Tuesday, October 04, 2005

Curtindo a detenção adoidado

Dos devaneios de Scott Foutley


Tinha o 3º tempo de quarta-feira vago, pois não fazia aula de estudo dos trouxas. Estava me encaminhando para a biblioteca para adiantar o dever de Transfiguração daquela tarde quando a professora McGonagall me parou no corredor.

MM: Sr. Foutley, uma palavrinha, por favor.
SF: Claro, pode falar professora.
MM: O senhor deve comparecer hoje às 17:30 no campo de quadribol, terá um monitor a sua espera para lhe delegar a tarefa da detenção.
SF: Que detenção???
MM: A detenção por conta da brincadeira de péssimo gosto que o senhor e seus colegas aplicaram em três alunos da sonserina.
SF: Ah sim, essa... – prendi o riso ao me lembrar do Snape/Donna Summer.
MM: Não tem graça, espero um comportamento melhor dos alunos de minha casa.
SF: Desculpa professora.
MM: Não se desculpe, apenas não repita isso. O aviso esta dado, não se atrase hoje.

Bati continência para a professora e ela saiu apressada corredor abaixo. Meleca de trasgo, aposto que vão me mandar fazer algo que me deixe sujo...

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Sai correndo da aula de feitiços, pois havia ficado retido por Flitwick para lhe ajudar com umas tarefas doidas que ele anda planejando para nossa turma. Cheguei ao campo suado para encontrá-lo ainda vazio. Mas nem bem se passaram 2 minutos e Yulli apareceu, também correndo. Louise chegou logo depois e ficamos a esperar o monitor. Ele surgiu um tempo depois e para a alegria geral, era um sonserino. O tal tava amando nos delegar as tarefas. No mínimo, dentro de sua vidinha patética, ele estava se sentindo vingado pelos colegas. Fiquei encarregado de cortar a grama do campo. Não disse que seria algo que implicasse sujeira?

Apanhei a tesoura de jardinagem da mão dele e comecei a podar aquele matinho infeliz. Nunca tinha reparado como o campo de quadribol era grande. Ô Merlin, se eu já não curtia o esporte, vou passar a odiar agora. Engatinhei por mais da metade do campo, aparando pedaço por pedaço daquele gramado dos infernos, quando vejo Lou e Yulli se comunicando por placas. Foi quando veio a luz. Conjurei uma pra mim, escrevi “Vamos brincar de mímica?” nela e ergui. As meninas ao lerem, fizeram sinal de positivo e começamos a jogar. Lou foi a 1ª, nos matando de rir com uma imitação mais do que perfeita da roliça professora Sprout. Seguimos nesse ritmo até que acertei a imitação de um elfo domestico que Yulli fez e escolhi uma musica para elas adivinharem.

You broke my heart
Cause I couldn´t dance
You didn´t even want me
Around, and now
I´m back to let you know
I can really shake ´em down

Conjurei um par de óculos escuros, afrouxei a gravata e comecei a andar de um lado para o outro como um faraó, cantando baixo a musica para não me perder na coreografia.

Do you love me (I can really move)
Do you love me (I´m in the groove)
Now do you love me (do you love me)
Now that I can dance (dance)

Yulli e Lou me olhavam intrigadas, sem entender que diacho de musica era aquela. Conjurei agora um chapéu como aqueles que os mafiosos dos filmes trouxas usam, colocando-o na cabeça. Minha varinha era o microfone improvisado. Eu agora pulava pela grama, com passinhos ritmados.

Watch me now (wow)
Work, work, oh work it out baby
Work, work, well, you drivin´ me crazy
Work, work, a just a little bit a soul now (work)

Yulli pareceu desistir de adivinhar e dançava comigo em seu canto, fazendo uma coreografia com o pano de chão sujo. O limpo estava amarrado em sua cabeça. Ela estava de pé no balde e rebolava ao som da musica que eu agora cantava a plenos pulmões.

Watch me now, oh, (work, work)
Ah, shake it love, shake it (work, work)
Ah, shake it, shake it down (work, work)
Ah with a little bit a soul, now (Bum,bum,bum,bum,bum,bum,bum)

Louise também havia desistido e dançava agarrada ao esfregarão, pulando feito um macaco pelos degraus. Ela rodopiava com ele como se dançasse uma valsa, só que ritmo de rock. Não era algo que pudesse ser considerado de fato uma dança. Apanhei a tesoura no chão e tocava ela, imitando o som da guitarra, quando senti uma mão pesada no meu ombro e minha perna ceder um pouco com a força que a mão fazia. Olhei de lado e vi um rapaz com um distintivo da Corvinal me olhar serio. Aparentemente McGonagall havia se dado conta que estávamos sem supervisão e o enviou. Larguei a tesoura, tirei os óculos e o chapéu e sorri sem graça pra ele. Olhei pra onde estava Yulli e vi Evans parada ao lado dela, com uma cara séria. Yulli parecia a ponto de assar a ruiva com a bola de fogo que estava prestes a cuspir. Procurei Louise para ver quem estava com ela e a vi atracada com o Lupin. Cachorra! Foi a única que se deu bem... Peguei novamente a tesoura e voltei a engatinhar pelo resto do gramado que ainda estava com falhas. Se precisarem de um jardineiro, é só chamar Scott, o elfo doméstico. Vou sair graduado em mato dessa detenção...

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N.A.: Trechos da musica “Do You Love Me”, do The Contours.