Monday, November 28, 2005

Corra que o cachorro vem aí!

Do diário de Louise Storm

Onde parei? Ah sim, nas calças sujas de carne. O time foi se trocar de manha e as encontrou lá, limpas e verdes. O cheiro da carne já não era mais sentido, ao menos não por humanos. Já cachorros...

************************************

Enquanto toda a escola se encaminhava para o estádio de quadribol, eu segui para a cabana do guarda-caças, Hagrid. Gigante bobão, não ia muito com a cara dele, mas não era má pessoa, só meio burrinho. Acontece que ele era peça fundamental, pois tinha um cachorrão lambão chamado canino. Peguei o pulguento emprestado e o levei para o campo. Fiquei parada lá embaixo, esperando o momento certo. O time da Corvinal já estava em campo, ainda no chão. Canino já farejava a carne e me puxava com força, querendo se soltar.

-Calma garoto! Guarde a energia pra hora certa.

Canino deu um salto tão forte que me lançou pra frente: o time da Sonserina saia do vestiário conversando, arrogantes como sempre. Soltei o cachorro, que correu desesperado para cima do time. Foi uma cena ridícula, como diria Scott. Os sete patetas correram como gazelas apavoradas pro campo e o estádio todo se calou pra ver. Canino entrou atrás, latindo e babando, tentando morder o traseiro dos velocistas. Os alunos aboletados nas arquibancadas riam abertamente da cena e o time da Corvinal chegou a largas as vassouras pra assistir o show. O cachorro babão conseguiu alcançar o apanhador Sthepen Harper e abocanhou suas calças, as rasgando. Aparentemente ele só é rápido em cima da vassoura, canino não demonstrou dificuldade em alcançá-lo. Ele ficou lá, estirado não chão, enquanto o cachorro lambia suas calças. Harper berrava de medo, lagrimas escorrendo. Lagrimas que não o deixavam ver que canino não pretendia lhe morder, apenas lamber os restos de carne impregnados na roupa. É nessas horas que a gente vê que Sonserino só tem pose de valente, pois nenhum deles teve coragem de ajudá-lo. Bando de frouxos, que recomeçaram a berrar feito maricas quando canino largou Harper e saiu saltando na direção deles. Como se pudesse ouvir meus apelos, o babão avançou em direção a Snape. Observei sentada na grama o seboso gritar como uma donzela em apuros enquanto dava voltas ao redor do campo na tentativa de fugir do cachorro. Canino o alcançou perto das balizas, o derrubando de cara na grama e rasgando suas vestes para encontrar a carne que devia estar escondida lá. Uma pena que a diversão só durou mais alguns minutos. Hagrid veio andando, aqueles pés imensos afundando na grama, e saiu arrastando canino pela coleira de volta para sua cabana. McGonagall me olhou furiosa, pensei que bolas de fogo saltariam de seus olhos e queimariam minha roupa. Ela não teve duvidas de que eu era a autora da peça, pois Slughorn a avisou que eu lavaria os uniformes e também pelo fato de ter me visto rolando na grama às gargalhadas.

MM: Devo entender que a senhorita é a autora disto?
LS: Não sei professora, não posso colocar palavras na boca da senhora.
MM: Não me responda! Levante-se da grama, ande! Vamos até meu escritório, e não quero ouvir um pio!

Levantei com dificuldade da grama, a barriga doía de tanto rir. Os jogadores me olhavam atravessado e imaginei que toda a torcida da Sonserina estava concentrada naquele momento me rogando praga. Segui McGonagall calada, pensando que ela já estava desejando me enviar para a escola de magia da China, como presente de grego para os professores de lá. Ela abriu a porta e me sentei na poltrona. Não era uma sensação agradável estar sentada ali com uma professora furiosa e a porta fechada. Corri meus olhos pela sala, checando se dava para fugir pela janela. Nunca se sabe.

MM: Eu tenho a curiosidade de saber de onde surgem essas idéias estapafúrdias que você tem!
LS: Eu nem sei o que significa estapafúrdia...
MM: Não me irrite Srtª Storm, não piore as coisas! O que se passa na sua cabeça? Como pode fazer isso??
LS: Foi fácil, eu fui à cozinha e pedi aos elfos a carne. Depois foi só misturar na...
MM: Não estou perguntando o processo! Você é uma excelente aluna, se eu pudesse apenas canalizar essa sua criatividade para coisas construtivas... Detenção! Está é sua 4ª, estou certa? Vai lustrar a sala de troféus amanha de manha. E um monitor irá supervisionar, para não terem mais incidentes. E não, o monitor não será o Sr. Lupin. Pode sair.

Deixei o escritório dela depressa, pois ainda tinha a impressão de que seria atingida por bolas de fogo a qualquer instante. As meninas estavam paradas do lado de fora com Remo a tira-colo e Scott, que precisou se escorar na parede para não cair. Ele ainda ria muito.

RL: Você perdeu o juízo, não foi?
YH: Muito bom Lou, perfeito.
SF: Sim, não estou me agüentando aqui. Nunca mais vou esquecer a cara de pânico do Harper.
LS: Obrigada, fiz o melhor que pude.
RL: Parem de incentivar, vocês dois! Lou, não teve graça, eles podiam ter se machucado.
SF: Não foi engraçado Lupin? Você tava se acabando de rir na arquibancada!
RL: Ta, foi engraçado, admito. Mas e se o canino tivesse mordido eles de verdade?
SW: Mas ninguém se machucou e foi realmente engraçado.
AM: Ainda estuda em Hogwarts?
LS: Por incrível que pareça sim!
YH: Vamos voltar, o jogo não foi cancelado e já deve ter começado!

Saímos dali em seguida, ainda rindo, antes que McGonagall botasse o carão serio pra fora, me dando outra detenção. As meninas e Scott ainda riam muito e Remo só me olhava serio, mas não conseguia disfarçar a vontade de rir. E a campanha de combate à oleosidade continua...