Tuesday, January 23, 2007
A roda da verdade
O mês de janeiro já estava ao final e um vento cortante e gelado soprava por todos os lados do castelo. A maioria dos alunos se escondia embaixo de capas e cachecóis ou se esquentavam em frente a lareiras bem acesas nas Salas Comunais.
No salão comunal da Lufa-lufa, além dos alunos que jogavam xadrez, faziam deveres ou gastavam seus tempos conversando aleatoriamente, havia ainda um grupo de meninas com aparência mais concentrada do que o normal...
Alexandra McGregor, Yulli Hakuna, Louise Storm e a corvinal Samantha Wood, formavam um círculo no chão, em frente à lareira, e mantinham as cabeças bem juntas enquanto falavam baixo.
AM: Não adianta! Eu posso tirar a blusa e nem assim o Black vai soltar alguma coisa sobre essa “ordem”... – Alex disse soltando risos das outras. – O que me irrita não é o fato de eles terem um segredo entre si. O que está pegando é o porquê de tanto mistério! Quero dizer, vocês não acham estranho? Deve ser um tipo de sociedade, e o Dumbledore comanda, mas qual a finalidade de tudo isso? E como é a seleção dos participantes? Não consigo entender.
SW: Bom, uma coisa eles tem em comum! – Sam falou de repente, como se tivesse acabado de chegar a uma conclusão inusitada.
YH: O que? Todos são idiotas?
LS: Ei... – Louise falou cortando, um tom ofendido. Yulli olhou sem graça, como pedindo desculpas.
SW: Todos eles são bons em Defesa Contra as Artes das Trevas!
LS: Certo, mas o Pedro é burro como uma porta, então, porque querem chamá-lo para esse grupinho? Com certeza, o nível de seleção não é por inteligência!
Houve um murmúrio de aprovação e então o grupo caiu em silêncio novamente. Durante o tempo em que ficaram caladas, pensamentos distintos passaram pela a cabeça de todas elas, e todos os pensamentos voltados para um mesmo objetivo: encontrar uma maneira de descobrirem o que era afinal, “a Ordem da Fênix”!
Perdida em seus próprios pensamentos e idéias, Yulli se pegou lembrando-se de um dia... Um caldeirão fervendo, Yoshi ao lado lhe passando instruções, nota máxima!
YH: Já sei como vamos arrancar essa informação dos marotos! – Yulli disse quebrando o silêncio e o olhar vago das amigas. Um sorriso diferente no rosto. – Veritasserum! No dia do exame de Poções, Yoshi me ensinou como fazê-la... É fácil, rápida, só precisaremos de uns artigos extras do armário de poções e daquela passagem do espelho!
Em pouco tempo as meninas não tinham mais dúvidas do sucesso do plano. Alex e Sam iriam bajular Slughorn para conseguirem os ingredientes que faltavam. Louise prepararia o esconderijo de trás do espelho com um caldeirão, e Yulli procuraria Yoshi para lembrar-se com nitidez todas as instruções adicionais que o livro não trazia...
°°°
AM: Dez voltas para a esquerda... – Alex lia um pedaço de pergaminho que Yoshi havia escrito.
YH: Oito... nove... dez! Pronto! E agora? – Yulli segurava com força um tacho enquanto revirava o conteúdo incolor do caldeirão.
AM: Sete para a direita, e acabou!
Depois de dar as voltas, Yulli largou o tacho e apagou o fogo debaixo do caldeirão com a varinha...
YH: Pronta! Pronta! Pronta!
SW: Finalmente! Agora nós vamos descobrir o que estão aprontando!
LS: Calma aí gente... E se nós fizemos alguma coisa errada? Como vamos saber?
AM: O único jeito de saber é testando...
SW: Er... testando?
YH: É, testando! Vamos brincar de roda da verdade, mas dessa vez, verdade MESMO!
Todas riram começando a sentar em volta de um círculo. Louise serviu um pequeno cálice da poção para cada uma delas.
LS: Então, quem vai começar? Sugiro que quem tenha um segredo profundo para nos contar, desabafe agora, enquanto ainda controla a língua... – Louise falou e Alex e Yulli riram. Sam permaneceu quieta. – Sam? Quer começar?
SW: Acho que não devíamos gastar toda essa poção com uma brincadeira! Temos algo mais importante para descobrir...
AM: Sam, você está com medo? – Alex levantou as sobrancelhas desconfiada. – Tem alguma coisa que quer nos contar?
YH: Traiu o Josh, Sam? Beijou o Tiago? Está apaixonada pelo Pedro??? – Yulli desafiava enquanto Sam ia ficando vermelha.
SW: Não, não é nada disso! Eu não tenho nada a esconder de vocês! Vocês me conhecem bem demais, certo? Ah, vamos acabar logo com isso! – Sam virou o cálice e pôs-se a encarar a parede, estática.
YH: Por favor Sam, não morre! Não quero ir para Azkaban por ter te envenenado!
As meninas continuaram em silêncio encarando Sam, que agora parecia estar sorrindo enquanto encarava a parede. Passados uns segundos, ela olhou as amigas e soltou um sorriso longo, que se tornou em uma gargalhada.
LS: Sam, você está bem?
SW: A SARAH DORMIU COM O MELCHIOR, ANTES DE ELES IREM PARA A DINAMARCA! – Sam gritou, e novamente, gargalhou, começando a chorar de rir.
O segundo seguinte foi como um segundo perdido em meio a um infinito de horas. Louise, Yulli e Alex se entreolharam em choque, e antes que pudessem se contiver, estavam acompanhando a gargalhada de Sam.
LS: Como foi isso Sam? – Louise disse enquanto pausava para enxugar o rosto.
SW: Logo depois daquela festa à fantasia, que ela brigou com o Sirius e com o Melchior. Alguns dias depois ela ainda estava esperando Sirius ir pedir desculpas por ter brigado com o estranho no meio da festa, mas vocês o conhecem, não é? O Black nunca iria atrás de uma menina pedir desculpas por uma coisa que ele acha estar certo. O fato é que ela esperou e cansou de esperar eles se entenderem, e então Melchior foi até ela fazer as pazes... Eles saíram para conversar de noite, e só vi Sarah no dia seguinte, quando ela me contou o que tinha acontecido, me pedindo para jurar segredo eterno. Por isso eles foram para a Dinamarca!
YH: Nossa! E eu que achava a Sarah uma menina centrada, com a cabeça no lugar!!! Quem se viu, quem se vê! E onde foi?
SW: Na floresta, no chão, no meio das árvores!!!
AM: Com o estranho??? Ela... tanãnãnã com o estranho??? – Alex recomeçou a rir. Sam acompanhou o riso, de repente tapando a boca.
SW: Isso morre aqui! Certo?
YH: Pode crer Sam, já morreu!
LS: Er... acho que a Veritasserum funciona, Yull!
YH: Não há dúvidas!
LS: Sabem... Depois dessa história, vai ser fácil arrancar dos marotos todas as informações que queremos! Até mesmo as que não tem NADA a ver com ordens... – Louise riu marota.
AM: Pobre Remo! Mas bom, eles não podem reclamar! Nós tentamos fazer eles nos contarem isso voluntariamente...
YH: Como eles preferem nossos métodos pesados, que seja involuntariamente!
SW: Ah Veritasserum, se ao te conhecer dei a falar...
Elas continuaram a rir, enquanto combinavam os últimos detalhes para o dia seguinte, quando finalmente descobririam o que estavam tão curiosas para descobrir.