não está nisso, C.C. Acho que Leonard lhe proporcionaria um jogo melhor ou mesmo a Artemis. Aliás, não a vi depois do jantar...
— Eu não estou preocupada com o jogo, Vic. Tudo o que queria era a sua companhia, precisamos conhecer bem os movimentos uma da outra, se formos disputar em duplas no ‘speed chess’. E Artemis tem ido fazer os treinos em Avalon, xadrez de bruxo é a menor das preocupações dela no momento. — Mas, enquanto falava, C.C. mantinha os olhos fixos nas peças, e ela me perguntou:
- E ai chefia? Tudo calmo no front?- quis saber:
- Sim, tudo tranquilo, Harper e eu...
- Mmm, ‘Harper e eu’ tão bonitinhos juntos. – zombaram as duas e eu só franzi os olhos e continuei falando:
-...nós só precisamos escoltar Justin e Kaley para as suas casas, pois estavam perdidos num corredor escuro da ala leste, aquele com os quadros de natureza morta sabe? Do jeito que estavam a natureza não ficaria morta por muito tempo. – disse irônica e C.C.riu:
- Aquele garoto já chegou mostrando competição ao Jamal não é? Paquerador, mas sem ser desrespeitoso...Inteligente...Gostei dele.
- Não gosto daquele Justin, ele é tão metido...Nem é tão bonito assim. - disse Vic desdenhosa e eu respondi:
- Você só não gosta dele porque ele foi um dos poucos a não se impressionar com seu charme veela ontem de manhã, e fez você parar de encantar os meninos, até John foi afetado e isso é nojento. – e vi Vic bufar, quando C.C. e eu rimos:
- Ele foi um grosso, quando jogou água em mim. Quem ele pensa que é?Queria se mostrar para aquela garota nova, a Kovac. Vi quando ela deu o copo de água a ele. – disse fazendo drama e eu respondi:
- Ele não ‘jogou água em você’, foram apenas umas gotinhas para distraí-la e você parar de encantar as pessoas,aqueles meninos do primeiro ano já estavam começando a brigar para chamar a sua atenção, seriam pontos perdidos desnecessariamente. Eu acho que ele fez bem, pois pensou rápido e agiu. Às vezes você perde a noção do quanto seu sangue veela afeta as pessoas e isso não é bom Vic. E não acho que Elena tenha feito de propósito, ela é legal.
- É só isso que ela é né? ‘Legal’. - disse fazendo aspas com os dedos.
- Como assim?
- Ah fala sério...Ela não é o que se pode considerar interessante.Parece um garoto usando roupas de menina... E quando começa a falar de esportes, o jeito que fala com os meninos, parece um dos caras, às vezes fica dificil definir o que ela é. Mas como alguns garotos so pensam em quantidade não em quantidade, para eles está tudo bem. – disse Vic e C.C. zombou:
- Ouch! Senti um certo amargor nesta frase....É impressão minha ou você está ressentida com algum garoto que te esnobou? Ou alguém novo??
- Deixe de ser ridícula C.C. eu não tenho o menor interesse no Justin, e se tivesse ele já estaria comigo. Tenho fé em mim.- ela disse convencida e começamos a zombar dela, porque ninguém havia falado em Justin. Paramos de rir quando a pessoa que estava deitada no sofá,tirou a almofada do rosto, se levantou e passou por nós feito um furacão e até derrubou as peças do jogo. Era Elena e pelo pouco que pude ver, estava magoada. Droga, odeio quando alguém é magoado e não fiz nada para evitar.

-o-o-o-o-o-o

As seletivas para as Olimpiadas, tomaram os horários dos treinos de quadribol, e foi muito interessante ver o empenho dos professores, pois todos queriam que Hogwarts trouxesse muitas medalhas, então as aulas eram mais leves. E muitos acabaram atuando como juízes para ajudar a definir os atletas ou equipes com melhor classificação.
Tirando os aluno do primeiro ano que não podiam participar, quase todos tentaram as vagas. E quem não conseguia, torcia para os amigos, tornando tudo muito divertido. Vários de nossos amigos, se empenharam muito e conseguiram ótimas classificações. Foi engraçado ver a professora McGonnagal, olhar resignada para a galerinha sonserina que havia conseguido se classificar em vários esportes. Acho que ela deu graças a Merlim por serem tio George e Ben que cuidarão deles rsrs.

Ao final das seletivas, Johny havia conseguido a vaga para boxe e no trancabola havia sido selecionado junto com Leonard, Blair iria competir em Ginástica Ritmica Desportiva, e eu havia conseguido a vaga para arquearia, montaria individual e tênis em duplas com a Haley, Charlote é claro, disputaria o xadrez de bruxo e tiro esportivo.
Não havia um salão comunal sem comemorar suas conquistas, e até os professores fizeram vista grossa, quando vi Victoire passar pelo quadro da mulher gorda, trazendo um jornal na mão.
- E ai? Quais as novas?- quis saber e ela me apontou o jornal.
- Leia a edição extra do Profeta Diário, a coluna da Rita Skeeter...
- Nem pensar, ela só publica lixo...- comentei e Vic respondeu:
- Ah sempre acaba tendo alguma verdade nas coisas que ela publica, e isso é interessante, deixa que eu leio:

-‘Chega ao fim um dos romances mais comentados em nosso mundo. Quando pensávamos que os pombinhos caminhavam rumo ao altar, uma bomba explode: Edward Langston e Gaia Chronos terminaram o namoro que durava mais de dois anos. Posso citar rumores, vindo de várias fontes: um sobre Edward ser excessivamente atencioso com suas fãs, ao longo de suas viagens com sua famosa banda ‘Tears of Blood’ e que sua namorada não aguentou a pressão da concorrência, ou o de que a jovem Gaia, tenha se apaixonado por um sheik, após se cansar de esperar por tanto tempo por um anel...Enfim, seja o que for que aconteceu com o casal sensação, nos deixa a seguinte pergunta: o amor entre os diferentes é realmente verdadeiro?’

Várias garotas que estavam por perto ouviram e logo se puseram a especular sobre o mais novo solteiro da praça e se teriam chances com ele, Vic era uma das que estavam animadas. Charlotte percebendo que eu havia ficado quieta, se aproximou:
- Rita Skeeter é sempre tão preconceituosa em suas opiniões, por isso me pergunto o quanto dessa notinha seria verdadeira. E se for, seria de se pensar que agora vocês teriam uma chance não?
- Se for verdade, espero que eles estejam bem.- respondi e ela me olhou curiosa, e antes que ela dissesse mais alguma coisa, eu completei:
- Elliot é a minha realidade, C.C. e eu estou feliz, e é só isso que me importa no momento.- deixei-a e andei até Elliot que estava conversando animado com com Johny e Leonard e o abracei forte. Ele era o meu porto seguro.
por um dos O'Hara Weasley às 2:34 PM

Wednesday, September 15, 2010


A vida no 5º ano não era fácil. Além de todos os conflitos que vem junto com o pacote dos 15 anos, era ano de N.O.M.s, tínhamos uma Olimpíada pela frente e aulas tão cansativas que me espantava a turma não ter uma crise de choro ao final de cada uma delas. E como se não bastassem aulas triplas todo dia à tarde, ainda teríamos Orientação Vocacional logo depois das férias de Natal, o que nos dava menos de quatro meses para escolher uma carreira. É motivo de sobra para entrar em depressão.

Era quarta-feira à noite. Estávamos todos jogados em cima da mesa da Sonserina no Salão Principal, depois de uma longa aula tripla de Transfiguração, tentando terminar o trabalho sobre cálculos lunares para a aula de Astronomia daquela noite. Nem mesmo o trio da Corvinal estava achando o trabalho fácil e já começava a ver os números no meu pergaminho cada vez mais embaralhados quando alguém jogou um papel por cima dele. Tinha o desenho de um campo de Quadribol na parte inferior e letras verdes chamativas no topo.

- Olá, senhoritas, garotos, futura namorada – Damon falou se dirigindo a Arte, que se esforçou ao máximo para reprimir um sorriso – Testes para Batedor e Goleiro, sexta-feira. A propósito, esqueci de anunciar: sou o novo capitão do time da Sonserina.
- Parabéns, Damon! Agora o Quadribol vai ficar muito mais divertido! – Keiko e Haley comemoraram a noticia.
- O que houve com o outro batedor? – perguntei.
- Pediu demissão do time. Disse que precisa se dedicar aos N.I.E.M.s, vai entender – Damon deu de ombros – E o goleiro se formou. Interessados?
- Acho que vou tentar a vaga de goleiro – JJ se animou – Não sou muito coordenado para manejar um bastão e voar ao mesmo tempo, mas consigo agarrar goles.
- Ótimo, JJ. Espero você sexta, então. E você, Clara?
- Acho que vou também, mas pra vaga de batedora. Preciso de uma nova atividade pra aliviar a tensão das aulas.
- Maravilha. Vejo vocês na sexta às 17h. Haley, Keiko, preciso que estejam lá para me ajudar, ok? Avisem ao Tommy.

Elas bateram continência confirmando que iam ao teste e Damon continuou distribuindo os panfletos pela mesa da Sonserina. O trabalho de cálculos lunares ficou ainda mais difícil de ser concluído, com a perspectiva de passar nos testes e entrar para o time da Sonserina. Precisava encontrar tempo para treinar.

ºººººº

Nunca uma aula de Herbologia demorou tanto a passar. Costumo gostar das aulas do professor Longbottom, mas hoje nem eu nem JJ conseguíamos nos concentrar. O teste para as vagas no time de Quadribol era às 17h, pouco depois que a aula terminasse, e quando o sinal tocou fomos os primeiros a alcançar a porta. Largamos as mochilas no vestiário e colocamos os uniformes dos testes, indo direto para o campo. Já tinha muita gente lá treinando para as vagas.

