Thursday, September 29, 2005

Uma ajudinha de Sarah...

Do diário de Louise Storm


Ainda estávamos no ultimo dia de Setembro, somente a 4ª semana de aula, mas todos já enlouquecendo. Os professores estavam fissurados nos nossos NOMs e nos aterrorizavam a cada aula, com as pilhas intermináveis de deveres. Eu andava num estresse só. Não estava dando conta de tanto dever, treino de quadribol e não estava mais conseguindo pensar em táticas novas para os jogos. Minha cabeça andava nas nuvens. Pra ser mais exata, andava no salão comunal da Grifinória. O fato de estar sendo constantemente interrompida por algum tipo de mandinga, como Scott me lembrava todos dos dias, já estava me irritando. Teríamos nossa segunda festa do ano na Lufa-lufa naquele sábado e minha cabeça tava a ponto de explodir: ele ia à festa, com certeza, eles não perdem nenhuma. E teria que aproveitar, pois a festa era por conta do meu aniversário!

Estávamos a caminho da aula de Transfiguração naquela sexta-feira aparentemente normal, quando Sarah, vendo que eu entraria em colapso a qualquer instante, agarrou meu braço e saiu me puxando pelos corredores.

SB: A gente volta já, guardem uns lugares decentes.
LS: Onde você ta indo? A sala da McGonagall é pro outro lado.
SB: Não estamos indo para a aula. Estamos indo resolver seu problema.
LS: Como assim? Vai pagar alguém pra fazer meus deveres?

Mas eu sabia que não era exatamente isso que ela tinha em mente. Meu maior temor se confirmou quando ela entrou no corredor que levava a torre da Grifinória. Scott estava saindo na hora em que nós alcançamos o retrato da mulher gorda.

SF: Estão perdidas?
SB: Scott abre a porta, por favor. Precisamos falar com uma pessoa.
LS: Ta louca?? Me solta! – eu tentava desesperadamente soltar meu braço das mãos de Sarah, mas ela era incrivelmente forte.
SF: Oooh, claro. “groove” – disse parecendo entender a situação e a mulher gorda nos deixou passar.

Entramos no santuário. Era tudo tão vermelho... A única coisa que realmente me lembro, o resto foi Sarah e Scott que me contaram no fim do dia às gargalhadas. Remo estava sentado sozinho (ai Merlin, menos mal) perto da lareira. Lia um livro concentrado e se assustou ao nos ver entrar. Levantou-se rapidamente e veio ao nosso encontro. Sarah disse que apertei o braço dela com tanta força que ela obrigatoriamente se lembrara de mim pelo resto de sua vida.

RL: Sarah? O que faz aqui? Como entrou?
SB: Scott nos deixou entrar, precisava falar com você.
RL: Ah sim, ele. Oi Louise, tudo bem?
LS: Oi Remo, tudo ótimo. Sarah vamos embora?
SB: Ainda não, só um instante... Remo é o seguinte: minha amiga aqui atrás gosta de você. Espero que você vá à festa amanha lá na Lufa, que por sinal é pelo aniversário dela, e que se entendam de uma vez por todas!
LS: SARAH!!!!
RL: Eeer... Eu... Claro! – disse ele, pego totalmente de surpresa. Juro que não foi o único!
SB: Ótimo! Nos vemos amanha então.
RL: Claro, combinado. Eu vou poder falar com ela amanha, certo?
SB: Ah sim, com certeza! Ela ta quieta, mas uma vez que ela começa a tagarelar, ninguém consegue faze-la parar. Juro que já tentei.

Sarah deu as costas a ele despedindo-se e saiu me puxando. Estava difícil definir minha cor naquele momento. Segundo Scott, estava mais para verde musgo. Acenei para Remo completamente sem graça e desaparecemos pelo retrato da mulher gorda, deixando-o rindo sozinho lá dentro. Quando já estávamos na metade do corredor, Sarah me soltou e eu desabei no chão. Estava sem força nenhuma nas pernas.

SF: Levanta mulher! O pior já passou.
SB: Doeu alguma coisa falar com ele? Já pode riscar isso da sua lista.
LS: Não, porque foi você que falou. E não da pra sentir dor de tanta vergonha!! Você é louca!!! Dissimulada!! O que andou bebendo no café da manha??? Eu... Eu vou... Não sei o q... Ai droga, obrigada amiga!!
SB: Ai, você não existe!! De nada, deu pra perceber que sem uma ajuda, você ia sair da escola sem dar uns beijinhos nele. Ao menos agora ele já tem certeza que você gosta dele e não fica no “devo ir ou não?”.
SF: Sim, agora é vai ou racha. Esse com certeza foi um daqueles momentos que a gente guarda na memória pro resto de nossas vidas... Sempre que estiver deprimido, é só memorizar a cena pra dar risada.
LS: Não achei a menor graça... Não tinha onde enfiar a cara!!
SB: Amanha você descobre onde enfia a sua cara. Agora vamos que se nos atrasarmos pra aula da McGonagall vamos levar detenção.
SF: Tchau meninas, tenho aula de Feitiços agora.

Corremos pelos corredores do 7º andar ate alcançar a sala de Transfiguração. Alex, Yulli, Sam e Monn haviam guardado uns lugares bem no meio e McGonagall havia começado naquele instante a aula. Nos sentamos o mais discretamente possível, mas nada escapa aos olhos daquela mulher.

MM: Atrasadas de novo, meninas?
SB: Desculpa professora, estávamos do outro lado do castelo.
MM: Dessa vez passa. Sentem-se quietas e abram seus livros na pagina 348.
AM: O que houve? Onde vocês foram?
SW: Porque a Louise ta com essa cara de que viu passarinho verde?
YH: Louise? Tem alguém ai? Oooii? – Yulli tentava chamar minha atenção, mas eu olhava fixamente para o quadro, ignorando seu estalar de dedos na minha cara.
MS: Ela ta enfeitiçada?
SB: Só se for pelo Remo... Não da pra contar agora, mas só resumindo: acho que de amanha não passa.
AM: Eu sabia que ele devia ser o culpado pela demora!
YH: eeeee, você vai dar uns amassos!! – Yulli dessa vez não estalou os dedos, mas me sacudiu com tanta empolgação que sai do transe assustada.
MM: Silencio!

A agitação das meninas cessou imediatamente e voltei ao meu transe. Não faço idéia do que McGonagall ensinou naquela aula, não conseguia absorver nenhum tipo de informação útil. Tava com a cabeça no mundo da lua...