Monday, March 06, 2006

O passado bate a porta

Do diário de Louise Storm

06/03/77 – Dormitório do 5º ano, 8hs.


Acordei com dor de cabeça, tinha a impressão que um piano estava apoiado nela. Não, eu não bebi na noite anterior! Passei ela todinha em claro estudando para os NOMs, pois me dei conta de que estou atrasada na maioria das matérias. Havia feito um calendário para não me embolar mais ainda e conseguir revisar tudo em duas semanas no máximo. Até o momento estava conseguindo seguir o cronograma sem interrupções, hoje estava programado somente Feitiços e para o dia seguinte, DCAT. Esperei as meninas terminarem de se arrumar e descemos juntas para tomar café.

Sala de História da Magia, 2º andar, 10:45

Para algumas pessoas, trouxas em sua maioria, gnomos e duendes são a mesma coisa...função que desempenham. Os gnomos são protetores do reino...e rochas, tendo aspecto de...sabedoria e amor. Os duendes...vegetal, presentes em florestas, jardins e plantas...e travessos. Os duendes são criaturinhas mágicas...espíritos da natureza e podem viver até...a idade que têm. Eles trabalham muito para proteger...o melhor lugar...encontrá-los é embaixo... plantas...

Masmorra nº 4, 14:10

HS: Atenção turma! Estou vendo poções com aspectos suspeitos. Lembrem-se que ela deve atingir um tom verde musgo, não laranja Sr. Felícius...
YH: Não adianta, o máximo que consigo é um verde água e olhe lá!
SF: Você não mexeu o numero de vezes certo Yulli, a minha deu certo.
AM: Isso é porque você é o bajulador mor do Slug, só perde pra Sarah...
LS: Scott me ajuda, não estou acostumada a errar a mão nas poções, acho que perdi o jeito!
SF: Não, não é pra colocar isso!

Scott agarrou meu pulso, mas já havia jogado o ingrediente no caldeirão. Só tivemos tempo de abaixar antes de uma enorme explosão ecoar pela masmorra, espirrando poção para todos os lados. Estávamos fazendo a poção da paz e os alunos atingidos pelos respingos, ao invés de se acalmarem, pareciam ter sido ligados numa tomada como aquelas que têm na sala de EdT. Foi um desespero, minha poção teve efeito contrario e a situação começava a lembrar o simulado de Feitiços, onde nos empolgamos com os feitiços para animar. O professor Slug corria de um lado para o outro tirando aluno de cima das mesas e dando um antídoto. Quando ele conseguiu controlar a situação, parou ao meu lado irritado e me deu uma detenção para a noite seguinte. Lá se vai minha revisão de DCAT...

Aula de DCAT, 15:45

Estávamos tendo uma aula pratica, treinando os feitiços que cairiam nos NOMS. Eu fazia dupla com Alex e nos revezávamos para nos acertamos com o Impedimenta. Ao nosso lado, fazendo dupla com o intragável do Harper, estava Bright. Desde que tinha rasgado o recado dele no dia dos namorados, ele não se aproximou mais de mim. Por varias vezes percebi que ele tentou, mas parecia repensar sobre a idéia e desistir na hora. Alex olhava para minha cara rindo quando notava que eu estava observando os dois ao lado.

AM: O que foi? Ta sentindo falta da sua sombra?
LS: Como é? Claro que não, ainda bem que ele não pega mais no meu pé!
AM: Sei... Então porque não para de olhar pro lado?
LS: Estou só me certificando de que não vou ser atingida pela má pontaria deles.
SH: O que me parece é que você não quer admitir, mas esta gostado do meu amigo aqui. É, parece que o Lupin não soube mesmo segurar o que era dele...

Abaixei a varinha e olhei para a cara dele, espantada. Alex ate caminhou para perto, para não perder nada. Harper tinha um sorriso besta estampado na cara e Bright estava mudo ao seu lado, com os olhos arregalados.

AM: Que coisa feia, prestando atenção na conversa dos outros...
SH: Não se mete McGregor, não falei com você.
LS: Olha como fala com ela, Harper! E cuide de sua vida, não se meta na minha ou vai se arrepender.
SH: Não pense que já esqueci aquele balaço Storm. Estou só esperando a oportunidade certa.
LS: E qual seria ela? Eu estar em coma? Porque estamos em uma aula pratica de DCAT, o que poderia ser melhor que isso para um duelo sem detenções?

