Saturday, October 15, 2005

A festa e o seu trágico fim

Sarah: Pronto! Finalmente acabei.

A garota olhou em volta: a Sala Precisa estava pronta para a festa. Luzes coloridas por toda a parte, máscaras e plumas pendiam do teto e decoravam as paredes. Alguns elfos haviam arrumado a mesa dos comes e bebes e o bolo de chocolate, em forma de pata de cachorro, estava no centro da mesa.

Sara selou a porta com um toque da varinha e correu para o Salão Comunal da Corvinal. Lá, todos estavam em alvoroço. Encontrou Melchior sentado em uma poltrona, com um livro de runas nas mãos.

Sarah: Tem certeza que você não quer ir?
Melchior: Não, obrigado. Eu vou ficar bem aqui. Não quero brindar e comemorar o aniversário daquele garoto.
Sarah: Melchior, não fala assim... eu gosto dele.
Melchior: Eu sei, desculpa. Não se preocupa comigo, eu vou ficar bem aqui, já disse. Vá tranqüila e divirta-se!

O garoto sorriu para a amiga. Ela suspirou e correu para o dormitório. As meninas testavam maquiagens e feitiços para alisar cabelos, enquanto os garotos as aguardavam impacientes. Sarah pegou as fantasias, colocou em uma sacola e correu para os jardins.

Sirius, Remo, Tiago e Pedro estavam lá, revezando as voltas na motocicleta. Quando Sarah apareceu, Sirius estava aterrissando. Ela piscou para Remo, que entendeu que tudo já estava pronto, e ele e os amigos voltaram para o castelo, deixando Sarah e Sirius a sós.

Sirius: Oi princesa! O que tem nessa sacola?
Sarah: Nada demais. São coisas velhas que eu vou levar para os elfos, talvez eles possam utilizar.
Sirius: Vamos pro castelo então? A gente deixa isso na cozinha com os elfos e depois...
Sarah: Não. Eu quero que você me leve lá no cume daquela montanha.

A garota apontou a montanha que do outro lado de Hogsmeade.

Sirius: O que você quer fazer lá?
Sarah: Aah... o pôr-do-sol deve ser lindo lá em cima... Me leva?

Sarah fez a cara mais dengosa que conseguiu e acabou desarmando o namorado. Sirius deu-lhe um beijo e a conduziu até a motocicleta. A garota sentou e os dois sobrevoaram os arredores do castelo, o povoado e a montanha. Lá em cima, a vegetação era rasteira, o que permitia que os dois sentassem para observar o sol se pôr.

Sarah parecia encantada. Sirius, entretanto, estava ficando entediado. Quase uma hora se passou até que o sol finalmente desapareceu no horizonte.

Sirius: Já podemos voltar?
Sarah: Acho que já podemos sim! Nossa, foi lindo! Obrigada!

Sarah abraçou o rapaz e correu até a motocicleta, um sorrisinho maroto nos lábios. Todo mundo já deve estar lá.

Quando eles voltaram ao castelo, os corredores estavam desertos. Os quadros e armaduras, que discutiam animadamente, paravam de falar no instante em que Sarah e Sirius apontavam pelos corredores. Quando Sirius quis subir a escadaria que leva ao acesso à torre da Grifinória, Sarah o deteve.

Sarah: Vem comigo. Tenho uma coisa pra te mostrar.

Um ponto de interrogação se formou na testa dele e ele pensou: Outra vez?? Mas os olhos de Sarah brilhavam com tanta intensidade e ela estava quase dando pulinhos de euforia que ele resolveu ver do que se tratava.

Sarah pegou o namorado pela mão e o levou até o sétimo andar, no corredor da Sala Precisa. Eles pararam em frente à porta, Sarah tocou-a com a varinha e empurrou Sirius para dentro.

SURPRESAAAAA!!!!

O queixo de Sirius foi ao chão. Todos seus amigos, colegas e conhecidos estavam lá. Cada um usava uma roupa mais estranha que o outro. Tiago, todo engessado, pulou no pescoço do amigo e quase o derrubou. Todos aplaudiram a chegada do aniversariante e Sarah estendeu-lhe a sacola.

Sirius: Que é isso?
Sarah: Sua fantasia.
Sirius: Ah não, eu não vou colocar isso.
Sarah: Por que não? Sirius, todo mundo colocou.
Sirius: Nem pensar.
Tiago: Aaah, você vai sim. Nem que eu tenha que usar um feitiço colante.
Sarah: Obrigada, Potter. Sirius, eu volto em 20 minutos, vou me arrumar também. E é bom que você esteja vestido quando eu voltar, ok?

