Wednesday, December 28, 2005 Só na espectativa... Do diário de uma fã! Não conseguíamos acreditar aonde estávamos, mesmo já tendo passado 1 hora de quando tínhamos sido jogadas para dentro da barraca... Era, sem sombra de dúvida, a maior barraca que iríamos ver em todas nossas vidas... Ela possuía 1 cozinha americana (não sei porque a chamam assim, já que temos desse estilo aqui em Londres, mas enfim...), 1 big suíte com hidromassagem, 1 banheiro à parte, sala de jantar, sala de estar... Um o furo no jardim, uma sala de ginástica, bem trouxa, devo dizer, e um chafariz na entrada da sala... Com fadinhas brilhantes fugindo dos jatos d’água. Pregado no armário da dispensa, existiam algumas notas da moeda trouxa, uma lista de compras, o endereço de algo conhecido por supermercado e outro pergaminho de dady... O pergaminho dizia que devíamos descansar, pois nosso dia seria looongo... Sim, dizia com todos esses O’s... Nos encostamos nos sofás do salão principal e caímos no sono... Agatha me disse que às vezes acordava no susto com um de meus ataques de sonambulismo... O pior deles, segundo Tha, foi quando eu sentei no sofá, estiquei os braços, os balancei de um lado ao outro berrando ‘Wonders’ ‘Wonders’... Mas ela ficou com medo mesmo quando comecei a procurar isqueiro... Ela realmente não queria que puséssemos nossa ‘casa’ a baixo só porque eu sonhava com uma balada deles... Acordamos ao som de uma corneta, que nem Merlin sabia de onde tinha vindo... Eram 8 horas da manhã e algo nos dizia que devíamos encarar o bendito mercado...Esse algo que dizia na verdade é mais conhecido por ‘ronco no estomago’... Estávamos morrendo de fome, e em nossa barraca duple-luxo não existia nem uma fatia de torta de rins, ou uma gota de suco de abóbora sequer... E lá fomos nós! Abrimos no horário indicado à segunda parte do baú e nele achamos 2 bicicletas, com 3 cadeados e suas respectivas chaves... Um cadeado era para trancar a porta de nossa humilde moradia, que por fora mais parecia um barraco podre e velho... Sorte a nossa q as bicicletas possuíam quatro rodas... Sim, as 2 principais e 2, er... Digamos que, coadjuvantes... Afinal, nem eu nem Tinha sabíamos conduzir estas coisas... Chegando ao mercado, nos deparamos com um total caos... E a pergunta não se cessava em minha mente... QUE DIABOS OS TROUXAS ESTÃO FAZENDO NO MERCADO A ESTA HORA DA MANHÃ? E quase que imediatamente recebo a resposta, vindo de uma caixinha preta, presa no alto da entrada da loja: ‘Aproveitem senhores clientes, últimos momentos de nossa promoção de Cidra... Sim minha senhora, temos a Cidra de Qualidade, a Cidra do Ano Novo ‘Serezer’... E levando 3 caixas de cidra a senhora ganha automaticamente de graça, após uma pequena taxa de $3,00, um panetone! Últimas unidades minha amiga freguesa, aproximem-se!’ Saímos descabeladas do meio de senhoras ensandecidas atrás da tal cidra, mas conseguimos localizar o setor de mantimentos... Pegamos 6 dos pacotinhos que papy sugeriu, eram um tal de ‘miojo’... Não sabíamos do que se tratava, mas a fome era negra... Compramos também uns enlatados, pois não conseguiríamos preparar nenhuma daquelas refeições trouxas congeladas... Como não achamos suco de abóbora, compramos umas caixinhas que se diziam ser leite, mesmo sem saber como faríamos para tirar o liquido de lá e fomos em direção ao caixa efetuar o pagamento... Nos enrolamos um pouco, mas conseguimos sair de lá antes de sermos atropeladas pela segunda leva de senhoras gordas e maquiadas, cheirando a desodorante barato, que corria atrás da nova promoção, sabonetes: leve 3 pague 2 e ½... aiai esses trouxas... Antes de voltarmos ao nosso ‘lar, doce lar’, passamos por um quiosque trouxa e compramos um jornal... Idéia também de papy, ele disse que lá haveria toda a programação para o show e seria bom nos mantermos informadas... AC: Monny, você não vai acreditar, aqui neste jornal, o repórter diz que as fãs mais fanáticas deveriam estar indo para o local do show por volta de 24hs antes do mesmo, mas que mentira deslavada, só temos nós duas lá e... MS: Aaah, Agatha, dá só uma olhadinha aqui, amiga... Mais uma vez não conseguíamos acreditar no que nossos olhos nos mostravam... Uma fila de umas 17 barracas, e muitas meninas sentadas em lençóis, cadeiras baixas e esteiras, tinha se formado atrás de nossa barraca... E a calçada de uma das ruas mais movimentadas de Londres tinha se tornado agora ponto de encontro de fãs do The Wonders... Todas com bandanas e blusas da banda, cantando alto suas canções, sentadas em