Do diário de Yulli Hakuna

YH: Se cuida Yuri... Tchau pai, mãe! Me escrevam... Tchau madrinha! Boa viagem pra você! Ham, Yoshi, é melhor entrarmos no trem ou ficaremos para trás!

Estávamos parados diante o Expresso de Hogwarts nos despedindo. Minha família toda tinha ido me acompanhar, pois de lá cada um seguiria para um rumo. Yuri iria ao Canadá para finalmente prestar seus exames de medibruxo. Papai recebera uma missão do Ministério e estava de partida ao Brasil, para encontrar com mais um grupo de aurores. Mamãe teria uma convenção na França com alguns duendes do Gringotes e tia Yhara estava de viagem às Ilhas Canárias. Agora você me pergunta quem era a quinta pessoa que estava acompanhando também, e eu vou te responder contando por um breve resumo todas as minhas férias.

Cheguei ao Japão, animada com as férias, mas como se alguém tivesse aberto um grande buraco dentro de mim e minha empolgação se esvaído para ele, eu deparei com uma casa nada empolgante. Mamãe e papai só discutiam sobre problemas e notícias catastróficas de jornais trouxas e bruxos, e eu e Yuri trocávamos novidades. Era ótimo estar com a família e poder revê-los depois de tanto tempo, mas faltava uma alegria contagiante por lá... No dia do Natal, porém, a alegria contagiante chegou à forma de pessoa. Tia Yhara chegou pela manhã, com um grande sorriso estampado no rosto. Havia feito um safári para a África e contava-nos todas as boas novas.

TY: Estou dizendo, o país é maravilhoso! Os desertos e oásis... Ah, vocês deviam ter ido comigo, tirado umas férias! Acreditem vocês, eu andei de elefante! Ah sim... É fantástico subir no lombo de uma criatura tão grande e dar um passeio!

Passamos uma ótima ceia de Natal, reunidos... Tia Yhara havia providenciado os presentes de todos e nos divertíamos com todas as coisas novas de outro país. Quando já estava tarde da noite, fui me deitar... Tia Yhara bateu à porta acompanhada de Yuri e disse que nos precisava contar algo. Achando tudo muito estranho, concordei com a cabeça e sentei na cama com meu irmão, esperando que ela começasse a nos dizer.

TY: Bom, devem estar se perguntando por que eu quis contar isso a somente vocês dois, mas logo saberão que tenho meus motivos... Preciso primeiro ouvir a opinião de vocês, pra depois me decidir finalmente. O que acontece é que tomei uma decisão. Claro, eu posso ter tomado essa decisão tarde demais, mas só agora que senti vontades disso.
Yuri: Ok, deixa ver... A senhora decidiu se casar? Ou mudar a cor do seu cabelo para um verde fosforescente de uma vez por todas?
TY: Bem que eu gostaria que fosse simples assim Yuri... Mas dessa vez eu agi um tanto quanto precipitadamente!
YH: Fala logo madrinha...
TY: Bom, antes de ir pra África eu visitei alguns orfanatos e entrei com ações para adotar uma criança. Pensei que não daria certo, mas então recebi a notificação que havia conseguido. Claro, eles checaram minhas condições e minha personalidade para adotar um, e eu consegui! Sabem o que isso implica? Um filho... Um novo integrante nessa família!

Quase cai pra trás na cama. Era uma notícia ótima, mas ela me pegou em total surpresa, e principalmente por ter feito tudo em sigilo por tanto tempo. Achei que estivesse ficando maluca, porque a idéia de ter um filho sempre a aterrorizava, mas ela parecia extasiada com isso, e eu, é claro, dei o maior apoio.

YH: Ah... Que maravilha! Finalmente um bebê nessa família.
TY: Er... Bom, ele não é propriamente um bebê Yull... Você sabe que eu não teria paciência de acordar durante a madrugada com choros, e com um bebê seria difícil viajar, pois teria que ficar em casa dia e noite por conta.
Yuri: Então, afinal, quantos anos ele tem?
TY: Tem dezesseis anos! É um menino! Lindo... Devo dizer que deve arrancar corações em Hogwarts. Vivo, saudável...
YH: Espera aí... Ele estuda em Hogwarts? Em que casa? Em que ano? Nome???
TY: Ele não te conhece Yulli, bom, pelo menos pelo nome não... É do quinto ano. Chama Yoshi... Acho que é da Sonserina!
YH: Ah, corta essa... Quinto ano da Sonserina???

Apesar de ficar um pouco contrariada pela casa dele, me senti empolgada quando eu e Yuri fomos chamados pela tia Yhara para padrinhos do dito cujo. Ele mudaria para nossa casa um pouco antes do Reveillon, e assim aconteceu. Nas vésperas da virada de ano, ele chegou com malas e gaiolas em nossa casa. Devo admitir, ele é realmente muito bonito. Tem os cabelos pretos e olhos azuis. Cara de estrangeiro. Passamos a virada de ano vendo os fogos explodindo da Tokyo Tower e voltamos pra casa. Conversamos um pouco, mas ele tem um tipo bem calado e fechado de ser, apesar de não me parecer ser mesquinho e esnobe quanto os outros sonserinos...

Os outros dias passaram bem quietos. Ficávamos em casa a maioria do tempo. Yoshi agora falava mais comigo e Yuri e estávamos começando a nos entender quando chegou a véspera de voltarmos ao castelo. Arrumamos nossas coisas e fomos pra estação, e era exatamente de lá que comecei relatando.

Quando o trem começou a se movimentar, logo encontrei a cabine onde a maioria dos meus amigos estava. Yoshi sumiu no trem, mas não me incomodei de ir procurá-lo. Contei rapidamente aos outros o que havia acontecido, e depois dirigi com Mark e Sarah até a cabine de monitores. Durante a patrulha no trem, encontrei-o sentado em uma cabine com dois meninos da Corvinal e um da Sonserina que nunca tinha reparado antes. Eles conversavam distraidamente.

Por um lado foi bastante cômodo saber que ele não andava com os piores tipos que a Sonserina nos oferecia, mas por outro lado, porque ele era tão calado assim? Não sei o que ele tem, só sei que agora a nossa família ganhou um novo membro, e eu, diga-se de passagem, virei madrinha!