Tuesday, December 27, 2005

Enfim, FÉRIAS!

Do diário de Monn M. Speaker.


Nossa... As férias correram... Nem tive tempo de escrever aqui pra você, né diariozinho fofo? Ta né, juro não te chamar mais assim... Seu fresco! Hunf! Ok, onde parei? Huuum... No trem, voltando pra casa... Desembarcamos em Londres e me despedi de Agatha... A songa monga de minha, argh, irmã, veio comigo até o encontro com mamy e voltamos para casa à moda mais trouxa possível... De ônibus... Pois papy estava ocupado trabalhando e não pôde vir nos buscar de carro.

Chegando a entrada de nosso condomínio, comecei a procurar o que estava acontecendo de estranho, porque tinha algo diferente, e não conseguia definir o que era... Chegando mais próximos de casa, com elfos aos nossos pés carregando a bagagem, pude ouvir, bem baixinho, o que estava acontecendo...

Luzes verdes, rosas, laranjas e roxas saltavam da janela do segundo andar de minha casa, e se eu não estivesse enganada, aquela era a minha janela... E acompanhando as luzes, confetes eram jogados para fora da casa, ao som de The Wonders... Corri o mais rápido que pude, sem ter a mínima noção de o que me aguardava...

Sim, papy não havia mentido para mim, ele tinha montado um kit show, mas que kit... Havia ao pé da minha cama, um baú pesadíssimo de um 1,40 m. por 2,00 m. Acima do baú, uma caixinha de musica enfeitiçada e era dela que saiam as luzes, a musica e os confetes... Nela também haviam, ao invés de uma bailarina ou algo singelo assim, os 4 componentes da banda, tocando seus instrumentos e cantando para a platéia de madeira dentro da caixa... Não sei o que papai estava aprontando, mas que prometia ser bom, há prometia...

O baú não abria... Estava trancado, em todas suas 5 fechaduras... Dentro da caixa de musica, havia um pergaminho de papy dizendo que receberia as chaves quando e, se as merecesse e só utilizaria o material dia 27... Após horas tentando arrombar o baú, inutilmente, devo assumir, desisti e resolvi por em viagem os presentes de Natal de meus amigos!

Fiquei por uns 2 dias ainda tentando descobrir o conteúdo do baú, mas logo esqueci, afinal, tinha outras ocupações muito importantes... Como por exemplo, comprar meu traje para o show, fazer o cabelo à la wonders, pintar as unhas escrevendo ‘the wonders’ nelas... Preparar cartazes e faixas... E é claro, ver meu namorado...

Perseu veio trazer Agatha logo após o Natal e passou a tarde comigo, matamos bem as saudades, mas ele preferiu nem dormir aqui em casa, disse que sentia náuseas só de ver como eu e Agatha ficávamos ao imaginar o show... Disse que parecíamos ‘cândidas crianças aguardando a primeira neve do inverno após um longo outono’... Vê se eu posso com isso, aiai... Que rapaz ciumento!

Papai Noel chegou mais tarde pra mim este ano, afinal, ontem, dia 26/12, às 23:59 surge em minha porta um ser todo de vermelho, dizendo ‘ho ho’ e deixando uma caixinha em minhas mãos... Claro, a aparência enganava um pouquinho, ainda mais com toda aquela fumaça conjurada, mas em segundos pude perceber que não era Papai Noel algum, e sim meu paizinho com um pijama vermelho, ridículo por sinal, e uma enorme barba branca de algodão... Se o que ele queria era arrancar boas gargalhadas, bem ele conseguiu... Mas o importante nem é isso, e sim que, dentro da caixinha, continha uma chave... Siiiim, A chave do kit! E instruções... Ai, papai adora disso!

Ele nos explicou que só poderíamos abrir o kit nos determinados horários, citados nas instruções, para que a mágica desse certo, até porque, dentro de cada compartimento, estava a chave para abrir o próximo... E algo me diz que é no ultimo que encontrarei os passes para o camarim, então, regras, as seguiremos sem cessar!

Papai soltou uma risada maléfica e disse que se não andarmos logo, nos atrasaremos para o primeiro passo... Foi quando resolvemos ler as instruções...

1º - Chegar à entrada do setor 5 do Hyde Park às 2 horas do dia 27/12/76 e procurar o guardião trouxa do portão para conseguir a próxima instrução!’

Tínhamos exatamente 1 hora e 59 minutos para arrumar nossa bagagem, e sair, para chegarmos a tempo no local... Papy disse que só trocássemos de roupa e nos encaminhássemos ao local, pois o baú nos forneceria tudo que precisássemos...

Conseguimos chegar lá em tempo recorde, faltavam 2 minutos para as 2 horas da matina... Encontramos um senhor baixo e careca, que trajava vestes de inverno velhas e o mesmo nos entregou um pergaminho enquanto resmungava alguma coisa como: ‘esses adolescentes de hoje em dia’ e outras coisas...

Nos posicionamos tecnicamente como indicava o pergaminho... no centro do portão 5, com ângulo de 90º voltado para a esquerda... abrimos o baú exatamente as 2:05 como indicava o pergaminho e não conseguimos acreditar nos que estávamos vendo a nossa frente... todo esse estardalhaço de meu pai para abrirmos um baú que só continha velharias? Não me contive e comecei a xingar de todos os nomes meu velho pai... quando já estava por volta do 29º nome feio dirigido a pessoa dele, uma voz surge do nada...

Será que sou isso tudo mesmo? Claro que não iria fazer mal a você, filhotinha, mas também não te daria tudo de mão beijada... siga as instruções e monte essa barraca, que com certeza tudo vai melhorar, pelo menos a sua noite vai...

E seu rosto sumiu tão misteriosamente como apareceu... demoramos uma meia hora para montar a barraca, mas conseguimos... ao prender a ultima estaca de madeira no asfalto trouxa, uma luz surgiu de dentro da barraca, e nos puxou para dentro junto com baú....

Continua...