![]() Friday, October 07, 2005 Ossos do ofício Do diário de Scott Foutley A professora Sprout estava circulando entre os alunos, inspecionando os trabalhos. Eu estava em pé dividindo uma bancada com Sarah, sentindo meus joelhos latejarem. Sprout apoiou as mãos em meu ombro e senti a perna dobrar, me fazendo tombar na mesma hora. SB: SCOTT! Sprout: Sr. Foutley, está tudo bem? SF: Eu to bem, to bem, não foi nada. Tentei levantar-me, mas cai outra vez. Não conseguia me firmar de pé. Sprout ordenou que fosse para a ala hospitalar e Sarah e Sammy saíram me rebocando da estufa. SW: O que houve Cott? Ta passando mal? SB: Aposto que é porque você não almoçou. Não te vi no salão principal. SF: Nada disso, foi aquela detenção dos infernos. Passei mais de uma hora de joelhos cortando grama, eles estão inchados. Não fui almoçar porque não consegui andar até lá. SW: Porque não falou antes? Já devia estar na mão de Madame Pomfrey! Elas apertaram o passo e rapidamente chegamos à enfermaria. Pomfrey me colocou sentado na cama mais próxima da porta, esticando minhas pernas com força. Eu urrava de dor, mas ela ignorava meus apelos de que fosse mais gentil. Quando senti o joelho estalar, como se estivesse partindo, ela parou. Ela me perguntou como havia conseguido acabar com eles de tal forma e expliquei a situação caótica do dia anterior. Com uma expressão irritada e resmungando muito, madame Pomfrey foi ate sua salinha buscar algo para minha dor. “Um absurdo a que esses professores submetem os alunos! Não percebem que podem realmente se machucar!”, ela voltou falando, com um vidro de poção com uma aparência suspeita numa mão e uma atadura na outra. Pomfrey: Terei que interna-lo aqui por algumas horas, a poção não tem efeito imediato. SB: Mas ele vai perder aula? Pomfrey: Depois ele recupera, pois não esta em condições de caminhar por pelo menos duas horas. SF: Que pena, vou perder a aula de Trato... – dizia cínico, mas pulando de felicidade por dentro. SW: Ah, então vamos ficar aqui com você, Cott. Pra você não ficar sozinho. Pomfrey: Nem pensar, as senhoritas não estão machucadas ou sentindo dor, podem tomar o rumo de suas aulas. Madame Pomfrey enxotou as duas da enfermaria, trancando a porta. Ela voltou ate mim, fazendo-me tomar aquela poção amarela e amarrando as ataduras em meus joelhos, junto com uma pasta gelada que ela dizia ser um remédio, trouxa, mas muito eficaz para diminuir o inchaço. Pomfrey: Fique quieto ai agora, é só esperar a dor passar. Voltarei depois para tirar as ataduras. Assenti com a cabeça e deitei na cama, dormindo quase que instantaneamente. Estava sonhando com o ultimo concerto da Cher que mamãe me levou quando senti um par de mãos me sacudir violentamente. Abri o olho indignado, pois Cher estava prestes a me passar o microfone no palco, e vi Sarah parada ao lado da cama, Yulli, Sam, Alex e Lou logo atrás dela. YH: Viemos ver nosso paciente predileto! SB: Como você esta? Sente-se melhor? LS: Aqui Scott, trouxe sapos de chocolate pra você. SF: Ue, cadê o Remo? Pensei que ele estivesse colado nos seus lábios... LS: Se não quer os sapos, devolve que levo pra outra pessoa! SF: Brincadeira Lou, você sabe que eu te amo, não é? Obrigada pelos bombons! LS: Sei sim, eu só te aturo porque te amo também. Pentelho... SW: Ficou todo mundo em sala pensando que você tava passando mal. AM: E você não perdeu nada na aula de Trato. As meninas se acomodaram nas camas ao lado e passamos o resto do tempo até a aula de astronomia começar conversando sobre besteiras. A vantagem de se estar hospitalizado, mesmo que seja por uma simples torção, é que você recebe um monte de mimos. Minhas meninas me paparicaram o máximo que conseguiram, até madame Pomfrey ver que meu joelho voltara ao tamanho normal e a dor não existia mais, expulsando todos nós de lá. Mordomia encerrada, só me restou seguir com elas, ainda andando devagar, para a torre de astronomia... |