Sirius foi, com cara de poucos amigos, colocar a fantasia. Depois que a vestiu, entretanto, acabou entrando na brincadeira. A máscara e a capa davam-lhe um toque de mistério. Sarah havia feito uma excelente escolha. E também, ela havia preparado a festa, tudo em segredo. Ele não estava sendo nem um pouco grato à namorada bancando o mau-humorado. Pegou uma bebida e saiu circulando entre as pessoas, que vinham cumprimentar-lhe pelo aniversário.

Sarah voltou ao salão. Estava vestida de Rapunzel e havia feito alguma coisa para esticar os cabelos, porque suas duas tranças tocavam o chão. Quando a viu entrar, Sirius foi ao seu encontro, dobrou um joelho na frente dela, tirou o chapéu, fazendo uma reverência, e beijou-lhe as mãos. Típico dos contos de fadas trouxas. Então, conduziu a namorada até a pista de dança.

Várias músicas depois, o casal começou a desfilar pelo salão, inclusive pela passarela de Scott e Yulli, e Sarah acenou graciosamente para os dois. Sarah sentou perto de uma mesinha enquanto Sirius saiu para buscar uma cerveja amanteigada. Enquanto Sarah esperava pela bebida, um rapaz, que vestia máscara, capa e chapéu, como o Sirius, aproximou-se e convidou-a para dançar. Sirius estava rodeado por um bando de garotas. Sarah sorriu e acompanhou o desconhecido até a pista de dança.

Uma música lenta começou a tocar. O mascarado envolveu Sarah pela cintura, e ela segurava os ombros dele. Tinha a impressão de conhecer aqueles olhos verdes, mas não conseguiu identificar a quem pertenciam. De repente, o rapaz parou de dançar e olhou Sarah nos olhos.

Sirius, a alguns metros de distância, viu o garoto segurando sua namorada. Ele sentiu o sangue ferver e correu até o meio da pista.

Sirius: O que está acontecendo aqui?
Sarah: Nada. A gente tava dançando, só isso.
Sirius: Quem é você?
-....
Sirius: Você é mudo, por acaso? O que pensa que estava fazendo encarando a minha namorada daquele jeito?
Sarah: Sirius, calma. Não precisa grit...
Sirius: Calma? Você quer que eu tenha calma? Esse cara ta dando em cima de você e se eu não chego a tempo, você ia cair direitinho na rede dele!
Sarah: Você acha isso mesmo de mim?
Sirius: E ele não tem nem coragem de falar. Vai soltar minha garota ou não?

Sirius empurrou o mascarado. Ele revidou, e acertou-lhe um soco na boca do estômago. Os dois se embolaram no chão, chutes e socos pra todos os lados. Sarah gritava, pedindo ajuda, as lágrimas fugindo de seus olhos. Sirius tinha um corte no supercílio e a boca sangrava. O concorrente tinha o olho esquerdo roxo, do tamanho de uma laranja, e Sirius, esbofeteava-o. Logo, Remo e Mark apareceram para separar os brigões, mas Sirius acertou um soco no nariz de Remo, e Mark levou um chute do mascarado. Scott apareceu para socorrer os amigos, mas acabou atingido pelo pé de Sirius, que mirava a boca do outro rapaz. O desconhecido acabou perdendo o equilíbrio e Sirius desferiu-lhe um golpe certeiro, fazendo-o cair contra a parede, vencido. Ele estava quase inconsciente, cheio de hematomas. Sirius também estava bastante machucado, mas conseguia manter-se de pé.

Sirius limpou o sangue que escorria da boca e aproximou-se do mascarado. Ele arrancou a máscara do rosto do rapaz.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOHHHHH!!

Todos os que estavam ao redor assistindo à briga perderam a fala.

Sirius: Claro, tinha que ser você! Quem mais poderia ser?

O garoto que estava caído no chão era Melchior Levykatz, o melhor amigo de Sarah. A garota havia perdido o chão. Ela irrompeu num choro compulsivo e saiu correndo do salão. Sirius tentou detê-la, mas a garota desvencilhou os pulsos das mãos do namorado e correu porta afora. Sirius não se deu por vencido e foi atrás.
Alguém ajudou Melchior a levantar e levou-o até a enfermaria. Os atingidos por socos e pontapés perdidos também foram colocados aos cuidados de Madame Pomfrey.

Na sala precisa, a musica logo voltou a tocar e festa continuou. Afinal, alguém tinha que comer o bolo. Tiago Potter, mais que depressa, avançou na mesa e se serviu uma fatia generosa. Yulli cutucou-o pelas costas, mas acabou dando-se por vencida e assumiu o controle da festa distribuindo o bolo aos convidados que sobraram, ilesos.