Wednesday, August 16, 2006

You were always on my mind

Do diário de Alex Mcgregor

Faltavam alguns dias para eu voltar para a escola, então tia Amélia, mãe das minhas primas Elizabeth, Alice e Hanna, convidou-me para passar alguns dias na casa recém comprada deles, nos subúrbios de Londres. Claro, que era engraçado ver uma casa igual às milhares de outras, numa rua chamada Glicínias, cercada de trouxas. Tia Amélia e tio Joseph, de longe já eram os esquisitos da rua, ainda bem que empatados com eles estava a Arabella Figg. Ela havia nascido em família de bruxos, porém não possuía poderes. Era chamada de aborto. E tinha uma enorme coleção de gatos que viviam aparecendo na casa da minha tia.
- Nãããããããããããoooooooooooooooooo!
TUM!
Caí da cama ao ouvir o grito desesperado de Alice. Peguei a varinha e saí descabelada para o corredor.
-O que foi que aconteceu? - perguntei encontrando minha prima chorando.
- Quem morreu? – perguntou Hanna e Alice que antes chorava silenciosamente agora berrava.
Elizabeth que a abraçava com lágrimas nos olhos e disse:
- O Rei morreu!
- Que rei? Nós não temos rei... Temos? - disse tentando lembrar se havia algum rei no mundo bruxo...
- Elvis. - ela respondeu simplesmente.
- Ah sim, ele. Peraí, como assim morreu?
Então ela me mostrou o Profeta Diário com a seguinte manchete, que comecei a ler rapidamente:

"Morre o Rei do Rock",
No dia de 16 de agosto de 1977 o mundo fica triste! A morte de Elvis Aaron Presley, causada por colapso fulminante associado à disfunção cardíaca, surpreendeu o mundo provocando comoção como poucas vezes fora vista em nossa cultura.O desenlace ocorreu, possivelmente, no final da manhã, no banheiro de sua suite, na mansão Graceland na cidade de Memphis, no Tennessee-EUA.

Embaixo vinha uma foto de Graceland, a casa dele, e uma enorme quantidade de fãs, fazendo vigília na frente.
Eu não podia acreditar: ele havia partido.
- Vamos lá... – disse pra elas.
- Onde? Em Graceland?
- Não, tia Amélia vai achar que estamos loucas... Mas precisamos nos despedir dele de alguma forma.
- A Alex está certa. Temos que nos reunir com aqueles que estejam de luto como nós. Arrumamos-nos rápido e fomos ate o Hide Park e já havia muita gente reunida lá, alguns colocavam flores num santuário improvisado com as fotos do Rei. Outros acendiam velas, e todos cantavam seus sucessos, desolados, chorando.

California
Baby let me be
Your lovin?teddy bear
Put a chain around my neck
And lead me anywhere
Oh let me be
Your teddy bear
Baby let me be
Around you every night


Todos iam chegando e iam se juntando em suas homenagens. Alguém teve a idéia de pôr a televisão na garagem de uma casa e outros aderiram, assim íamos acompanhando as notícias ao redor mundo. Havia muita dor e desolação, inclusive de alguns lideres mundiais.

Love me tender,
love me sweet,
never let me go.
You have made my life complete,
and I love you so.


Estávamos ali há mais de cinco horas e aquilo já estava dando nos meus nervos. Eu adorava o Elvis, sério, mas ficar horas de pé cantando no meio da rua, com fome, com sede e cercada de uma multidão com vários tipos esquisitos não fazia muito a minha cabeça. Alguns até usavam algumas substâncias ilícitas, que logo fariam a policia dar uma revista geral em todo mundo. Aos poucos um palco foi improvisado e algumas pessoas começaram a bancar os cantores, pois havia muitos músicos por ali, e alguns imitadores começaram a fazer um show em tributo ao rei.
Sabe que alguns até realmente se pareciam com ele? Prova disso é que em determinada hora uma lourinha foi tirada do palco histérica, se agarrando ao cover do Elvis. Do lugar onde eu estava pude ver que era a Monn, a polícia estava tendo um trabalho danado para segurá-la.
- tsc, tsc, tsc... Solte a moça, ela só é apaixonada. – falou um imitador do nosso lado.
- É, e quem não era? – comentei e olhei para quem falava, tomando um choque.
Os mesmos olhos, o jeito de sorrir, o cabelo, a echarpe branca no pescoço, tudo era dele. O.O
- Você não morreu, não é? - perguntei, e minhas primas começaram a olhar para o estranho. Ele deve ter me achado louca e começou a se afastar, enquanto mexia no cabelo. Andamos atrás dele e ele logo entrou num carro escuro com motorista. Antes de ir, olhou para nós e sorriu daquele jeito que o Elvis fazia nos shows.
- Talvez tudo seja uma ilusão. - e o motorista arrancou com o carro, nos deixando cada vez mais intrigadas.
- Era ele não é?- perguntou Elizabeth.
- Eu acho que sim. Quero acreditar que sim. - respondeu Hanna.
- Ah, pra mim ele não morreu. Acho que ele resolveu se afastar e viver a vida dele em paz. - disse Alice.
- Creio que já prestei minha homenagem, agora é hora de ir pra casa, como o Rei. - disse ainda olhando para o local por onde o estranho havia partido. Minhas primas concordaram e cortamos caminho pela Rua dos Alfeneiros, enquanto cantávamos nossas músicas favoritas e uma certeza em nosso coração:
Enquanto houver desejo e emoção, Elvis Presley viverá.

Maybe I didn't treat you
Quite as good as I should have
Maybe I didn't love you
Quite as often as I could have
Little things I should have said and done
I just never took the time
You were always on my mind
You were always on my mind


Nota da Autora: músicas: (Let me be) your teddy bear, Love me tender, Always on my mind, alguns sucessos do eterno rei do rock Elvis Presley.