![]() Sunday, September 04, 2005 No divã com Cott Samantha levantou da cama duas horas antes do café da manhã. Estava em Hogwarts! E isso a lembrava que tinha que arrumar todos as suas tralhas em seus respectivos lugares, já que na noite anterior não tinha feito absolutamente nada, a não ser conversar até tarde com o pessoal. Ainda não tinha encontrado tanta gente...começou a despejar o conteúdo da mala na cama, procurando não fazer barulho para não acordar Sarah, Monn e Megan que ainda dormiam. Vestiu o uniforme de Hogwarts e desceu as escadas correndo, mas antes de disparar pelo retrato, lembrou de dar comida para as gatinhas que tinham miado a noite inteira, arrancando reclamações de Sarah, além dos espirros habituais. Logo que saiu pelo retrato da Corvinal, encontrou dois rostos conhecidos: Marcus e Louise! - Mark! Que saudades!! – exclamou a menina, abraçando o amigo - Oi, Sammy! Tudo bom? - Tudo ótimo! Bom dia, Lou! - Bom dia, Sam! A Sarah ainda não acordou? - Não...coitada, acho que ela não conseguiu dormir por causa das gatas. - Você colocou as gatas dentro do quarto? – perguntou Louise, incrédula. - Sim, mas foi uma péssima idéia! Como foram as férias, Mark? - Foram boas! Mas estava com saudades. Só consegui ver o pessoal no Beco Diagonal. E a Lilly... Samantha contorceu o rosto - A Evans?! Como você agüenta aquela cabeça de fósforo, hein? - Não fala assim da Lilly, Samantha! – disse Mark, parecendo ofendido. - Desculpe...mas você sabe que eu não gosto dela. - Não entendo o porquê. Ela é uma menina muito simpática, divertida... - Sim, sim, muito popular, bonita, metida e parece que todos os garotos de Hogwarts gostam dela... - Sinto cheiro de ciúme no ar - brincou Louise – Quem é, Sam? - Ninguém! – respondeu Sammy depressa – Uhnn...vamos tomar café da amanhã? - Claro – respondeu a amiga, entre risadinhas. – Olha, a Sarah está vindo aí. Sarah apareceu na porta, com uma cara de poucos amigos e veio correndo na direção de Samantha. - Já sei, Sarah, já sei...Isso não vai se repetir! - Acho bom! Nunca mais quero dormir com aquelas bolas de pelos na minha vida! Os quatro desceram as escadas até o salão principal, onde Yulli já estava sentada na mesa da Lufa. Mark e Louise sentaram junto com a menina e acenaram para Sarah e Sam. A primeira foi direto para a mesa da Corvinal, enquanto Sam ainda parou na da Sonserina, para dar BOM DIA para uma Violet mal humorada e na da Grifinória, para falar com Scott e Alucard. Quando chegou na mesa da Corvinal, sentiu duas mãos taparem seus olhos e uma voz familiar. - Adivinha quem é... - Uhnn...não faço idéia – mentiu Sam. Ela não fazia a mínima questão que as mãos saíssem dali. - Que isso, Sammy! Não reconhece mais minha voz? – reclamou o dono das mãos, aparecendo na frente de Samantha. A menina sorriu para o garoto loiro que surgiu diante de seus olhos. - Josh! Quanto tempo! – disse Samantha, tentando parecer indiferente. Josh Cohen era melhor amigo de Drake, o irmão de Samantha e cursava o 6° ano da Corvinal. Eles se conheciam desde que Samantha se entendia por gente, o que explicava, de certa forma, a maneira que Josh travata a menina. Exatamente como uma irmã mais nova. - Como você está, Sammy! Morri de saudades da minha caçula! – disse o menino abraçando Samantha com força, quase esmagando seus ossinhos. - Bem...eu acho...e você? – respondeu Samantha, o rosto pegando fogo. - Soube que a Monn foi para a sua casa nas férias! Ela não parou de falar a viagem inteira. Aliás, já reparou no jeito que ela olha para o Drake? - Já...