Friday, July 07, 2006 Loucas férias de verão Das férias agitadas de Louise Storm - Última chamada, se faltar alguém vou embora sem ela! Julian, Chelsea, Brendan, Louise, Susan, George... Susan? Onde está a Susan? - Foi ao banheiro, vovô... – George falou - Outra vez?? Louise, vá buscar sua prima! Diga a ela que estamos indo embora!! Vovô começou a empurrar os netos pra fora do aeroporto e eu fui ate o banheiro procurar Susan. Desde que saímos de casa, ainda em Londres, ela estava nos atrasando. Desembarcamos a pouco menos de meia hora no Brasil e ela continuava atrasando! Vovô já estava impaciente... Entrei no banheiro e vim puxando Susan pela mochila, sem nem espera-la terminar de pentear os cabelos pela enésima vez, indo ao encontro dos outros do lado de fora do aeroporto. - Ah, aleluia! Estamos começando as férias, Susan, não me faça perder a paciência já no primeiro dia! Vamos embora, o carro já chegou. Três carros pararam na nossa frente e um homem saiu de dentro do primeiro, abrindo os braços na nossa direção. Era nosso tio Robert, que morava aqui há uns 15 anos. Só o vemos nas festas de fim de ano. Ele veio até nós abraçar cada um e depois ajudou a botar as malas nos carros, chamando pelos motoristas dos outros dois carros. A principio não os reconheci, mas depois lembrei: um era o filho dele, Sérgio, da idade de Brendan. Nossa, ele estava mais bonito do que me lembrava... O outro era também meu tio, seu nome era James. Dele eu não gostava muito, era meio rabugento. Nos acomodamos nos carros e fomos embora, rumo a Petrópolis, onde eles moravam. A viagem de carro ate a região serrana foi longa, demorada, mas divertida. Entrei no carro do Sérgio com Brendan, Susan George e minha tia Claire, e fomos o caminho todo falando abobrinhas. Sergio ia nos passando alguns passeios que ele havia programado, incluindo uma visita ao Museu Imperial da cidade. A palavra ‘museu’ não agradou a principio, mas ele garantiu que mudaríamos de idéia uma vez que estivéssemos lá. Bom, se ele ta dizendo... - Chegamos! Bem vindos a Petrópolis! - E bem a tempo! George e Susan já estavam passando mal com tantas curvas! – Brendan falou Sergio parou o carro em frente a um casarão estilo colonial e descemos. O lugar era lindo, quase uma fazenda, mas sem animais que não fossem cachorros. Os outros carros pararam atrás do nosso e todos desembarcaram, carregando as malas e olhando impressionados. Nossa tia Cátia veio nos receber na porta e logo estávamos dentro da casa, nos acomodando. Susan, Chelsea e eu íamos dividir um quarto com Fernanda, filha dos nossos tios um ano mais velha que eu. Os meninos iam ficar amontoados no quarto do Sérgio. Alias, ele mal nos deu tempo de trocar de roupa e já veio bater na porta... - Já estão prontas meninas? Vamos para o museu Imperial hoje, pois amanha ele fecha para reforma e vocês vão perder a chance! - Nossa... Mal chegamos e você já nos arrasta pra um museu? Pensei que as férias no Brasil iam ser animadas... – Chelsea falou enquanto calçava a sandália - Ele não contou? Ah deixa, lá você vê... O museu é legal, ate eu vou pela 5ª vez! Apressamos a arrumação das bagagens e novamente entramos no carro. Agora Fernanda dirigia o outro, nossos tios ficaram todos em casa, só saíram os primos. Enquanto rodávamos pela cidade, percebi que a maioria esmagadora das casas era no mesmo estilo da dos meus tios, parecia que estávamos na Alemanha. Demos a volta em umas ruas estreitas, passando por uma igreja meio gótica, e eles entraram em um imenso jardim cercado por altas grades. De longe via um casarão luxuoso e imaginei que fosse o tal museu. - Fiquem aqui com a Fernanda, vou comprar as entradas. Meu primo saiu de perto de nós e voltou minutos depois com oito ingressos, distribuindo-os. Em seguida saiu andando ate a entrada do Palácio Imperial, era esse o nome do casarão, e nos empurrou para passarmos pelo segurança que recolhia os papeis. Já ia andando tranqüilamente pelo museu, olhando as peças em exposição, quando um homem