Monday, October 30, 2006

Detenção + Provocação = Confusão

Por Benjamin O’Shea

Sexta-feira, 17hs, depois de um exaustivo dia de aulas, cá estamos nós, Mark, Sirius, Tiago e eu, polindo troféus e estátuas ao invés de estarmos deitados na grama dormindo. Ok, não estamos aqui porque fomos acusados injustamente. Pra falar a verdade, foi até bem justo rs. Filch tinha acabado de sair e deixou a porta aberta, dizendo que voltaria em uma hora e esperava que todas as manchas da estátua de Salazar Sonserina tivessem evaporado. Não passou nem um minuto e uma turma de sonserinos entrou.

- Limpem isso direito, queremos ver a estatua brilhando! – falou o primeiro
- Sim, e façam o mesmo com os nossos troféus, eles merecem ficar em destaque – o outro idiota completou.
- Ai é tão legal quando grifinórios e lufos panacas caem nas nossas armadilhas...

Sirius e Tiago atiraram os panos no chão e cerraram os punhos, prontos pra briga. Os sonserinos fizeram o mesmo, mas Mark e eu impedimos que eles dessem inicio a sessão de pancadaria. Os sonserinos saíram rindo cantando vitória e Sirius se soltou revoltado.

- Nojentos! Eles vão pagar! – Sirius rosnava ainda com os punhos cerrados – Por que me segurou??
- Isso não vai ficar assim, vai ter troco! – Tiago gritou
- Não admito que essas cobras imundas tirem onda com a minha cara!
- Nem eu, mas iniciar uma briga e ganhar outra detenção não é a solução – falei calmo
- E por que não? È mais prático! – Tiago exclamou
- Porque eu tenho uma idéia melhor... – falei fechando a porta e me juntando a eles, rindo.

*************************

Terça-feira, 31 de Outubro de 1977

- Onde estão Sirius e Tiago? Eles não vêm?
- Não agora, disseram que precisavam fazer alguma coisa na floresta antes.
- Fazer o que?
- Não sei. Eles não disseram e também não perguntei.
- Ben... Minha mão está doendo, a corda ta escorregando!
- Agüenta firme, falta pouco!
- Como você sabe? Não consigo ver nada! – Mark fazia esforço para falar, seu rosto já estava vermelho – não dá mais, vou soltar a corda!
- Não, não solta!

Mas tarde demais. Os dedos de Mark se abriram e a força impelida pela estátua fez com que eu soltasse a corda também. Barulho de gritos vindos do gramado chegaram aos nossos ouvidos e nos penduramos na janela depressa a tempo de ver Louise, Scott, Alex, Yulli e Sam se abaixarem apavorados, se protegendo do baque. Mas a estátua não chegou a atingir o chão. Um nó ficou preso no armário dentro da sala e ela parou a poucos centímetros do gramado.

- O que estão fazendo? Estão loucos?? – os cinco gritaram ao mesmo tempo
- Vocês estão bem? – perguntei e eles fizeram que sim com a cabeça
- Mas que zona é essa? Será que não podemos deixar vocês sozinhos por 1 minuto e já criam confusão?

Sirius e Tiago vieram correndo da direção da floresta e vi quando fizeram sinal para que Pedro fosse embora. Eles pararam embaixo da estátua e se certificaram que ela estava bem amarrada. As meninas olhavam deles pra gente pendurado na janela, sem entender nada.

- Ok, puxem isso de volta antes que Filch apareça! – Sirius falou
- Então venham dar uma ajuda, não? – gritei de volta.
- Calma gente, isso está saindo de controle! – Tiago falou olhando pros lados
- Huuum, acho que vocês precisam de um plano melhor, não? – Louise sugeriu e as meninas riram
- Quando vocês decidirem o que fazer nos avisem, estamos super confortáveis aqui, pendurados na janela! – Mark berrou sem paciência
- OK, ok, já que vocês são tão espertas assim, vão nos ajudar. Foutley vem com a gente ajudar a puxar a estátua. Vocês fiquem aqui vigiando, se o Filch ou algum professor der as caras, avisem! – Sirius falou e Scott acabou indo, ainda contrariado.

Os três sumiram pela entrada principal do castelo e as meninas ficaram lá embaixo montando guarda. Antes éramos apenas quatro dando inicio ao que prometia ser a maior guerra entre as casas que Hogwarts já viu, mas agora mais cinco tinham caído de pára-quedas na confusão. Bom, não importa. O que importa é que os sonserinos vão ficar furiosos quando deram conta que a estátua de bronze do Salazar Sonserina desapareceu do mapa...

Saturday, October 28, 2006

Vassouras e nervosismo

Diário de Alucard W. Chronos

Hoje começam os testes pra goleiro do time de Quadribol da Grifinória! Estou animado com os testes, os Marotos andaram falando que tenho chance, então quem sabe? Vou tentar conseguir a vaga de goleiro que está vaga, o último goleiro terminou a escola e já saiu, então o time está desfalcado. Vassoura? Papai mandou a minha vassoura pela Hórus e ela chegou essa manhã. Foi muito engraçado o pessoal olhando para cima no meio do café e olhando a minha pequena Hórus quase caindo com o peso. E estou pensando em dá-la um presente, você diário!

Durante o café a maioria da Grifinória me desejava sorte e falavam que eu ia ganhar, mas também apoiavam os outros candidatos. Os meus amigos das outras casas disseram que se desse iam assistir aos testes, até que ia ser bom tê-los torcendo, mas essa torcida toda começava a me deixar nervoso... A Mi era a mais entusiasmada de todas, parecia que estava mais feliz com os testes que eu mesmo. Ela ficava atrás de mim o tempo todo sorrindo e dando dicas de alguma coisa que ela viu, leu ou ouviu, até o pai dela, o Sr.Capter já jogou quadribol, me mandou uma coruja com dicas! Eu mal conseguia comer direito devido ao nervosismo...

MC: Vamos Lu! Você precisa comer! Acha que vai conseguir voar de barriga vazia?
AC: Eu não estou com fome Mi, se eu comer algo vou acabar vomitando.
SF: Deixa de ser bobo Lu! Coma, antes que eu e a Mi o façamos engolir tudo de uma vez!
AM: E eu também! (risos) – A Alex falou chegando perto da nossa mesa junto da Yulli e da Lou – Para um vampirão como você comer não vai fazer mal! Com todo respeito Mi.
MC: Sem problemas, vocês podem ^^
LS: Então Lu, vai comendo logo! Queremos ter o prazer de jogar com você!
YH: Te GANHAR na verdade! Vai ser divertido te ganhar!
RL: Desculpa Lou e Yulli, mas com o Lu vocês não nos ganham mesmo! A Taça é nossa!
BO: Lupin, vocês podem ter o Lu, mas nós vamos ganhar! - Ben, Marcus e Lupin chegaram juntos na nossa mesa e se sentaram rapidamente ao meu redor soltando sorrisos e desejos de boa sorte.
MF: Animado Lu? Ou está muito nervoso?
AC: Um pouco dos dois Mark, não vejo a hora de saber o resultado, assim sofro menos.
MC: Sofrer por quê? Você vai passar! Mas agora... Coma! –Ela pegou uma colherada cheia de mingau e brincou que forçava pela minha boca e todos ficaram rindo da cena, eu estava parecendo um bebê!

Aos poucos eles foram se dispersando e desejando boa sorte novamente, falando que se desse iam ver os testes. A hora foi passando e vi que faltavam menos de 20 minutos pro horário que o Potter marcou pro início dos testes, me levantei e pendurei a vassoura no ombro e de mãos dadas à Mi e com o Scott com a gente, saímos do Salão Principal. Percorremos o caminho até o campo rapidamente e conversando alegremente, mas eu ainda estava calado, acho que se eu falasse demais, meu café ia sair pela boca...
O time da Grifinória já estava todo do lado de fora do campo prontos e alguns me desejavam boa sorte.

TP: Vamos lá Chronos! Queremos você no time!
AC: Eu espero que consiga Potter, já não ando numa vassoura há algum tempo.
PJ: Andar de vassoura nós nunca esquecemos Lu. Boa sorte!
AC: Obrigado Pauly, vou tentar então.
TP: Muito bem todos os candidatos e membros do time, vamos entrar nos vestiários agora para uma pequena conversa antes dos testes em si. – Potter falou pedindo atenção, o time e os candidatos (que eram uns 7 ou 8, contando comigo) entraram nos vestiários e me despedi da Mi com um beijo e do Scott com um aceno, eles iriam esperar nas arquibancadas.

Foi a primeira vez que senti a sensação de entrar em um vestiário, preste a decidir uma vitória ou derrota. Ainda não sei se vou repetir a experiência, espero que sim, mas nunca vou esquecer esse primeiro momento. As roupas vermelhas da Grifinória jogadas por todo canto, vassouras em cada centímetro do local e os jogadores se sentando e procurando um bom lugar para ouvir os sermões do Potter. E que sermões! Os candidatos passaram uns 10 minutos ouvindo-o falar sobre jogo em equipe, que devemos dar nosso melhor e blábláblá, eu já não agüentava mais ele falar, ou eu voava agora, ou meu estômago não ia mais deixar. Finalmente ele fez sinal para o campo e o time principal entrou com o Potter a frente deles e os candidatos os seguiram.