Às 17h em ponto Damon chegou acompanhado do resto do time e Haley e Keiko não conseguiam esconder a empolgação com a possibilidade de passarmos. Na arquibancada, o resto do pessoal aguardava ansioso. Percebi que os outros times também estavam assistindo e Arte se dividia entre ficar com nossos amigos e o time da Grifinória, o mais atento a movimentação em campo.

- Vamos começar com algo simples – Damon parou em frente aos alunos e falou com a voz elevada – Quero que se dividam em grupos de cinco e voem ao redor do campo, em sincronia. Cinco voltas.

JJ e eu nos juntamos a uma garota do 6º ano e dois garotos do 4º para a tarefa. Um dos garotos se atrapalhou para fazer uma curva e acabou atravessando um dos aros, mas o resto de nós conseguiu completar as cinco voltas sem acidentes. A maioria não conseguiu o mesmo e Damon eliminou de cara todos que não conseguiam voar bem. Depois pediu que os batedores encontrassem um bastão no baú e os goleiros se revezassem nos aros, pois o teste de verdade ia começar.

Minha tarefa era impedir que nossos artilheiros completassem os passes e o de JJ, óbvio, impedir que a goles atravessasse os aros. Ele disputava a vaga com mais três pessoas e eu com pelo menos oito. Damon iria fiscalizar os batedores e Keiko e Josh Penner os goleiros. Ele esperou até que todos já estivessem no ar e apitou. E logo descobri que não era tão simples como parecia, assistindo da arquibancada.

O bastão era pesado e os balaços extremamente rápidos, mas depois de perder um primeiro que passou raspando pela minha orelha direita, consegui acertar o segundo com força. Bati tão forte que se Haley não tivesse ótimos reflexos, teria sido derrubada da vassoura. Os outros batedores eram bons, mas não perdi mais nenhum balaço que passou e sempre conseguia atira-los para cima dos artilheiros, algo que os outros não conseguiam sempre.

Mal consegui prestar atenção ao JJ nos aros, mas as poucas vezes que conseguia olhar, ele parecia estar se saindo bem. Depois de mais de meia hora Damon pediu que os batedores parassem e esperassem no banco, e continuou só com os goleiros. Dois já haviam sido cortados, por terem defendido menos de três gols cada, então a briga era entre JJ e um garoto do 6º ano, em uma disputa de faltas. Cada um se posicionou em um lado do campo e os artilheiros começaram a trocar a goles em passes rápidos e atirando sem eles esperarem. Ambos agarraram às cinco vezes. Já estava sem unhas. A decisão ia ser um tiro direto, quem agarrasse ficava com a vaga. JJ foi o primeiro. Haley atirou com força no aro da esquerda, mas ele conseguiu alcançar a tempo. Ele nem comemorou, ficou em silencio esperando. Tommy agora tinha posse da goles. Ele voou de um lado para o outro com ela na mão e atirou no aro do meio, mas o garoto caiu para a esquerda. Quando a goles passou pelo aro, a arquibancada explodiu. JJ começou a dar socos no ar e nossos amigos faziam um verdadeiro escândalo. Eles voaram de volta ao gramado.

- Muito bem, JJ fica com a vaga. Infelizmente não foi dessa vez, Patch – Damon deu dois tapinhas nas costas do garoto, que saiu do campo desanimado – Quando aos batedores, todos foram muito bem e não perderam mais que um balaço, então meu critério de escolha foi o que teve a melhor pontaria. E sendo assim, a vaga fica com a Clara. Todas as suas rebatidas foram pra cima dos artilheiros.

Antes mesmo que eu falasse alguma coisa, Haley, Keiko e JJ já estavam pulando em cima de mim. Damon dispensou os outros candidatos e encerrou os testes, avisando que o primeiro treino seria no dia seguinte, e saiu do campo. Keiko avisou que ia ter festa na Sonserina para comemorar e fomos trocar de roupa no vestiário, mas demorei demais e eles saíram na minha frente. Quando pisei de volta no gramado, vi Thruston e Zach caminhando na minha direção, cada um vindo de um lado. Ainda procurei uma saída, mas não tinha escolha, teria que passar entre eles.

- Parabéns pela vaga! – os dois falaram ao mesmo tempo e se encararam esquisito.
- Obrigada. Vai ser ótimo atirar balaços contra vocês em campo – tentei descontrair o clima, que já estava esquisito.
- Eu sou apanhador, estou salvo. Ele é que precisa se preocupar com o peso da sua mão, com um bastão na mão – Thruston falou alisando a testa.
- Nenhum balaço me alcança, sou o mais rápido do meu time – Zach se defendeu.
- Você não é páreo pra ela, acredite. Não tinha pra ninguém no acampamento, quando ela estava nos times de beisebol e paintball.
- Vocês passaram o verão juntos?
- Era um acampamento, nos esbarramos lá – respondi mais depressa do que realmente pretendia.
- Dois anos seguidos. Foi ótimo, resolvemos nossas diferenças e não brigamos mais.
- Sério? Porque ela disse que você estragou a festa dos namorados dela, quando roubou aquele beijo.
- Isso é passado. Pedi desculpas e ela aceitou. Não foi o ponto alto do meu dia também.
- Sabe qual foi a melhor parte da noite dela? Quando eu a beijei.

Tentei dizer que eu não havia dito nada daquilo a ele, embora não fosse mentira, mas não consegui. Eles começaram a discutir coisas que nem conseguia mais compreender e eu só pensava em sair correndo, mas seria idiota demais. Não tinha mais ninguém no campo a quem pudesse recorrer e já começava a considerar correr sem pensar que era patético quando vi Hiro passando perto das arquibancadas. Ele estava longe, mas meu grito foi tão alto que ele ouviu.

- HIRO! – levantei a mão para ele ver onde eu estava e os dois pararam de discutir – Preciso ir, compromisso, não posso furar com o Hiro. Até mais.

E antes que eles respondessem, já estava do outro lado do campo de braço dado com Hiro. Caminhei rápido e ele me acompanhava sem entender nada, mas só perguntou o que estava acontecendo quando diminui o passo, já no corredor das masmorras.

- Por que corremos?
- Não queria que eles me alcançassem.
- Ah, seus admiradores – seu tom de voz não era muito animado – A concorrência está grande esse ano.
- Você também não, por favor. Preciso me livrar deles, não consigo lidar com os dois ao mesmo tempo.
- É o preço que se paga por ser bonita.
- Vou ignorar o tom de deboche e ficar só com o elogio, se não se importar – e agarrei sua bochecha, dando um beijo.

Hiro sorriu mais relaxado e entramos no salão comunal, que já estava na maior bagunça. De agora em diante, não ia mais andar sozinha pelo castelo.

Tuesday, September 14, 2010


Setembro de 2014...

A volta à escola havia começado cheia de novidades. Além da surpresa na transferencia de Justin e Elena, teríamos as inscrições para as Olimpiadas na Auatrália e este era o assunto entre todos os alunos. Bem, teríamos os NOM’s também e isso estava nos preocupando e muito. Numa noite, acordei e como estivesse sem sono, olhei apra as camas das garotas e apenas a cama da Clara estava vazia, achei que ela tivesse ido até a cozinha comer alguma coisa. Optei por ir atrás, mas chegando à cozinha não havia ninguém, apenas os elfos, que acostumados com nossas visitas noturnas, me deram um pedaço de bolo de chocolate. Como ainda estava sem sono, resolvi descer até os jardins, e comer por lá, pois apesar de tarde da noite, o clima ainda estava bom. Estava sentada comendo quando ouvi um leve estalo às minhas costas, virei-me devagar e havia um lobo me encarando. Engoli seco, mas me forcei a ficar calma, afinal eu poderia correr...Poderia, desde que ele não estivesse bem na frente da porta de entrada.
- Clara, é você?- perguntei quando o vi farejar o ar e tornar a me encarar. Levantei devagar e dei um passo leve para o lado e ele deu um passo á frente. Minhas pernas começaram a tremer e ele novamente ergueu o nariz e farejou o ar.
- Eu tenho bolo de chocolate...- disse tensa e o lobo ainda me encarava.
- Vou colocar aqui e você pode comer.Você deve estar com fome... Lindo Haley, diga a um lobo com o dobro do seu tamanho, que ele está faminto...Porque não diz também ‘que dentes grandes você tem...’ – respirei fundo e devagar:
- Sabe..se você se sentar, eu posso colocar o bolo aqui para você, e...- e o lobo sentou sobre suas patas traseiras. Notei que ele tinha o pelo um pouco mais escuro que o da Clara quando se transformou, mas se era a Clara podia estar passando por uma mudança, sei lá hormônios.
- Você não deve ser um lobo ruim ou sei lá um lobisomem...ou já teria me mordido...olha vou colocar a comida aqui e..- fiquei gelada, quando senti um focinho roçar a minha mão, nem o vi se aproximar.Esperei pela mordida mas ela não veio. Ele estava ocupado em comer o bolo.
Comecei a me afstar o mais rápido que a situação permitia e quando tive chance desatei a correr e nem olhei para trás, mas eu estava com tanto medo, que cheguei a pensar que ele bufava no meu pescoço.
Só parei quando estava segura em meu quarto e vi que Clara, já estava de volta e em sua cama dormindo. Cobri a cabeça com medo de que minha respiração ofegante acordasse as outras.
No dia seguinte, perguntei a Clara se ela tinha ido dar uma volta pelos arredores e ela me disse que havia ido jogar um pouco de video game, mas que logo voltou para a cama. Optei por esquecer o assunto do lobo, mas alguns dias depois eu havia ficado para trás depois do treino de quadribol, quando vi o mesmo lobo deitado no canto do jardim. Ele deve ter sentido o meu cheiro, pois se levantou e ficou sentado me encarando.
- Veio comer bolo de chocolate novamente? Foi a sobremesa do jantar e acabou tudo. - disse brincando e ele continuou a me olhar. Resolvi que se eu queria fazer amizade com aquele lobo, eu deveria ser mais corajosa. Aproximei-me com a mão estendida e esperei que ele a cheirasse. Ele o fez e voltou a me encarar e eu disse:
- Eu tenho um caramelo aqui no bolso, não tinha certeza se você voltaria a aparecer...Sabe é bom avisar quando vamos nos encontrar. - estiquei o doce e ele o pegou rapido de minha mão.
- Eca, não precisa babar...- e limpei a mão nas vestes.
Como eu estava a caminho do castelo, me fiz de corajosa e voltei a fazer o meu caminho, notei que ele começou a andar do meu lado. Automaticamente, passei a mão em seu dorso e disse que ele era um bom menino, e acho que ele havia entendido, pois rosnou baixinho. Foi comigo até perto da porta e depois correu de volta para a floresta. Acho que ganhei um lobo de estimação.

