Monday, September 26, 2005 De Vermes a Hipogrifos Do diário de Samantha Wood Oi, diário. Sinceramente, eu acho que você merecia uma dona melhor. Eu apareço aqui uma vez por semana sem nenhuma novidade. Que outra pessoa no mundo passa uma semana sem droga de novidade nenhuma? Pois é...isso faz com que eu seja única, né? Que emoção... Acordei com uma dor de cabeça danada no Sábado depois da Festa Lufana. Acho que devo ter pego o copo da Yull sem querer e bebido Whisky de fogo. Sim, só um trasgo não sabe diferenciar whisky de suco de abóbora, mas estou começando a desconfiar de que sou parente direta deles. Como não bebo nem aquele troço amarelo que meu tio trouxa idolatra, whisky de fogo foi um pouquinho demais para a minha pobre pessoa. Resultado: passei o Sábado inteiro com uma dor de cabeça danada e vendo vassourinhas voadoras por toda a parte. Só fiquei sabendo das novidades do pessoal no dia seguinte e o mais engraçado era que eles também não tinham novidade. Então, você aí que pensa que Hogwarts é quase um resort de verão, está redondamente enganado. Nada aconteceu entre Remo e Lou, Tiago e Yull ( ela me mata se ler isso...) e Cott e Hillary ( para o bem da humanidade e do meu amigo, aliás...). Ahh, já ia me esquecendo...nada aconteceu entre Josh e Sam também! Novidade, né? A semana passou e blá, blá, blá, Hillary perseguindo Cott e blá, blá, blá, Sarah e Sirius, blá, blá, blá, Monn indecisa, blá, blá, blá, Remo e Lou NADA, blá, blá, blá. Enfim, quando eu pensava que as coisas estavam suficientemente horríveis e desastrosas, eu percebi que a gente sempre pode cavar mais um pouquinho até chegar no fundo do poço. Ah, na verdade, tenho uma notícia para você, diário. Eu ODEIO a maluca da McGonagall! Louca, louca, louca, mil vezes! Ainda lembro da Sarah correndo na nossa direção: - Gente, acabei de receber uma notícia extraordinária! *Sam vibrando...extraordinária me lembra coisas boas...ops, lembrava!* - Jura?! Conta, Sarah! Conta logo! Eu preciso realmente de uma boa notícia! – disse, desesperada - Uhnn...não é exatamente boa, mas se você olhar por um outro ângulo, é uma grande oportunidade... *Sam preocupada...se para Sarah era mais ou menos, para mim era o fim do mundo* - ... porque o mais importante é adquirir conhecimento... *Sam tremendo* - ... que vamos levar para o resto de nossas vidas... - FALA LOGO, SARAH! - Desculpe! Eu estava tentando te acalmar, mas...nós vamos ter simulados de Noms na semana que vem! *Sam morta* - O Quê?! Você só pode estar brincando, Sarah Batland! - Não, eu não brincaria com isso. - AQUELA MULHER FICOU MALUCA? – acho que eu estava cuspindo fogo... - Sam...fala baixo, a gente está no meio do corredor e... - EU VOU INVADIR A SALA DELA E ELA VAI TER Que ME EXPLICAR ISSO DIREITINHO! Nesse momento, senti dedos ossudos nas minhas costas - Quem vai explicar o que para quem, senhorita, Wood? - Ahh...oi, Prof. Minerva! É...é um prazer ver a senhora em um lugar tão improvável como o ...uhnn...corredor... - Idem, Senhorita Wood. Se precisar falar alguma coisa ou fazer alguma reclamação – ela me fuzilou com o olhar – estarei em meu escritório. Que, por mais uma coincidência, é logo nessa porta em frente. Só lembro de ter saído correndo, em direção ao dormitório da Corvi e ter pegado todos os meus livros, afinal, eu só tinha que aprender todas as matérias em 5 dias. Não era tão difícil assim, era? ERA! Passei 5 dias trancada naquela maldita biblioteca com o pessoal todo! Tentei até dormir com o livro embaixo do travesseiro, para aprender alguma coisa por osmose, mas acho que não deu certo. Pois é, os simulados começaram. Feitiços = muuuito bom! Acho que tirei a nota máxima! Herbologia = uhnn... acho que eu matei uma mandrágora sem querer, mas nada muito grave. Aritmancia = nem faço esse troço Hist. da magia = inventei duas revoltas de duendes, mas e daí? Elas são todas iguais mesmo... DCAT = muito bom! Adivinhação = eu não estava conseguindo me concentrar...só ficava lembrando das caras e bocas da velha maluca e das expressões de profunda adoração do Cott! TCM = acabei de sai de lá... Bom, tentei chegar bem cedinho para o simulado de TCM. Pelo menos a prova não era teórica. Odeio teoria. Mas descobri que odeio mais ainda mexer em vermes nojentos. Quando pisei fora do castelo, encontrei todo o pessoal reunido, olhando curioso para o local da prova. O esquema era mais ou menos assim: O avaliador chamava um integrante de cada casa e cada um deles ficava atrás de uma mesa. Nós tínhamos que responder algumas perguntas e cuidar dos bichinhos. Fiquei bem aliviada. Não podia ser mais difícil que cuidar da Samara e das outras 4, né? Bem, lá fui eu. Os avaliadores chamaram: Wood, Corvinal; Fergunson, Lufa-Lufa; Fox, Sonserina e Wintergates, Grifinória. Traduzindo: Eu, Mark, uma garota estranha da sonserina e Alucard. Cada um foi para a mesinha e para seu avaliador. Sinceramente, meu avaliador tinha cara de poucos amigos, ou até mesmo, de nenhum. Olhei implorando para Mark, tentando trocar de avaliador, mas ele já estava muito compenetrado em seu teste. O homenzinho esquisito me chamou e eu respondi, mas tive que repetir meu nome todo cinco vezes, porque, além de esquisito, ele parecia ser surdo. - Então...