Outra sensação inesquecível: entrar em um campo de quadribol e ver as arquibancadas lotadas. Ta que hoje não estavam lotadas, mas era como se estivessem. Todos meus amigos estavam lá torcendo por mim! Mi e Alex estavam na frente e só faltavam balançar bandeirinhas escrito “Chronos”, Yulli, Lou, Remo e Scott também torciam com alegria entusiasmados, Ben e Mark cantavam algo que eu não identifiquei e por incrível que pareça, Black e o Pettigrew também estavam lá torcendo. Tinha também um grupinho de garotas de várias casas torcendo, mas ela mantinham uma distância segura da Mi e da Lou, sendo que a Mi jogava olhares perigosos para elas quando elas gritavam demais...Tinham alguns jogadores de outras casas também, e sei que vieram só atrapalhar, ou os mais espertos, para descobrir o que vão enfrentar...Eu me senti bem em ver meus amigos na arquibancada e isso me acalmou um pouco, mas o meu estômago ainda queria passear por aí...Potter explicou como seria o treino: cada um seria “testado” em separado e os melhores entraram num teste prático, ou seja, um jogo.
TP: Muito bem, primeiro os candidatos a artilheiro. Subam nas vassouras.

Ele apitou e 3 garotos mais novos que eu alçaram vôo junto do Fabio e do Patrick, um deles eu conhecia e era o George, ele até que jogava bem. O treino foi rápido, rápido até demais...O Potter se estressou com um deles que não conseguiu sequer subir na vassoura direito e o dispensou, selecionando o George Storm e Cliff Morrison. Ele apitou de novo e foi a vez dos batedores e Potter liberou os balaços, ordenando que Pauly e mais dois garotos subissem nas vassouras. Dessa vez foi um pouco mais difícil e o Potter decidiu que os dois, Harold Turner e Stuart Chtilli, iriam para a segunda parte do treino.
Agora finalmente era minha vez. Thiago me deu um olhar discreto de encorajamento e mandou que eu e os outros dois subisse nas vassouras. Nós três alçamos vôo e ouvi gritos da arquibancada, corando um pouco. Fábio e Patrick revezavam em nos bombardear com lançamentos os mais rápidos possíveis, às vezes mais de um de uma só vez. Um dos candidatos, um quartanista, não segurou nem a primeira goles e desceu ouvindo os gritos do Potter para ele aprender a enxergar antes de tentar novamente (também, ele saltou pra direita quando o Patrick lançou a goles pra esquerda...). Steven Ulrich, um quintanista, foi melhor que o outro e dos 20 lançamentos, agarrou 17. Ele desceu da vassoura cantando vitória e me olhando como se falasse: “Faz melhor”. Eu engoli em seco e dei um jeito de acalmar meus batimentos cardíacos e ouvi o Potter me chamando. Avancei na direção dos aros ouvindo os gritos de viva e de boa sorte da arquibancada (e algumas ameaças da Mi pro grupinho de garotas que gritavam certas coisas que prefiro não saber...). Patrick e Fabio me deram um olhar de boa sorte e também como se dissessem: “Não vamos pegar leve.”. E não pegaram. Eles fizeram arremessos muito rápidos, mas para mim não foram problema e eu conseguia acompanhá-los com perfeição. Resultado: dos 20 lançamentos, agarrei 19.
Meus amigos gritaram de felicidade e começaram a cantar “Já ganhou! Já ganhou! Já ganhou!”, o que me fez ficar ainda mais corado. Steven parecia que ia matar um, mas isso não me intimidava, e eu estava mais calmo agora. Potter deus os parabéns a todos e nos dividiu em dois pequenos times, tendo apenas ele como apanhador:

Time 1:
Goleiro: Chronos
Batedores: Johnson
Artilheiros: Storm e Ocean

Time2:
Goleiro: Ulrich
Batedores: Turner e Chtilli (que seriam testados juntos)
Artilheiros: Prewett e Morrison

Apanhador: Potter

Os times tomaram seus lugares no campo e Potter apitou lançando a goles e um feitiço contra a caixa que guardava os balaços e o pomo. Potter alçou vôo e ficou pairando acima do campo para analisar o time, enquanto os artilheiros voavam atrás da goles tentando fazer pontos. Prewett foi o primeiro a pegar a goles e voando junto de Morrison passaram por Storm e Ocean chegando próximo a mim, mas Morrison foi atingido fácil por um balaço de Johnson e a goles caiu para Storm. Ele voou rápido pelo campo trocando passes rápidos com Ocean e chegaram rapidamente aos aros de Ulrich, desviando dos balaços jogados por Chtilli e Turner. Ulrich se preparou para a defesa, mas no último segundo, Storm passou a goles para Ocean e conseguiram driblar o goleiro, marcando ponto. Eu soquei o ar feliz ao ver a cara de derrota de Ulrich enquanto ele jogava a goles para Prewett. Prewett desviou do balaço de Johnson e passou a goles para Morrison que conseguiu chegar em mim e tentar marcar ponto. Mas eu consegui defendê-lo e apanhei a goles no ar antes que ela chegasse ao aro esquerdo. Eu joguei a goles rápido para Ocean gritando para correrem. Chtilli errou um balaço contra Ocean, mas Turner acertou um em cheio o que obrigou a Ocean a se contorcer para passar a goles para Storm antes de perder o controle da vassoura. Storm conseguiu novo ponto, pois Johnson lançou um balaço contra Ulrich que não conseguiu desviar e agarrar ao mesmo tempo. Novamente gritei de alegria e podia sentir o olhar animador de Potter em mim, isso me deixou mais alegre ainda, mas por curto tempo, pois Morrison avançava veloz contra mim. Ele desviou dos balaços de Johnson e chegou muito próximo a mim. Ele fintou e eu saltei pro lado direito, mas ele tocou para Prewett que tinha o canto esquerdo livre. Senti todos os olhares em mim, tinha que defender a qualquer custo. Vi tudo em câmera lenta: Prewett levantando o braço com um sorriso, Johnson tentando lançar um novo balaço e os outros acompanhando com expectativa. Mas eu não estava em câmera lenta, pelo contrário. Consegui impulsionar a vassoura e num salto agarrei a goles a centímetros do aro, me segurando com uma mão na vassoura, e lançando a goles de volta para Storm que marcou outro ponto, ouvindo os vivas das arquibancadas. O jogo continuou por mais alguns minutos quando vimos Potter mergulhando e apanhando o pomo no ar. Placar final:Time 1 – 70 / Time 2 – 20

Eu não consegui segurar a alegria e gritei alto de felicidade enquanto mergulhava com a vassoura na direção de um Potter também muito alegre. Ele olhou todos com um sorriso e foi elogiando e criticando as ações dos jogadores, por final ele falou a lista do novo time:
Apanhador/Capitão - Tiago Potter
Batedora- Pauly Johnson
Batedor - Harold Turner
Artilheiro - Fabio Prewett
Artilheiro - George Storm
Artilheiro - Patrick Ocean
Ele fez uma pausa e olhou de mim para Ulrich com um sorriso enigmático, mas falou por fim:
Goleiro – Alucard W. Chronos

Eu simplesmente me esqueci do resto do mundo e gritei de felicidade saltando pelo campo. Ulrich fechou a cara e começou a reclamar com o Potter algo sobre ter me favorecido etc., mas eu nem o ouvia. Eu ouvi sim a explosão de gritos na arquibancada por um curto tempo, pois o resto do novo time saltou em cima de mim me abraçando e dando os parabéns gritando mais alto que eu se bobear. Um pouco depois eles me largaram dando os parabéns e falando que joguei bem, mas mal conseguir ficar de pé direito, e fui jogado no chão pela Mirian que correu mais que todos e me abraçava e beijava gritando parabéns. Eu me levantei e a abracei com força e mal terminei de abraçá-la, cai de novo no chão, dessa vez com o Black e o Lupin me jogando no chão para bagunçar meu cabelo. Ben, Mark e Scott se juntaram aos dois e eu estava soterrado dos garotos. Quando finalmente consegui me levantar foi Yulli, Lou e Alex que vieram me dar os parabéns com beijos e abraços. Mi estava chorando de emoção, e Lou e Alex foram abraçá-la, mas também choravam. Até mesmo eu chorava quando me dei conta...
RL: Nós te falamos não?! Você merecia essa vaga!
SB: Parabéns vampirão! Agora a gente ganha!
BO: Hahahaha! Agora as garotas vão ter chance de te vencer!MF: Agora sim vale a pena ver os jogos da taça!SF: Que vai ser nossa!!

Quero sentir tudo isso de novo, mas com uma grande vitória!
Alucard Wingates Chronos às 6:14 PM

Friday, October 13, 2006

Revelações e constatações

Do diário de Yulli Hakuna

LS: Bom, o treino foi excelente, mas eu acho que nós podemos melhorar bastante ainda, concordam?
JM: Com certeza! Mas não vamos desanimar não é? Essa taça vai ser nossa, DE NOVO!
AM: Isso é um fato, Joey! – Alex soltou uma risada irônica.
LS: Sim, esse é o espírito hein? Então, semana que vem a gente tenta uns novos passes, certo? Acho que por hoje é só!