- Samantha sentiu que estava ficando rosa. Encarava seus sapatos como se houvesse algo de muito interessante neles. Por que sempre ficava tão idiota na frente de Josh? Era tão extrovertida com os amigos... - Aconteceu alguma coisa entre eles nas férias? - Eu não sei. Eu acho isso uma bobeira, não acredito que ela goste do Drake de verdade, mas ela jura que sim. - Bem, você não acredita em nada, né, Sammy! Cismou que eu também não gosto da Lilly de verdade. Agora sim, Samantha sentiu o rosto pegar fogo, mas era de raiva. - Sim, você e metade da torcida do Chuddley Cannons. Mas, fique sabendo, que ela já é comprometida! - É? - perguntou Josh, com um ar triste. - Sim! Com o meu amigo, Mark! Duvido que ela troque ele por você! – Sam sentiu que estava sendo muito agressiva, mas não estava se importando nada com isso. Josh era um idiota...merecia ouvir! - Nossa...você sabe como deixar minha auto estima lá em cima, Sam. Bem, foi bom ver você de novo! Até mais. Depois de xingar a si mesma de todos os nomes que conhecia por ser tão estúpida e grossa, Sam sentou na mesa da Corvinal e pegou seu horário. Quase engasgou com o suco de abóbora ao ver a quantidade de aulas que os alunos do 5° ano teriam. - Sarah...acho que entregaram o horário errado para a gente! - Não, Sam, é esse mesmo. Agora somos alunos de NOMS! - Já tinha até me esquecido disso...MERLIN! A segunda vai começar com duas aulas de poções!! Eu vou me afogar no lago!!! - Não seja tão dramática, Sam! - Dramática?! Se o Slug não me matar esse ano, eu serei sortuda! Pelo menos, eu tenho os dois tempos de runas vagos hoje. Falando nisso, vamos logo para a aula que eu não quero começar o ano com detenção. Sarah e Sam encontraram Monn no corredor e as três foram para a classe de Poções. No corredor, Sam ainda viu Josh passando e cochichando algo para Drake, enquanto apontavam para Evans. Samantha sentiu o sangue subir e a vontade de jogar uma azaração na menina era tão grande, que teve que lutar com todas as suas forças contra a própria mão que insistia em agarrar a varinha. Assim que pisou na sala de poções, Slughorn lançou um olhar assassino para a menina, que se encolheu e foi sentar com Monn, bem no fundo da sala. Morria de medo do professor. Samantha achou que ele fosse lançar algumas indiretas sobre a explosão da Masmorra por uma das poções loucas de Sam, mas ele passou a aula inteira falando da importância dos NOMS, blá, blá, blá e a única alma que parecia estar prestando atenção era Sarah. Monn contava empolgada sobre seus progressos na relação com Drake, mas Sam estava em um lugar bem distante. Não conseguia parar de pensar nas coisas idiotas que tinha falado... - WOOD! SERÁ QUE EU VOU PRECISAR CHAMAR SEUS PAIS AQUI NO COLÉGIO NOVAMENTE? – Slughorn estava tão vermelho que Sammy levantou a cabeça depressa e ficou o resto da aula olhando, aparentemente hipnotizada, para o quadro e tentando absorver por osmose as instruções de como preparar uma poção decente. Quando o sinal tocou, a garota saiu da sala correndo, antes que Slug resolvesse dar mais um ataque. Samantha desconfiava que ele ainda não tinha esquecido sobre os incidentes do ano passado, mas não estava realmente se importando com isso, já que agora tinha aulas de feitiços e ela amava o professor Flitwick ( o único que não lançava um olhar ameaçador ao encontrá-la no corredor). Depois de ouvir a mesma ladainha sobre os NOMS e de fazer uma anotação mental sobre o que escreveria