berrou, apavorado. - Ei menina, pelo amor de Deus, volta!! - Louise, precisa calçar esses chinelos... Fernanda me entregou um par de chinelos imensos, dava pra surfar naquilo. Olhei para ela sem entender nada e ela riu - É para não arranhar o chão do museu... Não me olhe assim! Mas deve dar um trabalhão encerar esse palácio todo, então acredito que seja pra facilitar... Ela tinha razão... Encerar aquilo tudo devia dar um tremendo de um trabalho! Apanhei os chinelos da mão dela e calcei, deixando os meus sapatos no armário da recepção. Quando fiquei de pé outra vez, tive que me segurar em Sergio para não cair: o chão era extremamente encerado e aquelas coisas escorregavam! George e Brendan já estavam deslizando pelo chão, dançando com os chinelos e apostando quem se mantinha em pé por mais tempo. Fernanda dispensou o guia que se ofereceu para nos acompanhar e assumiu o posto dele, começando a andar pelos corredores do palácio. Pra quem já conhece todos os museus de Londres e achava que nenhum outro que não fosse o Louvre pudesse impressionar, estava enganada. Esse não era um museu comum, não tinha só quadros malucos, tinham coisas da época de Dom Pedro I! Carruagens, coroas, mobílias... Caminhávamos pelo meio daquelas peças raras com medo, pois os chinelos nos faziam sambar e era uma luta para se manter em pé. Levamos mais de uma hora para percorrer toda a extensão do museu, ate que paramos em uma área quase vazia, somente com quadros nas paredes e nada no meio. Sergio parou na frente do grupo, rindo. - Bom, o passeio terminou, mas ele só termina realmente depois dessa sala... - Todos em linha, por favor. O primeiro que chegar na porta do outro lado, sem cair, tem direito a um passeio de charrete! - Prontos? AGORA! Não estava preparada para isso. Quando Sergio gritou, Chelsea e eu começamos a rir, largando em ultimo lugar. Ate tentamos correr, mas era impossível fazer isso sem cair. Susan já havia se embolado com Julian no meio da sala, Fernanda, George e Brendan resistiam bravamente às gargalhadas, se empurrando e um tentando desequilibrar o outro, mas os três ainda longe da porta. Sergio voltou devagar para nos resgatar, pois estávamos sem forças de correr de tanto rir. Chelsea veio esquiando a passos de tartaruga, agarrada na minha roupa, e Sergio vinha rebocando as duas, nos puxando pela minha mão. Notei que fiquei sem graça quando ele a segurou, mesmo que fosse em meio a uma brincadeira. - Ok, ok, todos merecemos um passeio, ninguém conseguiu terminar o percurso sem cair mesmo... – Fernanda falou chorando de rir, caída por cima de Brendan e George. - Concordo. Mas podemos descansar antes de descer as escadas? Estou sem forças... Todos concordamos com Julian e ficamos sentados no chão da sala ate recuperarmos o fôlego. Depois de um tempo, quando nossa respiração voltou ao normal, fomos embora do museu. Os carros ficaram estacionados por lá mesmo e entramos em umas carruagens do lado de fora, parecidas com as de Hogwarts, com a diferença de que essas eram puxadas por cavalos e não por magia. Fizemos um longo passeio pela cidade naquelas coisas, nos pendurando na janela e acenando para as pessoas na rua que nem conhecíamos, mas que retribuíam os acenos animados. Quando voltamos para pegar os carros no palácio, Chelsea me reteve e esperou os demais se afastarem para falar. - Você e o Remo voltaram a namorar, não é? - Sim, um dia antes de voltamos pra casa... Por que? - Que pena... O Sergio é tão bonitinho e está te dando tanto mole... - O que? Que historia é essa? - Não vem dizer que não notou, porque sei que notou! Mas não esquenta, ele desencana se você falar que é comprometida. Vai dizer a ele, não? Chelsea perguntou rindo, me encarando. Então não foi impressão minha, ele estava mesmo me olhando diferente. Ótimo... Por que essas coisas só acontecem quando você já tem alguém? Susan nos gritou e fomos caminhando até eles, mas dessa vez eu tomei o cuidado de entrar no carro de Alice. Enquanto pudesse evitar ter que cortar ele, melhor... |