Me larguei no banco exausta, mas muito satisfeita. Era o segundo treino de quadribol consecutivo que eu conseguia bater meu tempo recorde de capturar o pomo. Tirei o uniforme, embolando de qualquer jeito dentro do armário, e com o resto do time, sai em direção ao castelo, a vassoura no ombro. Louise, Mark e Joey iam conversando sobre novos passes para o próximo treino. Charlie e Alex comentavam sobre um artilheiro da União de Poddlemore, Liliana andava distraída olhando o chão, e eu me divertia sentindo as asinhas do pomo ainda ricochetearem agitadas na palma, fazendo cócegas. Quando chegamos ao Salão Comunal, subi imediatamente pro dormitório. Louise e Alex entraram logo depois.

AM: Tudo que eu preciso nesse momento é de cama! – se jogando sem delicadezas no colchão.
LS: Estou com fome. Acho que vou na cozinha pegar alguma coisa pra comer. Querem?
AM: Não! Obrigada...
YH: Se você puder me providenciar uma cerveja amanteigada, eu seria eternamente grata!

Louise sorriu acenando com a cabeça, e saiu do dormitório.

AM: Que soo-oo-no! –Alex soltou um grande bocejo, que fez seus olhos lacrimejarem.
YH: Quem dera eu pudesse dormir agora! Não fiz o relatório da Minerva pra amanhã, porque Filch me escalou pra patrulhar o 7° andar a tarde inteira.
AM: Pega o meu e copia. Você sabe que não ta aquela coisa, mas já agiliza...
YH: Ta doida? A escocesa azara a gente se perceber que estão iguais! Ainda não quero me tornar um animal... – disse enquanto puxava o livro de transfiguração. – Bom, tenho que me afastar dessa cama, ou não faço nada! Vou descer... Boa noite!
AM: No-oo-ite!

Deixei Alex enxugando novamente os olhos e desci a escada dos dormitórios para o Salão Comunal. Encontrei uma poltrona confortável, vazia, e me joguei lá, abrindo livro, pergaminhos e tinteiro. Antes que pudesse me localizar, Louise tinha voltado me estendendo a cerveja e se sentando ao meu lado com uma na mão também.

LS: Ui, relatório da escocesa agora?
YH: Tenho outra opção?
LS: Na verdade... Não!
YH: É, eu desconfiei isso também...
LS: Bom, eu até te faria companhia, mas creio que se dormir aqui meus roncos vão te atrapalhar. A não ser que você queira...
YH: Não me importo! Boa noite!
LS: Noite.

Louise terminou a cerveja e subiu para o dormitório também. Agora era eu, meu relatório em branco, a lareira e... Alguém desceu as escadas do dormitório dos meninos carregado de livros também.

YH: Joey?
JM: Ah, Yull, você está aí também! É o relatório da McGonagall?
YH: Pode apostar! Você também não fez?
JM: Eu nunca faço os deveres com mais de 24 horas de antecedência a serem entregues!

Ri e apontei para a poltrona na minha frente, onde ele se sentou jogando os livros nos seus pés.

JM: Ótimo! Duas cabeças e quatro mãos fazem um relatório melhor... Vamos acabar logo com isso.

Abrimos os livros e logo os pergaminhos iam sendo arranhados. Descobri que apesar de estarmos enrolados com o relatório, eu seria capaz de apostar que estava saindo melhor do que muitos feitos em maior prazo.

JM: “... Sendo assim, o feitiço só poderá ser concluído com perfeição se o bruxo estiver focado na imagem enquanto executa”. Ponto final! Uffa! Terminou aí?
YH: Um segundo... Pronto!

Abri a mão e a pena escorregou. Estava me sentindo moída.

YH: O meu ficou bem resumido, mas acho que consegui filtrar as principais informações...
JM: Eu me daria um Excede as expectativas nesse! Meu relatório está quase profissional.

A porta do nosso dormitório tornou a se abrir e Susan enfiou a cabeça pra fora.

SL: Yull? Quem ta aí com você? Ah...

Os olhares de Susan e Joey se encontraram, e ambos abaixaram os olhos parecendo constrangidos.

SL: Ham, certo. Bom, boa noite!
YH: Boa noite!

Susan não esperou Joey responder e fechou a porta novamente. Fiquei sem entender nada, e quando tudo ficou em silêncio novamente, enrolei meu pergaminho devagar, esperando Joey comentar alguma coisa.

JM: Nós terminamos, ontem...
YH: Ah... – soltei uma mescla de exclamação de surpresa. Para falar a verdade, eu nem sabia que Susan e Joey já tinham tido alguma coisa.
JM: Ela é ótima, sabe. Bom, você a conhece bem né? Mas ela está estudando demais, mais do que o normal (e isso pode parecer até impossível), e ultimamente anda criticando tudo. Criticava minha animação para o quadribol, para as festas. Você sabe que ela sempre gostou das festas da casa, e nunca faltou um treino do time, mas agora não vai mais nos treinos, não interage em festas. Voltou diferente. Então eu pedi um tempo. – ele suspirou amargurado.

Eu não sabia o que dizer. Tudo aquilo era novo pra mim, mas muito chocante. Realmente, desde que voltamos pro castelo esse ano, Susan estava mais estudiosa do que antes, mais abatida, menos animada. E como ela namorava o Joey sem ninguém saber?

YH: Bom, às vezes ela precise de um tempo pra ela... Acho que você fez bem! – tentei sorrir pra consolar, mas não funcionou muito bem.
JM: É, quem sabe... – ele me olhou devolvendo o sorriso. – Mas se quer saber o que eu acho... Acho que ela não quer nada mais comigo! Deve estar em outro, sei lá. Quando pedi um tempo, ela aceitou e disse que seria melhor. Ou às vezes quer ficar sozinha. As mulheres são assim, uma hora querem alguém, outra hora são de todos!
YH: Hum, é, por aí... – fiz uma cara pensativa e ele riu.
JM: Acho que agora, o melhor a fazer, é procurar alguém que queira ficar com um pobre lufano solteirão...

Não respondi, mas ri com meus pensamentos. Os lufanos estavam se tornando os mais cobiçados no mercado, ele não tinha que ter essa preocupação... Quando finalmente deitei na cama pensei que talvez eu estivesse na minha fase de querer alguém...


Monday, October 09, 2006

Quem brinca com fogo pode se queimar

Do diário de Louise Storm

Era uma terça-feira e estávamos sentados nas escadas das masmorras, esperando o inicio da aula de Poções. De onde estávamos, quem passava não nos via, mas podíamos observar as pessoas passando e saber quando o professor chegasse. Nossa conversa foi interrompida pelo assunto que era debatido entre duas garotas, uma da Grifinória e uma da Corvinal, que passavam na hora, a caminho da sala.

- Ah, mas o Remo é mesmo uma graça... Aqueles meninos idiotas me assustaram e derrubei meu material todo, acredita que ele voltou pra me ajudar a recolher?
- E daí? O que tem demais nisso?
- Daí que ele já estava saindo do salão comunal, mas voltou! Ele é um cavalheiro, educado, gentil...
- E tem namorada, Sally. Ou você já esqueceu desse detalhe?
- Não, não esqueci... Só não compreende o que ele viu na Storm! Por Merlin, ela joga quadribol! E como batedora ainda por cima!
- Pois é, imagina o estrago que o bastão dela pode fazer na sua cabeça, se ela desconfia que você ta de assanhamento pra cima do namorado dela?
- Olha Joanna, se você não quer me ajudar, também não atrapalha!
- Ajudar em que?? Bebeu no café da manha??
- Nada, esquece...

A conversa morreu e não pudemos mais ouvir quando elas entraram na sala. Continuei imóvel, os olhos cerrados mirando no ponto onde aquela vaca estava. Meus amigos estavam mudos olhando pra minha cara, então catei minha mochila do chão e levantei.

- Vamos, a aula vai começar agora...
- Er.. Lou? Ta tudo bem? – Scott perguntou incerto
- Vai ficar tudo bem daqui a pouco!
- O que você vai fazer?? – Alex e Yulli falaram ao mesmo tempo
- Algo chamado intimidação...

Entrei normalmente na masmorra e meus amigos pegaram uma bancada bem no meio, mas não me sentei com eles. Na bancada da frente as duas estavam sentadas e tinha uma cadeira vazia. Atirei minha mochila com violência na mesa e as duas saltaram, me olhando assustadas.

- Esse lugar ta ocupado? Não né? Com licença...
- É que a Paty sempre...
- Ah ela pode sentar em outro lugar! Não vai se incomodar!

Comecei a tirar o material da mochila e espalhar pela bancada sem cerimônias. Podia ouvir Scott, Yulli, Alex e Sam rindo atrás de mim. Separei também o trabalho pedido pelo Slughorn na semana passada e entreguei quando ele passou recolhendo. As duas também entregaram o frasco a ele e comecei.

