Wednesday, September 07, 2005

Nada melhor do que não fazer NADA...

Do diário de Yulli Vanderheid

Querido diário,

Merlin, que coisa mais infantil e tradicional! É algum padrão ou lei da magia, começar assim?

Prezado diário,

Não, não. Definitivamente não! Prezado é muito formal. Acho que nem Dumbledore nomeia seu diário de prezado, é claro, se o sábio diretor possuir um para nomeá-lo.

Diário, (melhorou né?)

Olha como estou agora. Sentada embaixo da árvore mais próxima ao lago, toda largada, os meus livros e pergaminhos jogados dos meus dois lados, os cabelos embaraçados e emaranhados em um coque torto, resumindo, em uma situação crítica do ser-humado.

Tenho certeza que se Scott me visse agora, daria um grito de horror, e mandaria que trocasse a cor do meu cabelo e o arrumasse nesse mesmo instante. Pra você ver, o que é, literalmente, uma pessoa atoa. Na realidade, era pra eu estar na biblioteca ou até mesmo na Sala Comunal adiantando o Monte Everest de deveres, que com certeza, não são poucos, mas está um calor de matar, e se tem uma coisa que nunca tive disposição pra fazer, foram meus deveres. Resolvi ficar aqui um tempo, sem fazer nada, só respirando e vendo a lula gigante tentando afogar um primeiranista inocente. Agora mesmo, dei um grito pro menino se afastar, o tentáculo dela já estava passando em volta da sua cintura, e ele estava olhando pro além...

Você não sabe o tanto de coisas que já aconteceram nesses primeiros dias de aula. A semana passou tão devagar! Yuri sempre me falava que o quinto ano seria o avesso de todos os anteriores, mas só estou levando a sério agora. Se eu fosse contar quantas vezes já ouvi a palavra NOM’S desde meu regresso eu me perderia na conta! A pressão ta grande, e os professores se sentem aliviados em passar muitos deveres, como se eu, uma mera estudante capengada fosse lembrar de todas aquelas informações de deveres na hora das provas...

Ah, mas isso não é tudo! Você não vai acreditar na minha sorte! Ontem, fui chamada pela Profª McGonagall, adivinha pra que... * Como se você fosse adivinhar alguma coisa!* Pois é, ela me chamou quando patrulhava um dos corredores do sexto andar, e me pediu, aliás, praticamente me ordenou, a ir vigiar a detenção do Tiago. Sabe aquela que lhe pedi, por ele ter tentado azarar o Cott? Essa mesmo... Perguntei porque o Filch não faria isso, é ele que sempre fica nos vigiando mesmo, mas ele estava patrulhando a detenção de um primeiranista rebelde. Agora me fala, o primeiranista é mais rebelde que o Tiago? Acho que o Filch fez questão de vigiar a detenção da criança, pra passar medo, pro menino se assustar e fugir toda vez que esbarrar com ele pelo corredor. Isso não é difícil de acontecer, com aquela cara feia dele!

Ta, lá fui eu pra biblioteca... Ah, antes um comentário indignado: Olha a detenção que a Minerva dá pra ele... Ajudar Madame Pince a organizar os livros da biblioteca! Ai que ódio! Isso é uma cosquinha... Como a Minerva puxa saco desse idiota! Só porque é o queridinho apanhador da Grifinória, é? Prosseguindo, ontem fui para a biblioteca, e Tiago já estava lá, ouvindo as instruções de Madame Pince, de como deveria arrumar os livros. Quando entrei, ele me olhou de cima a baixo, e terminou com um sorriso. Hunf, será que ele num percebe que o acho patético?

Passamos um bom tempo da tarde sem nenhum acontecimento revolucionário, Tiago estava se comportando, fazia exatamente tudo que Madame Pince instruía até que... Um fluxo de meninas, de todas as séries, jeitos, e crenças adentra à biblioteca sorridentes, com gritinhos agudos, maquiagem até na alma, risinhos abafados, piscadelas, beijinhos, e outros tipos de declaração para Tiago, que óbvio, retribuía com acenos, piscadinhas, beijinhos, sinais para que o encontrassem depois e coisa do gênero. Umas eram mais recalcadas, tímidas e disfarçavam bem, do tipo, ficavam atrás das estantes o olhando, ou se escondendo atrás de um livro, mas outras, merlin, eram muito oferecidas. Gritavam: eu te amo, ou: me encontra na sala abandonada de não sei que andar... Essas, encaravam Tiago como se ele fosse o último dos meninos de Hogwarts, eufóricas, e descontroladas. As que estavam mais penetradas com esse vício mandei que fizessem uma fila do lado de fora da biblioteca, porque a sessão autógrafos iria começar assim que ele terminasse de cumprir a detenção, e elas me olhavam bravas e ameaçadoras, pisando forte quando saíam. Tiago ria de mim, e delas, e então o mandei terminar logo, porque não tinha a tarde por conta.

Quando ele finalmente terminou de arrumar os benditos livros, dei tchau à Madame Pince, e sai irritada da biblioteca, porque acredite você ou não, tinha uma fila razoavelmente grande ao lado de fora da biblioteca esperando a saída do dito cujo. Acho que ele ainda tentou me seguir na saída, ou falar alguma coisa, mas assim que pisou pra fora, as gaivotas pularam encima da presa, uma verdadeira balbúrdia! Acho que ele deve ter quase morrido de falta de ar ontem, mas se ele morresse, com certeza, seria com um grande sorriso na cara de satisfação. A morte ideal pros seus conceitos!

Bom, desde este lamentável acontecimento, nada de mais interessante aconteceu... MERLIN! Está tarde! Estava tão compenetrada aqui, relatando, que nem vi... Tenho que ir patrulhar o corredor do primeiro andar, minha vez... Ah não, estava tão bom aqui na paz, que tinha me esquecido das obrigações de monitora. Fico por aqui que... pre... Diário! Nos vemos em breve, com certeza!