volta de mini fogueiras que tinham sido improvisadas para disfarçar o vento cortante que passava por dentre elas... Era inacreditável! Tentamos ser discretas, mas como ninguém ali era discreta, menos ainda as pioneiras no acampamento, não conseguimos seguir direto para nosso desjejum... Várias garotas loucas de pedra nos perguntavam de onde tínhamos tirado a idéia de acampar, e o que sentíamos agora que éramos famosas, já que todas as emissoras de televisão estavam, desde a madrugada, mostrando imagens de nosso acampamento... Nem imaginávamos isso tudo, alias, pouco sabíamos o significado de ‘emissoras’ e ‘televisão’ mas disfarçamos e corremos das loucas, para que conseguíssemos tomar café, antes que já desse a hora do almoço... Umas vozes apareceram durante o percurso de preparação do tal miojo, que requeria muito esforço físico e mental de nós duas... No fim, apelamos por um dos elfos de minha casa, que chegou nos trazendo alguns quitutes, mas prometemos para papy devolvê-lo na manha seguinte, antes de entrarmos para o espetáculo, e o principal, sem deixar que algum trouxa o visse. Por volta das 17 horas, recebemos um comunicado oficial de meu querido pai, nos passando algumas questões sobre as diversas matérias estudadas em Hogwarts, e os respectivos livros... Levamos 3 horas e 27 minutos para conseguir responder todas as questões certas e só no fim de tudo que recebemos a chave para o terceiro compartimento... E este era o melhor bem recheado, digamos de passagem... Dentro do compartimento haviam blusas customizadas da banda, lanternas, faixas de cabelo, pulseiras que brilha no escuro, colares de gel fluorescente, garrafas térmicas contendo bebidas energéticas, sapatos amaciados para corrida, apliques para cabelo, pulseiras tendo como pingentes as replicas dos componentes da banda e o principal, as entradas para o show... As entradas eram para a área V.I.P., ou seja, gargarejo... Junto ao envelope das entradas, tínhamos um mapa do local, o qual estendemos na mesa e passamos 1 hora estudando a forma mais rápida e eficaz de conseguir os melhores lugares na primeira fileira... Uma vantagem já tínhamos, éramos as primeiras da fila... A idéia era entrar sem olhar para trás e só parar quando sentisse o cheirinho de tinta do palco a nossa frente... Acordamos cedo no dia 28/12, mas não era por causa de nenhuma corneta não... Eram as fãs que, aparentemente não haviam conseguido dormir e já estavam cantando em alta e péssima qualidade, as musicas do grupo... Desistimos de tentar fazê-las calarem a boca e nos levantamos para tomar café... Não encontramos o elfo, mas achamos um bilhete dele (e eu que nem sabia que elfos escreviam...). Dizia que o café estava pronto, e que, ao terminar de comer, receberíamos nossas varinhas, para que pudéssemos ‘desarmar acampamento’ sozinhas, ressaltando que discretamente, pois não queríamos aparvalhar 1.500 adolescentes trouxas... Guardamos toda a roupa de cama, colocamos em nossas mochilas todos os apetrechos que ganhamos na 3º abertura do baú e nos encaminhamos para fora da barraca... As desmontamos manualmente e ficamos na fila, conversando com as demais garotas... Os portões iriam abrir às 17 horas, mas ao meio dia já começaram os rumores de que a abertura seria antecipada... Muito nervosas, começamos a mexer com todos, e até com os vendedores ambulantes fazíamos brincadeiras... 13 horas da tarde e começou um empurra-empurra fenomenal... A fila para a área ‘não vip’ cresce a cada segundo... Cada pessoa estranha... Êê, coitada da Lou, acho que ela deve estar sendo espremida ai nesse meio... Por volta das 14 horas, as garotas na fila V.I.P. começaram a ficar tensas, ainda mais depois que Agatha disse ter visto um segurança apontando para nosso portão, dando a indicar que ele seria aberto... Eram exatamente 15:43 quando coloquei meus pés para dentro do estádio... Não pude acreditar... Só consegui berrar para as meninas (sim, porque já havíamos feito novas amizades durante a tensão da fila): - Corram como se não houvesse amanhã... Vão, não se preocupem comigo, VÃO! Minhas pernas tremiam e eu não conseguia sair do lugar... Agatha voltou e saiu me rebocando rampa acima... Mesmo retardatárias, conseguimos ser as primeiras a chegar na área V.I.P., até porque, acho que éramos as únicas a decorar um mapa de entradas e atalhos do local! Deixa eu ir lá, diário, ainda tenho que descobrir a charada que papy mandou, pois ela é a resposta para abrir o 4º compartimento do baú e acho que precisarei dele aberto para durante o show... |