é Samantha Cole Wood? - É, senhor...pela décima vez... - Como? - Nada, senhor. - Muito bem, senhorita Wood, vou fazer algumas perguntas rápidas, para testar sua capacidade de raciocínio lógico. - Ah...como quiser... - Para que os bruxos utilizam o couro de briba? Primeiramente: O que era uma briba??? Nunca ouvi falar disso na minha vida. Quando sai da prova, Sarah falou alguma coisa sobre um lagarto verde, mas, na hora, eu não consegui pensar em nada.. - Para fazer bolsas...? O homem continuou me encarando e como percebeu que eu não ia falar nada além daquilo, disse: - E por quê? Oras! Agora tinha que ter um por quê? Porque é bonito, barato, vende, sei lá! - Porque ele é...bonitinho? O velho franziu a sobrancelha e rabiscou alguma coisa em um bloquinho. Suspeitava de que era: Essa menina é uma idiota. - Se você achasse um filhote de unicórnio branco, o que faria? Que pergunta mais estranha, eu pensei. Carinho, oras! Unicórnios são tão fofos e meigos...mas aí eu lembrei que quando são filhotinhos, eles são dourados e soltei uma exclamação. - Eu chamaria o Profeta Diário para eles escreverem uma matéria sobre o único filhote de unicórnio que é branco, e ainda ganharia uma recompensa por isso! Acho que ele não esperava uma resposta dessas, mas fez um rabisco rápido. - Última pergunta antes do teste prático, senhorita Wood. - Pode falar, senhor. - Qual é a principal característica do Barriga de Ferro Ucraniano? É oficial: tirei zero. Não fazia idéia do que era esse bicho, se é que isso era um bicho. Parecia apelido de jogador de quadribol. Comecei a fazer uma cara de quem está pensando ( tentei imitar a cara da Sarah fazendo prova), mas acho que não estava nada convincente. - Ele tem...barriga de ferro? Achei que o homem fosse mandar eu voltar pra casa, mas ele somente apontou para uma bancada, perto da Floresta Proibida que tinha umas 500 coisas esquisitas em cima para dar para os animais que estavam atrás dela. Mark e Lu já estavam lá e pareciam estar indo muito bem. Uma senhora que aparentava ter uns 40 anos saiu de trás de uma árvore e meu deu um baita susto. - Olá, querida! Por favor, vamos até a sua bancada para o teste prático, sim? Eu ainda estava me recuperando do choque. Ela parecia uma vespa! Era baixinha e usava umas roupas multicoloridas. E que querida era aquele??? Eu hein... - Uhnn...sim, né? - Pronto, é aqui. Vou ficar olhando daquele lado para não atrapalhar o seu trabalho. Você deve preparar um alimento para cada um desses bichinhos. Qualquer dúvida, estou logo ali. – ela falava com um entusiasmo, como se dar comida para vermes fosse o trabalho mais interessante do mundo. Por um segundo, desejei trocá-la pelo velho carrancudo. Na minha frente, tinha um pote cheio de vermes esquisitos se mexendo. Eu preferia tirar um T de trasgo do que colocar a mão naqueles troços. Joguei uma alface ali dentro, tentando ficar a uns 100 metros de distância, pelo menos, e fui para o próximo animal. Era um...sei lá o que era aquilo! Nem parecia um animal. Comecei a misturar todos os ingredientes da mesa e entreguei a gororoba pro bicho que estendeu uma língua de uns 2 palmos de comprimento e começou a lamber. Se ele estava lambendo, era porque estava bom...então...próximo! Era um hipogrifo. Esse ia ser mais difícil. Me lembrava vagamente de alguém falando alguma coisa sobre fazer uma reverência se não quiser ser morto. Peguei o que parecia ser algum bicho morto ( como eu fiz isso????!!!!!!) e fui me abaixando devagarzinho. Coloquei o pobre animal ( o que estava morto...) perto da boca do hipogrifo, mas ele ainda me encarava com um olhar zangado. Dei um meio sorriso para ver seu o bicho se acalmava, mas sentia que se chegasse meu pé para trás, ele ia avançar...de repente, ele se baixou e agarrou a comida e nesse momento de distração eu sai correndo! A mulher-vespa ainda tentou correr atrás de mim, provavelmente, para fazer algum comentário, mas eu já estava dentro do castelo quando olhei pra trás. Fui direto almoçar e agora estou aqui, onde tudo começou...trancada na biblioteca!!! Estudando POÇÕES! Há! Depois eu venho contar a minha tragédia no simulado, ok, diário? Por hoje, chega! |