-o-o-o-o-o

Com as novas mudanças, todos os alunos do quinto ano de todas as casas passaram a ter aulas juntos, então Justin estava sempre perto de nós, pois estava se tornando muito amigo dos garotos e ele sempre estava junto com Elena. E como eu gostava de Lena mas não me dava tão bem com Justin, optava por ficar na minha e não discutir com ele, mas claro que ele sendo quem é, estava sempre me provocando, de uma maneira ou de outra, inclusive durante as aulas. Mas hoje, por causa da aula de poções que que era uma das minhas favoritas, eu estava de muito bom humor e nada me tiraria do sério, nem mesmo Graham que de uns dias para cá fica me atormentando com ciúmes bobos. Qual é? Nem somos namorados ¬¬.
-Atenção todos! Com a aproximação dos NOMS, quero que todos aqui tenham boas notas em poções, para isso acontecer, é necessário treino e dedicação, mesmo numa poção mais simples como uma poção revigorante.Ok, para alguns ela não é tão simples, mas quero acreditar que depois destes anos todos, vocês não vão me constranger, envenenando algum dos examinadores durante as provas. – rimos e ele continuou:
- Como a enfermeira da escola me pediu um novo estoque de algumas poções, resolvi que as mesmas serão preparadas por vocês, é uma forma de avaliá-los e ajuda-los e se preparar para os exames. Portanto, quero que dêm o máximo no preparo. Vou selecionar as duplas e as poções que serão preparadas. Alunos da Corvinal e Grifinória venham ver os seus pares das outras casas e qual poção será preparada.
Eu estava quieta conversando com minhas amigas, esperando para descobrir quem faria par comigo, quando...
- Muito bem, vamos ficar nesta bancada mesmo? Vamos fazer uma poção de super cura. - era Justin, e ele sorria alegre para as minhas amigas, que retribuíam. Ele colocou suas coisas e ficou me encarando de braços cruzados. Olhei para o outro lado e Graham estava de cara fechada enquanto me olhava de volta.
- Você sabe fazer esta poção?- perguntei e ele respondeu displicente:
- Dou pro gasto, mas na minha outra escola, éramos mais soltos, em relação ás regras de preparo.
- Bom, então eu acho melhor eu coordenar o preparo, posso faze-la com uma mão nas costas, e não quero tio Yoshi me reprovando por sua causa, por não seguir as regras. Você poderia pegar o caldeirão de prata?
- Porque o caldeirão de prata?
- Porque esta poção é feita nele, oras...
- Ah sim, claro....Um caldeirão de prata...mais alguma coisa, princesa?- perguntou debochado eu disse:
- Precisamos de pó de polvo, chifre de unicórnio...e acônito lapelo. Sabe o que são não é?- e ele abriu a boca para responder, mas eu o interrompi:
- Deve saber, mas temos pouco. Deixa que eu resolvo isso.- e fui até o armário do professor, retirar mais ingredientes e demorei uns minutos a mais do que esperava.
Quando voltei, Justin mexia uma poção que soltava um vapor verde cítrico, em um caldeirão banhado a ouro.
- O que você pensa estar fazendo??- perguntei apavorada, colocando as coisas na bancada com força.
- Achei que você estava demorando, então peguei algumas coisas que havia por aqui, misturei, joguei dentro e parece que está dando certo.
- Não, isso não está certo. Não se joga as coisas no caldeirão e mexe...Isso é...Isso é...Uma bagunça.
-Como você pode saber que não vai dar certo? Você nem esperou para ver...O que está fazendo? Não mexa com esta colher...- o ignorei dizendo:
- Vou salvar o que o que você estragou...- e quando coloquei a colher de prata para ver e sentir o cheiro da poção, ela começou a borbulhar e a inchar de forma a transbordar, parecia uma daquelas espumas de incêndio que inflam em contato com o ar e logo os colegas das outras bancadas iam se afastando e com isso alguns caldeirões foram virando e poções se misturando, chiavam devido á reação e soltavam uma fumaça fedorenta. Logo a voz do professor Yoshi era ouvida enquanto ele agitava a varinha e limpava a bagunça:
- Evanesco....- e ele se aproximou de nossa mesa e parecia irritado:
- O que foi que houve aqui?- antes que Justin falasse alguma coisa eu disse tensa:
- Ele não tem a menor noção de como se preparar uma poção de super cura, nem sequer sabe seguir as instruções.– e o professor olhou para mim como se eu tivesse duas cabeças:
- Silverhorn não sabe preparar uma poção? Ele? Mas de onde você tirou esta idéia?
- Como de onde? Qualquer pessoa com o mínimo de inteligencia sabe que se usa um caldeirão de prata para fazer uma poção de super cura.- nesta hora Justin assumiu aquele ar de sabe tudo e disse me encarando:
- A poção de super cura, também pode ser feita num caldeirão com fundo banhado a ouro, quando você inverte a ordem dos ingredientes e ao invés de mexer em sentido horário a mexe em sentido anti-horário. Após atingir o tom verde cítrico, o preparador deve bater na lateral do caldeirão e os ingredientes condensados na lateral vão cair para o fundo e dar o tom azul turquesa da poção, tudo graças ao calor do ouro. Mas quando você mergulhou a colher de prata no caldeirão, a reação química de materiais tão diferentes, fez com que a poção se transformasse em espuma contra incêndios, daquelas que vão em extintores sabe?
- Boa tentativa mas você está errado... Não se pode fazer esta poção assim... - eu disse de queixo erguido mas o professor Yoshi, me cortou:
- Silverhorn tem razão! Mas esta técnica é ensinada aos alunos do nível avançado de poções. Bem, vamos tentar novamente e desta vez, Silverhorn, quero que você assuma o comando da sua dupla. Faça o que ele mandar Haley.
Nunca em minha vida, tive que fazer tanto esforço para não bater com um caldeirão na cabeça de alguém.
- Porque você me fez de idiota na frente do professor Yoshi?- disse baixinho e ele respondeu:
- Eu não fiz nada disso...
- Fez sim, fingiu não saber preparar poções...
- Eu não fingi nada. Você ‘presumiu’ que eu não sabia fazer uma poção, e logo começou a me dar ordens, como se eu fosse um tapado. Porque você acha que me colocaram na Corvinal? Para dar mais beleza à casa?
-Você... Arrgh como você é idiota!- ele riu cínico, respirei fundo para me acalmar e continuei a preparar a poção do jeito que ele ensinava.
Ao final da aula, nem esperei por meus amigos, peguei meu material e sai da sala. Fui para meu dormitório e não sai de lá nem mesmo quando as garotas me chamaram para jantar, e acabei adormecendo. Mais tarde, naquela noite, acordei com fome, e após uma passada rápida pela cozinha, fui aos jardins e não foi surpresa alguma, ver o lobo me esperando. Sentei-me num banco e logo ele veio para o meu lado e ficou encostado em mim.
- Hoje eu não trouxe nada, se quiser ficar aqui por mim fique, senão vá procurar sua comida sozinho. – e ele pareceu entender e fez com que sua cabeça descansasse em minha mão. Após algum tempo, comecei a falar e acabei contando ao lobo como havia sido o meu dia. Tudo o que eu queria era que alguem me ouvisse sem emitir opinião ou tomar partido,pois sei que se fosse com algum dos meus amigos, eles ficariam do lado dele.
- Sim, eu fui presunçosa...e sim, eu quis bancar a superior para cima do Justin, mas será que por um mísero dia, nós poderíamos não brigar? Será que por uma vez na vida, ele poderia olhar para mim e me ver realmente? Ou não me chamar de princesa com aquele deboche? O que há de errado comigo que me deixo magoar por isso? – minha voz tremeu um pouco e o lobo me deu uma lambida no rosto e eu ri, enquanto o abraçava:
- Você tem razão,um espécime lindo como você me dando mole e eu falando de outro que não tem a metade do seu charme? Que insensível eu sou, temos que gostar de quem gosta de nós não é? –brinquei mais um pouco com ele antes de me sentir cansada:
- Obrigada por me ouvir, foi a melhor parte do dia para mim.- disse olhando-o nos olhos e ele tinha os olhos mais bonitos e expressivos que eu ja havia visto.Será que todos os lobos tinham olhos tão escuros assim?
Voltei para o dormitório e pensei que o dia seguinte, seria um bom dia para eu mudar de atitude. Todos diziam que Justin era um cara muito legal, que eu encrencava à toa com ele...Pois bem, não vou mais brigar, discutir e nem reclamar dele.
Quem sabe com o tempo, até possamos conviver em paz e talvez ser amigos...Não, acho que isso seria pedir demais rs.
Haley McGregor Warrick às 4:42 PM

Thursday, September 09, 2010


Setembro de 2014

Todos queriam visitar Camelot, eu talvez mais do que todos. Desde o momento em que percebi que o castelo surgia na Colina dos Templos eu sentia uma curiosidade, não, uma necessidade de entrar e conhecer aquele lugar.

