Wednesday, October 05, 2005

Era pra ser uma detenção, quer dizer, foi uma detenção... Ah, sei lá!

Do meu diário, é, o meu, Yulli, eu mesma!

Quando o sinal da última aula tocou hoje, juntei minhas coisas na mochila e saí correndo em direção ao mukifo lufano pra deixar meus materiais. Saí apressada, correndo e já estava atrasada, e quando chego no Campo de Quadribol, Scott estava sentado e largado na grama respirando ofegante, como se também tivesse correndo. Mal tinha falado alguma coisa e Louise vem correndo na nossa direção balançando suas madeixas ruivas.
Estávamos ali confabulando sobre o que seria a nossa detenção e se Minerva teria sido estúpida o bastante pra nos deixar cumprir uma detenção juntos, quando me entra um Sonserino, creio do 7° ano, com cara de orangotango, aliás, pose também, e todo sorrisos, já jogando baldes, escovas, panos, e sabões na minha direção! Antes que pudesse perguntar onde teria que limpar, ele me apontou imperioso para os quatro vestiários e a salinha de Madame Hooch.
Ótimo, limpar salas era comigo mesmo... Coisa boa! Não poderiam ter escolhido uma melhor, essa foi a dedo e especial pra minha pessoa. Comecei com o vestiário da Corvinal, que estava até conservado. Algumas vassouras penduradas, peças de uniformes espalhadas, e papéis jogados, mas nada que eu não pudesse resolver rápido. Recolhi os papéis, e as peças de uniformes e deixei tudo encima da mesa. Passei um pano em tudo, e joguei um líquido verde que o monitor tinha me dado. Descobri mais tarde que o líquido era como detergente, e eu achei que fosse aromatizante... Ah, se continuasse tão fácil assim!
Fui andando de cabeça baixa e desanimada pro próximo vestiário: o nosso. Meu Deus, que bagunça! Olha, tudo bem que a Lufa-lufa era a casa festeira, mas Merlim, não posso esquecer de avisar pros meus seis queridos amiguinhos do time se comportarem mais no vestiário. As vassouras no chão, sapatos, uniformes inteiros, bolinhas de papel, um tinteiro quebrado no canto e o chão todo sujo. Tinham coisas na parede do tipo: “Mark e Lily, forever” e ao redor um monte de coraçõezinhos com flechinhas. Meu nome, escrito em pelo menos 15 idiomas, e outras coisas como: “Louise, agora comanda o espaço, portanto, silêncio! PS: Louise e Remo, ainda não, mas pra sempre!” Nossa como esse povo da minha casa é meloso! Depois de dar uma geral em tudo, vi algo que me fez ter inspiração na hora. Encaminhei-me até a mesa de Louise e peguei um pedaço de papel e uma pena, e em letras garrafais grandes, escrevi: Dá pra ler isso, daí? Estiquei o braço pra Louise que limpava a arquibancada, e ela não olhava, ai começou toda a minha dança discreta. Subi encima do balde, amarrei o lenço limpo na cabeça, e comecei a pular e balançar o papel, até que Louise me respondeu: Siiim...
Ah, não preciso nem dizer que aí virou bagunça né? Eu e Louise estávamos tendo um verdadeiro diálogo, e Scott logo entrou na dança, quero dizer, no diálogo. Começamos a brincar de mímicas, e logo, eu me encontrava pulando, e rodando em torno do balde, sacudindo no ar o pano sujo, rebolando e...
Lá estava uma pessoa de cabelos ruivos vivos, e olhos verdes, encostada na porta, sacudindo a cabeça em desaprovação, e me olhando como se eu fosse um daqueles bichos da Aula de Trato das Criaturas Mágicas. Lílian Evans me encarava com um ar totalmente de superioridade, e na hora que a vi, fiquei tão assustada que meu cabelo ficou verde limão. Quando me recompus, olhei pro gramado, e lá estava Cott, com sua tesoura na mão e um gramado pela frente e... Lá estava Lou, cachorra, à toa, amiga da onça. Largou o esfregão pra se esfregar no Remo. Olha, depois quero pesquisar o mapa astral da Louise, porque ela com certeza deve ter nascido com a bunda voltada pra alguma das centenas de luas.
Continuei minha limpeza pelo vestiário da Sonserina, que estava tão desorganizado como o nosso, e por último o da Grifinória. No da Grifinória, não sei se ria, ou chorava. Em cima da mesa do capitão, tinha vários papeizinhos de táticas e, além disso, várias cartinhas de coraçõezinhos endereçadas a Tiago Potter. Tinham umas até com Admiradoras Secretas. Ai, não estava acreditando, respirei aliviada quando saí do vestiário e me dirigi pra minha última parada, salinha da Madame Hooch.
Para a minha total infelicidade, era pior, muito pior que eu imaginava. Após limpar o chão e a mesa, lustrar as estantes, e as bolas, ainda tive que “aparar” as vassouras das escolas, e polir cada um de seus cabos. Estava entediada de fazer aquilo, e com uma vontade louca de pular no pescoço da Evans que agora, lia descontraída o Semanário das Bruxas, quando Mark, o salvador da pátria, ou quem sabe, da detenção adentra o precioso recinto.
Chegou com um papo romântico e meloso pra Lily, e eu já estava prestes a vomitar com aquele doce todo, quando ele sai arrastando ela pra fora da sala. Ai que raiva que fiquei de princípio... Já estava quase gritando, quando vejo algo voando na minha direção e me acertando em cheio a testa. CESTA! Quando fui ver, a varinha de Mark se encontrava na minha mão, quase que implorando pra ser usada. Você sabe, eu não queria, mas ela insistiu tanto, que com um simples giro e palavrinha, as vassouras estavam lustradas. Quando ouvi Lily se aproximando novamente, enfiei rápida a varinha do Mark no bolso e fingi estar limpando o último cabo.
Ela, ainda não acreditando, foi inspecionar cada um dos cabos de vassoura, me olhando intrigada, até que me liberou. Olhei Mark, quase chorando de gratidão e sai arrumando os utensílios elfais. Lílian logo se despediu de Mark também, e saiu em direção ao castelo falando que ia estudar. Seguimos pro vestiário da casa, agora limpo e organizado, para esperar o início do nosso treino de quadribol, o que só seria possível, quando Louise percebesse que o mundo não acaba em verbo beijar!

(continua...)