Tuesday, December 27, 2005 Numa crise, procure um ombro amigo. do diário de Alex McGregor -Alexandra querida, acorde, é a vovó... -ela está acordando... -Querida, acorde... Aos poucos fui recobrando a consciência e senti um toque familiar em minhas mãos. Abri os olhos olhei ao redor e estava em meu quarto, com vovó, tia Millie e Kyle, com um ar extremamente preocupado ajoelhado ao meu lado. Lembrei-me das palavras de Virna, e me levantei rápido: AM-Kyle, é verdade? - por dentro eu implorava aos deuses que fosse uma brincadeira de mau gosto da mãe dele. Vi tanta dor e sofrimento nos olhos dele, que me arrependi da pergunta. KM-Parece que sim, am... Selene. - disse por fim. Soltei minha mão da dele, desviei os olhos e disse: AM-Vovó podemos conversar? Em particular? - frisei Tia Millie levantou-se para sair e parou ao lado de Kyle: MD-Vamos Kyle. - e pôs a mão no braço dele. KM-Ela.... Ela precisa de mim.- disse incerto. Madeleine M- É melhor você ir, meu filho. Eu cuidarei de Alexandra. - Ele me olhou mais uma vez, e eu me forcei a me manter firme. O momento de saber muitas coisas havia chegado. Bastou ouvir o clique da fechadura, e com energia saltei da cama, assustando minha avó: AM-Quero saber tudo o que está acontecendo, e principalmente porque você me deixou na ignorância por tanto tempo. - disse tentando manter a calma. Vovó começou me contando sobre a enorme amizade de seus filhos Kyle e Connor, com uma prima de terceiro grau Elizabeth, minha mãe. Embora houvesse uma grande diferença de idade entre eles, sempre estavam juntos, para desgosto de Virna que nunca, se adaptou aquela amizade, e após Connor e Elizabeth, formarem-se aurores, foram trabalhar no mesmo departamento no Ministério, sob supervisão de Kyle, que já era chefe de divisão. AM-Porque você nunca disse, que minha mãe e meu... Pai eram Aurores? MM-Você nunca perguntou sobre a profissão deles querida. E eu achava que isso era doloroso para você, então nunca puxei este assunto, pois eu teria que revelar sobre Kyle e sua mãe. - continuou: MM-Então Kyle, Elizabeth e Connor, pararam de falar sobre o trabalho do Ministério, pois agora trabalhavam em algo confidencial. Kyle e Virna já eram casados e já tinham os meninos. Virna sempre fora muito ciumenta, embora Kyle sempre demonstrasse seu amor por ela, porém nas festas familiares Kyle, Connor e Elizabeth sempre ficavam reservados, em conversas secretas. (suspirou e continuou). MM-Após o nascimento de Ian, Elizabeth e Connor sumiram por quase dois anos, o único que sabia deles era Kyle, mas ele só dizia que eles estavam vivos e bem. Só voltamos a vê-los no dia em que foram atacados por um grupo de assassinos. Kyle, chegou ao local e ainda lutou com eles, mas voltou para casa muito ferido, trazendo você. E suas últimas palavras antes de morrer foram: proteja-a... Minha.... - e morreu nos braços de Virna. AM-E só por isso ela acha que sou filha dele? - perguntei desafiante. MM-No bolso de Connor havia a certidão de casamento dele com Elizabeth, era o mesmo dia em que morreram. Virna acha que Connor, assumiu a sua paternidade para proteger o irmão. AM-Mas isso não prova nada. Talvez eu nem seja uma McGregor. - e lembrei-me das palavras de Patrícia, chamando-me de bastarda. MM-Você é uma McGregor, nunca duvide disso. Nosso sangue corre em suas veias. - disse vovó séria. AM-Eu não posso ser irmã dele vovó... Eu o amo tanto. É como se eu estivesse perdida na escuridão e ele fosse minha luz, entende? - disse soluçando. MM-Minha menina, me perdoe. Com a morte de Kyle, seu avô e eu achamos que se Virna