Ele era magnífico. Ele não era muito grande, talvez do mesmo tamanho que o Castelo de Bodiam, mas era um dos mais belos que já vi. Porém, só de olhar suas altas muralhas cinzentas eu era capaz de perceber que aquele castelo era um ponto de defesa maravilhoso. Sua posição acima da Colina dava ampla visão de toda a Ilha, e acredito que dos arredores também.

Ele era todo construído com blocos de pedras cinzentas e sólidas. Sua forma era de um pentágono, sendo cada uma das pontas uma torre do mesmo tamanho, com exceção de uma que era a maior delas. As grandes portas duplas de entrada ficavam na face voltada para a Praça do Poço, há alguns metros do Templo de Seph seguindo por um caminho pavimentado com as mesmas pedras do castelo. Atrás do castelo, próximo a maior torre, ainda estava o Círculo de Pedras, deslocado do centro da Colina.

Essas características externas, porém, não traduziam a grandiosidade de seu interior. Entrei pela primeira vez em Camelot apenas na primeira semana de aulas, junto de todos meus amigos.

- Não é justo que apenas alguns entrem primeiro em Camelot! – Hiro falou. Ele estava doido para conhecer o castelo e ainda ficava chateado por não tê-lo visto surgir sozinho.
- Ai vocês meninos reclamam tanto! Mas é verdade, a visão do surgimento dele foi lindo! – Keiko falou, fazendo de propósito.
- Ah esnoba mesmo que vocês viram e nós não. – Rupert falou, fingindo estar irritado.
- Mas vocês entraram no castelo? – Julian perguntou, deixando a curiosidade superar seu desejo de ter visto o surgimento do castelo.
- Não, achamos que seria mais justo todos entrarem juntos. – Haley explicou. Vi o brilho nos olhos dos garotos pela consideração.
- Ei calma aí né gente, vocês não vão chorar, por favor, estou tomando café! – Clara falou, fazendo todos rirem.
- Então, porque não vamos todos? Tem muito tempo que não vamos todos juntos a Avalon. Uma reunião de cúpula! – Eu sugeri, doida para voltar à ilha.
- É uma ótima idéia! – JJ falou animado.
- Que tal um picnic? – Jamal falou, fazendo todos ficarem animados.
- Isso! Podemos ir nesse final de semana ainda, aproveitando que ainda não estamos nas loucuras dos N.O.Ms. – MJ falou. Todos tiveram calafrios e brigaram com MJ.
- Nem fala neles ainda, já tenho pesadelos! – Tuor falou, fingindo tremer. – Vocês viram a quantidade insana de aulas que teremos?!
- Ta reclamando do que? Além das aulas, eu vou continuar com os treinos em Avalon três vezes na semana, além de Monitora! – Eu falei, deixando uma pequena ponta de desespero surgir na voz. – Ai, porque não controlo o tempo aqui fora também?
- Quem manda ter a sua sorte? – Keiko falou, passando a mão na minha cabeça. – E não se esqueça dos treinos de quadribol, e é claro, dos garotos. – Ela falou no meu ouvido, de modo que apenas eu e as garotas ouvimos. Começamos a dar risinhos, pois eu estava vermelha.
- Então, decidido? Sábado vamos a um picnic? – Eu desviei a conversa, voltando ao assunto principal.
- Sim! – Estavam todos animados e já fazendo os preparativos. O restante da manhã passou voando, enquanto fazíamos os preparativos. Avisei as minhas sobrinhas e a meus pais, convidando-os também.

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No sábado de manhã, por volta das dez da manhã, até porque queríamos ir para Avalon cedo, mas precisávamos dormir decentemente, já estavam todos prontos. Antes de mais nada, é preciso saber que os alunos são proibidos de sair de Hogwarts sem bons motivos, e apenas acompanhados de seus pais, com exceção de Hogsmeade. O bom era: como eu devia estar treinando, eu tinha permissão de sair quase sempre. Fora que mamãe, Luna e Gaia foram nos buscar e, apesar de não ter gostado muito da idéia de 16 alunos saindo da escola no sábado de manhã, Mimi permitiu que mamãe nos levasse. Mimi alegaria que estaríamos indo visitar algumas dependências do Clã. Bom, não deixa de ser verdade...

Eu não conseguiria transportar todos com os poderes de Chronos, logo mamãe e Luna aparataram alguns para Glastonbury, enquanto eu transportava a mim, Clara, Hiro e Tuor para lá também. Quando terminei o transporte, me sentindo um pouco cansada, Gaia já convocara a barca e o primeiro grupo ia para Avalon. Em seguida Mina convocou uma segunda barca e eu convoquei a última. Recentemente descobrimos que existem diversas barcas que fazem a ligação entre as margens e a ilha, bastava que houvesse uma sacerdotisa para chamá-la. Ainda permanece um mistério onde a barca fica enquanto não é usada, pois ela desaparece nas águas e nas brumas assim que desembarcamos.
Assim que todos estavam em Avalon, sendo a primeira vez de Luna, ela estava apaixonada por todas aquelas flores e eu via seus olhos brilhando de excitação, nos reunimos na Praça do Poço. Dali podíamos ver Camelot com toda a sua grandiosidade e os garotos estavam boquiabertos, na verdade todos nós estávamos calados, tocados pela visão. Começamos a retirar os preparativos para o picnic, brincando, conversando e rindo alto. Montamos uma grande toalha xadrez vermelho e branca do lado do Poço e colocamos as cestas de comida que trouxemos. Mamãe trouxe uma torta especial de casa, e estávamos doidos para comê-la.

Mas primeiro todos queriam conhecer Camelot. Seguimos todos juntos, com tensão e excitação palpável, até o Templo de Seph e começamos a subir a trilha pavimentada. A cada passo eu sentia um poder maior, além de me sentir em casa. Aquele castelo me dava uma sensação gostosa de aconchego e segurança, assim como força e poder.

Ficamos diante das portas duplas em silêncio e Clara me empurrou a frente. Estiquei as mãos meio assombrada e assim que toquei a madeira milenar, ela emitiu um rangido alto e as portas se abriram sozinhas para mim. Havia luz dentro do castelo. A beleza e grandiosidade externa não eram nada comparadas ao interior de Camelot.

Primeiro, o castelo havia sido construído ao redor do Templo de Chronos e no seu centro havia um grande local aberto, uma espécie de pequeno bosque, com o Templo intocado. Ao redor do Templo haviam diversas esculturas antigas, além de colunas que pareciam sustentar apenas o céu.

- Uau, essas colunas, elas estão segurando o andar de cima. Há um pavimento inteiro acima de nós, mas por magia ele fica invisível enquanto estamos aqui. – Mamãe explicou, admirada.

O castelo se estendia radialmente em torno do Templo, com amplos corredores e salões. Em cada uma das pontas do pentágono haviam escadarias que levavam para as torres menores. A torre maior ficava atrás do Templo e a escadaria que subia por ali era enorme. No andar de cima, haviam novos salões e corredores, e realmente estávamos acima do bosque.

Subimos mais um andar e eu soube que estávamos nos encaminhando para a sala do trono, podia sentir seu poder. Mais uma porta dupla bloqueava nosso caminho, mas dessa vez as portas eram feitas de ferro e não madeira. Assim que cheguei perto delas, elas se abriram para mim. Estávamos diante de um enorme salão oval e no centro havia uma grande mesa redonda, com outras mesas menores ao seu redor. Era o Salão dos banquetes.

- Não acredito... – Julian conseguiu falar.
- É a Távola! – Hiro comentou.

Todos correram para passar a mão pela famosa Távola, assim como em suas cadeiras, onde sentavam-se os guerreiros mais poderosos de Arturia. A Távola tinha esse nome e formato por um motivo: a mesa de banquetes de Arturia era o local onde ela e seus lordes reuniam-se para festejar e comemorar, porém poderia ser um lugar de disputa de poder, pois todos gostariam de se sentar perto de sua rainha. Com a Távola Redonda, todos estariam a uma igual distância de sua rainha, um círculo que jurou protegê-la, mesmo que isso custasse suas vidas. Na direção contrária as portas duplas, de frente para as mesmas, estavam duas cadeiras mais altas, as cadeiras de Arturia e de seu marido.

Em uma das laterais do salão, Luthien encontrou uma outra porta. Ela era feita de ferro também e dava para um corredor cuja lateral direita era aberta, revelando o Bosque Sagrado e parte da Ilha. Seguimos por esse corredor até outra porta dupla, feitas de ouro e prata, na parede da esquerda. Eu sabia: ali era a sala do Trono.

Eu apenas fiquei diante delas e elas mais uma vez se abriram, para um salão ainda maior do que o anterior. E era um salão diferente. As paredes de ambos os lados eram abertas em colunas, revelando uma visão maravilhosa da Ilha, além de tornar o local fresco e agradável. Entre cada “janela”, haviam escudos e armas penduradas e notei que eram 12 escudos diferentes, os escudos dos 12 Cavaleiros de Arturia, seus Lordes e Guerreiros.

Havia um tapete branco e negro que ia das portas até os grandes Tronos. De cada lado do tapete, de frente para os escudos, estavam 12 cadeiras, onde se sentariam os Lordes. E no final do tapete, em um pedestal de dois níveis, estavam os dois Tronos. O mais abaixo era de madeira pintada de vermelho, ele era robusto e altivo. E o maior dos tronos, o Trono de Arturia, era de madeira pintada de negro, com almofadas brancas. Ele era menor do que o outro, mas parecia mais cheio de poder e força. Atrás dos dois, preso a parede, acima dos demais, estava o primeiro símbolo do Clã: um escudo com o C negro em seu centro, atravessado por uma espada branca com asas no punho. De cada lado desse escudo haviam penduradas duas enormes bandeiras, em uma reconheci as cores do Clã (branco e negro) e na outra as cores da Bretanha (branco, azul e vermelho). Ao fundo, atrás do escudo de Arturia, havia um desenho que eu não esperava: um dragão estava pintado na parede. Então tive a sensação, ou a visão, de que Arturia gostava de dragões e tinha uma ligação com eles.

