Monday, June 11, 2007

Mais velozes e mais furiosos

Por Louise Graham Storm

- Fooooooooi autorizado o início da partida! – Monn berrou no microfone e vi a professora McGonagall coçar o ouvido esquerdo – É mais uma eletrizante final do campeonato de quadribol, Lufa-lufa x Grifinória, esse jogo promete! A apanhadora Yulli Kinoshita ainda está mordida pela jogada suja do apanhador da Grifinória, Tiago Potter, no ano retrasado. Será que Yulli irá capturar o pomo hoje, ou Potter vai impedir, com mais uma trapaça?
- Srtª Speaker, limite-se a tecer comentários sobre a partida, e não sobre o que sai na coluna de fofocas da escola.
- Ok, ok, hoje temos uma grifinória ao lado, temos que ser cuidadosos – a professora olhou severa para ela, mas Monn não deixou que ela falasse, gritando rápido – MCGREGOR COM A POSSE DA GOLES, E É PONTO PARA A LUFA-LUFA!

Saltei do banco e pulava sem parar, abraçando Ben e Sam que estavam ao meu lado, mas logo me senti tonta e fui forçada a sentar outra vez. Remo estava assistindo a partida comigo e me olhou preocupado, mas disse que estava bem e levantei outra vez. Madame Pomfrey me proibiu de chegar perto de uma vassoura por um longo tempo, e principalmente não me aproximar de um bastão e um balaço, o que significava que estava assistindo a final do campeonato das arquibancadas.

Era uma posição ingrata essa de espectador, tinha a sensação que sofria bem menos em campo. Mark assumiu o posto de capitão nesse jogo e todos pareciam muito bem entrosados e superando a escalação de emergência que precisaram fazer, mas o time da Grifinória estava muito superior. Sob o comando do Tiago, o time voava em sintonia e estava ficando difícil recuperar a goles. Nem mesmo os balaços certeiros de Mark pareciam surtir efeito. Os três aros estavam muito bem protegidos pelo Lu, e sempre que Alex, Charlie ou Joey se aproximavam com a goles, ele a agarrava.

- PREWETT PASSA PARA STORM E É PONTO DA GRIFINÓRIA! 120 X 80! – Remo comemorou o 12º gol da Grifinória sozinho no meio da torcida lufana e olhei atravessada para ele
- Sai daqui, Remo! – gritei furiosa – Some, vai embora, vai torcer pro seu time com o Scott e o Sirius, do outro lado e longe de mim!
- Desculpa amor, foi a empolgação – ele ainda sorria enquanto falava e tive vontade de socá-lo – Não vou sair daqui, estou preocupado com você
- Eu sei me cuidar, agora some! – disse ríspida – Se ver você comemorando mais um gol da Grifinória do meu lado, sou capaz de lhe dar um tapa!
- Sam, não a deixe fazer muito esforço, ok? – ele disse sério e Sam concordou – Depois da partida eu volto então...
- Tadinho Lou... – Sam falou depois que ele desceu as escadas – Você foi muito dura com ele, ele só estava preocupado e não quis sair do seu lado
- Eu sei, eu sei, mas estou nervosa! Depois peço desculpas a ele – disse sentando e esfregando as mãos no rosto – Como vocês conseguem assistir daqui? Estou quase tendo um ataque cardíaco!
- É sofrido assistir aos jogos, mas também é mais emocionante poder- - Ben parou de falar e olhou pro campo depressa – GOOOOL, DA ALEX!!

Levantei apressada outra vez a tempo de ver Alex comemorar o gol com Joey, mas não tivemos muito tempo depois disso, pois meu irmão recuperou a goles com Charlie e marcou mais um gol pra Grifinória. O batedor reserva, Owen Hartford, acertou um balaço em George e ele perdeu o equilibro da vassoura. Saltei da arquibancada e xinguei Owen com todos os palavrões que conhecia, mas por sorte os outros dois artilheiros da Grifinória o ampararam antes que se chocasse com o chão, e George voltou à partida.