morasse aqui com os meninos, vocês cresceriam como irmãos. Você teria algo próximo a uma família normal. Nunca imaginamos que vocês dois fossem se apaixonar. Choramos juntas por bastante tempo. Dentro de mim, eu estava revoltada com esta peça do destino. Porque eu tinha que me apaixonar por ele? E se tudo era verdade... Eu deveria fazer alguma coisa para esquecê-lo... E ajudá-lo a me esquecer.... Deixar de amá-lo... O difícil seria saber como se enxerga na escuridão... Ou se aprende a sofrer sem sentir dor... AM-Vovó... Talvez eu deva dormir um pouco. -enquanto secava as lágrimas. MM-Claro, meu bem. Descanse, amanhã será um novo dia. Quer dizer daqui a algumas horas, já está amanhecendo... AM-Não deixe ninguém subir ao meu quarto ok? Eu preciso ficar sozinha um pouco. Assim que ela saiu, tranquei a porta, e comece a jogar algumas roupas em uma mochila. Enchi meus bolsos com todo dinheiro que pude encontrar, e fui até o enorme espelho que tenho em meu quarto e o afastei da parede, revelando uma passagem secreta para fora da casa. Duvidava que alguém se lembrasse dela. Eu mesma só fui descobri-la, no último verão. Ela me levava até a cabana do caseiro, logo observei que a lareira estava com as chamas bem vivas, o velho zelador devia estar cuidando das vacas, pois o aposento estava vazio. Não perdi tempo, fui até a lareira e joguei o pó de Flu, que trazia comigo, entrei e disse em alto e bom som: MANSÃO FOUTLEY, e fui envolta pelas chamas verde esmeralda. A viagem foi rápida e mal caí ao chão, pares de mãos me levantavam rápido, enquanto faziam perguntas: -Quem é você? -tentou burlar a segurança... - Protejam o ministro e a família...Estamos sendo atacados... -SOLTEM ELA AGORA, OU PONHO VOCÊS NO OLHO DA RUA. - para meu alívio era a voz de Scott, soltei-me daquelas mãos, corri ao seu encontro e fui dizendo rápido: AM-Desculpe... Eu não tinha para onde ir... - desabei num choro convulsivo, molhando seu pijama. SF-Sshiiiiii, calma, você está segura agora. - enquanto dava palmadinhas em minhas costas. SF-Vocês aí... A moça está gelada aqui, precisa cair morta para sair um chocolate quente nesta casa? – disse bravo para os elfos e eles começaram a se movimentar. Levou-me até a mesa e logo uma caneca de chocolate quente fumegante, e um prato cheio de biscoitos amanteigados estavam em nossa frente. Os seguranças nos olhavam com cara de poucos amigos e Scott logo os irritou mais: SF-Não perceberam que a conversa é particular? Ou tenho que fazer a linguagem dos sinais? Os seguranças nos deixaram e contei a ele, tudo que havia acontecido. Após um tempo, ele me levou ao seu quarto dizendo: SF-Alex vai dormir um pouco, e pára de chorar pelo amor de Merlin, se este tapete persa com mais de 700 anos molhar, minha mãe me deserda, além de você ficar desidratada. Consegui rir da observação de meu amigo. AM-Mas e os seus pais? Não vão ficar bravos, comigo aqui? SF-Imagina, vão achar uma gracinha, afinal eu tava largado às moscas nesta casa enorme. Pelo menos agora vou ter companhia. Vou avisar sua família que você está aqui ok?- e ante meu olhar de protesto ele continuou: SF-Vou sim, eles vão ficar preocupados se não te encontrarem, e tenho certeza que você não quer o Kyle enfrentando os trogloditas né? É tudo que eles querem: um auror invocadinho irrompendo na nossa cozinha pra salvar a donzela chorona, eles estão doidos pra justificar o salário deles. - enquanto alisava meus cabelos. Eu estava cansada demais para responder, senti meus olhos pesados, e me ajeitei um pouco mais embaixo dos edredons macios e acabei adormecendo. |