Thursday, February 22, 2007

Sweet Valentine...

- Meu docinho de abóbora...
SF: Abóbora??? Blergh!
YH: Shh! Seja discreto, Cott!

Desatamos a rir, e a menina que tinha acabado de ser chamada de “docinho de abóbora” olhou para trás com raiva. Estávamos no baile de dia dos namorados, que quase todo ano tinha em Hogwarts. O clima continuava meloso demais, mas muitas coisas estranhas estavam acontecendo naquele dia!
A começar por...

°°°
- Não é isso Frank, é porque você tem essa terrível mania de querer me irritar!
FL: Te irritar meu bem? Como? Eu te amo!
- Assim! Me irritando! Me chamando de “meu bem” e depois fazendo essa cara de cachorro manso dizendo que me ama!
FL: Allice eu te amo, eu te amooo!

Frank Longbottom e sua namorada Allice, pararam o que parecia ter sido uma discussão, e saíram se beijando e cantarolando “eu te amo, eu também” até desaparecerem para o jardim. Olhei espantada para as meninas, que fotografavam outras cenas estranhas ao redor. Susan e Joey se beijavam na frente do irmão dela. Tiago estava com a mão atrás do ombro de Lílian e fazia ela chegar mais perto dele, coisa que por incrível que pareça, ela parecia estar adorando!

YH: Merlin! Esse pessoal acordou bem disposto a demonstrar o amor hoje hein?
LS: E como!

Terminamos de tomar café, e Louise correu até a mesa da Grifinória se pendurar no Remo. Alex saiu discutindo com Sirius. Sam e Josh nem cumprimentaram os demais, de tão grudados que estavam na mesa da Corvinal. Saí andando com Mark e Ben para os jardins, e Scott veio junto, sua cara ranzinza.

YH: Feliz dia dos namorados, Scott! –pulei no pescoço dele e dei um beijo estalado. Ele sorriu, parando de olhar ao redor como se todos os casais fossem alienígenas.

Na verdade, aquele era pra ser um dia depressivo e solitário, mas eu não me sentia assim. Olhei para as gôndolas no lago, e me lembrei que há um ano atrás eu tinha entrado em uma idêntica com Sergei Menken... Ben, Mark e Scott travaram uma discussão sobre como as mulheres apaixonadas conseguem ser patéticas. Eu realmente deveria ter me intrometido na discussão, argumentando que os homens apaixonados são muito mais patéticos, mas meus pensamentos estavam longe.
Ouvi uma voz diferente chamar meu nome, mas só voltei à realidade quando alguém deu um beliscão forte no braço.

YH: Ouch! Ai Scott! O que foi isso? – massageando o braço dolorido com os olhos molhados.
SF: Acorda! O Yoshi quer falar com você!
YH: Yoshi?! – só então levantei o rosto para a sombra em cima de mim, e realmente Yoshi estava parado me observando. – O que aconteceu? – Levantei depressa, igualando nossos olhos.
- Posso falar com você, um minuto?
YH: Claro!

Sai andando com ele até a beira do lago, distante o suficiente de qualquer outro casal. Parei de andar e fiquei de frente pra ele, olhando, e esperando ele começar. Ele tomou o ar, tossiu em defensiva e me olhou decidido.

- Eu não sei bem como dizer, mas... – levou a mão no cabelo, afastando dos olhos. – Mas é que eu gosto de você! Pronto!

Olhei sem reação. Eu também gosto dele, mas senti que os nossos jeitos de “gostar” eram bem diferentes. Ele abaixou a cabeça, observando os sapatos, e eu continuei sem saber o que fazer.

YH: Quando você diz que gosta de mim...
- Eu digo que eu gosto de você além de amizade, ou parentesco, seja lá qual for a definição! – ele parou de falar, me olhou novamente, como se estivesse se sentindo bem mais leve e à vontade agora. – Olha, eu sei que você nunca vai deixar nada além de amizade acontecer entre a gente, eu só senti necessidade de te contar isso, ok?
YH: Eu não queria que fosse assim, você sabe... Você gostar de mim, e eu não poder corresponder com isso. Desculpa.
- Você não tem que pedir desculpas não, você não tem culpa de nada. A gente não escolhe esses negócios, não é? Mas desde o dia que eu te conheci, eu comecei a gostar de você. E naquele dia, que eu fiz menção de te beijar, não sei o que me deu.
YH: Tudo bem! –falei depressa, antes que ele começasse a tentar explicar o óbvio. – Eu realmente não sei o que dizer. Espero que um dia você ache alguém que saiba te corresponder.
- Pode ser... Agora eu vou voltar para o castelo ok?