- Essa matéria esta ficando complicada! Acreditam que na 1ª tentativa de fazer essa poção que ele pediu, consegui produzir um veneno?? Ainda bem que testei em um sapo antes! Coitado, caiu duro na mesma hora.
- Veneno? Isso pode ser perigoso! – Joanna falou querendo rir, encarando a amiga.
- Sim, imagina o estrago que isso pode causar, se eu sem querer deixo cair no suco de alguém? – falei encarando Sally. Ela nem piscava

Slughorn começou a explicar a poção do dia, passando os ingredientes no quadro. A masmorra logo se encheu com o barulho das facas afiadas picando as coisas e elas sendo atiradas no caldeirão. Fiquei encarando a minha por um tempo, alisando a ponta dela na salamandra morta na bancada. Joanna estava concentrada na sua poção, mas Sally acompanhava o movimento da minha faca atenta.

- O que foi? Perdeu alguma coisa?
- Não vai picar os seus ingredientes?
- Estou esperando você terminar os seus, para você picar pra mim.
- E por que eu??
- Não posso fazer isso, não tenho coordenação motora para mexer com facas. Da ultima vez, deixei ela cair e cortei o dedo do colega ao lado. Você não quer ficar sem dedo, quer??

Quando terminei de falar, bati com a faca na salamandra com violência e a cabeça dela saiu rolando, parando no colo dela. Na mesma hora ouvi Scott começar a falar com as meninas, como se tivéssemos combinado, sobre o quanto ele estava aliviado por eu ter sentado em outra bancada, pois não queria outro acidente perto dele. Sally começou a cortar freneticamente seus ingredientes e em seguida puxou os meus pra perto dela, me devolvendo tudo fatiadinho.

- Ah obrigada Sally! Você é muito prestativa!
- De nada... – disse baixo e encarou o caldeirão, tensa.

Ela passou o resto da aula com os olhos fixos no quadro e quando o sinal tocou, jogou o material de qualquer jeito na mochila e saiu apressada, sem esperar a amiga. Meus amigos pararam ao meu lado rindo.

- Louise, você é má! – Yulli falou rindo alto
- Bom, mas pelo menos ela não vai mais chegar perto do Remo! – Alex completou
- Ah vai sim, ela é atrevida... Mas não tem problema, pois ela não perde por esperar!
- Vamos indo, estou com fome. – Scott falou
- Vão indo na frente, preciso falar com o Slughorn, encontro vocês no Salão Principal.

Esperei todos saírem da masmorra e fui até a mesa do professor. Ele parou o que estava fazendo e me encarou sorrindo.

- Professor, posso lhe fazer uma pergunta? – mas nem esperei ele responder – O senhor deu aula pra minha mãe, certo?
- Sim, Elizabeth Graham... Uma das minhas melhores alunas! Por que a pergunta?
- Estava lendo o diário dela e fiquei curiosa com um de seus amigos... Quem era Tom Riddle??

O professor ficou roxo, verde, azul e mais todas as cores que eram possíveis, então começou a tossir, como se estivesse engasgado. Quando o acesso de tosse passou, ele me encarou sério, totalmente diferente da expressão de antes.

- Não me recordo desse aluno, são muitos que passam pelas minhas aulas.
- Mas ele era da Sonserina e...
- Srtª Storm, estou cheio de dever para corrigir, melhor ir andando para o almoço!
- Mas professor...
- Por favor, feche a porta quando sair!
- DROGA! Velho maluco, eu sei que você sabe! – falei quando bati a porta da masmorra
- Falando sozinha, Louise?

Quim apareceu no corredor, carregado de livros. O irmão de Scott havia passado na frente dele e sumiu pelo corredor. Quim estava dando aula de reforço para ele em algumas matérias, para que pudesse acompanhar a turma do 7° ano. Ele se adiantou e parou ao meu lado.

- Ah, é o Slughorn... Ele não que me tirar uma duvida!
- Acho isso meio difícil, ele sempre ajuda os alunos. O que você perguntou?
- Não é nada sobre a matéria... Queria que ele me dissesse quem era um aluno chamado Tom Riddle, que era amigo da minha mãe.
- Tom Riddle? Acho que já ouvi esse nome.
- Eu nunca ouvi, mas ela fala dele o tempo todo no diário, sobre como as idéias dele são boas e que muitos alunos estão pensando em se juntar à causa. E do quanto ele tem poder para se tornar o maior bruxo de todos os tempos e mais um monte de coisas!
- O maior bruxo de todos os tempos? Melhor que Dumbledore?
- Pelo jeito que ela fala, sim!
- Não pode ser... Tenho a impressão que já ouvi esse nome, mas não foi em nenhum livro. Como é o nome completo dele? Se me deixar, posso dar uma pesquisada...
- Você faria isso por mim?? Ah Quim, eu te adoro! Aqui, anota aí: Tom Marvolo Riddle.
- Vou pesquisar, tenho certeza que esse nome não me é estranho!

Deixamos as masmorras em direção ao Salão Principal conversando sobre isso. Quim ia forçando a memória para lembrar de onde ouvira o nome e chegou a conclusão que ouviu o nome dele em alguma conversa de seus pais, que eram aurores. Nos separamos quando cada um foi para sua mesa e ele prometeu escrever a eles perguntando. Bom, vamos ver se os Shackbolt podem me dar uma luz nesse mistério! E por enquanto, vou me preocupar em vigiar a galinha que esta tentando roubar meu namorado...

Friday, October 06, 2006

Memórias do Luar...

Memórias de Alucard W. Chronos

A festa da Lou foi ótima! Até agora eu consigo sentir ainda as vibrações da música, as conversas, as risadas, a bebedeira! Eu continuo com política de não beber, então me abstenho disso...Mas o resto do pessoal bebeu bastante. A Yulli já tinha tomado uma garrafa de whisky de fogo e até o Scott tava entornando todas, quando decidimos ir embora. As garotas não queriam que fossemos embora tão cedo e a Mirian se desculpou, mas ela estava se sentindo um pouco de sono, então saímos mais cedo da festa, nos despedindo de uma Yulli dançante alegre, da Alex que corria do Sirius e do Scott entornando algumas, nem pensamos em atrapalhar a Lou ou ela e o Remo nos matavam!
Voltamos conversando alegres e abraçados. O caminho infelizmente pareceu muito curto e quando nos tocamos estávamos na entrada de Hogwarts. Eu puxei a Mi para um abraço e nos recostamos nos muros da propriedade.
-Hoje a noite está linda... – Mirian falou deitando a cabeça no meu peito e olhando o céu.
- Eu sei...Eu adoro ficar olhando as estrelas
- Ainda mais quentinha nesse abraço. – Ela se aconchegou mais no meu abraço sorrindo.
- Ah meu amor... – Eu a abracei com força e nos beijamos mais um pouco ali. – Vamos pro lago, lá deve ser ótimo ficar olhando o céu.
- Eu vou pra qualquer lugar...Contanto que você esteja lá...
Eu a beijei de leve na testa e saímos abraçados na direção do lago. Quando se ama e estamos com quem amamos, tudo é lindo...Até a casa do Hagrid parecia ter um brilho diferente. Nos sentamos na beira do lago e ficamos abraçados olhando o céu. O abraço ficou mais forte a medida que o tempo passava devagar e trocávamos olhares enquanto nos beijávamos devagar. Acabamos por deitar na grama fofa da beira do lago e ficamos nos beijando, esquecendo completamente das estrelas...Nós paramos por um minuto quando já havíamos rolado na cama e ela estava deitada com a cabeça no meu peito. Nos olhamos por longos segundos e sorrimos.
- É melhor irmos indo, se não eu não me garanto de me controlar – Mirian falou sorrindo, mas ficando vermelha.
- Eu também acho, ainda mais que não tem ninguém para nos impedir – eu completei, mas abraçando-a mais forte.
- Por isso mesmo, seu bobo. Vamos então logo? – Ela sorriu me beijando no pescoço e subindo devagar terminando com um longe beijo.
- É assim que quer que nos controlemos? Vamos então logo minha linda. – Ela riu e só isso já me provocou ainda mais.
- Vamos então seu bobo...Mas ainda te roubo pra mim... – Ela se levantou e rindo enquanto eu esperava um pouco pra me levantar.
Voltamos andando pro castelo, ainda abraçados e conversando felizes. Ela me deu um beijo na bochecha e saiu correndo, falando que eu tinha que pegá-la. Saímos correndo pelos jardins, rindo alto, sem muito medo do que o resto do castelo ia achar, e muito menos se estávamos acordando metade do castelo. Eu conseguia segurá-la e a peguei no colo beijando-a longamente.
- Quer ir pra Grifinória de um modo que nunca foi? – Eu perguntei a encarando nos olhos.
- Como?
- Confia em mim?
- Até de olhos vendados, na noite mais escura...
- Eu te amo Mirian
- Eu também te amo, Alucard.
Nos beijamos e durante o próprio beijo eu saltei, levando-a comigo no colo. Ela se assustou, mas apenas me abraçou com mais força e intensificou o beijo. Ela parou de me beijar, mas abraçou com mais força, enquanto eu lhe sussurrava para abrir os olhos. Quando ela abriu os olhos, viu que eu pulava de telhado em telhado do castelo, indo na direção da torre da Grifinória. Parei no telhado da torre da Grifinória, ainda com a Mi no colo.
- Isso é lindo! Nunca pensei que o castelo tinha uma vista tão linda! – Ela falou sorrindo e emocionada
- Sabia que você ia gostar! Se não tiver ninguém olhando, sempre te trago dessa forma.
Podíamos ver toda a propriedade, desde o lago até a floresta e as estufas. Víamos também Hogsmead ao longe, e reconhecemos o ponto de luz intensa que só podia ser a festa da Lou, que pelo visto não tinha hora pra acabar. Ela passou o braço pelo meu pescoço e deitou a cabeça no meu ombro me beijando devagar no pescoço, isso me arrepiou e ela me beijou lentamente...Eu a abracei com mais força, apertando-a contra meu corpo com carinho.
- Você me deu um presente lindo Alucard – Mi falou me encarando carinhosamente depois do beijo.
- E você é meu presente! Acho melhor irmos dormir, ta difícil de controlar.
- Rsrsrs é verdade...também com você me trazendo aqui, queria o que?
- Eu vou te deixar na janela do dormitório, não posso entrar lá. Também vou te roubar pra mim ainda, sabia?
- Você não precisa roubar, eu vou com você... – Ela me beijou mais uma vez e depois falou devagar – Me deixa no dormitório então, antes que eu não queira mais ir.
Eu saltei novamente e me equilibrando no parapeito da janela, a deixei entrar e nos despedimos com um olhar. Eu voltei pra janela do salão comunal e entrei devagar, sem fazer barulho, pois não sabia se ainda tinha alguém acordado, mas todos já estavam dormindo. Eu continuei mais algum tempo no salão, sentado no parapeito da janela olhando o céu, que começava a ficar um pouco mais claro, e as estrelas e a lua misturavam-se com o anúncio da luz da manhã. Esse dia foi ótimo e mesmo sentado aqui, parece que foi um sonho...
Alucard Wingates Chronos às 9:09 PM


