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Do diário de Scott Foutley

- Quem eu escolho pra ele? Vamos, me ajudem!

Estava sentado com as meninas no saguão de entrada, analisando cada uma das grifinórias que passava. Não conseguia me decidir sobre quem escolher para Severo convidar para o baile, não havia meninas feias na minha casa! Todas tinham seu charme.

YH: Se não tem uma feia, vamos separar pela mais chata.
LS: Boa Yulli, escolha aquela que vá pentelhar ele a noite toda com assuntos fúteis!

Nesse momento, Hilary saia do salão principal e passava por nós torcendo o nariz pras meninas. Uma luz no fim do túnel apareceu pra mim: se Severo vai ficar com alguém bonito, tem que ser a Hilary! Boto fé que ela não irá aceitar nunca o convite dele. E caso aceite, vai infernizá-lo e faze-lo desistir rápido da aposta.

Almoçava depressa, para poder achar Snape e lhe delegar a tarefa de convidar Hilary para sair, quando o próprio parou ao meu lado com um sorriso de triunfo estampado naquela cara oleosa.

SS: Bom Foutley, já me decidi.
SF: Ótimo, porque eu também. Quem você escolheu pra mim?

Snape apontou para a mesa da Sonserina, indicando uma menina de formas avantajadas, cabelos pretos e, bom, digamos que menos pescoço que as outras. Ela era sem duvida duas vezes mais larga que eu, imaginei logo que um abraço daquele urso me quebraria no meio!

SF: Elizabeth Bulstrode??? Ta de sacanagem, não é?
SS: Sabia que você ia adorar!
SF: Ótimo, perfeito, muito obrigado mesmo! Você vai levar aquela loirinha ali, de boina vermelha. – disse apontando pra Hilary.
SS: Foutley, Foutley... Acho que você não entendeu o espírito da aposta. Mas agora é tarde demais, não pode mais mudar. Prepare-se para ser meu escravo!

Snape saiu se gabando do salão, sem ter idéia do que esperava ele. Eu, por outro lado, fazia uma vaga noção do que me aguardava. Elizabeth Bulstrode era conhecida por sua notável delicadeza e simpatia, típica de uma sonserina. Como ia abordar aquele boi bípede? Decidi não esquentar com isso por hora e fui para a aula de Binns, onde teria bastante tempo para bolar uma tática.

Sonhava que cutucava Elizabeth no ombro e ela me dava uma chave de cadeia, me atirando no chão e em seguida saltando em cima de mim como aqueles lutadores trouxas, quando Louise me sacudiu dizendo que a aula tinha terminado e que ela e as meninas estavam indo ajudar Sam a organizar a festa de mais tarde. A festa! Era isso! Ia convidá-la para ir, afinal, a única sonserina bem vinda sempre foi a Agatha, ela se sentiria privilegiada.

Elizabeth estava parada numa roda com umas amigas pra lá de cativantes quando me aproximei. Como já esperado, o grupo me mediu dos pés a cabeça, torcendo os narizes empinados quando bateram o olho no brasão da Grifinória estampado em meu peito. Respirei fundo e tive que me segurar para não falar nenhuma grosseria.

EB: Perdeu alguma coisa aqui garoto?
SF: Sim, perdi você... – disse, querendo me estrangular por dentro pela péssima abordagem.
EB: Como?
SF: Digo, eu queria falar com você.

“Calma Scott, ela deve ser burra, não fala difícil e sempre pausadamente.”, eu pensava comigo mesmo enquanto me mantinha parado ali. Um ponto de interrogação brotou na testa dela e curiosa com o assunto, se afastou do grupo de sonserinas, me seguindo.

EB: O que você quer comigo?
SF: Queria saber se você gostaria de ir a uma festa hoje.
EB: Festa? Com você? Festa de que?
SF: É da minha amiga, vai ser divertido. A festa vai ser na Corvinal.
EB: E porque você esta convidando a mim?? É alguma piada? Porque se for, eu... – a garota fechou as mãos e eu rapidamente dei dois discretos passos para trás.
SF: Não é brincadeira, mas pensei: poxa, conheço a Elizabeth há 5 anos e nunca nem nos falamos direito...
EB: Por mais nobre que seja sua intenção, eu dispenso. – disse, fazendo menção de voltar para onde as amigas estavam.
SF: NÃO! Você não pode recusar meu convite, não vou deixar. – falei a 1ª coisa que me veio à cabeça.
EB: Não vai deixar?
SF: Isso mesmo. Vou te seguir e ficar no seu pé até você concordar.
EB: Se pegar você me seguindo seu anão de jardim, acerto um soco nessa sua cara de bebê!
SF: Certo, entendi. – falei fazendo um sinal positivo e rindo meio apavorado, saindo pela tangente.

Snape estava parado no final do corredor e ria da minha cara. Ok, não funcionou dessa vez, mas eu não havia desistido. Amanha vou abordar ela de novo, e vou estar mais preparado. Nem que eu durma na entrada do salão comunal da Sonserina e decore os horários dela, ela vai aceitar ir ao baile comigo ou não me chamo Scott Valentine Foutley!