Harper fraquejou, mas apertou a varinha com a mão e decidiu me encarar. Alex apontou a dela para Bright, que continuava no mesmo lugar sem dizer nada. Ergui a minha depressa quando Harper gritou um feitiço qualquer, conseguindo proteger a tempo com o feitiço escudo. Bright se adiantou, não sei se para ajudar a mim ou ao amigo, mas Alex logo o derrubou com um Impedimenta. Em segundos o lado onde estávamos se transformou em um campo de guerra, eu revidando os feitiços de Harper e Alex não dando chance para Bright reagir. A turma começava a prestar atenção nos jatos coloridos que lançávamos quando Alex e eu, ao mesmo tempo, acertamos os meninos com o Levicorpus. Os Lufos aplaudiam às gargalhadas e o professor chegou, interrompendo o duelo. Ainda ganhamos 20 pontos cada uma para a casa por conseguir derrubar o inimigo sobrando tempo de prendê-los caso fosse necessário.

Salão principal, 18hs

AM: Acho que agora temos que andar atentas, Lou. Eles vão querer se vingar...
LS: Duvido muito que queiram correr o risco de passar pela humilhação publica outra vez.
YH: Concordo, o Harper vai querer vingança em campo. Já o Dashwood, bom... Esse ai você sabe como resolver o problema dele né?
LS: Ah não me amola... Vou falar com o meu irmão, já volto.
AM: Isso mesmo, foge da raia!
YH: Ó sonserino querido, meu coração por ti bate, como pano de engraxate...
AM: Ó sonserino querido, meu coração por ti bate, como sinos de chocolate...
LS: Merlin dai-me paciência...

Levantei da mesa depressa e as duas riam alto, fazendo corações com as mãos e barulho de beijo. As pessoas em volta começavam a olhar, mas elas não pareciam se importar com isso. Sentei entre George e Scott na mesa da Grifinória, meu amigo jantava alheio às brincadeiras das meninas e meu irmão lia o exemplar do dia do Profeta Diário.

GS: Oi mana... Já leu isso aqui?
LS: Isso o que? E desde quando você lê o jornal?
GS: Pois é, não leio... Mas a vovó mandou pra mim, marcou as paginas que eu deveria ler. Disse que era pra mostrar pra você também, mas não consigo entender porque ela mandou isso... Vê se você entende alguma coisa!
LS: Deixa ver isso.
Apanhei o jornal da mão de George e corri os olhos pela pagina que ele estava lendo. Algumas notícias sobre inflação no Gringotes, Duendes insatisfeitos com as mudanças, bruxos aliados aos duendes organizando uma greve e uma parte toda circulada com tinta vermelha.

"Sumiço no Ministério
Funcionário desaparece misteriosamente e ninguém consegue explicar o que aconteceu

O Ministério da Magia notificou na noite passada o desaparecimento de um dos seus funcionários mais antigos, Edward Hunt.
Hunt, um bruxo de aproximadamente 70 anos, trabalhava no departamento dos mistérios há cerca de 15 anos. Ele estava de serviço na noite do suposto crime, apesar dos constantes pedidos do Ministro da Magia, Bartolomeu Crouch, para que ele se aposentasse.
Em entrevista ao nosso repórter, Crouch revelou estar abalado com a situação.
“Infelizmente não sabemos como alguém pode ser capaz de ferir uma pessoa da idade do Sr. Hunt. Nossos melhores aurores já estão seguindo pistas na tentativa de encontrar o paradeiro dele e seu seqüestrador.”, comentou Crouch. “A família da vitima receberá todo apoio do Ministério e estamos em contado com Alvo Dumbledore para maiores informações sobre possíveis inimigos formados em sua época como professor.”
Edward Hunt lecionou DCAT em Hogwarts há alguns anos, desistindo do cargo para se tornar um inominável, por razões ainda desconhecidas. "


GS: Então? Entendeu alguma coisa?
LS: Hã? Ah, sim... Não, não faz sentido. O que mais ela mandou você ler?
GS: Varias noticias desse estilo, estão todas marcadas como essa.
LS: Posso ficar com o jornal?
GS: À vontade...
LS: Obrigada. Vou indo, preciso estudar.

Dobrei o jornal de qualquer jeito e sai do salão o mais rápido que pude, caminhando para a Lufa-lufa. Esse nome era familiar, já o li antes e foi no diário de minha mãe. Sentei na minha cama e corri os olhos pelo jornal todo, lendo as notícias separadas por ela. Todas eram sobre desaparecimentos misteriosos ou antigos ataques de comensais, nenhum atual. Por mais que eu tentasse ligar as coisas, não conseguia. Porque a vovó nos mandou isso? O que ela tentava nos dizer? Acho que estava na hora de pedir ajuda aos meus amigos.