Friday, September 30, 2005

Surpresas de aniversário – Parte I

Do diário de Louise Storm


Sábado chegou. Pareceu-me que a noite não durou nada. Alex me acordou aos berros e quando abri os olhos, ela estava parada lá com Yulli, ambas segurando balões e assoprando uns apitos que Yulli havia comprado nas férias em uma loja trouxa.

YH: Eee PPARABÉNS!
AM: Sai da cama! – Alex atirou meia dúzia de travesseiros em mim e me desequilibrei, caindo no chão.
LS: Obrigada meninas! Mas sem gritar, ta cedo...
YH: Que cedo o que? Sai logo daí, pois temos muito que fazer até a noite.

Levantei-me com muito custo, tomei meu banho, me arrumei e fui encontrá-las no salão comunal. Mark estava lá de plantão para me desejar feliz aniversário, junto com outros lufos. O mesmo aconteceu durante toda a manha. Meus amigos vinham falar comigo e acabavam ficando pela mesa da Lufa, tumultuando ela. Todos querendo saber detalhes da festa que teria de noite. Merlin, ainda tinham muitos preparativos para mais tarde, tanta coisa pendente! Apesar de ter passado o dia reunindo todas as minhas forças para esquecer a vergonha que passei na tarde anterior, conseguimos organizar o que faltava e até ali tudo estava se encaminhando para ser uma festa inesquecível...

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O salão lufal já estava apinhado de gente quando entrei. Alguém gritou “a aniversariante deu as caras!” e um mundo de gente avançou em minha direção. Mas quem eu mais queria que viesse não se mexeu. Remo estava parado do outro lado, sozinho. Quando consegui sair do meio dos abraços, não consegui mais encontra-lo. Scott me resgatou do meio da multidão me conduzindo pro lado menos povoado do salão, quando senti dedos se fecharem no meu pulso livre e me pararem. Scott voltou e viu Remo segurando meu braço. Ele soltou-me na mesma hora e saiu atrás das meninas.

RL: Não terminamos a dança da ultima festa. – e já foi me puxando pro meio das pessoas que dançavam, pra minha alegria, uma musica lenta.

You´ve got a way it seems
You gave me faith to find my dreams
You´ll never know just what that means
Can´t you see... you got a way with me

Minha mão tremia e suava frio. Tentei controlar isso de maneira que ele não percebesse, mas não obtive sucesso. Ele enlaçou os braços em volta da minha cintura e senti a temperatura do meu rosto atingir 40º. Ele tinha o rosto muito próximo ao meu e eu podia sentir seu coração batendo depressa. Continuamos assim por umas 2 musicas, se é que eu contei certo. Não estava raciocinando bem...

You´ve got a way with words
You get me smiling even when it hurts
There´s no way to measure what your love is worth
I can´t believe the way you get through to me

RL: Podemos conversar? – disse finalmente, me conduzindo pro canto do salão.
LS: Claro... – eu falava, mas meu cérebro não trabalhava com a rapidez normal.
RL: Confesso que fiquei surpreso ontem quando vocês invadiram a torre da Grifinória.
LS: Garanto que você não foi o único. Ah, só pra constar, eu não sou retardada, ok? Nunca iria imaginar que a Sarah faria isso. Ela me puxou de repente e sem avisar nada.
RL: Tudo bem. Conheço-a muito bem e sei que às vezes ela tem esses surtos. – ele sorria enquanto falava. Que sorriso mais lindinho. Tinha a sensação de que todos os órgãos dentro de mim haviam desaparatado e corriam alucinados pelo meio do povo, deixando só o coração, que hora ou outra pulava pelo vácuo que ficou.
LS: Pensei que você não iria aparecer, depois da prensa de ontem.
RL: E porque não viria? Tem muitas coisas interessantes pra se fazer numa festa.
LS: Tem razão, há várias coisas interessantes a se fazer...


Encaramos-nos por alguns segundos e rapidamente passei a olhar para meus sapatos. Tinha uma manchinha no canto esquerdo, limparia mais tarde. Remo também encarava os seus. Teria ele encontrado uma mancha também? Tentava não olhar fixamente para ele, tinha receio de fazer a tal cara de peixe morto que Scott dizia que eu fazia sempre que o via. Encaramos-nos novamente. O rosto dele estava muito perto do meu. Se ele fosse sardento, daria para contar cada uma das sardas. Meu coração agora batia depressa. Pensei que ele abriria um buraco no primeiro lugar que encontrasse e se juntaria aos outros fugitivos. Aquela praguinha de garoto do 1º ano entrou novamente correndo. “Acho que vi McGonagall e Sprout!”, ele falou baixo para Amos Diggory, que estava perto de nós. Vi Amos puxar ele pela orelha e sumirem pelo buraco do retrato.

RL: Ah não, dessa vez não. Nem pensar!

Meu coração parou. Remo puxou-me pra junto dele e me beijou. Uma de suas mãos me segurava firme e a outra estava apoiando minha cabeça. Tarde demais, pois o cérebro já havia escapulido pela orelha e saltitava em volta de mim, de mãos dadas com os outros órgãos desertores. Sem cérebro para pensar, envolvi meus braços nele e me deixei levar pelo beijo...

((Continua...))


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N.A.: Os trechos são da música You’ve Got a Way, da trilha sonora de Um Lugar Chamado Notting Hill.