Depois daquele porre...

Por Ben O’Shea

-...Sei que o ministério tem um certo preconceito com mulheres nesse tipo de cargo, mas não vou descansar enquanto não garantir o meu lugar! Eles terão que...
- Do jeito que você é chata, vai conseguir o emprego só pra se manter de boca fechada! – pensei comigo, encarando ela entediado.
-...Por que as leis que favorecem a elite bruxa deveriam ser banidas e...
- Espera um segundo Margareth! Não se mexe que eu já volto!

As meninas passaram do meu lado amparando Scott, que parecia estar passando mal. Olhei para Mark e aquilo parecia ser a desculpa perfeita para sairmos de perto daquelas meninas pentelhas. Como se lesse meus pensamentos, ele pediu licença a Abby e correu até elas também.

- Está tudo bem aí? – perguntei parando em frente a elas
- Não, Scott está se sentindo mal, vamos voltar para o castelo com ele.
- Não Lou, você é a dona da festa, precisa ficar!
- Sim, sim... Deixe que Ben e eu o levamos de volta, não nos incomodamos!
- OK então... Deixem-no na Grifinória!

Passamos os braços dele em volta de nossos ombros e se desculpando com as meninas, deixamos o pub nos sentindo aliviados. Já estávamos quase no castelo quando vimos a figura roliça da professora Sprout caminhando na direção contraria. Nos olhamos alarmados, ela não podia ver o Scott naquele estado ou uma desconfiar do clima da festa. Não pensamos direto e o atiramos atrás de uma árvore próxima, continuando a andar normalmente. A professora passou por nós nos cumprimentando e desejando boa noite, sorridente. Quando ela já estava distante, voltamos para busca-lo.

- Desculpa cara... Mas foi pro bem de todos!
- Acho que ele nem ta ouvindo, Mark... Melhor que assim não lembra! rs

Erguemos Scott da grama e traçamos uma reta até o castelo. Quando chegamos ao saguão de entrada paramos, encarando as escadas que levavam para a Grifinória. Ficamos encarando elas por alguns segundos, até que Mark resolveu falar.

- Acho que não teria problema se ele dormisse na Lufa-lufa, né?
- Não, acho que não... Amanha quando ele acordar, sobe sozinho os sete andares!
- Sim, muito mais fácil descer um lance de escada do que subir sete!

Demos meia volta e fomos direto para o nosso salão comunal. Sem chance de carregarmos ele até a Grifinória, eram muitas escadas! Pouquíssimas pessoas da casa já haviam voltado da festa, entre elas Joey, que já dormia a sono solto no dormitório, roncando. Mark já estava tombando com o peso dele e o largamos em cima da minha cama. Do mesmo jeito que o colocamos, ele ficou, imóvel.

- Será que ele ta vivo?
- Está sim, está respirando. Só está bêbado.
- É por isso que eu não bebo...
- Nem eu... Já vi meu irmão dar muito vexame porque bebeu demais, até discutiu com um poste.
- Bom, vamos deixa-lo ai mesmo, não é?
- Sim, não tenho forças pra levanta-lo de novo. – falei olhando pra figura torta do Scott na minha cama – Espera aí! Onde eu vou dormir???

Ao também constatar que eu havia ficado sem lugar pra deitar, Mark caiu na gargalhada. Se Joey e Scott não estivessem ferrados no sono, por certo teriam acordado. Depois de recupera as forças por conta das risadas, ele tentou me ajudar a remove-lo da cama, mas em vão. Quando a pessoa deita deve ficar mais pesado, só pode! Acabemos desistindo, era uma batalha vencida.

- Bom, conseguimos mover ele um pouco para o lado, acho que dá pra você deitar na ponta.
- Não, eu sou espaçoso... E ele pelo visto também, não ia dar certo.
- E vai fazer o que então?
- Vou dormir no sofá...
- Tem certeza?
- Não tenho escolha, tenho? E também, ao menos vou ter uma noite de sono tranqüila, sem os roncos do Joey.
- Leva o travesseiro dele. Duvido que acorde, mesmo que você atire um balaço nele...
- Boa idéia! Boa noite...

Arranquei o travesseiro do Joey com força, mas ele nem se abalou. Aproveitei e puxei também a coberta e antes de descer joguei a minha por cima do desmaiado na minha cama. Só tirei mesmo os sapatos antes de me embolar no lençol e nas almofadas do sofá. Ah Scott, você me deve uma e das grandes!

*************************

- Não, você me deve um favor, Louise! Nossa, que menina mala!!
- Ninguém mandou você me jogar um balde de gelo! Mas então, como ela era? – Louise falou rindo
- Ah ela tem 5 irmãos, todos mais velhos! A irmã está grávida e ela vai dar a pobre da criança pra ela batizar. Tem uma gata chamada Lady e usa um laço cor de rosa e um sino. E sim, ela deixa a gata dormir no travesseiro dela, que deve feder, por sinal.

As meninas caíram na gargalhada vendo minha careta falando da garota e se viraram para Mark, que se mantinha mudo até então. Ele não ia falar nada, tinha ficado com uma lufana e alguém poderia ouvir e contar pra ela. Ele apenas deu aquele sorriso debochado e virou os olhos, fazendo com que déssemos risada, entendendo como tinha sido. Sam reclamava do Josh, dizendo que ia passar o resto do fim de semana na Lufa-lufa para não ter que esbarrar com ele, quando Scott desceu as escadas do nosso dormitório com a cara amassada e uma expressão que denunciava que ele estava numa ressaca das brabas.

- Bom dia. – ele falou baixo
- BOM DIA COTT!! – as meninas responderam gritando e demos risada quando ele levou a mão aos ouvidos.
- Aqui Scott... – Mark estendeu um pedaço de papel pra ele – é o numero da placa do Noitebus que te atropelou ontem
- Muito engraçado. Eu dormi aqui?
- Sim, os meninos te trouxeram rebocado. – Louise falou – Agradeça ao Bem, que saiu da cama dele pra você dormir.
- Obrigado... – ele falou sem jeito
- Na verdade não precisa agradecer, pois sai meio que sem opção, você já estava desmaiado...
- Cott, você passou dos limites ontem! – Alex falou seria
- Sim, por que bebeu daquele jeito?
- Ahn, Cott, melhor você ir pra Grifinória desamassar essa cara e depois vamos tomar café. Não dá pra conversar de barriga vazia! – Louise falou depressa, empurrando ele pra fora do salão e olhando pras meninas, que pareciam entender o que eu e Mark não estávamos entendendo.
- Bom, eu também vou indo, combinei umas coisas pra hoje cedo com o Sirius e o Tiago, já estou atrasado!
- O que você vai fazer com aqueles dois? – Scott falou a meio caminho da porta
- Nada demais, vocês vão ficar sabendo mais tarde! Quer nos ajudar, Mark?
- A aprontar? Sempre!

Vi quando Louise apertou o braço de Scott e saiu com ele e as meninas do salão comunal, mas não dei atenção. Subi correndo até o dormitório para procurar minha capa no malão e saí com Mark para encontrar eles dois. Acho que encontrei em Hogwarts as amizades ideais!

Tuesday, October 03, 2006

O que as cartas não definem...

