Tuesday, February 06, 2007

Amarga realidade

Do diário de Louise Storm

Depois que conseguimos arrancar dos marotos o que era a Ordem da Fênix, esse se tornou o assunto mais popular entre nosso grupo. Como eles haviam pedido, não contamos a ninguém a não ser àqueles em quem sabíamos que podíamos confiar. Sendo assim, formamos um significativo grupo de voluntários dispostos a lutar ao lado de Dumbledore e fazer o que fosse preciso. Éramos 12 ao todo: eu, Yulli, Alex, Sam, Mark, Ben, Lu, Miriam, Wayne, Megan, Fábio e Scott, o ultimo tendo sido recrutado pelas meninas e não por mim.

Remo era contra a idéia de que eu participasse disso e ameaçou falar pessoalmente com Dumbledore para que negasse nossa ajuda, mas o ameacei caso fizesse isso e ele agora está começando a aceitar que eu vou sempre querer fazer alguma coisa, e nunca ficar sentada em casa esperando que tudo se resolva. E é bom que ele saiba muito bem disso, assim evitamos futuros desentendimentos.

Ainda não tínhamos conversado com Dumbledore, mas havíamos marcado uma reunião com ele para aquela noite. O diretor tinha uma expressão curiosa no rosto quando dissemos que queríamos nos reunir com ele e aceitou, embora eu tenha certeza que ele sabe do que se trata. Remo havia acabado de me deixar no salão principal e ia para a biblioteca terminar os deveres quando Quim apareceu, parecendo aflito.

- Lou, preciso conversar com você, é serio – ele tinha uma urgência na voz que até me assustou
- O que aconteceu, Quim?? Você ta pálido!
- Vem comigo, tem muita gente aqui

Quim agarrou minha mão e foi me puxando para fora do castelo, só parando quando já estávamos a uma distancia boa o suficiente para não sermos ouvidos por ninguém. Ele parecia inquieto e tinha um pedaço de pergaminho amassado na mão. Estava começando a ficar com medo.

- Descobri quem é Tom Riddle – ele soltou de repente e olhei para ele na mesma hora
- Descobriu?? – minha voz era ansiosa – Quem é ele? Ainda está vivo?
- Sim... Mas primeiro preciso explicar como cheguei a essa conclusão...
- Tudo bem, fale, estou ouvindo
- O nome que você me deu, o nome completo dele, é um anagrama – ele sacou a varinha e escreveu o nome completo no ar – levei um tempo até pensar nessa hipótese, mas desde que a considerei não tenho feito outra coisa a não ser tentar formar alguma palavra ou frase com essas letras
- E a que conclusão chegou?

Quim pareceu hesitante com um segundo, mas deixou um longo suspiro escapar e sacudiu a varinha outra vez, embaralhando as letras. As palavras lentamente iam formando um nome estranho e o fitei por um tempo, sem compreender o que significava. Quim, no entanto, parecia saber exatamente o que era.

- Lorde Voldemort – ele falou por fim – não sabe quem é?
- Tenho a impressão que já ouvi esse nome, mas não lembro onde
- Claro que você já ouviu, ele está em todos os jornais... é o tal Lorde das Trevas, aquele que está reunindo seguidores e o qual Dumbledore está recrutando um exercito para lutar contra! Lou, sua mãe era uma das melhores amigas do bruxo que está se encaminhando para ser um dos piores de todos os tempos...

Quim continuava falando, eu podia ver que seus lábios ainda se mexiam, mas eu não ouvia mais nada. Tudo que ouvia era a voz da vovó me dando inúmeros conselhos, quase tendo um ataque cardíaco quando contei que havia desistido de DCAT, ouvia todo o discurso das férias de verão sobre ter cautela e tomar conta de George... George! Pude ouvir sua voz me pedindo que parasse de revirar o passado. Ele já sabia disso, ele e vovó, e agora tinha certeza. O que isso significava? Que minha mãe era... era... partidária dele?

- Lou? Está me ouvindo? – Quim segurou meu braço e me sacudiu de leve
- Hã? Sim, estou – disse aérea – Quim, você não pode contar isso a ninguém! Não quero que as pessoas saibam disso, não ao menos até eu ter certeza de que...
- Certeza de que? De que sua mãe era uma comensal da morte?
- Sim... Não temos provas disso, não ainda. Preciso me certificar e não quero ninguém me olhando torto por isso. Não agora que estamos nos aliando a Dumbledore, contra eles
- Não se preocupe, não vou contar a ninguém. Mas você tem que me prometer que não vai fazer nada sozinha, que vai contar ao menos para as meninas. Do contrario eu conto pro Remo!
- Claro que vou contar a elas, e a ele também, mas deixe-me processar isso antes
- Vem, vamos voltar...

Quim ainda segurava meu braço e foi me guiando de volta ao castelo. Acho que ele também tinha a impressão que eu não conseguiria caminhar por conta própria. As meninas estavam terminando de jantar quando entrei e me olharam intrigadas. Contaria a elas sim, mas não agora. Antes tínhamos uma reunião com Dumbledore e agora, mais do que nunca, fazia questão de ser um membro da Ordem da Fênix.