Saturday, April 15, 2006

Entre umas e outras...

Do diário de Louise Storm

Do you ever feel like breaking down?
Do you ever feel out of place?
Like somehow you just don’t belong
And no one understands you

Sabem quando você acorda com aquela sensação de que teria sido melhor nem sair da cama? Pois é, hoje acordei nesses dias! Acho que só sai da cama porque era aniversário do Mark e de noite teríamos um luau nos jardins. Levantei já com dor de cabeça e acompanhei as meninas até o salão comunal. Mark já estava lá, cercado de pacotes de presentes e o abracei, entregando o meu. Ele ainda não sabia do luau, mas ninguém dessa vez fingiu esquecer o aniversário. O único problema seria mantê-lo afastado dos jardins durante o dia...

Tarefa essa, alías, que foi destinada a minha pessoa. Logo depois do café colei nele como um carrapato, o seguindo o dia todo. Pessoas vinham dar os parabéns o tempo todo, mas ninguém cometeu o deslize de mencionar a festa. Já estava sem idéias do que fazer para não deixa-lo ir para fora do castelo, então o arrastei para o campo de quadribol com a desculpa de reorganizar as estratégias finais de jogo, já que a Lufa-lufa estava praticamente com a vaga na final garantida, bastaria vencermos o próximo jogo contra a Corvinal.

Do you ever wanna run away?
Do you lock yourself in your room?
With the radio on turned up so loud
And no one hears you screaming


Estávamos sentados perto do campo cercados de pergaminhos, réguas e penas, quando um par de pés parou na nossa frente. Era o Bright, com uma cara estranha. Ele começou a reclamar que eu estava distante com ele, fugia nos corredores e mais um monte de cobrança sem noção, já que eu, até onde sei, nunca fui namorada dele. A criatura falava alto no meio do gramado, atraindo a atenção dos outros. Mark olhava já sem graça pros lados e se levantou, mandando-o sair. Pronto, o garoto achou que ele era meu namorado novo! Os dois começaram a se empurrar e eu puxava Mark pelo braço, tentando evitar uma tragédia ali. Mas já era, pois os curiosos de plantão já começavam a se amontoar em volta.

LS: Para com isso! Deixa esse doido pra lá!
MF: Mas você viu como ele falou com você?
LS: Vi, mas se você bater palma pra maluco, ele começa a dançar. Solta ele.

Mark largou a camisa do Bright com relutância e quando achei que a situação estava controlada, Sirius, Tiago, Remo e Pedro estacionaram ao nosso lado, querendo saber o que estava acontecendo. Acho que eles pensam que são aprendizes de Filch, pra andar pela escola querendo ter o controle de tudo. Eles chegaram justo na hora que estava agarrada ao braço de Mark, na tentativa de impedir que ele avançasse no outro de novo, e Remo me olhou com uma cara horrível.

No you don’t know what it’s like
When nothing feels all right
You don’t know what it’s like to be like me

SB: O que se passa aqui?
TP: Criando mais confusão, Dashwood? Já não bastou estragar o namoro do aluado?
RL: Hei! Já falei pra pararem com isso!
LS: É! Já ta ruim o bastante sem vocês dando opinião!
SB: Não se preocupe, não vamos comentar do seu outro namorado aí... - falou indicando Mark com a cabeça

Era só o que faltava... Todos eles começaram a discutir no gramado, os três idiotas me acusando de trair o amigo deles com trocentas pessoas, Remo sem dizer NADA, Bright dizendo que não cometeu nenhum crime em ficar comigo na festa e Mark tentando me defender e se defender das acusações, mas em vão. Eu estava completamente tonta, olhava de um pro outro tentando me decidir em qual batia 1°. Cansada da confusão, sentei no chão transtornada, apoiando a cabeça nos joelhos e esperando eles terminarem o bate boca. Depois de um tempo Mark percebeu meu estado e me puxou do chão, me arrastando completamente desnorteada de volta para o castelo e deixando o resto lá fora, ainda resmungando.

To be hurt
To feel lost
To be left out in the dark
To be kicked
When you’re down
To feel like you’ve been pushed around
To be on the edge of breaking down
When no one’s there to save you
No you don’t know what it’s like
Welcome to my life

Passei o resto do dia deitada no sofá do salão comunal sem esboçar qualquer tipo de reação que desse a entender que ainda estava viva. Só levantei quando Alex veio me cutucar e perguntar o que tinha acontecido, dizendo que já estava na hora de se arrumar para a festa. Depois de já estar vestida com saia, blusa bem fresca e chinelinho, descemos até o lago. Lu e Scott ficaram encarregados de levar o aniversariante até lá às 19hs em ponto. Fui contando a confusão da tarde pras meninas, que iam praguejando contra os garotos e ainda mais contra o Remo, que não abriu a boca uma única vez pra me defender! Tudo bem que não sou mais namorada dele, mas será que ele pensa o mesmo que aqueles idiotas pensam de mim, pra não ter tido coragem de peitar os amigos e os mandarem calarem a boca??

