Monday, April 10, 2006 A corrida maluca Do diário de Scott Foutley Acordei cedo no 1° dia dos simulados para os NOMs e fui tomar meu café, sem imaginar como seria a prova. E não fazia idéia mesmo, pois tomei apenas um suco de abóbora e mordi um pedaço da torrada totalmente sem fome. Se soubesse como seria, teria tomado um café da manhã reforçado... Fui um dos primeiros a chegar à sala de aula com as meninas e sentamos nas cadeiras, guardando nosso material. Não demorou muito para o resto da turma chegar, seguida do professor, que carregava os rolos de pergaminho no braços. Quando ele terminou de organizá-los em sua mesa, subiu na sua pilha de almofadas e começou a falar com aquela voz esganiçada: FF: Huum, bom ver que todos compareceram. Não há motivo para o pânico, vocês verão que será bem fácil. Vou explicar passo-a-passo como será nosso simulado: A primeira parte dela será uma corrida. Faremos um tour pelo castelo, onde vocês encontrarão diversos desafios a serem cumpridos, todos em ordem. A 2ª parte será um questionário que se encontra nesse pergaminho que distribui. O questionário só será aceito depois que a 1ª parte for cumprida, uma pela metade anula a outra! A turma continuou olhando para ele sem entender nada, na dúvida entre permanecer sentada ou levantar e esperar pela tal corrida. Vendo que todos estavam confusos, o professor continuou: FF: Vamos começar nossa corrida? A 1ª parada será nos jardins! Todos pra lá, levem somente as varinhas, deixem o restante do material aqui na sala. Passarei as instruções em cada etapa, quem estudou saberá! Flitwick desapareceu ao tocar o chapéu e entendendo que deveríamos ir para os jardins, caminhamos depressa para encontrá-lo lá. E lá estava o pequeno professor, sentado em cima de uma pedra todo sorridente quando chegamos. Havia várias coisas estranhas em volta dele: bancos, árvores, baldes de areia, cestas de pic-nic, flores, tudo absolutamente minúsculo. Encaramos o professor outra vez e ele riu. FF: Aumentem tudo que vocês encontrarem que não se encaixe nessa cena e depois corram para a Cozinha! Saiam apenas quando deixarem o jardim normal... Não precisam disputar o que vão aumentar, há objetos o suficiente para todos os alunos. Ele tocou o chapéu outra vez e sumiu com uma prancheta na mão. Aumentar o que não se encaixa? Bom, ele só pode estar falando do Engorgio! Apontei a varinha para o balde de areia e disse Engorgio. Ele cresceu até ficar quase do meu tamanho e deixei-o lá, indo para a cozinha com as meninas, que também haviam terminado. FF: Muito bem, muito bem... Há vários tipos de comidas, biscoitos, tortas, tudo, dispostos em lugares difíceis ou fáceis... Desse local - e apontou para um enorme X no chão - vocês terão que convocar no mínimo 5 comidas que estão em lugares diferentes. Quem conseguir fazer isso, venha comigo para a próxima parte da prova, a orla da floresta. Encontro vocês lá, sejam rápidos! Flitwick novamente desapareceu nos deixando na cozinha. Puxei a varinha do bolso e lembrando apenas um único feitiço capaz de convocar objetos, berrei Accio, apontando para diferentes direções. Várias tortinhas, bolos e outros doces vieram voando para cima de mim e tive que desviar para não ser derrubado por eles. As meninas riam de mim enquanto convocavam seus próprios doces e quando acabaram saímos juntos para a orla. Poucos alunos já estavam por lá e saiam assustados de uma tenda imensa, caminhando para a próxima etapa. Entreolhamos-nos receosos e entramos. O professor estava em pé no meio de uma arena e dragões o rodeavam. Cocei o olho para ver se estava enxergando bem, pois Flitwick não seria louco o bastante de usar dragões de verdade! FF: Não precisam ter medo, são todos réplicas de dragões, não são reais. Porém, cospem fogo como os originais. Passem por eles para pegar as vassouras e quando acabarem de se divertir, me encontrem na Enfermaria! Se divertir? Ele só podia estar de brincadeira... Como ia passar pelo braseiro na minha frente?? Vi gente tentando de tudo para passar, mas não teria como fazer o mesmo. Minhas amigas já estavam do outro lado quando me lembrei do Conjuctivitus. Apontei