na sua lápide se não sobrevivesse ao 5° ano, os alunos praticaram alguns feitiços antigos e Samantha foi realmente muito bem, conseguindo 10 pontos para a Corvinal, o que ajudou a melhorar seu dia, um pouquinho. Agora tinha o almoço e dois tempos vagos. Engoliu a comida e saiu em disparada pelo corredor, deixando Sarah e Monn na mesa. Chegou na mesa da Grifinória e, antes que pudesse chamar Cott, Tiago a chamou. - Oi, Sammy! Você já conhece o Frank? – disse Tiago, apontando para um menino que sorria com a mão esticada para Samantha. - Oi, Tiago! Ah...não. Oi, Frank! Você se incomodaria se eu conversasse com você depois? Eu preciso falar com o Cott. Tiago deu um sorrisinho sarcástico. - Falar com ELE? - É sim, Tiago! Por que, algum problema? – disse Sam, ameaçadora, puxando o braço de Cott. - Uhnn...não, você é quem sabe, Sammy. Até mais! Samantha não respondeu, só conduziu o amigo até uma área deserta do castelo. - Sam...você está me assustando, amiga. Aconteceu alguma coisa? - Sim e não...preciso da sua ajuda! Não queria falar com as meninas, porque elas vão ficar implicando comigo e bem... - Desembucha, Sam! Mas já deu pra perceber que tem garoto no meio! Sam sorriu levemente - Tem...mas não vou te dizer quem é... - Se você não me contar vai ficar difícil ajudar... - Eu descrevo! Ele é muito legal, simpático, joga quadribol...mas ele me trata como uma irmã caçula...e ela gosta de outra menina! - Merlin! Não tinha ninguém menos complicado, não? Ouvi dizer que aquele menino Longbottom da Grifinória gosta de você... - Pouco me importa! – gritou Sam, mas se arrependeu de ter feito isso com o amigo – Quero dizer...me desculpe! Mas é que eu gosto realmente desse menino! - Deu pra perceber...mais um segundo e você me acerta com a bolsa. - Me ajuda, Cott! - Ai...primeiro você tem que mostrar para ele que não é irmã dele! Sei lá...tenta deixar ele com ciúmes. - Cott, você não está entendendo. Ele não teria ciúmes de mim nem que eu saísse com a modelo da capa do “Bruxos da Semana”! -Nem que você saísse com alguém bem popular e disputado pelas garotas da escola? - E quem seria esse? - Tiago Potter, oras! Você vive conversando com ele...péssimo gosto, mas...fazer o quê? - Vocês só pode estar brincando! Ele é meu amigo, Cott! Eu nunca sairia com ele! - Faz de conta, Sammy! - Nunca! - Você é difícil, Sam! Ele, com certeza, iria ficar com ciúmes! - Não, Cott...você não conhece ele... - Ai, tadinha da minha menina! Eu vou ter uma idéia genial nem que eu tenha que ficar pensando nisso a noite inteira, tudo bem? Samantha sorriu e abraçou o amigo. - Só você, Scott! Já disse que te adoro? Bem, não comenta com as meninas, por enquanto...eu vou contar para elas, mas não agora. - Pode deixar. Como foi seu primeiro dia de aulas? Sam passou os tempos vagos de runas conversando com Cott, até as garotas saírem da sala e perguntarem o por quê dos segredinhos. Sam piscou para ele e foi correndo para a aula de transfiguração. Depois do que pareceu ser uma eternidade, saiu da sala e foi para o dormitório. Não estava com vontade de falar com ninguém, muito menos de jantar. Deitou na cama, tentando lembrar de todas as tarefas e deveres de casa. Logo o quadribol também começaria e ela tinha vontade de entrar para o time...quem sabe nesse ano. Fechou os olhos devagar e adormeceu rapidamente, sonhando com dias melhores, menos monótonos e desejando ser uma aluna do 1° ano novamente, com um mundo para ser descoberto, uma varinha na mão e nenhuma preocupação! |