Friday, October 13, 2006
Revelações e constatações
Do diário de Yulli Hakuna
LS: Bom, o treino foi excelente, mas eu acho que nós podemos melhorar bastante ainda, concordam?
JM: Com certeza! Mas não vamos desanimar não é? Essa taça vai ser nossa, DE NOVO!
AM: Isso é um fato, Joey! – Alex soltou uma risada irônica.
LS: Sim, esse é o espírito hein? Então, semana que vem a gente tenta uns novos passes, certo? Acho que por hoje é só!
Me larguei no banco exausta, mas muito satisfeita. Era o segundo treino de quadribol consecutivo que eu conseguia bater meu tempo recorde de capturar o pomo. Tirei o uniforme, embolando de qualquer jeito dentro do armário, e com o resto do time, sai em direção ao castelo, a vassoura no ombro. Louise, Mark e Joey iam conversando sobre novos passes para o próximo treino. Charlie e Alex comentavam sobre um artilheiro da União de Poddlemore, Liliana andava distraída olhando o chão, e eu me divertia sentindo as asinhas do pomo ainda ricochetearem agitadas na palma, fazendo cócegas. Quando chegamos ao Salão Comunal, subi imediatamente pro dormitório. Louise e Alex entraram logo depois.
AM: Tudo que eu preciso nesse momento é de cama! – se jogando sem delicadezas no colchão.
LS: Estou com fome. Acho que vou na cozinha pegar alguma coisa pra comer. Querem?
AM: Não! Obrigada...
YH: Se você puder me providenciar uma cerveja amanteigada, eu seria eternamente grata!
Louise sorriu acenando com a cabeça, e saiu do dormitório.
AM: Que soo-oo-no! –Alex soltou um grande bocejo, que fez seus olhos lacrimejarem.
YH: Quem dera eu pudesse dormir agora! Não fiz o relatório da Minerva pra amanhã, porque Filch me escalou pra patrulhar o 7° andar a tarde inteira.
AM: Pega o meu e copia. Você sabe que não ta aquela coisa, mas já agiliza...
YH: Ta doida? A escocesa azara a gente se perceber que estão iguais! Ainda não quero me tornar um animal... – disse enquanto puxava o livro de transfiguração. – Bom, tenho que me afastar dessa cama, ou não faço nada! Vou descer... Boa noite!
AM: No-oo-ite!
Deixei Alex enxugando novamente os olhos e desci a escada dos dormitórios para o Salão Comunal. Encontrei uma poltrona confortável, vazia, e me joguei lá, abrindo livro, pergaminhos e tinteiro. Antes que pudesse me localizar, Louise tinha voltado me estendendo a cerveja e se sentando ao meu lado com uma na mão também.
LS: Ui, relatório da escocesa agora?
YH: Tenho outra opção?
LS: Na verdade... Não!
YH: É, eu desconfiei isso também...
LS: Bom, eu até te faria companhia, mas creio que se dormir aqui meus roncos vão te atrapalhar. A não ser que você queira...
YH: Não me importo! Boa noite!
LS: Noite.
Louise terminou a cerveja e subiu para o dormitório também. Agora era eu, meu relatório em branco, a lareira e... Alguém desceu as escadas do dormitório dos meninos carregado de livros também.
YH: Joey?
JM: Ah, Yull, você está aí também! É o relatório da McGonagall?
YH: Pode apostar! Você também não fez?
JM: Eu nunca faço os deveres com mais de 24 horas de antecedência a serem entregues!
Ri e apontei para a poltrona na minha frente, onde ele se sentou jogando os livros nos seus pés.
JM: Ótimo! Duas cabeças e quatro mãos fazem um relatório melhor... Vamos acabar logo com isso.
Abrimos os livros e logo os pergaminhos iam sendo arranhados. Descobri que apesar de estarmos enrolados com o relatório, eu seria capaz de apostar que estava saindo melhor do que muitos feitos em maior prazo.
JM: “... Sendo assim, o feitiço só poderá ser concluído com perfeição se o bruxo estiver focado na imagem enquanto executa”. Ponto final! Uffa! Terminou aí?
YH: Um segundo... Pronto!
Abri a mão e a pena escorregou. Estava me sentindo moída.
YH: O meu ficou bem resumido, mas acho que consegui filtrar as principais informações...
JM: Eu me daria um Excede as expectativas nesse! Meu relatório está quase profissional.
A porta do nosso dormitório tornou a se abrir e Susan enfiou a cabeça pra fora.
SL: Yull? Quem ta aí com você? Ah...
Os olhares de Susan e Joey se encontraram, e ambos abaixaram os olhos parecendo constrangidos.
SL: Ham, certo. Bom, boa noite!
YH: Boa noite!
Susan não esperou Joey responder e fechou a porta novamente. Fiquei sem entender nada, e quando tudo ficou em silêncio novamente, enrolei meu pergaminho devagar, esperando Joey comentar alguma coisa.
JM: Nós terminamos, ontem...
YH: Ah... – soltei uma mescla de exclamação de surpresa. Para falar a verdade, eu nem sabia que Susan e Joey já tinham tido alguma coisa.
JM: Ela é ótima, sabe. Bom, você a conhece bem né? Mas ela está estudando demais, mais do que o normal (e isso pode parecer até impossível), e ultimamente anda criticando tudo. Criticava minha animação para o quadribol, para as festas. Você sabe que ela sempre gostou das festas da casa, e nunca faltou um treino do time, mas agora não vai mais nos treinos, não interage em festas. Voltou diferente. Então eu pedi um tempo. – ele suspirou amargurado.
Eu não sabia o que dizer. Tudo aquilo era novo pra mim, mas muito chocante. Realmente, desde que voltamos pro castelo esse ano, Susan estava mais estudiosa do que antes, mais abatida, menos animada. E como ela namorava o Joey sem ninguém saber?
YH: Bom, às vezes ela precise de um tempo pra ela... Acho que você fez bem! – tentei sorrir pra consolar, mas não funcionou muito bem.
JM: É, quem sabe... – ele me olhou devolvendo o sorriso. – Mas se quer saber o que eu acho... Acho que ela não quer nada mais comigo! Deve estar em outro, sei lá. Quando pedi um tempo, ela aceitou e disse que seria melhor. Ou às vezes quer ficar sozinha. As mulheres são assim, uma hora querem alguém, outra hora são de todos!
YH: Hum, é, por aí... – fiz uma cara pensativa e ele riu.
JM: Acho que agora, o melhor a fazer, é procurar alguém que queira ficar com um pobre lufano solteirão...
Não respondi, mas ri com meus pensamentos. Os lufanos estavam se tornando os mais cobiçados no mercado, ele não tinha que ter essa preocupação... Quando finalmente deitei na cama pensei que talvez eu estivesse na minha fase de querer alguém...