![]() Tuesday, September 20, 2005 Ser ou não ser, eis a questão Do diário de Scott Foutley Acordei numa ressaca braba naquele sábado maldito. A festa na Lufa-lufa na sexta-feira anterior tinha sido excelente, apesar de curta. Não me recordo como voltei à torre da Grifinória, mas tenho a vaga lembrança de Celas me arrastando pelo braço e eu aos tropeços nas escadarias de Hogwarts. Talvez isso justifique porque os dedos dos meus pés doem tanto... E fora que estou com a sensação de que tenho algo pra fazer hoje, mas não me lembro o que é. Sai do salão comunal da Grifinória para tomar meu café. Café... Precisava de um urgentemente! Não havia sinal das minhas amigas em canto algum do castelo, provavelmente estavam todas de ressaca também. Merlin, a Yulli! Como será que aquela alma acordou? E a Alex lá, dançando com o tapado do Prewett, senti um clima rolando... E a Louise com o lobo leso dela, será que foram aos finalmentes? Não me lembro direito... Tentava comer uma torrada quando minha irmã apareceu, com uma cara péssima. Acho que a vi ontem na festa e pela cara dela, tomou todas. Ela se sentou ao meu lado. MV: Bom dia maninho. SF: Bom dia e fala baixo, to com dor de cabeça. MV: Festão hein? SF: Onde estão suas amigas? MV: Não faço idéia, devem estar dormindo ainda. SF: Ai, não consigo comer. MV: Vamos dar uma volta então, desde que as aulas começaram que não conversamos direito. Assenti com cabeça a idéia e nos levantamos indo caminhar pelo gramado da escola. Alguns alunos que estava na festa se encontravam estirados na grama, dormindo. Outros passeavam e falavam alto, num volume irritante. Havia movimento no campo de quadribol, mas não tinha forças de ir ate lá ver quem estava treinando. Megan e eu nos limitamos a caminhar a passos de tartaruga em volta do lago, conversando sobre amenidades. Fazia tempo que não tinha uma conversa saudável com minha irmã, elas geralmente ou começavam ou terminavam em brigas. Riamos como amigos, lembrando de alguns fatos engraçados que ocorreram nas férias, como os caipiras que moravam nas proximidades da casa da vovó e que pensavam que moravam no Texas ou num filme trouxa de faroeste. Gente brega, mas eram risadas garantidas nas festas agropecuárias da cidade. Deprimente ou não, esse foi o ponto alto das nossas férias. Já cansados de andar em círculos, nos largamos na grama, perto do lago. Megan logo tirou os sapatos para molhar os pés naquela água gelada e imitei seu gesto. Ela fez uma cara seria e se virou pra mim. MV: Scott... É verdade o que dizem? SF: O que dizem sobre o que? MV: Você sabe, sobre isso... que você... ah, você sabe! SF: Nossa Megan, não me espanta você ter ido parar na Corvinal, com toda essa sua habilidade de se expressar. MV: Não começa a implicar. Não sei como dizer! Mas você me entendeu, to falando sobre o que comentam de você! SF: Ah, isso... Megan me olhava com uma expressão que misturava curiosidade e pena. Não sabia o que responder. Não gostava de falar sobre isso. Ela insistiu. MV: Você é ou não é? SF: Sou ou não o que? MV: Não me faz dizer, por favor. SF: E se eu for, muda alguma coisa? MV: Não, claro que não! SF: Então por que é tão importante assim pra você saber? MV: Ah, não sei. Acho que não é importante mesmo... Megan se calou e eu também. Nunca havia dado importância para os comentários maldosos que faziam a meu respeito, mas de uns tempos pra cá, eles estavam começando a me incomodar. Não sabia dizer o porquê me incomodavam tanto, eles apenas não passavam mais batidos, já não era possível deixar que eles entrassem por um ouvido e saíssem pelo outro... |