Do diário de Yulli Hakuna

1° de Outubro – Três Vassouras

A festa da Lou não podia estar melhor. O pub estava lotado com as pessoas que mais mereciam estar ali, e elas não deixavam por menos a animação... Dançavam descontraídas enquanto entornavam garrafas e mais garrafas de cervejas amanteigadas.
Eu, que já tinha avançado do nível das cervejas para o whisky de fogo, me larguei em uma mesa próxima me sentindo ligeiramente zonza. Fiquei acompanhando meus amigos dançando e conversando, quando Tiago puxa uma cadeira e se senta ao meu lado...

TP: A festa está ótima né? Mais uma vez vocês acertaram nos detalhes...
YH: É, somos profissionais na área!

Ele sorriu e encarou o fundo da garrafa que segurava na mão.

TP: Então? Não quer dançar?

A pista agora se enchia com músicas lentas e casais já rodopiavam vagarosamente, cada vez mais colados.

YH: Não força!
TP: O que foi? Estou perguntando se você não quer dançar comigo AMIGAVELMENTE!
YH: Tiago, quem não te conhece que te compre... Estou bem aqui! Não preciso me colar em você hoje só pra garantir que a festa está boa, porque estou me divertindo mesmo estando “sozinha”! Eu já disse pra você que a-c-a-b-o-u!

Bebi o restante do copo e forcei o whisky a descer. Ele continuou sentado do meu lado, como se tivesse se dado por vencido, não disse mais nada.
Quando as músicas agitadas recomeçaram, eu voltei à pista de dança onde logo estava rodando com meus amigos...

Madrugada de 2 de outubro – Casa dos Gritos

Estávamos em uma das salas da Casa dos Gritos. A camada de pó do chão estava densa e o cheiro de mofo era de impregnar qualquer narina, mas ninguém parecia estar se incomodando muito com esses deslizes geográficos.
Sirius pegou o baralho de Snap explosivo e começou a embaralhá-las enquanto ia ditando as regras do jogo...

SB: [...] então, ao fim de cada rodada, ou vocês meninas, ou nós, tiraremos uma peça de roupas, certo? O grupo que perder! Quero deixar bem claro que cada um do grupo deve tirar uma peça, e não uma peça por grupo...

Ele começou a distribuir as cartas. Eu segurava uma garrafa de whisky de fogo pela metade enquanto cantarolava “Night Fever”. Sam olhava emburrada pra Pedro, e resmungava algo como “você me paga Josh”. Louise parecia animada, enquanto Remo, ao seu lado, mordia os lábios vendo o baralho ser distribuído. Sirius e Tiago pareciam empolgadíssimos, assim como Alex, que não escondia sua determinação de ganhar todas as rodadas. Eu, sinceramente, não estava nem entendendo o que estávamos fazendo ali. Meu nível de alcoolismo já não me permitia pensar demais.

SB: Podemos começar? Ótimo...

Recolhi as cartas que Sirius tinha distribuído na minha frente e organizei-as. Sam trocou olhares apreensivos comigo, e desceu uma combinação de cartas, fazendo Sirius soltar um suspiro longo. Depois de algum tempo, de silêncio, olhares nervosos, risadas, e cartas acabando...

SB: BATI!
AM: Ahh...
YH: Bateu? Mas já?
TP: Ops… Acho que vocês nos devem roupas meninas!

Levantei decidida a não passar nenhum constrangimento pela situação, e junto com Lou, Sam e Alex, arranquei vagarosamente as sandálias, fazendo os meninos soltarem exclamações e risadas. Quando nós quatro estávamos descalças, voltamos a sentar e arranquei o baralho das mãos de Sirius, começando a embaralhar.

Na segunda rodada, a situação virou. Antes que qualquer um deles pudesse abaixar uma combinação, Sam já gritou que tinha batido parecendo aliviada.

YH: Ops... Acho que vocês nos devem roupas, meninos!

Tiago me lançou um olhar expressivo, de quem também não ia demonstrar nenhum tipo de fraqueza, e ficou de pé, junto com os outros. Eles arrancaram as gravatas, arrancando assobios e aplausos. Quando voltaram a se sentar, Tiago, que ainda carregava a gravata dele, passou ela no meu pescoço e apertou o nó. Ele estava bem perto de mim... Foi se aproximando, e puxando a gravata, me fazendo ficar a poucos centímetros dele.

YH: Solta essa gravata ou eu te azaro! Mas adorei o presente! Vou pendurá-la junto com sua cueca no quadro de avisos, amanhã, Ti...

Ele não soltou nem uma risada, e nem respondeu. Soltou a gravata e se afastou me olhando sério. Senti o estômago afundar, mas apanhei o próximo grupo de cartas voltando minha atenção para o jogo.
A brincadeira se estendeu por um longo tempo. Os meninos já haviam tirado sapatos, meias, camisas e cintos, e nós já tínhamos tirado sapatos, casacos e começávamos a desabotoar as blusas quando Remo deu um grito, parecendo aterrorizado.

RL: AGORA CHEGA! Desçam daí agora! Nenhuma de vocês vai tirar as blusas!
TP: Como é? Continuem meninas! –Tiago lançou um olhar assassino pra Remo, que retribuiu na mesma intensidade.
SB: Aluado, se você não está gostando o problema é seu! Elas perderam, têm que pagar! Não nos fizeram arrancar as camisas?
RL: Chega! Já disse! Acabou! Essa brincadeira já passou dos limites! – Remo se levantou, agarrou as duas pernas da Lou e desceu-a da mesa.

Sam desceu rapidamente, parecendo extremamente aflita. Tinha um tom esverdeado e puxava o ar rápido.

AM: Mas já? Ah, que pena!
SB: Vocês podem continuar, se quiserem... –Sirius tentou argumentar desesperadamente pra tentar fazer com que eu e Alex continuássemos com o strip.

Antes que eu pudesse responder, Alex me puxou pra baixo e eu abotoei os poucos botões abertos.

SW: Acho que já vou voltando! Por favor, me prometam que isso nunca vai sair daqui! Se sair daqui, eu sou a mais nova solteira de Hogwarts amanhã de manhã! Isso é, se já não for...
YH: Prometido! –lançamos um olhar ameaçador pros marotos e concordaram com a cabeça. – Espera mais um pouco Sam, está tarde pra voltar sozinha... A não ser que você queira a agradável companhia do Pedro até o castelo?

Ela fez uma cara pensativa e logo se sentou do outro lado de Tiago novamente, decidida a esperar.

YH: A pior parte já passou... – rindo.
LS: Sei de uma brincadeira que os trouxas vivem fazendo! Só precisamos de uma dessas cartas. Querem tentar?
SB: Como é?
LS: Vamos passar essa carta de boca em boca no círculo... Sabem, beijo através da carta! Eu sugo ela, encosto na boca do Remo, que suga ela e leva na boca da Alex, e assim vai... Se a carta cair, bom...

A idéia foi aprovada no ato. Louise segurou a carta e posicionou verticalmente na boca, sugando. Foi até Remo, que prendeu a carta e levou à Alex. Alex deixou ela descer um pouco, mas conseguiu levá-la até Sirius, que levou-a segura até a Sam. Sam fez questão de puxar a carta o mais rápido possível da boca dele e levá-la segura até a boca de Tiago. Então, aconteceu tudo muito rápido. Tiago veio prendendo a carta até minha boca, e quando estávamos a uma distância mínima, ele soltou o ar e a carta caiu. Quando olhei pra baixo, já estávamos nos beijando. Não pude mais fazer nada para impedir, e percebi que minhas mãos já estavam em volta do pescoço dele, enquanto o círculo todo havia caído em um silêncio sepulcral.

Quando nos soltamos, sem encarar nenhuma das minhas amigas, virei a metade que estava faltando na garrafa de whisky. Levantei tonta e disse que ia voltar ao castelo. Instantaneamente, as meninas se levantaram para irem comigo, e os meninos atrás. Sam decidiu ir para o Salão da Lufa-lufa com a gente, pois tinha medo de dar de cara com Josh no salão da Corvinal e ele exigir explicações...

SW: É melhor que ele pense que estou no dormitório das meninas! Não seria fácil explicar pra ele...

Despedimos dos meninos. Antes de entrar, Tiago segurou meu braço, e me puxando novamente pela gravata, me empurrou contra a parede. Tentei me soltar e quando abri a boca pra falar algo, ele colocou o indicador nos meus lábios me fazendo calar.

TP: Eu sei que essa pode ser a última vez que ficamos juntos, então, pelo menos por hoje, não estraga! – depois, me beijou com tanta vontade que foi difícil resistir...

2 de outubro – Dormitório Feminino, Lufa-lufa, Madrugada.

Depois de ficar agarrada um bom tempo sem dizer nada, me despedi e entrei com as meninas, que me encaravam assustadas. Entramos em silêncio. Tinha um aluno dormindo no sofá, ainda com a roupa da festa, mas não conseguimos reconhecer quem era...

SW: Droga! Pelo visto perdi meu sofá! Vamos ter que conjurar um colchão lá no dormitório...

Quando chegamos no dormitório, Abby e Susan já estavam dormindo também. Conjuramos um colchão pra Sam e elas se deitaram. Permaneci sentada, pensativa...