- Isso sim é uma sala do Trono! – Tuor exclamou, enquanto todos começavam a andar pela sala, olhando tudo curiosos. Todos queriam preservar a história daquela sala, logo não mudaram nada de posição, mas tocavam as cadeiras com assombro e curiosidade. Apenas dos grandes Tronos não se aproximavam.

Eu caminhei lentamente até eles e passei a mão pelo braço do Trono de Arturia. Senti como um choque, ao ter meu corpo atravessado por um poder enorme. Entendi então que de alguma forma aquele Trono estava ligado ao Templo de Chronos e a própria Ilha, sendo o centro de seu poder. Me afastei dali, não por medo, mas por respeito. A voz de Arturia dizia em minha alma “não tenha medo, mas não é agora que se sentará no Grande Trono, minha rainha”.

Ficamos muito tempo naquela sala, admirados e conversando sobre tudo. Chronos explicava algumas coisas, como o que significava cada símbolo dos escudos e brasões dos Cavaleiros, além de relembrar algumas de suas batalhas. Algumas vezes, enquanto falava, vi Chronos dirigir olhares para mim. Seu olhar estava cheio de preocupação e receio, como se tivesse medo de algo. Quando toquei no Trono de Arturia, ele estivera ao meu lado, sei que pronto para me tirar dali se desse algo errado. Havia algo de errado, e ele não queria me dizer.

Descobrimos que além dos três andares superiores, Camelot tinha mais dois andares subterrâneos que se estendiam pela Colina. Além desses dois, haviam ainda as grutas onde ficava a nascente do Lago e do Poço Sagrado, mas o acesso a elas era perigoso e estreito e não nos arriscamos a ir. O primeiro andar subterrâneo era um depósito gigante, tanto de viveres quanto de armas e armaduras. Ficamos animados, mais uma grande quantidade de artefatos para catalogarmos e descobrirmos! O segundo era um amplo salão que em extensão era igual ao resto do castelo. Era um salão completamente vazio, com exceção de algumas colunas negras que sustentavam o castelo. Sem pensar muito entendi que era ali que Arturia treinava, e onde eu deveria treinar a partir de então.

Depois de mais de 3 horas andando pelo castelo, sentimos fome e decidimos ir fazer nosso picnic, mas antes voltamos a sala do Trono para olharmos uma vez mais. Ficamos em silêncio, envoltos em nossos próprios pensamentos. Algum tempo depois, todos saíram, indo para o centro da Ilha, próximos do Poço Sagrado, onde faríamos nosso picnic. Eu porém, fiquei um pouco para trás, assim como Chronos, queria falar com ele a sós. Sentei-me na base dos degraus do Trono e o fitei. Ele manteve meu olhar, sem desviar um segundo, ele sabia o que eu queria falar. Então falei, mentalmente na verdade:

- Chronos, o que você está escondendo?
- Não é nada que você deva se preocupar. – Ele falou evasivo, porém sem desviar os olhos. Havia preocupação neles.
- Eu... Você sabe que desde o momento em que entrei nesta sala eu acordei ainda mais não sabe?
- Sei. E por isso não quero que sente no Trono, ainda.
- Eu também não estou preparada, há muito poder ali.
- Ele é um dos três pontos de poder centrais da Ilha. Os outros são o Poço e o Túmulo de meu irmão. Mas o trono é o mais poderoso, ligado diretamente ao meu Templo.
- São esses os três pontos que sustentam Avalon, certo?
- Exato. Por isso quando você bebe da água do Poço fica tão poderosa. Quando se sentar no Trono de Arturia, a intensidade será ainda maior.
- Eu sei, posso sentir isso. Chronos, você é meu amigo, quero que você me diga a verdade, o que esconde de mim? Meus poderes me permitem prever o futuro, mas você me impede de ver mais do que alguns dias à frente.
- Querida. – Ele falou, sentando-se ao meu lado. Eu recostei a cabeça em seu ombro e ele passou o braço pelo meu ombro. Sim, ele é um espírito, mas ali em Avalon, ele se torna quase físico e posso até sentir o calor de sua presença. – Eu aprendi com as Encarnações anteriores: saber o futuro só traz mais desgraças.
- Aconteceu com Gomeisa, não?
- Sim. Ela conseguiu ver além do que deveria e decidiu-se antes da hora, fixando o futuro.
- Mas você não diz que o futuro é mutável?
- E é. Porém, para as pessoas com pouco poder, uma vez que decidem algo o futuro se torna fixo. Já para aqueles mais poderosos, o futuro é mais maleável e ela é capaz de mudá-lo diversas vezes. No entanto, Gomeisa decidiu sacrificar-se pelo bem de toda a sua família, e decidiu não mudar seu futuro.
- Mas e Arturia? Como ela lidava com isso?
- Arturia e você são as Encarnações mais poderosas até hoje. Ela via o futuro com freqüência e o mudava com mais freqüência ainda, visando um futuro melhor. Mas ela também decidiu por um futuro.
- Por que não me deixa decidir? Por que não me deixa ver o que vai acontecer?
- Pois tenho medo de perdê-la também. Não sei que rumos o Destino pode tomar dependendo de suas escolhas.
- Por isso está me treinando? Por isso me ensina a lutar?
- Sim...
- Chronos, por favor, me diga. – Eu o olhei. Ele suspirou e beijou minha testa, afagando meus cabelos com carinho.
- Está bem, Artemis. De uma forma ou de outra, quando sentar-se no Trono de Arturia você verá... Há a possibilidade, deixo claro: uma possibilidade. – Ele engoliu em seco, enquanto eu aguardava em expectativa. – Há a possibilidade de você falecer.

Eu fiquei em silêncio, assimilando aquilo.

- Eu morrerei um dia. – Eu falei, mas sabia a que ele se referia.
- Há a possibilidade de você morrer dentro de dois ou três anos. – Ele falou, e lágrimas começaram a descer de seus olhos.

Então o abracei com força, pois por mais que eu estivesse assustada e preocupada, ele precisava de apoio mais do que eu. Eu comecei a chorar também, nervosa com o peso dessa informação. Eu realmente sentia que havia uma direção que me levava à escuridão. Em algum ponto do futuro, por mais que Chronos me impedisse de ver, eu conseguia ter um vislumbre, mas via apenas a escuridão.

Abraçada a ele, o que senti de início foi medo, pavor, insegurança. Mas depois de algum tempo, me senti leve também. Se isso realmente acontecesse, e eu desejava que não, não poderia me deixar abalar. Havia muito que lutar e viver ainda e eu não desistiria fácil.

- Vamos, Chronos, então há muito que você deve me ensinar ainda. Eu não vou me deixar cair em medo por uma dúvida. Eu vou lutar. – Algo em como eu falei, ou o que falei, fez Chronos levantar os olhos e me olhar. Seu olhar era profundo e sábio, ele então sorriu.
- Por isso você é tão poderosa: por sua teimosia e coragem. Arturia também era assim e ela mudou o futuro por mais vezes que qualquer um. Muito bem, Artemis, estarei sempre ao seu lado.
- Obrigada. – Eu sorri, um sorriso sincero e leve. – Só não diga a ninguém isso, ninguém. Nem mesmo minha mãe. Iria assustá-los.
- Como desejar... Mas não acha que eles merecem saber?
- Não. Nenhum deles. Se qualquer um deles souber, vão ficar preocupados e tentar impedir que eu sofra qualquer coisa. Mas eu sinto que quanto mais tentar evitar, mais possível se tornará.
- Aceito sua decisão. Vamos, eles podem vir ver porque demoramos.

Eu assenti e desci para o Poço junto dele. Eu poderia morrer em três anos. Era assustador, mas eu não me deixaria abalar. Eu sei que quanto mais pensar nisso, menos forças para lutar eu terei. E eu lutarei.

Monday, September 06, 2010


Plataforma 9 ¾ e Hogwarts - 1º de Setembro de 2014.

O meu quinto ano tinha finalmente começado!
Depois de férias muito agitadas, com direito a acidente da Clara e festa de 15 anos da Haley, além de novos treinamentos e um novo castelo, O ano ia começar.
Eu estava ansiosa com o quinto ano, por diversos motivos.
Era meu primeiro ano como Monitora da Grifinória. Eu não prometo que vou ser um exemplo de Monitora, mas vou me esforçar, pois quero retribuir a confiança depositada em mim por Mimi e por Tio George.
Era o primeiro ano em que toda a nova geração dos Chronos estaria na escola e apenas isso já é suficiente para abalar as estruturas de Hogwarts. Luky decidiu que quer igualar-se aos Gêmeos Weasley, e com a ajuda do pai, é bem capaz de conseguir. Bela já estava na idade em que começaria a ser convidada para bailes e tudo mais, e ela estava animada. E Luthien e Mina finalmente estarão entrando para Hogwarts! Isso me leva a uma decisão: qualquer garoto que queira sair com minhas sobrinhas vai ter que passar primeiro por cima de mim! Elas são novas demais, e belas demais, para que qualquer um queria ficar com elas. Além disso, nesse ano vamos poder fazer muitas coisas juntos.
E há outros motivos que eu tenho dificuldades em aceitar. No ano passado o Stefan conseguiu se aproximar de mim e fiquei feliz por isso. Agora começo a pensar mais nele como namorado e vejo que ele me faria feliz. Acho que eu realmente amadureci.

