Sunday, April 02, 2006

Arquivo Confidencial

Do diário de Louise Storm

- Tem certeza que quer fazer isso?
- Se está com medo pode ir embora, não preciso de ajuda.

Estava nas masmorras depois de uma aula de Poções. Slughorn havia sido chamado por Dumbledore para uma reunião de emergência e me pediu que ficasse esperando por ele ali, cumpriria minha detenção quando ele voltasse. Bright estava plantado ao meu lado querendo ser útil, pois eu havia dito que iria aproveitar a ausência do professor para procurar o que queria.

Esperei até que a turma tivesse se dispersado e entrei no escritório dele. O professor Slughorn era completamente desorganizado! Sua mesa estava tomada por pergaminhos que fazíamos em aula, as estantes imundas tinham frascos contendo umas substancias suspeitas e de péssimos aspectos e os dois armários no fundo da sala estavam cobertos de poeira. Um eu reconheci como o estoque de ingredientes dele, o outro nunca havia reparado...

BD: O que você vai fazer?
LS: Vai embora Bright, já falei que não preciso da sua ajuda...
BD: Quero ter certeza de que você não vai se meter em confusão.
LS: Quer ser útil? Ótimo, fica lá fora e me avisa se o Slug estiver vindo! Mas que garoto mais chato...

Abri a porta do armário e havia inúmeras prateleiras com caixas enfileiradas, cada uma com um ano escrito. Vários pergaminhos caíram por cima de mim quando puxei uma delas e joguei-os pro lado sem paciência. Era ali que ele guardava os registros das turmas antigas, não poderia ser em outro lugar. O armário era claramente um armário aumentado com mágica por dentro para abrigar mais coisas do que o normal. A principio não localizei o ano que procurava, então comecei a puxar caixa por caixa. Bright toda hora colocava a cara dentro da sala parecendo aflito e eu o mandava me deixar em paz.

Estava começando a me cansar de tanto mover aquelas coisas pesadas quando bati o olho em uma que me chamou atenção. Ela era igual às outras, mas ao lado da anotação do ano de 1945, havia uma observação que dizia “Em análise”. Puxei a caixa depressa, pois sabia que minha mãe tinha sido da turma de 1945 e a abri. As pastas organizadas dentro dela pareciam ser as mais recheadas de todo o arquivo, pois estavam espremidas no espaço que tinha. Bright entrou desesperado dizendo que o professor já estava no saguão de entrada a caminho das masmorras e tirei todas as pastas de dentro da caixa, colocando na minha mochila. Consegui guardar o resto das coisas espalhadas de volta no armário em tempo recorde e corri pra fora do escritório segundos antes do professor aparecer na nossa frente.

HS: Espero que não tenha demorado muito, mas o diretor precisava da minha presença com urgência.
LS: Imagina professor, não demorou nada!
HS: Então vamos começar logo para que termine cedo. Sr. Dashwood, o que faz aqui? Devia estar fazendo algo útil como estudar, os NOMs estão próximos!
BD: Ah sim, claro... Estou indo! – e saiu apressado, suando de nervoso.
LS: O que terei que fazer professor?
HS: Ah não se preocupe, vou escolher algo simples. Não estaria lhe aplicando uma detenção se a professora McGonagall não tivesse me forçado. Da próxima vez pense duas vezes antes de transformar o chapéu dela nos chapéu dos mascotes da Irlanda no meio da aula...
LS: Vou tentar me controlar...
Entramos novamente na sala e ele não desconfiou que eu havia estado lá minutos antes vasculhando, pois não demonstrou ter visto nada fora do lugar. Ele sentou em sua cadeira e puxou um pergaminho da gaveta, olhando para mim em seguida.

HS: Não há muito que se fazer por aqui hoje, o ultimo aluno em detenção já organizou meus frascos e catalogou tudo. Vou pedir que você me ajude a corrigir os deveres das minhas turmas de 1º, 2º e 3º ano. Sempre foi uma boa aluna, sabe a matéria ensinada a eles perfeitamente. O que não tiver certeza me pergunte. Vou corrigir as demais turmas.

Ele me entregou uma pilha de pergaminhos, uma pena e um tinteiro e voltou à atenção a sua própria pilha. Até que não seria torturante, ia poder revisar a matéria dos 3 primeiros anos e que certamente cairiam nos NOMs. Sem contar que iria ler os absurdos que os alunos escrevem nos trabalhos pedidos... Confesso que tive que me controlar para não dar uma nota baixa para George quando corrigi o dele, mas meu irmão até que não era ruim em poções e fez um trabalho passável.

Slughorn me liberou perto das 18hs e fui direto jantar, arrastando minha mochila pesada por causa dos arquivos pelos corredores. Alex e Yulli se assustaram quando eu a bati na mesa, fazendo seus pratos pularam com o baque e expliquei o que era. Elas logo se prontificaram a ajudar a ler todos eles até encontrarmos algo que fizesse sentido e nos trancamos no dormitório da Lufa-lufa após o jantar. Os estudos poderiam esperar um pouco por essa noite, estou me dando uma noite de folga para pesquisas pessoais...