LS: Yull? Você está bem?
YH: Estou! Ótima!
SW: Tem certeza? Não está muito convincente...
YH: Tenho sim! Estou perfeitamente bem! – forcei um sorriso, que não pareceu convencer nenhuma delas.
AM: Ta tentando enganar a gente porque hein?

Encarei as três, amargurada, e apertei o travesseiro contra o rosto. Era difícil definir o que eu estava sentindo naquele momento. Uma mescla de raiva, arrependimento e dor de cabeça! Quando abaixei o travesseiro, encarei meus pés e comecei a desabafar...

LS: Ah, não exagera! Vai dizer que você não quis?
YH: Não, eu não quis! Quer dizer, ta, tudo bem, ele é uma graça e consegue me balançar, mas eu quero esquecer a existência dele, e no primeiro copo de álcool eu...
SW: Primeiro não Yulli! Hoje você tomou pelo menos 2 garrafas de whisky, sozinha!
YH: Que seja! Não posso ficar bêbada e pronto! Ele me beija na maior cara de pau e eu correspondo assim, na lata? Assim ele nunca vai acreditar que eu já esqueci ele! Vai se achar o último sapo de chocolate da Dedosdemel!
AM: Você está exagerando! Aconteceu... Quem sabe a carta realmente caiu? Quando a Sam passou pra ele, ela já estava prestes...
YH: Isso não me convenceu Alex! Argh! Imaginem o que o Scott vai dizer quando souber?

Deitei na cama olhando as cortinas. O dia estava começando a ficar cinza claro. Louise logo desistiu de tentar argumentar que não podemos nos culpar por atos impensados em nossa embriaguez, enquanto a Alex e Sam tentavam gesticular de que ter ficado com o Tiago não era tão ruim assim. Logo elas também desistiram e dormiram. Não demorei muito pra dormir, mesmo sonhando que Tiago se encaminhava pra mim com a boca semi-aberta a noite toda!



Jogo de sedução... Quer apostar?

Do diário de Alex McGregor

A festa havia sido um sucesso! E o fato de Louise ter feito o leilão de Mark e Ben, como vingança pelo banho de gelo, foi o ponto alto, pois as pessoas acharam que aquilo fazia parte da programação e acabei ouvindo alguns garotos reclamarem que não tinham sido escolhidos para o leilão e outras meninas dizendo que só dois rapazes por festa era pouco. Ri muito, pois sem querer Louise havia inventado um negócio bem lucrativo, e eu comecei a dar corda:
- Quem sabe na próxima festa não leiloamos algumas garotas também...- disse.
- É isso aí, Alex. Direitos iguais. – disse Fábio excessivamente animado pelo quentão da Rosmerta, e algumas pessoas começaram a cogitar quando seria a próxima festa das lufanas. Lu e Mirian saíram mais cedo da festa morrendo de rir, porque falei que no próximo leilão, colocaríamos os amigos exóticos. Seria um mega evento.
Passei a noite bebendo água de Gilly, pois não queria ficar bêbada e fazer algo que me arrependesse depois. Evitei me aproximar do Sirius. Desde a passagem secreta, nos cumprimentávamos normalmente, e durante a festa notei como ele me olhava sério enquanto eu dançava. Mas a cada vez que eu o via se aproximar um pouco, eu dava um jeito de me afastar. Ele deve ter notado meus esforços, pois ficou num canto conversando com algumas garotas.
Depois de certo tempo percebemos que Scott havia sumido, e como o vimos beber muito durante a noite ficamos preocupadas, e fomos procurá-lo. Eram quase meia noite, quando Louise o encontrou, e o mandou de volta para o castelo escoltado por Benjamin e Mark, antes que a Sprout o visse. O que foi nossa sorte, pois mal eles saíram e a gorduchinha chegou pra começar a dispersar o povo. Claro que uma fatia bem grande de bolo a deixou mais calma, e enquanto ela ia mandando os alunos embora, dissemos que iríamos terminar de arrumar as coisas no pub, e ela nos deixou lá junto com os marotos.
Remo e Louise trocavam olhares ardentes, não viam a hora de ficar sozinhos, Tiago estava todo animado para os lados de Yulli, Pedro devorava seu terceiro pedaço de bolo, e Sirius me ajudava calado a levitar as cadeiras pra cima das mesas. Numa hora estávamos perto e ele provocou:
- Não vai correr?
- Por quê? Tem bicho papão aqui?- fingi medo olhando para os lados.
- Não, mas durante a festa, você agiu como se tivesse. Cada vez que eu tentei chegar perto de você, você dava um jeito de me evitar.
- Sirius, acho que você bebeu um pouco além da conta, e está vendo coisas. Eu não evitei você.
- Então porque você dançou com quase todo mundo na festa e não dançou comigo?
- Você não me convidou, apenas por isso. - continuei bem humorada.
- Sabe o que eu acho? Acho que você tem medo de mim.
- Sirius porque eu teria medo de você? Você é tão... Inofensivo. – provoquei e ele estreitou os olhos começando a ficar irritado.
- Você tem medo de se soltar quando está comigo. Acho que tem medo de gostar...
- Não tenho medo de nada, especialmente de você. Você é do tipo manso. - Pedro que passava perto começou a dar risadas atraindo a atenção dos outros:
- A Alex disse que o Sirius é manso huahuahua e os outros começaram a rir, quando Tiago resolveu zoar o amigo.
- Sirius o que é isto? Já ouvi te chamarem de tudo quanto é nome, mas de “manso”? Parece aqueles cachorrinhos de madame.rsrsrs
- Sou manso é? Então prova que você não tem medo de ficar sozinha comigo, Alex.
- Como? O que você quer que eu faça? – pus a mão na cintura.
- Vamos jogar uma partida de poker...
- Considere-se derrotado, meu caro. - disse convencida.
- Ah, mas não é poker comum. É... Não sei não... Você deve ser do tipo de garota que tem medo de se arriscar com aquilo que não conhece...
- Sirius, vamos embora, você tá passando dos limites e falando demais... - disse Remo cauteloso.
- Opa, se for assim vou jogar também. Se a Yulli não tiver medo de ser minha adversária, é claro. - disse Tiago todo animado.
-Tiago porque eu teria medo de ser sua adversária? Você não é páreo pra mim. - disse Yulli, e se postou ao meu lado.
Sirius aproveitou a deixa e disse:
- Então podemos fazer uma disputa: vocês três contra Tiago, Remo e eu, o que acham?
- Feito. - respondemos em coro.
Terminamos de arrumar tudo rapidamente e saímos para ir a direção do castelo, levando alguma comida e bebida. Numa determinada curva, Sirius disse:
-Vamos para a Casa dos Gritos. Está mais perto e poderemos fazer a bagunça que quisermos sem atrair ninguém.
Concordamos e voltamos a andar, quando Sirius olhou para o Pedro e disse:
- Melhor você voltar para o castelo, Pedrinho.
- Mas eu quero jogar também. - disse o garoto com um ar contrariado.
- Você não tem parceira de jogo. Você está sobrando aqui. - e antes que Petigrew desse um passo; Sam vinha correndo em nossa direção.
- Onde você estava?
- Estava com o tonto do Josh. Brigamos e eu o larguei lá, e vim atrás de vocês. Para onde vamos?
- Casa dos Gritos jogar poker. - respondeu Yulli.
- Ah tô dentro. Tudo para deixar aquele pastel sozinho.- respondeu Sam.
Entramos pela lateral da casa, e havia muita sujeira, e alguns móveis quebrados. Remo olhou apreensivo para Louise, como se tivesse receio que ela tivesse medo dele, quando visse a destruição que ele causava em noites de lua cheia. Mas ela olhava para ele com amor e ele ficou mais tranqüilo. Caminhamos nos desviando de teias de aranha, até uma sala com uma lareira e Sirius a acendeu. Os meninos começaram a arrumar a mesa e logo nos sentávamos em volta para iniciar nosso jogo.
- Bem podemos começar o jogo de poker. O que tá valendo? – perguntei
- Roupas.
- Como assim roupas? Em poker se aposta dinheiro. – disse Yulli.
- Ah, mas não vai ser um jogo de poker comum. Vamos jogar strip poker, e quem for perdendo a rodada perde alguma peça de roupa.
- Você pirou. - disse Louise.
- Sirius não tem graça. - disse Remo ficando vermelho.
- Ok, ok. As meninas estão com medo de perderem de lavada. Tudo bem, pode nos considerar vencedores Pontas.
Olhei para Yulli e Louise e éramos competitivas demais para deixar uma chance de vitória escorrer assim pelos dedos, ainda mais para os marotos.
- É melhor não se apegarem muito às suas roupas, rapazes. Porque vamos vencer vocês. - disse Louise.
- Você planejou isso há muito tempo?- perguntei olhando para o Sirius, enquanto ria.
- Não, a idéia apareceu durante o leilão. Só não achei que fosse executar tão rápido. - e embaralhou as cartas como se fosse um crupier de cassino.
Bem... Se ele jogar tão bem como abre as cartas em leque fazendo aquelas ondas, vamos ter trabalho. Porém, nada que não dê pra resolver.