- Ah, só o Stefan? – Keiko falou, sem esconder sua indignação. Estávamos visitando Clara novamente e nós quatro combinamos de visitá-las juntas. Assim, estávamos eu, Keiko, Haley e, obviamente, Clara, em seu quarto...
- Como assim? – Me fiz de desentendida, pois sabia muito bem o que ela queria dizer.
- Você não nos engana! Ano passado o Damon fez de tudo para conquistar você! – Haley falou. Nenhuma das três escondia o fato de preferirem o Damon ao Stefan e por isso sempre que podia me bombardeavam com perguntas e notícias sobre ele.
- Fez nada! Ele continua saindo com todas. – Tentei usar isso como defesa.
- Sim e daí? Ele só quer aproveitar e não ficar te esperando. – Keiko falou.
- Mas não é segredo que se você piscar para ele, ele corre para você. – Clara falou, me deixando vermelha.
- Não é assim, não vejo que ele goste de mim.
- Ah claro, o beijo foi apenas porque ele achou que você tinha cerveja amanteigada nos lábios? – Keiko perguntou, entre risinhos. Eu fiquei mais vermelha e tentei falar algo, mas não conseguia mais me defender.
- Viu! E você gostou daquele beijo! O Damon tem uma pegada boa hein! Admita! – Haley falou, rindo também.
- Ok, ok, vocês venceram. E são minhas amigas posso falar. Eu gostei sim do beijo dele, mas não me arrependo do soco que dei! – Eu falei. Ainda sentia raiva disso, mas agora era menor. Elas começaram a rir dando gritinhos.
- Mas foi um belo soco mesmo! – Clara riu.
- Tenho certeza, que se ele tivesse sido mais calmo, ele te conquistava. – Haley falou, estreitando os olhos.
- Que nada. A Arte gostou foi disso, da impetuosidade dele! Vai dizer que não é bom! – Keiko falou, dando risinhos. E eu tenho que admitir, eu gostei da decisão dele.
- Mas o que eu faço? Eles são irmãos! Os dois gostam de mim e eu estou em dúvida!
- Ué, fica com os dois? – Keiko falou, rindo.
- Kika! – Eu falei indignada.
- Ah, que foi, pelo menos enquanto não se decide! – Ela respondeu, esquivando de uma almofada.
- Nada disso!
- Com qual você se identifica mais? – Clara perguntou.
- Bom, com o Stefan. Confesso que gostei do jeito com o Damon, mas o Stefan é mais carinhoso.
- Então fica com o Stefan! – Haley falou. – Se não der certo, que pode fazer?
- Já que estamos falando de garotos... – Eu resolvi mudar o assunto, com um sorriso. – E vocês, quem vocês pretendem esse ano? Nem adianta mentir! Eu falei tudo, agora é com vocês!
- Ah não sei... São tantos que são lindos. – Keiko suspirou. – Mas, tem um que fiquei bem interessada.
- Quem?! – Perguntamos nós três juntas.
- O Viking. – Keiko respondeu com um sorriso. Todas deram gritinhos e começaram a sorrir. Eu sorri também, o Tuor daria um par maravilhoso.
- Ele ficou muito lindo né? Eu também notei. – Haley falou.
- E ele é carinhoso e charmoso. É bom ir rápido, na última carta dele, ele me contou que uma amiga dele estava afim dele, hein! – Eu continuei e me arrependi, pois as três abriram sorrisos.
- Eu sinto uma pontada de ciúmes? – Haley perguntou, referindo-se a amiga de Tuor.
- Sei, então tem um terceiro na jogada? – Clara perguntou. Eu acertei uma almofada em seu rosto, mas pedi desculpas e ela ficou rindo.
- Eu já falei que não! Ele é só meu amigo! Ele tem incentivado meu relacionamento com o Stefan até. Mas já falamos de mim! Agora são vocês!
- O Graham ficou muito bonito no ano passado também. – Haley falou com um suspiro, sonhadora.
- Você não vale, já definimos que você fica com o Justin e pronto! Mesmo ele estudando longe, queremos você e ele juntos! – Clara declarou, fazendo Haley ficar vermelha de raiva.
- Com aquele idiota?! Nunca! – Ela encheu a boca para falar, nos fazendo rir. – Ele é um grosso.
- Mas você gostou dele. – Eu falei, sorrindo. Haley lançou uma almofada em cheio no meu rosto.
- E o jeito como brigam só mostra que vocês tem uma química muito boa... Não quer experimentar o beijo dele não? – Keiko perguntou. Haley ficou ainda mais vermelha e queria jogar almofadas em nós três.
- E você, Clara! Não adianta ficar quieta! – Haley falou, jogando uma almofada em Clara e tirando o assunto sobre ela.
- Eu nada! Não me coloquem no meio disso! – Ela falou, esquiva.
- Nada disso, todas tem que falar! – Eu insisti e sorri. – O Zach tem olhado muito pra você, sabia?
- E não nos engana o fato de você ter passado o verão com o Thruston! – Keiko falou.
- Até que ele tem ficado bonito né? E menos chato. – Eu comentei. Enquanto falávamos, Clara foi ficando vermelha, mas abrindo um sorriso. Mas ela foi salva pela mãe, que bateu na porta chamando-nos para lanchar. Mas não iríamos deixar de interrogá-la!

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No dia 31 de Agosto, toda a família se reuniu na nossa casa em Londres. Seth, Luna, Griffon, Emily, Luky, Bela, Mina, Luthien e até mesmo Tia Celas, Tio Isaac e Gaia foram dormir lá em casa. No dia seguinte iríamos todos juntos para a estação de King Cross, onde encontraríamos nossos amigos. Emily iria conosco, pois também queria se despedir dos filhos, mas depois iria para Beauxbatons receber os alunos no novo ano.
A estação estava lotada, mas encontramos nossos amigos com facilidade. Tuor tinha chegado já também com seus pais e ele se juntou a nós rapidamente, enquanto os pais dele e os meus conversavam animados. Eu e meus amigos ficamos conversando até o apito do trem e corremos para pegar um vagão inteiro só para gente. Meus irmãos ajudaram os filhos com os malões, enquanto faziam últimas recomendações. Vi quando Griffon deu um pacote enorme de Gemialidades para Luky, obviamente escondido de Emily. Luky abriu um sorriso enorme e abraçou o pai feliz.
Pegamos a nossa cabine de sempre, no final do trem. Enquanto meus amigos iam contando histórias e apresentando o trem para minhas sobrinhas, eu, Rupert, Hiro e Clara fomos nos encontrar com os demais monitores para recebermos instruções. Lizzie e Elliot Harper, os novos monitores-chefes, logo nos explicaram nossas funções. Passamos metade da viagem andando pelo trem, certificando-nos de que não havia confusões, nem problemas. Thruston e eu fizemos boa parte da rota juntos e ele parecia muito mais calmo e divertido que nos anos anteriores. Nessa inspeção encontrei tanto Stefan como Damon, e senti o peito saltar nos dois casos. Stefan me deu os parabéns alegre, enquanto Damon implicou comigo. Mas notei nos dois o modo como me olhavam e me falavam. É, vai ser difícil...
Depois de um tempo conseguimos ser liberados e fomos para o vagão onde conversamos mais com nossos amigos. Luky tentava amedrontar Luthien e Mina com histórias sobre a seleção das casas, mas elas não caiam, até porque Tuor e Julian meio que as adotaram como protegidas (ai eles ainda não se acostumaram com elas...). No final da viagem, nós levamos os novatos para Hagrid, que nos parabenizou com um largo sorriso pelos distintivos de monitores.

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A cerimônia de seleção das casas já começou com surpresas: Justin havia sido transferido para Hogwarts, e selecionado para a Corvinal, o que fez com que eu, Clara e Keiko olhássemos para Haley com sorrisos, enquanto ela parecia que ia morrer ali mesmo. Além de Justin, Elena também foi transferida e selecionada para Grifinória, e eu a recebi alegre, pois teria com quem conversar no dormitório. Ainda tínhamos dúvidas de para qual casa Mina e Luthien iriam, , e aparentemente o próprio Chapéu ficou na dúvida. Ele demorou longamente na cabeça das duas, ponderando lentamente enquanto murmurava diversas palavras. Por fim, Mina foi selecionada para Grifinória e sentou-se ao meu lado, enquanto Luthien foi escolhida para Corvinal e sentou animada do lado de Hiro. Luna ficaria orgulhosa de ambas, ainda mais por saber que ao menos uma era Corvinal.. Foi algo engraçado ver todos os rostos seguirem-nas o tempo todo, enquanto todos caiam em seus encantos e sua beleza. Decorei os rostos dos garotos, obviamente. Tiago Sirius Potter também foi selecionado para Girifnória e o apocalipse começou quando ele sentou-se ao lado de Fred e Luky. Mimi terminou o discurso e assim que foi permitido, todos nos reunimos na mesa da Sonserina, obrigando Justin e Haley a se sentaram juntos. Nunca senti um olhar maligno tão intenso quanto o de Haley!

- É Arte, você vai ter dificuldades... – Clara começou, falando baixo do meu lado. Apenas Tuor a ouviu falar, além de Keiko.
- Não entendi?!
- A Clara me contou que viu os olhares de Stefan e Damon. – Keiko falou sorrindo. Ela estava sentada ao lado de Tuor e conversava com ele alegre.
- Eu sou a favor do Stefan! – Tuor respondeu.
- Você não vale, é amigo dele. – Clara falou, como se ignorasse a opinião dele.
- Nós apostamos no Damon! – Keiko falou, e Clara apertou sua mão rindo.
- Querem parar de apostar na minha vida amorosa?! – Eu falei chocada, enquanto os três começavam a discutir os prós e contras de cada um.
- Uma coisa eu te digo, os dois estão decididos! – Tuor falou, e nesse momento notei que ambos estavam olhando em minha direção, mas evitei olhá-los diretamente.
- Ai, Merlin, o que eu fiz pra merecer isso? – Afundei a cabeça, enquanto Keiko dava tapinhas nas minhas costas.