O jogo durou mais de uma hora. Grifinória estava ganhando com uma larga vantagem, nossa única chance era capturar o pomo, nunca passaríamos no placar apenas com gols. Via Scott, Remo, Sirius e Quim pulando feito loucos do outro lado das arquibancadas, agitando bandeiras e com os rostos pintados de vermelho e dourado. Charlie voava em direção ao aro esquerdo e marcou mais um ponto para a Lufa-lufa quando vi Yulli e Tiago mergulharem na direção da arquibancada da Corvinal. Naquele momento ninguém mais prestava atenção ao que acontecia em campo, todos olhavam para os dois, que voavam cada vez mais emparelhados. Yulli estava na frente, mas apenas por poucos centímetros. Ela estava quase alcançando o pomo, seus dedos chegaram a tocar suas asas, mas Tiago inclinou o corpo e por ser mais alto, alcançou ele primeiro.

- TIAGO POTTER CAPTUROU O POMO! GRIFINÓRIA VENCE! - a voz de Monn foi abafada pelos gritos da torcida da Grifinória

Foi impossível localizar Remo e Scott no meio da massa de alunos que pulava e agitava bandeiras, a maioria invadindo o campo para comemorar. Debrucei-me na arquibancada para ver a bagunça deles e por alguma razão, não estava triste. Claro que não estava radiante com uma derrota, mas eles jogaram melhor, foi uma vitória justa. Vi Yulli caminhar até Tiago e cumprimentá-lo pela vitória, sorridente. Alex, Mark e os outros do time também cumprimentaram o time da Grifinória e desci com Ben e Sam até o campo. Scott estava no meio dos alunos pulando alucinado em cima do Lu, que não sabia se ria ou se chorava.

- Ganhamos! – senti dois braços me agarraram por trás e me girarem no gramado – Não está braba comigo ainda, está? – Remo falou cauteloso, mas sem conseguir esconder que estava feliz
- Não, não estou braba – disse sorrindo – Talvez um pouco tonta...
- Desculpa! – ele me pôs no chão depressa e me olhou assustado – Não podia ter feito isso, está se sentindo bem?
- Estou bem, Remo, está tudo bem – disse beijando-o – Não precisa se preocupar tanto
- Impossível não me preocupar com você
- Então não se preocupe agora, deixe pra depois, vai comemorar a vitória da sua casa. E desculpe ter gritado com você antes, estava nervosa.
- Eu sei – ele me beijou outra vez e me pegou no colo – Não ligo se você gritar comigo hoje, estou muito feliz
- Eu sei que você está, por isso não estou chateada com a derrota – falei envolvendo os braços em seu pescoço – Olha como o George está radiante também, como vou ficar triste?
- Seu irmão foi o artilheiro do jogo, fez quase todos os gols!
- Sim, estou muito feliz por ele! Já sei que vou ouvir a narração desse jogo as férias inteiras...
- Pois é, estamos todos felizes... – ele me olhou com um sorriso cínico - E será que essa alegria toda não merece uma comemoração especial?
- Merecer, até merece. Pena que não consigo nem subir dois lances de escada sem perder o fôlego... – respondi tentando parecer desolada e ele me beijou antes de sair andando - Remo, aonde você vai? Me põe no chão!
- Vamos para a festa da vitória no salão comunal, calma. Você também vai, ou acha que vou comemorar sozinho?

Apesar das súplicas para que me colocasse no chão, Remo me ignorou por completo e seguiu caminhando no meio da massa de alunos que carregava George e Tiago nos ombros até a torre da Grifinória. As meninas também estavam lá, ninguém estava com espírito de perdedor e queríamos apenas aproveitar o que podia ser a ultima das festas não-oficiais da escola, antes que os meninos se formassem. Afinal, não se pode ganhar todas, não é mesmo?