Thursday, December 29, 2005

Aguenta firme, companheiro!

Uma lembrança nada agradável de Sergei Menken

-Vocês são irmãos! Poft.
Alexandra caiu ao chão desmaiada pelo choque. Uma correria se instalou na casa, Kyle a pegou no colo e a levou para o quarto com a avó atrás e a mãe esbravejando com ele. Ian que estava ao meu lado, tinha os olhos arregalados como se estivesse num sonho ruim. Pus a mão no seu ombro para acalmá-lo.
Tive pena do velho McGregor, avô deles, enquanto dizia que Virna havia dito aquilo com crueldade, e a neta deles não merecia. A mulher deu de ombros.... Ela não liga para Alexandra mesmo...
Após algum tempo veio descendo contrariado, com a tia dele, Millie, atrás dele.
KM-Ela está bem vovô, já acordou. - disse Kyle ao avô, para tranqüilizá-lo.
VM-Isso não é fim do mundo. Aposto que ela fingiu o tempo todo. Kyle, querido, você deveria ir dar mais atenção para sua prima Juliette, que é muito bonita e...
KM-CALA A BOCA. - e ante o espanto de Virna e de quem estava na sala ele disse aos borbotões:
-Você acabou de arrebentar com a minha vida e ainda quer que eu aja como se estivesse em um salão de chá?
VM-Mas, eu não tenho culpa. A culpa é daquela menina e da mãe dela...
KM-Não ouse falar mal dela. Selene não tem culpa de nada. Nunca fez mal a ninguém aqui.
VM-E eu? Por acaso fiz mal a alguém? Não, sempre amei vocês, me dediquei a criá-los da melhor maneira possível, sacrifiquei meu orgulho...
KM-Porque vocês esconderam isto tanto tempo? Nunca percebeu o meu interesse na Selene?
JM-Eu e sua avó achávamos que se vocês crescessem como irmãos, nunca teríamos que falar nada. Sua mãe não poderia criá-los sozinha... Por isso, fizemos questão que morássemos juntos aqui. Nunca quis o sofrimento de vocês, meu filho. - o avô tentou explicar, e enxugou os olhos, discretamente.
Pude ver o olhar de Kyle abrandar um pouco ao olhar para o velho Josiah, mas aquela mãe dele...
VM-Era amor de irmãos, embora isso me desagradasse demais.
KM-Sim, por muito tempo, eu gostei dela como um irmão, mas quando fiquei adulto, eu me apaixonei. E ela por mim.
VM-Eu sempre disse: Ela é realmente uma bruxa maligna, mas ninguém me escuta. Todos a adoram, todos a protegem e o que ela vale? Nada. Ela não vale nada. Eu sim, é que te amo, meu filho. - disse irritada e aproximou-se dele.
Acho que o que fazia meu amigo tentar se controlar era a presença do avô. Eu o conheço a tempo demais, para não saber quando ele chegava ao seu limite.
KM- Já disse: cala a boca! Ela é melhor que você de muitas maneiras. Você nunca amou ninguém além de si mesma, não é? Nem mesmo ao meu pai...
PAFT – Virna deu-lhe um tapa no rosto, tão forte, que o fez virar a cabeça.
Todos ficamos chocados com aquilo, Kyle virou a cabeça calmamente e disse entredentes:
KM- Hoje você perdeu um filho, Virna.
E saiu porta afora, peguei rápido nossos agasalhos e uma garrafa de wisky e fui atrás dele. A única coisa que eu poderia fazer, era estar ao lado dele e ajudá-lo a juntar os pedaços. Caminhamos até o Pub do povoado, o Unicórnio Feliz, e Kyle, logo subiu para um quarto e se pôs a beber. Quanto mais ele bebia, mais quieto ele ficava, até que numa hora, me olhou e mais afirmou do que perguntou:
KM-Eu a perdi para sempre não é? - e aos poucos as lágrimas começaram a cair e ele escondeu o rosto nas mãos.
Eu nunca havia visto o Kyle chorar, nem mesmo quando éramos garotos em Durmstrang e ele quebrava alguma coisa no quadribol. Isso acabou comigo, pois parecia que eu havia enterrado alguém que eu gostava muito.
SM-Aguenta firme, companheiro! - era só o que eu podia dizer.
Droga de mania que as famílias têm de guardar segredos.
Droga de sentimento chamado amor. Eu juro, pelo grande Odin: Nunca vou sentir isso!Nunca!
Prefiro morrer a ter que amar alguém desesperadamente e não poder ser feliz ao lado desta pessoa.
Finalmente o álcool começou a fazer efeito e Kyle dormiu de roupa e tudo. Comecei a me preparar para dormir também, quando uma coruja, bateu no vidro fechado. Abri a janela e peguei o pergaminho que ela trazia. Era do Ministério.
Retirei o lacre a ela dizia que eu e Kyle estávamos aprovados e que na primeira segunda feira do ano, seríamos oficialmente empregados como Aurores do Ministério da Magia em Londres.
Nada como trabalho duro, para mostrar que ainda estamos na briga, né companheiro?- disse alto, para um amigo adormecido.