Monday, October 02, 2006

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... Vendidos!

Do diário de Louise Storm

A festa no Três Vassouras estava animada, com o pub lotado de alunos. Scott e Wayne estavam no porta com a lista de convidados na mão, barrando os que tentavam entrar de penetras, e se sentiam os maiorais podendo ditar quem entrava e quem voltava pro castelo. Rosmeta selecionou alguns amigos para trabalhar servindo a galera e podia ouvir seus gritos desesperados atrás do balcão, pedindo calma pro pessoal impaciente que teimava em pedir drinks complicados. Tudo corria bem, eu dançava com meus amigos no meio do pessoal e já estava ficando alta por conta da bebida, o que estava deixando Remo cada vez mais animado. Já havia esquecido da brincadeira do Mark e do Ben com o balde de gelo quando vi os dois passando rindo no meio da pista, mexendo com umas meninas.

- Alex, Yulli, segurem o Ben! Scott, Sam, peguem o Mark. Tive uma idéia...

You mean I've been dancin' on the floor darlin'
And I feel like I need some more and
I Feel your body close to mine and I

Eles saíram apressados pela pista e vi quando agarraram os meninos pelo braço, que pularam assustados e tentaram se soltar, mas sem sucesso. Sai puxando Remo pela mão ate o balcão e ele ia me perguntando o que estava acontecendo, mas eu não explicava.

- Lou, o que houve? O que você esta fazendo?
- Você vai ver, espera... – falei subindo no balcão – Atenção pessoal! Estou dando inicio a um leilão de dois solteiros bonitões! Meninas, preparem os galeões e dêem seus lances, os melhores levam os rapazes pra casa, vão ter eles a disposição a noite toda!

Move on love it's about that time
Make me feel - mighty real
Make me feel - mighty real

Pude ver as caras de choque dos meninos enquanto meus amigos os prendiam contra o balcão, não deixando nem que se mexessem. Puxei Mark pela camisa e Remo e Sirius correram pra ajudar a botar ele em cima do balcão, segurando pra não fugir.

- O primeiro solteirão é Marcus Felícius, um lufano boa pinta, simpático, engraçado e atleta! O primeiro lance é de 10 galeões!

Várias meninas começaram a gritar ao mesmo tempo, dando os lances. Eu ia repetindo cada um deles, mas não batia o martelo apesar deles já estarem chegando aos 60 galeões. Queria uma menina bem mala sem alça pra ele... Mark já havia desistido de lutar e sentou no balcão preocupado por eu não escolher logo a vencedora. Quando Abby, que era do nosso ano e também lufana deu um lance de 65 galeões, declarei-a vencedora! Abby era extremamente chata!

- Vendido pra Abby por 65 galeões! Pode vir aqui levar se premio!

You make me feel mighty real
You make me feel mighty real

Os meninos empurraram Mark pra cima dela, que saiu arrastando ele pelo braço sorridente. Ben foi atirado em cima do balcão e logo ficou de pé, já embalado pela brincadeira e sem se importar com nada. Comecei então a narra-lo.

- O segundo solteirão é Benjamin O’Shea, nosso novato! Ben é irlandês, tem 16 anos, adora quadribol e é um excelente dançarino! O primeiro lance é também de 10 galeões!

When we get home darlin' and it's
Nice and dark and the music's in
Vienna Still your hot and you kiss me back and it

Enquanto as meninas iam se esgoelando para dar o lance mais alto, Ben ia se exibindo do meu lado, a ponto de tirar a jaqueta e roda-la no ar e atirar pra multidão de meninas enlouquecidas. As meninas estavam se acabando de rir dele, enquanto Scott havia fechado a cara e desaparecido no meio das pessoas. Escolhi para ele uma grifinória do 7° ano irritante, com cabelos que mais pareciam um arbusto, e ela veio busca-lo quase que no colo! Remo me pegou pela cintura e me tirou do balcão quando dei o leilão por encerrado e as meninas dispersaram, indo cada uma pra um lado.

- Você é maluca! – ele falou rindo
- Prefere garotas certinhas?
- Não, de jeito nenhum, está ótimo assim!
- Ah que bom, porque as certinhas não são tão criativas em certas coisas...
- Então... Qual seu lance pra me levar pra casa? – ele perguntou me provocando
- Bom, depende do que você tem a me oferecer... – respondi beijando seu pescoço
- Para Louise, não me provoca...
- Não estou provocando... ainda! – beijei-o novamente e ele me agarrou com vontade

Feels real good and I know you love me
Like you should

Oh you make me feel mighty real
You make me feel mighty real

Remo me prendia contra o corpo dele com força e saiu me puxando pelo meio do pub, se atirando em um dos sofás que tinham perto da janela, fazendo com que eu caísse por cima dele. Ficamos ali pelo resto da festa, sem se desgrudar. Minha vontade era de puxa-lo dali e irmos pra algum lugar vazio, sem mais ninguém por perto, mas o pouco juízo que me restava dizia que era pra eu sossegar o facho e ficar por ali mesmo, com bastante gente em volta a fim de evitar que algo mais sério acontecesse. Faltava pouco pra meia noite quando as meninas vieram me chamar, dizendo que o Scott tinha sumido. Deixei Remo respirando lá mesmo e sai com elas pra procura-lo, pois tinha certeza que ele não havia saído da festa. E a julgar pela quantidade de álcool que ele ingeriu, duvidava muito que conseguisse encontrar o caminho de volta sem ajuda.

- Ele não estava nada bem da ultima vez que o vi... – Sam falou preocupada
- E por que você não perguntou o que estava acontecendo? – Yulli falou
- Eu bem que queria, mas o Josh me puxou na hora e quando virei, Cott já tinha desaparecido de novo!
- Bom, ele não pode ter ido longe. Nunca vi o Cott beber daquele jeito, deve estar desmaiado por aqui mesmo. – Alex falou
- Vamos nos separar então, assim encontramos mais rápido! Eu vou dar uma olhada lá fora... – sugeri e elas concordaram, indo cada uma para um lado.

Caminhei em direção à porta do pub, passando por um Mark com cara de tédio conversando com Abby e Ben, bastante ocupado com a grifinória cabeluda. Já estava com a mão na porta quando Wayne me segurou.

- O que foi?
- Já encontrou meu irmão? Já falou com ele?
- Não, estou procurando ainda, por que? Sabe onde ele esta?
- Está lá fora... Tentei falar com ele, mas fui expulso! Ele não ta bem não, já ate vomitou. Imaginei que ele só fosse topar conversar com uma de vocês e como não acho as outras...
- Deixa que eu falo com ele. Avise as meninas então que já o encontrei!

Do lado de fora do pub corria um ventinho frio por causa da hora e só foi preciso dar 3 passos para encontrar meu amigo sentado no chão, abraçado numa lixeira. Ok, aquela cena para Scott Foutley era o fundo do poço!

- Cott... O que aconteceu??
- Nada.
- Mentira porque eu nunca vi você beber desse jeito!
- Já falei que não foi nada
- É por causa dele, não é?
- Dele quem? Do que você esta falando?
- Você sabe muito bem de quem estou falando, não se faz de desentendido!
- Não, não é... Ele é um idiota exibido...
- Cott, você gosta dele e não admite isso! Aí fica ai, todo mordido, porque não se decide e ele não te dá confiança!
- Não fala assim!
- Mas é a verdade! Não é na base do tratamento de choque que você puxa nossa orelha? Anda, levanta daí, a festa acabou, vou te levar de volta pro castelo.

Agarrei-o pelo braço e o reboquei pra dentro do pub de novo. As meninas já estavam vindo ao nosso encontro quando entramos. Scott já não tinha forças nem pra andar direito de tão embriagado que estava. Ben e Mark largaram as meninas quando viram que ele estava passando mal e vieram ver o que estava acontecendo.

- O que houve? Precisam de ajuda?
- Não, está tudo bem. Vamos levar ele de volta pro castelo, daqui a pouco a professora Sprout vai chegar e é melhor ela não ver nenhum aluno nesse estado.
- Mas você precisa ficar, é a dona da festa. Deixe que Ben e eu o levamos embora, ele é pesado.
- Sim, e assim escapamos uns minutos mais cedo das prendas que vocês nos arrumaram! Passa ele pra cá...
- Procurem o Nick-quase-sem-cabeça quando chegarem lá, ele vai deixa-los entrar na Grifinória.

Os meninos botaram os braços de Scott em volta do ombro deles e saíram do pub apressados para não cruzarem com a professora no caminho. Remo e os amigos vieram perguntar se estava tudo bem e avisar que alguns alunos estavam de olho no bolo, que era melhor cantar parabéns antes que só sobrasse a bandeja. A professora Sprout chegou bem na hora de ganhar um pedaço de bolo e assim assegurarmos futuras festas, e começamos a esvaziar o pub com todos voltando pros dormitórios. Bom, todos, menos eu, as meninas e os marotos. Quem pensa que a noite terminou por ai, se enganou. Ainda tinha muito por vir...

Oh you make me feel mighty real
You make me feel mighty real

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N.A.: Sylvester – ‘You Make Me Feel (Mighty Real)’