Wednesday, September 14, 2005

Lá se vai meu sono...

Di diário de Scott Foutley


Dormia tranqüilo, debaixo de minhas cobertas quentinhas, quando alguma coisa entrou voando pela janela entreaberta do dormitório masculino. Era Ramsés, a coruja de Louise. Ela veio ate minha cama e começou a me bicar furiosamente. Desamarrei o bilhete em sua pata e ela saiu voando de novo.

“Sai já dessa cama! Festa na Lufa-lufa, AGORA! Nem precisa trocar o pijama, pode vir assim mesmo. Acorde o Alucard e mande-o vir também. Ah, e pode chamar quem você achar que valha a pena.
Beijos
Louise”


Amassei o bilhete, ainda não acreditando. Festa? Assim, do nada? Mas pensando bem, e eles lá precisavam de motivo pra dar uma festa? Levantei da cama ainda bêbado de sono e acordei Alucard. Pela expressão em seu rosto, ele via dois de mim. Informei-o da festa de ultima hora e seu sono pareceu se evaporar. Ele rapidamente levantou, animado, dizendo que festas lufanas não podiam ser desperdiçadas. Fabio Prewett, que dormia na cama ao lado da dele, acordou com o barulho e me ouvindo falar da festa também resolveu ir. Passei em alguns dormitórios, acordando pessoas que escolhi a dedo e saímos todos juntos. Apesar de só ter chamado algumas pessoas, sabia muito bem que outras saberiam da festa e iriam pra lá. Isso não era anormal, sempre acontecia.

Andávamos todos em grupo, a passos curtos e os mais silenciosos possíveis. Por duas vezes no caminho esbarramos com pirraça, mas com um simples feitiço que aprendemos em DCAT, ele ficava mudo e não podia nos denunciar. Já estávamos quase na Lufa-lufa quando cruzamos com uma turma da Corvinal também indo pra lá. Alguns nem se deram ao trabalho de trocar de roupa, estavam de pijamas. Chegamos todos juntos na entrada da Lufa e dois alunos do 1º ano, com expressões eufóricas no rosto, nos receberam. Plantado ao lado deles estava Amos Diggory, o monitor-chefe. Ele estava lá “ensinando” aos novatos o trabalho de segurança. Amos nos deixou passar e entramos. Estava uma verdadeira zona lá dentro. Lotado de alunos, não sei onde caberia mais gente. Com muito custo avistei as meninas, sentadas ao pé da escada dos dormitórios comendo e bebendo. Comecei o esforço de passar entre a multidão. Cheguei até elas depois de levar duas cotoveladas e tomar um banho de cerveja amanteigada de um garotinho estabanado e afobado.

SF: Meu Merlin, o que originou essa? E de onde saiu tanta gente?
YH: Ora Scott, como se você nunca tivesse vindo a uma festa aqui...
SF: Sim, mas a de hoje ta lotada. Não me lembro desse tanto de gente na ultima. Qual era mesmo o motivo? Ah sim, o vidro rachado havia sido remendado...
LS: Foi mesmo... – disse se lembrando da festa. – O motivo dessa é minha insônia.
AM: Sim, sua insônia... Um whisky de fogo pra quem adivinhar a razão da insônia!
SF: Opa separa ai logo um lote de whisky, porque a festa toda vai acertar!
LS: Ha-ha-ha, vocês são uns comediantes, nossa!
MF: Ah olha, Lílian chegou. Vou lá falar com ela, até mais!

Mark saiu de perto de nós para ir ao encontro de sua namorada. Virei-me para ver quem mais havia chegado com Lílian Evans e me assustei ao ver a minha sombra, Hilary, atrás dela. Suas imensas pestanas batendo ritmadas, a cabeça indo de um lado para o outro como um pendulo, procurando alguma coisa. Ou alguém... Escondi-me atrás de Louise imediatamente, procurando não me deixar num campo de visão muito amplo. Louise parecia se esquivar de alguma coisa também e ao olhar cuidadosamente, vi Remo parado ao lado das bebidas, conversando com Tiago. Deu vontade de gritar “ela ta aqui”, mas Lou ia me azarar ali e isso atrairia a atenção da Hilary...