Thursday, September 15, 2005
Por muito, MUITO, pouco...

Do diário ic... de Yulli... ic... Hakuna
Scott me levou até a pista de dança, afobado. O que uma fuga da legalmente retardada não fazia com uma pessoa. Até começaríamos a dançar música lenta, mas não tínhamos aquela melação toda de casais apaixonados, então com um estalo, Scott colocou um tango bem mais animado, e me puxou do nada. Levei um susto tão grande... Estava tão compenetrada encarando Louise e Remo que quando ele puxou minha mão quase que caio de cara no chão. Merlin, que cena patética. Começamos a dançar um “tango”... Scott era profissional, rodava de lá pra cá em passos perfeitos, mas meus quadris eram duros e ele tentava a impossível missão de fazê-los requebrar ao som da música.
No começo até estava tentando me concentrar em suas lições particulares de tango, mas depois virou palhaçada, pra variar né, e só rodávamos na pista tentando nos aproximar o máximo do casal lento quase parando da festa. Dá pra acreditar, os dois estavam tão compenetrados na música que eram o único casal que dançava em ritmo devagar com aquele tango. Quando chegávamos bem perto deles, Scott abria seu jogo de mímicas e começava a fazer umas do tipo: Cala a boca e beija logo, ou, você está com cara de peixe morto. Ele imitava a cara de Louise perfeitamente, e arrancava risinhos sufocados de todos ao redor. Enquanto isso, eu me sacudia e balançava molemente ao lado dele, o que era pra representar algo do tipo: BANANA, mas que depois, me disseram que mais estava parecendo nega maluca.
Ficamos nesse lero lero de vai não vai, e a criança aqui, aliás, as crianças, porque Scott não hesitava em me acompanhar, entrando na bebida. Toda hora era uma cerveja amanteigada ou um whisky de fogo na mão. Scott começava a contar piadinhas idiotas de loiras, para que Monn e Hilary ouvissem, eu não sei se ria, ou se chorava de rir, estava patético. Quando tentávamos dar alguns outros passos da dança sempre pisávamos um no pé do outro e quase caíamos. Uma verdadeira zorra!
Quando tentava fazer aquele passo mais antigo do tango, no entanto, Scott ficou parado e nem respirava direito com todas as suas atenções desviadas para Louise e Remo. Remo segurava a cintura dela com uma das mãos, a outra pegava na outra mão dela e eles se encaravam, se encaravam. Remo chegou bem, bem, beeem perto e...
Primeiranista empata: TEM GENTE VINDO!
Eu não sei se sentava e chorava, se ria, se desmaiava com tanto álcool no cérebro, ou se batia no primeiranista. Ainda preferiria que eles estivessem sido pegos se beijando do que ter que esperar uma próxima oportunidade pra se entenderem. Se aquilo já estava uma zorra, não era comparado ao que ficou depois. Só via gente correndo desesperado de um lado pro outro, bêbados batendo a cabeça na entrada da passagem secreta, gente desmaiada no chão que outros tentavam por tudo levantar, e Louise que era a mais consciente, movimentava a varinha rápida fazendo desaparecer qualquer vestígio de festa.
Quando a Lufa-lufa voltou a ser uma Sala Comunal quieta, estávamos sentados nas poltronas esperando as tais pessoas chegaram, mas CADÊ?
Ai começou o pardieiro. Quando Amos Diggory entrou na sala dizendo que o único objeto ambulante que rondava as proximidades era o nosso aliado, o fantasma da Lufa-lufa, Frei Gorducho. Ai que raiva, queria ter aprendido aquele passo, queria que Louise tivesse se entendido, queria ter ficado mais bêbada. Todos ficaram revoltados, mas ninguém se comparava à Louise. Ela encarava a criança com olhar assassino, e o menino, ao sentir o perigo, subiu mais que depressa pro seu dormitório. É, acabou tão rápida nossa festa, mas estava tão boa... Espero que Louise tenha mais insônias! O que me resta da festa agora, são soluços intermináveis, misturar bebidas me causa isso, e amanhã, huuum, minha cabeça vai estar girando e girando...