Do you wanna be somebody else?
Are you sick of being so left out?
Are you desperate to find something more
Before your life is over?


O jardim à beira do lago estava todo decorado com folhas de coqueiro, pranchas de surf, tochas acesas rodeavam o local da festa e traçavam o caminho até ela, uma enorme mesa com frutas cortadas em vários formatos e tamanhos, sucos de todas as cores que você possa imaginar e claro, coquetéis variados. Na entrada todos recebiam um colar de flores para usar das mãos de Sam e Alice. Scott havia mesmo caprichado! Não fazia idéia de onde ele tinha tirado coisas como coqueiros e pranchas trouxas, mas ele conseguiu! O jardim estava lindo... Mark chegou com ele e Lu logo depois e pela cara de espanto, a surpresa não vazou dessa vez. Ele ia cumprimentando as pessoas e agradecendo por terem ido, encantado com o visual da festa.

Are you stuck inside a world you hate?
Are you sick of everyone around?
With the big fake smiles and stupid lies
But deep inside you bleeding


Falei com ele rapidinho e sentei com as meninas em uma das esteiras espalhadas pela grama, perto da mesa de bebidas. Estava tão estressada com o que aconteceu que bebia sem perceber. A todo o momento um elfo vestido de havaiano vinha trocar minha taça por outra coloridinha diferente. Yulli logo foi dançar com Tiago e Alex com um grifinório, me deixando sozinha lá. Scott ainda passou para conversar um pouco, mas estava grudado na brasileira e não demoraram muito a se encostarem em um dos coqueiros para namorar.

No you don’t know what it’s like
When nothing feels all right
You don’t know what it’s like to be like me


Já começava a ver o dobro de pessoas dançando quando Mark se sentou ao meu lado, segurando um drink branco com um abacaxi na borda. Tinha algo errado, nunca o vi beber! No máximo uma cerveja amanteigada, mas um drink com álcool dentro é a 1ª vez... Não era preciso estar sóbrio para perceber que ele estava um pouco bêbado, pois piscava demais. Começamos a conversar sobre besteiras, mas em questão de segundos a conversa se transformou em desabafo. Ele começou a reclamar que não sabia se tinha agido certo em terminar com a Lílian e eu comecei a falar sobre minha frustração pelo Remo não ter me defendido das ofensas daquela tarde.

To be hurt
To feel lost
To be left out in the dark
To be kicked
When you’re down
To feel like you’ve been pushed around
To be on the edge of breaking down
And no one’s there to save you
No you don’t know what it’s like
Welcome to my life


Parecíamos dois velhos rabugentos sentados reclamando, então levantei e puxei-o pra dançar. Todos nossos amigos estavam agora dançando uma hula que o DJ encontrou perdida nos discos velhos que Scott pediu emprestado para a mãe, tornando a cena muito engraçada. Já estava sem forças de tanto que ria da coreografia improvisada pela Yulli e que estava sendo imitada por todo mundo, quando o menino colocou uma coisa mais lenta pra gente descansar um pouco.

No one ever lies straight to your face
And no one ever stabbed you in the back
You might think I’m happy
But I’m not gonna be okay


Enquanto dançava junto com ele, vi Remo sendo arrastado pra pista de dança por uma menina que reconheci vagamente como aluna do 6° ano da Corvinal. Ele dançava afastado de onde estávamos, mas a cada movimento da dança, nossos olhos se encontravam. Já estava cansada disso, o ocorrido da tarde deixou claro que ele nunca confiou em mim e que prefere se calar diante de ofensas mentirosas a contrariar os tão queridos amigos. Desviei os olhos dele, voltando à atenção ao Mark. Ele sorria animado, talvez por conta do excesso de drinks. Encarei-o rindo também e embalados pelo efeito do álcool, acabamos nos beijando, fazendo o queixo dos amigos em volta irem ao chão...

To be hurt
To feel lost
To be left out in the dark
To be kicked
When you’re down
To feel like you’ve been pushed around
To be on the edge of breaking down
When no one’s there to save you
No you don’t know what it’s like
Welcome to my life…

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N.A.: “Welcome to my life”, Simple Plan.