Thursday, December 01, 2005

Caçada noturna

Do diário de Scott Foutley

Hoje é o 7º dia desse projeto chato de Trato, ou seja, amanha me livro dos relatórios. Só não sei ainda o que fazer com o morcego. Consegui falar com Hilary esses dias, adotei sua tática e a encurralei ao final de uma aula. Ela me disse que sentia muito pelo presente e que eu poderia fazer o que quisesse com ele, ela não ia ficar chateada. Mas ai é que esta o problema, não sei como fazer pra me livrar dele! Já pensei em todas as opções: doa-lo ao professor Kettleburn; deixar Alex fazer a conserva que ela tanto quer; dá-lo para Yulli, já que ela se apegou ao dentinho e terá que o devolver ao professor; Solta-lo na floresta, a opção mais tentadora; ou ficar com ele e aprender a conviver com esse medo besta. Esses últimos dias não foram tão ruins, estou começando a me afeiçoar ao Tobias. Ainda tenho a impressão de que ele consegue ler meus pensamentos, mas não durmo mais no sofá e deixo a cama para ele...

Mesmo não saindo mais do quarto, ainda não consigo dormir direito, acordo a noite inteira para verificar se ele ainda esta preso. Querendo passar uma noite tranqüila depois de uma semana, pedi que George, o irmão da Lou, cuidasse de Tobias por uma noite, bem longe de mim. Na verdade paguei a ele para que fizesse isso, me custou 3 galeões para manda-lo dormir fora. Dormia tranqüilo, sonhava com as férias de natal que estavam cada dia mais próxima e a tradicional festa natalina, onde toda família Valentine e Foutley se reúne em minha casa para celebrar, quando escuto gritos vindo do salão comunal. Levantei-me assustado, sacando logo a varinha e desci as escadas, os meninos atrás de mim também assustados. Ao chegarmos ao pé da escada avistamos George e seus amigos do 3º ano, todos de pijama e varinhas em punho e algumas meninas também do 3º ano berrando e cobrindo as cabeças.

Minha reação imediata foi olhar para o alto, procurando o que eles tentavam acertar com feitiços aleatórios. Minhas mãos gelaram quando avisto ninguém mais ninguém menos que Tobias, pendurado no lustre que ficava no centro do salão grifinório, aparentemente indiferente às tentativas de ser derrubado. Agarrei George pela gola do pijama, o sacudindo.

SF: Porque você soltou o morcego??
GS: Calma, calma, foi sem querer! Queria mostrar aos meninos ele de perto, não achei que ele fosse sair voando...
SF: E agora?!? Como vamos pega-lo?
GS: Estava pensando em petrificá-lo, assim ele cai e o prendemos de volta...
SF: Não, vai machucá-lo! Vamos pensar em outra coisa...
SB: Mas que diabo está acontecendo aqui???

Sirius Black estava parado no alto da escadaria, o resto dos marotos atrás dele, todos descabelados e com as caras amassadas. Remo veio descendo a escada batendo com o dedo no distintivo de monitor, exigindo uma explicação plausível para a gritaria de madrugada.

FP: O morcego do Scott se soltou, estamos tentando captura-lo... – Fabio explicou, tentando mirar em Tobias.
RL: Esse escândalo todo por causa de um morcego?
SF: Não é qualquer morcego, ele é esperto...
SB: VOCÊ ACORDOU METADE DA CASA POR CAUSA DE UM MORCEGO IDIOTA?? – Black berrava enquanto me sacudia.
SF: 1º: me solta. 2º: o morcego é meu, então só eu o chamo de idiota. 3º: ninguém foi lá te acordar, desceu porque quis. Se não ta feliz, volta pra cama!
SB: Como se alguém conseguisse dormir com essa gritaria toda...
SF: Talvez agora você entenda como os outros se sentem quando vocês ganham um jogo e se comportam como trasgos a noite toda, urrando por aqui...
TP: Quem você chamou de trasgos? – Potter veio avançando em minha direção, mas Lupin o parou com a mão.
RL: Tiago, se você brigar com ele, vou ser obrigado a dar detenção.
GS: Porque ao invés de ficarem discutindo, não nos ajudam e assim todo mundo volta a dormir mais rápido?
TP: O pirralho tem razão, cadê o tal morcego? Vou estuporar ele...
SF: Não se atreva a estuporar o Tobias!
SB: E você tem uma idéia melhor? Porque se tiver, por favor, compartilhe-a conosco!
SF: Não tenho, mas ninguém vai machucar ele!
PP: Porque não tentam prende-lo com uma rede?

Nós quatro olhamos incrédulos para Pettigrew, porque ele acabara de dar uma idéia valida. Depois que o susto passou, Tiago conjurou uma rede daquelas que os trouxas usam para caçar borboletas, uma para cada, e voltamos as atenções ao morcego.

Tobias ainda olhava toda a movimentação como se estivesse vendo uma tediosa partida de xadrez de bruxo, só estava faltando bocejar. Fabio começou a lançar feitiços nele e um deles acertou a ponta de sua asa, a chamuscando. Enterrei minha rede em sua cabeça, furioso.

SF: Vai chamuscar sua mãe! Se ele se queimar de novo vai precisar de terapia!

Fabio retirou a rede e a tomou de minha mão, dizendo que ia capturá-lo de volta. Sem rede e sem a menor vontade de ficar saltando feito um macaco para tentar alcança-lo, subi no sofá e comecei a dar ordens, dizendo onde ele estava e quais eram os melhores ângulos.

SF: Por ai não, ele ta longe. Pula mais alto Black!
SB: Cala a boca Foutley, ou juro que estuporo você!
TP: Para de resmungar almofadinha!
SB: Eu juro que se ele não fosse amigo da Sarah já teria socado...
RL: Porque tudo pra vocês se resolve na base da pancadaria? – Lupin questionou os amigos, enquanto tentava acertar Tobias.
TP: PEGUEI!

Potter caiu esparramado no chão, erguendo na mão a rede com Tobias embolado nela. Corri ate ele com a gaiola aberta, mandando-o coloca-lo lá dentro. Depois de me certificar que estava bem amarrada, empurrei a gaiola para George, que chegou a desequilibrar com a força com que fiz isso.

SF: Se abrir ela de novo, vou querer meu dinheiro de volta!
TP: Vamos voltar pra cama, estava sonhando com a Yulli...
SB: Se me acordar novamente de madrugada, você já era Foutley!
RL: Vamos pessoal, dispersando, não tem mais nada pra se ver aqui...

Lupin espantou os caçadores do salão comunal e voltei para o dormitório, devolvendo o olhar feio que Black lançava para mim. Não sei o que a Sarah viu nesse panaca! Deite na cama, já totalmente sem sono, revoltado com George e o morcego... Nem quando não esta comigo, ele me deixa dormir!