Friday, September 02, 2005 E agora... o que mudou? SB: Melchior, espera!! Estávamos no Salão Comunal da Corvinal. Pela primeira vez depois de dois intermináveis meses de férias. Havia muita confusão, vozes entusiasmadas, calouros apavorados, gritos, beijos e abraços. Meu amigo passou por mim mirando os próprios sapatos pela terceira vez naquele dia. O segurei pela capa. SB: Não vai me dar um abraço, nem dizer que sentiu saudades, nem nada? ML: Desculpe Sarah. Eu não vi você. SB: O que foi que aconteceu? Eu fiz alguma coisa? Se eu fiz, desculpa, vai. Eu não quero magoar você. ML: Tá tudo bem, Sarah. Não se preocupa comigo. Então, como foram as férias? Ouvi dizer que você encontrou o Black. SB: Eu ia te contar. Na verdade era pra você ser o primeiro a saber. Eu MATO a presidente do "Circuito de Informações Internas de Hogwarts" que espalhou isso pra escola toda. ML: Eu esperava que você saísse com qualquer pessoa, Sarah. Menos com o Black. Ele não presta, você sabe disso. SB: Melchior, ele é legal. Você só precisa conhecê-lo melhor. Vai ver que está enganado. O zum-zum-zum ao nosso redor parecia crescer cada vez mais, e eu tinha a nítida sensação que uma parte das garotas que passava olhava com cara de pouquíssimos amigos para mim. ML: Não, não precisa. Se você tá feliz, eu compreendo. Só espero que a nossa amizade não mude por causa disso. SB: Claro que não, seu bobo! Você é o meu melhor amigo, a pessoa mais importante do mundo, ouviu? Não vai mudar nada, eu juro. ML: Me desculpa. Eu sei que estou sendo patético. Eu só não quero que você sofra. SB: Melchior, eu não vou sofrer! ML: Certo. Você tem razão. Ahn, eu preciso ir agora. Boa noite, Sarah. Ele me deu um beijo na testa, como fazia desde o meu primeiro ano na escola, e desapareceu pelas escadarias que levam aos dormitórios dos garotos. Dei uns gritos com os alunos mais tagarelas no Salão Comunal e mandei todo mundo pra cama. Afinal, ser monitora tem lá seus méritos: posso gritar à vontade, sempre vai parecer que estou zelando pelo bom comportamento dos meus colegas. Monn e Sam me encararam com os olhos arregalados e saíram reclamando. Melchior estava esquisito (mais do que o normal, eu sei). Alguma coisa estava acontecendo. E eu iria descobrir o que era. As meninas do primeiro ano esperavam que eu as levasse até o dormitório e as orientasse conforme o professor Flitwick havia ordenado. Quando entrei no dormitório do quinto ano, quase duas horas depois, as garotas já estavam dormindo. Melhor, eu não queria mesmo ter que dar mais explicações àquela hora. Guardei o distintivo de monitora, tireis as vestes, pesquei minha camisola de ursinhos de dentro do malão e me enrolei nos lençóis. |