Sunday, January 08, 2006

Nada é como antes...


Do diário de Louise Storm

Volta às aulas... Infelizmente tive que deixar minha casa para retornar ao castelo. Meus primos foram me deixar na estação de King’s Cross também de malas prontas, pois dali cada um tomaria seu rumo. Mesmo desanimada por partir outra vez, sabia que em período de aula não é a mesma coisa em casa, pois cada um tem sua vida pra cuidar. Julian e Brendan voltariam pra Oxford onde cursam Economia e Administração e Susan ia para Barnardiston Hall Preparatory School, o internato que estudava. Despedi-me deles dizendo que nos veríamos em Junho e entrei no trem com meu irmão.

Meu regresso a Hogwarts foi tranqüilo, tirando apenas as expressões horrorizadas dos meus amigos ao verem o gesso em meu braço direito. Encontrei Scott e Alex e fomos para uma cabine no inicio do trem, onde eles me atualizaram sobre as férias juntos na Suécia enquanto eu resumia as minhas que foram deveras agitadas. Logo as meninas apareceram e fizemos mentalmente um pacto de não comentar sobre drama ao melhor estilo novela trouxa mexicana da Alex. Coitada, como ia imaginar que o Kyle era seu irmão? Francamente, acho que isso nunca passa pela cabeça de ninguém...

Já estávamos na metade do caminho quando encontrei Remo pelo meio do trem. Ele veio espantado perguntar o que havia acontecido e depois de explicar brevemente o ocorrido, fui andar pelos vagões. Sei que ele não tem absolutamente nada a ver com o acidente, mas estou com trauma de lobos por hora visto que quase rachei a cabeça por causa de um. Achei George com uns amigos do 3º ano implicando com umas meninas da Sonserina, amigos de outras casas conversando sobre as férias com outros, tudo a mesma coisa. Mas então porque eu sentia que nada estava igual? Não sei por que pensava assim, mas na minha cabeça todo mundo voltou diferente dessas férias de natal, eu principalmente.

Voltei ate a cabine onde estava meu malão e puxei o diário que ganhei da vovó, ainda não havia continuado a ler depois que vi aquelas fotos no álbum do vovô. Ainda não tinha esquecido o emblema nas vestes da minha mãe e como meus avós haviam escorregado feito sabão quando lhes perguntei sobre isso, precisava fuçar. Não sei nada sobre a vida deles, talvez essa seja a chance de descobrir.

Corri os dedos ate a parte em que ela chega ao castelo pela 1ª vez e pulei ate a cerimônia de seleção. Li a folha umas três vezes até entender o que ela tinha escrito, mas não parecia deixar duvidas: ela era mesmo uma sonserina. Certo, não vamos nos desesperar. Nem todos os sonserinos são más pessoas, a Agatha é exemplo disso! E minha mãe casou com um trouxa, se ela fosse como a maioria deles não faria isso, faria? Que outro sonserino que despreza trouxas acabou se casando com um? Melhor não entrar nesse assunto, porque quem procura, acha!

Continuei lendo o diário velho até seu 2º ano. Ate ali já havia encontrado um histórico de detenções não explicadas, todas aplicadas pela professora McGonagall e pelo professor Slugorn, que já davam aulas na escola. Merlin, quantos anos eles têm?? Bom, isso não vem ao caso... Voltando às detenções esquisitas, a maioria delas pareciam ter sido salvas pelo professor de DCAT da época, um tal de Edward Hunt. E pelo visto ele era o queridinho dela, pois o nome dele aparece aqui repetidamente. Edward Hunt... Nunca ouvi falar nele, quem era? E porque ele livrava a cara da minha mãe quando ela levava detenção?

As idéias mais loucas começavam a passar pela minha cabeça quando Scott fechou um livro com estrondo na minha cara e me tirou do transe, dizendo que havíamos chegado ao castelo. Guardei o diário sem responder às perguntas dos meus amigos sobre o que eu tanto lia e desembarquei. Caia uma chuva fina e chata, aumentando o vento gelado. Fomos abrindo caminho entre os mais novos e pegamos uma carruagem mais próxima que Scott quase tirou a força de um menino do 2º ano, alegando estar congelando. Não teve banquete de volta às aulas, não era costume. Apenas a janta de todos os dias, mas pulei-a e fui direto para a Lufa-lufa descansar e pensar num jeito de saber mais sobre o que li. Sei que a curiosidade matou o gato, mas não sou nenhum gato e tenho certeza que os arquivos particulares do professor Slugorn poderiam me dar uma idéia de como era minha mãe na escola. Só precisava passar por ele sem ser pega...