Nesse momento, vimos a discussão de Haley e Justin sobre Quadribol e tive mais certeza ainda que eles ficariam juntos. Me envolvi nas diferentes conversas e logo esqueci Stefan e Damon, ao menos por enquanto... Keiko e Tuor conversavam animados e ele contava como tinham sido suas férias. Ele citou muito Eleonora, a tal amiga dele, e vi Keiko rindo disso enquanto jogava seu charme. Ela também estava decidida.
Pouco tempo depois, Mimi ficou de pé na mesa dos professores, e como por magia todos ficaram calados. Ela anunciou a V Olimpíadas Bruxas Interescolares, além de dar outros recados sobre regras da escola. Mas quando anunciou as Olimpíadas, todos ficaram animados, e ela precisou manter a voz elevada para ser ouvida.

- Muito bem, sejam bem vindos de volta e já para a cama! – Ela anunciou, e os movimentos nas mesas começaram. Eu e Clara praguejamos juntas.
- Nos vemos depois! – Falei, pulando do banco e arrastando Tuor comigo. Cheguei à mesa da Grifinória e Thruston me olhou com um sorriso.
- Desculpa, esqueci que temos que guiar os alunos.
- Tudo bem, adiantei um pouco. – Ele explicou e fiquei chocada por ele ser tão bondoso.
- Muito bem, novatos! – Eu elevei minha voz e todos me olharam meio assustados. Eu sorri, para deixá-los mais calmos. – Nós os levaremos para o Salão Comunal agora, por favor nos sigam e não se afastem de nós.
- Não precisam ter pressa! – Thruston falou, enquanto ficávamos próximos da turma da Corvinal guiada por Rupert e Amber. Tuor veio conosco, ajudando-nos, enquanto ia explicando algumas coisas para Elena e os primeiranistas. Enquanto subíamos os andares, Thruston e eu nos revezávamos para explicar a dinâmica das escadas, além de acalmar e apresentar o castelo para os novatos, que estavam maravilhados.
- Boa noite, como foram suas férias? – Eu perguntei, quando chegamos ao quadro da Mulher-Gorda. Ela sorriu para mim, ao lado de suas amigas de outros quadros e parecia meio bêbada.
- Maravilhosas! Bem vinda de volta, minha cara. Qual a senha?
- Coraticum – Thruston respondeu e ela revelou a entrada para o Salão. – Decorem essa senha. Oara aqueles que esquecerem, procurem um dos alunos mais velhos.
- Sejam bem vindos à Grifinória! – Eu falei, abrindo meus braços e indicando o salão. Eles ficaram maravilhados, ainda mais quando Tuor se jogou em um dos sofás. Luky e Bela correram para receber Mina e Luthien e as arrastaram para conhecer todo o salão, enquanto riam. Os novatos ficaram menos inibidos com a recepção de todos e logo iam para seus dormitórios conversando e rindo.

Assim que o salão ficou vazio, com Tuor fingindo dormir numa poltrona e eu e Elena conversando perto da lareira, Thruston nos desejou boa noite e saiu. Imediatamente, saquei a varinha e toquei o Mapa do Maroto, e no minuto seguinte corríamos livres pelo corredor do sétimo andar, indo mostrar para os novatos a Hogwarts não-oficial.


Sunday, September 05, 2010


‘Primeiranistas por aqui’ Ouvimos a voz de Hagrid perto do lago e guiamos os alunos novos até lá.

‘Obrigado, garotos’ Hagrid os recebeu indicando os barquinhos e sorriu ao olhar para nós ‘E parabéns pelos distintivos. Acho que agora vão me dar menos trabalho, não?’

Olhamos uns para os outros rindo e ele sacudiu a cabeça, já sabendo a resposta para sua pergunta. Os alunos novos se acomodaram nos barquinhos e voltamos para as carruagens, nos juntando aos outros.

McGonagall fez seu discurso de sempre, lembrando aos novatos dos limites do castelo e todas as regras, que quase ninguém obedecia, e enfim nos liberou para jantar. Justin, agora aluno da Corvinal, olhava cada detalhe do salão principal fascinado. A escola de magia do Texas não devia ser tão grandiosa quanto Hogwarts. Julian e eu íamos o atualizando sobre tudo que acontecia no castelo e quando o jantar acabou, pulamos para a mesa da Sonserina para comer a sobremesa junto com o resto da turma. Teria sido um típico jantar de boas vindas se Justin e Haley não começassem um bate boca sobre quadribol que deixou todo mundo assustado. Ninguém nem ousava se meter na discussão. Ela só se encerrou quando McGonagall ficou de pé outra vez, e o salão caiu em silêncio.

‘Antes de liberar todos para seus dormitórios, tenho mais um comunicado a fazer’ Ela agora sorria, o que era algo raro de se ver ‘Este ano, seguindo a tradição imposta em 1998, o Instituto de Bruxaria de Melbourne, na Austrália, estará sediando a V Olimpíadas Bruxas Interescolares’ Os alunos se agitaram nas mesas e nem mesmo o pigarro dela pode conter o entusiasmo. McGonagall teve que prosseguir com o tom de voz elevado ‘A delegação de Hogwarts, junto com as delegações de mais 20 instituições de ensino de magia do resto do mundo, chegarão à escola Australiana no dia 13 de Novembro, e os jogos terão início no dia 15. A abertura será no dia 14 e o encerramento dia 27 de Novembro. Os professores Benjamin O’Shea e George Storm têm posse de uma lista com a relação de todas as modalidades que farão parte dos jogos. Portanto, os alunos interessados em competir deverão procurá-los e fazer a inscrição. Alunos do 1º ano não poderão participar e deverão permanecer no castelo durante os jogos, assim como os alunos que não se inscreverem em nenhuma modalidade. Essa será uma excelente maneira de interagirmos com bruxos de diferentes culturas, será muito interessante para todos, e por isso espero um comportamento exemplar dos alunos de Hogwarts durante a competição. Por hoje é só isso. Bem vindos de volta e para cama!’

- Ai droga, Hiro! – Clara saltou do banco vendo os alunos do primeiro ano na mesa sem saber o que fazer.
- Opa, é com a gente agora – ele também saltou depressa e corri para fora do banco, Arte logo atrás de mim.
- Nos vemos daqui a pouco, e ai falamos das Olimpíadas. Justin, venha também, você é novo – me despedi deles na mesa e me espremi entre a aglomeração de alunos, até a mesa da Corvinal.
- Vamos, sigam-me -quando cheguei de volta à mesa, Amber já havia juntado os alunos e começava a sair do salão com eles.
- Ei, calma, não sem mim – interrompi a saída deles e ela me olhou irritada.
- A mesa da Corvinal é aqui, não do outro lado do salão. Deveria estar aqui quando McGonagall encerrou o jantar.
- Estou aqui agora – ignorei sua revolta e olhei para os alunos – Corvinal, é só me seguir, ok?
- Nos seguir – ela corrigiu.

Conduzimos os alunos novos para fora da aglomeração do salão e seguimos ao lado de Arte e Thruston guiando os alunos da Grifinória. Os grupos se separaram ao alcançarmos o quinto andar, quando viramos para a esquerda e eles continuaram subindo. Íamos falando sobre o castelo no caminho e os calouros nem respiravam para não perder alguma explicação e correr o risco de não achar o salão comunal sozinhos depois.

- Existem 142 escadas em Hogwarts e elas estão sempre em movimento, mas se prestarem atenção aos detalhes, em uma semana serão capazes de encontrar os caminhos mais rápidos até a torre da Corvinal – falei enquanto caminhava depressa a frente do grupo.
- Chegamos – Amber parou em frente a uma escada em espiral e entrou primeiro.

Fiquei para trás para me certificar de que todos entrariam. Para entrar no Salão Comunal é preciso bater na porta com uma aldrava de bronze em forma de águia, que ao invés de pedir uma senha, fará uma pergunta. Se o aluno não souber responder terá que esperar alguém chegar e responder para que possa entrar. A águia fez a pergunta a ela, que respondeu sem nem hesitar e a porta se abriu, dando passagem aos alunos.

O Salão Comunal da Corvinal era amplo, circular e bastante arejada. Janelas em arco pontuavam as paredes, ladeadas por reposteiros de seda azul e prata. De dia os alunos tinham uma vista privilegiada das montanhas ao redor de Hogwarts. O teto era abobadado e pintado com estrelas que se repetiam também no carpete azul-escuro. Havia mesas, poltronas e estantes e, em um nicho na parede oposta à porta, uma estátua de mármore branco de Rowena Ravenclaw.

- O toque de recolher do castelo é às 20h. Nenhum aluno deve circular pelos corredores depois desse horário, sob o risco de detenção – Amber falou séria e ouvi Julian rir discretamente ao meu lado – O quadro de avisos na parede deve ser checado todos os dias. Tudo de importante que devem saber, sempre estará pregado nele. As aulas começam às 9h, então sugiro que levantem às 7h para não perder o café. Nenhum aluno da Corvinal jamais se atrasou para uma aula. Não sejam os primeiros a manchar a reputação da casa.
- Oi Rupert – Claire Hendersen, do nosso ano, passou com algumas amigas e sorriu pra mim. Amber revirou os olhos.
- O... Cla... – Julian deu um tapa nas minhas costas com força – Oi, Claire.
- Achei que precisava de uma ajuda.
- Obrigado – agradeci sem graça e olhei de volta para os novatos - O dormitório dos meninos é à esquerda, meninas à direita – indiquei as passagens com a mão – Todos os seus pertences já estão ao lado das camas. Bem vindos a Hogwarts.

