Friday, September 16, 2005 Desconjuro, pé de pato, mangalô três vezes Do diário de Louise Storm Tocava uma musica lenta qualquer, não sabia mais dizer qual. Há um tempo atrás estava ao pé da escada cantarolando elas com meus amigos, mas agora estou dançando elas com o Remo. Sim, com ele mesmo. Ele foi ate onde estava e estendeu a mão pra mim, me convidando para dançar. Como eu ia dizer não com ele me olhando com aqueles olhos fofos? O sutil do Scott me empurrou antes que eu pudesse processar o convite e praticamente me jogou nos braços dele. Não tinha onde enfiar a cara de tão sem graça que fiquei! Ele me conduziu pro meio do salão tomado de estudantes e Scott e Yulli ficaram rindo lá atrás. Tava cheio de casalzinho dançando a nossa volta. Os dois engraçadinhos passaram por nós um tempo depois, dançando uma espécie de tango desajeitado. Scott juntou as mãos, fazendo mímica, como quem diz “beija logo” e tive a impressão de que meu rosto estava vermelho. Os dois bocós saíram rodopiando pro outro lado da pista e fiquei lá com ele. O clima não podia ser mais propicio. Era matar ou morrer, como disse Scott um pouco mais cedo sobre esse assunto. Dançávamos cada vez mais junto, já não tinha o campo de visão amplo que tinha quando começamos a dançar. Tudo que via era o rosto dele, sorrindo pra mim. Estava desconfiando que Scott e Yulli estavam com a razão quando diziam que ele gostava de mim, queria dizer o que tava entalado desde o dia em que eles me empataram. Ia dizer, juro que ia, mas fui novamente interrompida. Os dois novatos que ficaram montando guarda do lado de fora entraram esbaforidos, berrando pro castelo todo ouvir: “vem vindo gente, no corredor da esquerda!”. Pronto. Só faltava isso. O desespero foi tão grande que levei umas 20 trombadas violentas. Aquele chato do Pettigrew veio pulando gordamente ate onde eu estava com Remo e saiu empurrando ele, apavorado com a idéia de ser pego fora da cama. Era aluno correndo pra todos os lados, derrubando cadeiras, saltando pelo sofá, catando bolsas e casacos perdidos pelo salão comunal, todos saindo desembestados para a passagem secreta. Nenhum com o bom senso de perceber que não dava pra todos saírem ao mesmo tempo, tamanho era o pânico. Vi meus amigos acenarem de longe, se misturando na multidão que corria de volta para suas casas. O salão já estava vazio, só restavam alguns lufos tentando esconder a zona, eu e meus amigos entre eles, quando uma das meninas do 7º ano entrou com uma cara de poucos amigos no salão, apontando furiosa pro calouro que havia berrado alertando sobre o convidado indesejável. Aluna: Você! Vem aqui! AD: O que esta acontecendo? Aluna: Esse garoto aí, foi alarme falso! LS: Foi o que??? Menino, pro bem da sua saúde, diz que ela ta doida. Calouro: Mas eu vi gente vindo! MF: Quem você viu? Aluna: Ele não viu ninguém! Sabe quem era? O Frei!! YH: Ai meu Merlin... Criança, como que você espanta o povo por causa do frei gorducho?? AM: Ele é nosso cúmplice, sabe das festas! LS: Eu vou matar esse pirralho! AD: Calma, ninguém vai matar ninguém aqui! LS: Você cala a sua boca, Diggory! Isso é culpa sua que não treinou ele direito! Começamos a bater boca no salão comunal. Eu acusando Amos Diggory de ter deixado um inexperiente como vigia e ele se defendendo. O garotinho estava calado, encolhido no sofá, com medo da menina do 7º ano que estava sendo segurada por Yulli e Alex. Foi a festa mais curta da história da Lufa-lufa. E justo a que estava se encaminhando pra ser a melhor. Tava começando a achar que era mandinga, alguém rogou uma praga pra cima de mim. Sai pra lá, desconjuro, pé de pato, mangalô três vezes! Acho que vou me benzer... |