para o olho dele e disse o encantamento. O dragão ficou meio zonzo e aproveitei para passar correndo. Apanhei logo a vassoura e corremos para a enfermaria. FF: Muito bem! Vocês estão indo muito bem mesmo! Bem, esses "pacientes" não são verdadeiros, são só modelos que eu conjurei para vocês possam treinar o feitiço Estuporante e de Revigoramento. Derrubem e reanimem os modelos e se eles ficarem bons o suficiente para ficarem de pé, sigam para a outra parte do percurso, no lago, perto da lula gigante! Essa parte foi fácil, já que as cobaias não éramos nós mesmos e sim bonecos. Os meus demoraram um pouco para ficarem de pé sem tropeçar, mas consegui. Chegamos ao lago já cansados e algumas pedras estavam por ele. Encarei o professor revoltado, com o pensamento de afogá-lo naquela água, quando ele começou a falar. FF: Debaixo do lago existem várias pedras que vocês têm que fazer levitar até elas subirem o suficiente para que vocês possam ir pulando de uma em uma até a margem direita do lago e seguir para o Saguão de Entrada. Espero vocês lá! Isso só podia ser pegadinha... Que professor em sã consciência decide fazer do simulado uma corrida maluca?? Ta certo que ele quer avaliar nossa prática, afinal vamos ser testados nos NOMs, mas isso já era sacanagem. Caí umas 3 vezes no lago por pisar na ponta da pedra e depois de alguns minutos apontando para a água e dizendo "wingardium leviosa" alcancei a margem contraria. Passamos pelo saguão de entrada onde tivemos que fazer reaparecer as ampulhetas roubadas, pelo salão principal onde com feitiços de animar alegramos duendes rabugentos e um atalho desnecessário pela biblioteca, onde tivemos que fazer uma passagem secreta ser revelada para que caíssemos no campo de quadribol, tudo isso carregando uma vassoura! Flitwick estava lá e tive vontade de acertá-lo, faze-lo sair correndo dali à vassouradas, mas me controlei por ter certeza que isso resultaria na minha expulsão de Hogwarts. FF: Olá! Muito cansados? Está terminando, eu prometo. Peguem suas vassouras e voem ao redor do campo parando os balaços com a azaração do impedimento. Depois desçam e, já devem ter notado um armário no meio do campo de quadribol, né? Pois, é... Abram e usem o feitiço Riddikulus, para acabar com o que vai sair dele. Depois voltem para a sala de feitiços, onde vão receber seus pontos e fazer a prova escrita, que já estará em cima de suas mesas! Ele desapareceu outra vez e fiquei me perguntando quem estava avaliando o nosso trabalho, mas aí percebi que a professora McGonagall estava sentada na arquibancada. Provavelmente havia um professor camuflado em cada etapa... Montei na vassoura e com muita dificuldade parei aquele monte de balaços. Não que eu não soubesse executar o feitiço, eu não sabia era voar direito! Louise, Mark, Alex, Yulli, Lu e Becky não tiveram a menor dificuldade, já Sam e eu, pobres mortais que não praticam quadribol... Desci da vassoura e parei em frente ao armário, sem ter noção do que sairia dele. Qual era o meu maior medo? Será que vai sair um morcego dali? Nunca havia parado para pensar nisso. Apontei a varinha com a mão um pouco trêmula para a porta e a abri. Muita fumaça tomou conta do espaço ao meu redor e não conseguia ver nada. Tentei espalhar um pouco dela com a mão e vi uma poltrona igual a do escritório do meu pai. Caminhei devagar até ela e quando a virei, ele estava sentado de olhos fechados como se estivesse dormindo. Mas na verdade, ele estava morto e uma enorme caveira saindo de um crânio pairava sobre sua cabeça. Soltei um grito de horror e deixei a varinha cair, suando frio. Passei a mão pelo gramado a procura dela e consegui encontrar. - Ri-rid-ridik- RIDDIKULUS! - disse com a voz fraca e a caveira no céu se transformou em um balão, esvaziando aos poucos. Sentei no chão assustado e as meninas vieram correndo até mim, querendo saber se eu estava bem. Disse que só estava cansado por conta do esforço todo pra passar por esses testes doidos e fomos caminhando lentamente até a sala de feitiços. O que era aquela coisa pairando sobre a cabeça do meu pai? O que quer que fosse, me deu arrepios... |