Os calouros seguiram nas direções indicadas e Amber desapareceu pela passagem do dormitório feminino, deixando apenas eu, Julian, Justin e mais oito alunos do 4º e 6º ano no salão comunal. Julian se atirou em uma das poltronas e puxou um pedaço de pergaminho do bolso, mas não o abriu. Ainda tinha muita gente em volta.

- Ai Cenoura, está com a bola toda – Julian riu – Ela sentiu o cheiro do poder.
- E essa sua parceira de monitoria é uma gata – Justin assobiou e Julian concordou com ele.
- É, ela é bonita, mas é tão insuportável que as pessoas só se concentram nisso. Vai ser um ano difícil.
- Ok, só restam quatro, vamos lá – Julian abriu o pergaminho no colo e nos juntamos a ele na poltrona, bloqueando a visão dos outros – Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

O pergaminho começou a ganhar vida e logo todas as linhas que começaram a surgir formaram o mapa do castelo. Justin olhava admirado, enquanto os pontinhos coloridos surgiam aos poucos, indicando cada pessoa no castelo.

- Ei, sou eu! – falou, apontando para um ponto azul com a legenda Justin Silverhorn – Como vocês fizeram isso?
- Longa história, depois explicamos – apontei para o mapa, onde os pontos azuis se mexiam depressa – MJ e o pessoal da Sonserina já estão subindo e Arte, Tuor e Elena já estão quase no 5° andar.
- Então é melhor irmos logo, enquanto os professores ainda estão todos no Salão Principal – Julian levantou e bateu com a varinha no mapa – Malfeito Feito.

Saímos do Salão Comunal apressados e Justin ia fazendo perguntas sobre o mapa no caminho. Explicamos como ele funcionava e que existiam quatro deles, um em cada casa, tendo tomado todo o nosso 4º ano para fazer as três cópias. Nos juntamos a Arte, Tuor e Elena e apertamos o passo, chegando até a estátua de Vilfredo, o Melancólico, junto com o resto do grupo que vinha das masmorras.

- Dissendium – Hiro bateu com a varinha na estátua e ela abriu uma passagem estreira, mas que levava direto ao Três Vassouras.
- Bem vindos a Hogwarts – Jamal disse a Justin e Elena quando eles atravessaram a passagem e Hiro a selou de volta – Bem vindos à nossa Hogwarts.

Wednesday, September 01, 2010


Plataforma 9 ¾, 1º de Setembro de 2014

1º de Setembro finalmente havia chegado. A última semana de férias havia sido a mais longa da minha vida. Depois do acidente no trem, mamãe e papai andavam excessivamente preocupados com meu estado, que ainda beirava o choque. Eu estava bem, não era como se fosse cair em depressão e começar a achar que todo veiculo em movimento fosse capotar e me esmagar, mas as imagens do que passamos naquelas horas esperando pelo socorro ainda me visitavam durante o sono. Não era algo que seria esquecido facilmente, ainda mais com uma cicatriz fininha, mas visível, no canto da testa que me lembrava diariamente do ocorrido. Talvez nunca fosse esquecido.

Saímos com bastante tempo de antecedência de casa, por um milagre. Rupert e eu éramos práticos, e sem Becky para nos atrasar, ainda não eram nem 10:30 quando chegamos a estação de King’s Cross. Meus amigos já estavam por lá, com exceção de JJ que nunca andava no horário certo, e logo nos juntamos. Todos queriam saber se estava bem, ou melhor, se continuava bem, pois já tinha recebido a visita de todos eles pelo menos duas vezes desde o acidente, e não demorou até que os meninos se afastassem para discutir os últimos jogos do campeonato europeu de quadribol, nos deixando sozinhas.

- Bela cicatriz, Potter – ouvi a voz de Thruston ao meu lado e olhei. Ele estava acompanhado de uma menina de 11 anos, igual a ele.
- Ao menos a minha foi causada por um acidente de verdade, não um taco de beisebol – devolvi a provocação, mas em tom de brincadeira. As meninas me olharam um pouco espantadas.
- Ei, quando alguém acerta o bastão na sua cara, é um acidente grave.
- Não se você tirou o capacete quando não devia. Eu estava girando o bastão e você agachado atrás de mim. Sério que achou que era seguro tomar um pouco de ar?
- Já discutimos isso, vamos seguir em frente – ele balançou a cabeça inconformado, mas sorriu antes de se afastar – Vejo vocês no trem.
- O que foi isso? – Keiko perguntou com cara de ponto de interrogação.
- É por isso que você gosta tanto desse acampamento? – Arte perguntou em tom de deboche e elas riram – Entendo... Ele está bonito, cresceu. Não é mais tão idiota, a gente até compreende.
- Vocês estão loucas. E você, antes de fazer uma piada, lembre-se de um certo índio – falei apontando para Haley e ela bufou, arrancando mais risadas de Keiko e Arte.
- Meninas, vamos! – Jamal nos chamou do outro lado da plataforma – JJ finalmente chegou, vamos entrar antes que ocupem todas as cabines boas.

Aquilo encerrou o assunto, ao menos por um tempo, e corremos para nos despedir de nossos pais antes de embarcar no Expresso de Hogwarts. Pegamos nossa cabine de sempre, no fundo do trem, mas Hiro, Rupert, Arte e eu nos separamos dos outros pela primeira vez na viagem, pois tínhamos que nos reunir com os outros monitores. A outra monitora da Corvinal, que não conseguimos descobrir quem seria, era Amber Brkich. Era era tão nerd quanto Rupert e ele não parecia gostar muito da competição.

Os monitores-chefes daquele ano, Lizzie e Elliot Harper, da corvinal, nos passaram as instruções e basicamente o que tínhamos que fazer era monitorar o trem durante toda a viagem, nos certificando de que nenhuma confusão acontecesse. Já estávamos quase na metade dela quando conseguimos nos livrar das tarefas do cargo e nos reunimos com o resto da turma no ultimo vagão. Quando já podíamos ver Hogwarts pela janela da cabine, voltamos ao corredor para ajudar os novatos a desembarcar. Guiamos todos eles até Hagrid, que nos parabenizou pelos distintivos, e voltamos para as carruagens. Era bom estar de volta.


ºººººº

A cerimônia de seleção das casas foi divertida, como todo ano. Ver os alunos novos com aquelas expressões assustadas e lembrar que um dia era você ali é sempre um entretenimento. E mais ainda quando o desafeto/paixonite-não-assumida da sua amiga está entre os novatos. Para nosso total choque, o melhor amigo de Julian, Justin, estava entre os alunos transferidos que fazem a seleção depois da turma do 1º ano. Ele foi selecionado para a Corvinal e mesmo estando em outra mesa, Haley não parava de reclamar do nosso lado. Outra novidade era Elena, a prima de Greg Karkaroff que conhecemos na final do Torneio Tribruxo. Ela havia sido transferida de Durmstrang para Hogwarts e foi selecionada para a Grifinória, para a alegria de Arte, que sempre reclamava de não ter companhia para fofocar no dormitório. E para a felicidade de Lucky e Fred, e total desespero do resto do castelo, Tiago Sirius Potter agora era um aluno da Grifinória.

A menina que estava com Thruston na estação era sua irmã, Emily, e foi selecionada para a Sonserina. Não pude evitar lançar um olhar maldoso na direção dele, dizendo que ele não precisava se preocupar, pois ela estaria bem assessorada. O pânico nos olhos dele foi mais divertido que acertar um bastão de beisebol em sua cabeça. Não demorou muito e Arte, Tuor, MJ, Rupert, Julian e agora Justin e Elena se juntaram a nossa mesa. Arte se espremeu entre Keiko e eu e como ninguém mais se moveu para dar espaço, Justin acabou sentando do lado da Haley. Tivemos que transformar a risada em uma tosse descontrolada quando ela nos lançou um olhar assassino.

- Legal a monitoria no trem hoje, não? – Arte falou se servindo do suco.
- É, não foi tão chato como pensei, até que nos divertimos. Dar ordens anima qualquer ocasião.
- E você viu o jeito que o Zack olhava pra você? – ela baixou o tom de voz, mas Keiko estava com o ouvido muito atento do lado dela.
- Já notei isso também, ele só falta devorar você com o olhar – Keiko me encarou com um sorriso maroto estampado no rosto.
- Acho que está exagerando um pouco, mas já notei alguma coisa sim – admiti. Negar não ia adiantar, era evidente demais.
- E o que você pretende fazer a respeito disso? – Keiko perguntou e as duas me olharam ansiosas.
- Não pretendo fazer nada.
- Ah, verdade, esqueci que você prefere os monitores da Grifinória... – Arte provocou – Não a culpo, somos mesmo melhores.
- Olha, ela está sorrindo e não está negando! – Keiko só faltou saltar na mesa quando não consegui controlar que um sorriso idiota se formasse em meu rosto – Clara Lupin, não estou lhe reconhecendo.
- É, quem é você e o que fez com a nossa amiga? - Arte completou.
- Parem com isso, não vou fazer nada a respeito de nenhum dos dois! – tentei encerrar o assunto, mas ainda devia estar sorrindo debilmente, pois elas não paravam de rir.

Arte abriu a boca para falar alguma coisa, mas fui salva pelo gongo quando um garfo voou pela mesa e atingiu uma taça de suco de abóbora, chamando a atenção de todo mundo com o barulho. Quando olhamos, Haley e Justin estavam discutindo sobre times de quadribol com tanto fervor que pareciam prestes a trocar socos. Keiko revirou os olhos e começamos a rir, passando a falar sobre eles e elas me deixaram em paz. Os garotos, que no começo participavam da conversa dos dois, já tinham recuado e apenas assistiam o debate acirrado. É, o 5º ano tinha começado pra valer.