E sem esperar que eu respondesse, ele virou as costas e saiu andando de volta para o castelo, e eu fiquei ali um tempo, tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer.

°°°
LS: Ele disse que gostava de você??? – Louise sentou na cama, chocada.
YH: Com todas as letras!
AM: Uau, devia ter investido mais no Yoshi hein? Ele pelo menos toma atitude!

Começamos a rir enquanto terminávamos de nos arrumar para o baile. Louise foi a primeira a deixar o dormitório se despedindo. Eu e Alex saímos um tempo depois, e nos separamos na entrada do Salão, onde ela foi se encontrar com Sirius. Me sentei à mesa com Scott, Ben e Mark, que novamente faziam comentários inapropriados sobre o que viam e ouviam ao redor.

SF: Discreto? Eu não posso simplesmente não gostar de abóboras??? – ele me olhou como se me acusasse de estar o reprimindo, e novamente desatamos a rir.

As músicas lentas já tomavam conta do Salão Principal todinho. Quando me cansava de ficar sentada, puxava um deles para dançar comigo. Dessa vez, puxei o Mark. Fomos até o meio dos alunos, e começamos a tentar passos lentos.

MF: Não sou muito bom nisso, sabia?
YH: Ah, como se eu fosse uma profissional! Pisei três vezes no pé do Scott, e cinco no pé do Ben... – rindo.
MF: Isso é só pra me sentir mais confortável, eu sei...

Continuamos dançando, quando um novo casal chegou do nosso lado. Tiago e Lílian tentavam uns passos enquanto se beijavam. Mark travou o corpo, e senti que era hora de sentarmos em algum lugar. Como a mesa estava do outro lado do salão, empurrei Mark para um pufe no canto, e nos sentamos lá, calados. Ficamos olhando os dois uns segundos, Mark parecia estar em transe.

MF: Desculpa...
YH: Tudo bem.
MF: Ela nunca dançou daquele jeito comigo. Sempre foi um pouco superficial, entende?
YH: Uhm, acho que sim...
MF: Hoje faz um ano que a gente terminou, e sei lá... Me senti estranho vendo ela com o Potter. Mas deixa pra lá, você também deve estar se sentindo estranha...
YH: Ah não, a minha fase “Potter” passou, juro!

Ele me olhou, e parecia admirado pela minha firmeza ao considerar aquilo.

MF: Que bom para você! Ele não presta, você sabe não é?
YH: Acredite, eu sei muito bem isso! Mas ele tem alguma coisa que atrai, não sei... Bom, mas no dia do “Veritasserum”, ele disse que está gostando da Lílian. E se ela está gostando dele, espero que sejam felizes!
MF: Sim...

Continuamos olhando, em silêncio. Era estranho conversar sobre a Lílian com o Mark. Como se nossas opiniões nunca fossem se parecer. Mas não queria mudar de assunto também... Acho que ele também estava precisando falar sobre ela com alguém, então fiquei escutando até ele parar e me olhar.

MF: Estou te entediando, eu sei...
YH: Não, Mark! Não mesmo! Tédio é conversar sobre aritmancia!

Ele sorriu não desviando os olhos dos meus. E eu sustentei.

MF: Você é uma pessoa maravilhosa Yull! No dia que a gente, hmm, se beijou, eu achei que tinha cometido um erro, como se quisesse te proteger sabe? Pensei que tivesse me precipitado!
YH: A gente já falou sobre isso, Mark! Está tudo bem!
MF: Eu sei, mas é que às vezes eu penso que talvez tudo tenha acontecido por uma razão...
YH: Não estou entendendo!
MF: Eu gostei de ficar com você, de verdade! Foi como se eu também estivesse me libertando, tentando começar algo novo, entende?
YH: Acho que sim...

Desviei os meus olhos pela primeira vez depois de minutos. Estava começando a ficar confusa e com medo de onde aquilo iria terminar. Ele suspirou e se levantou me estendendo a mão.

MF: Acho melhor voltarmos para a mesa. Antes que o Scott provoque mais alguém sem nossos testemunhos... – rindo.

Peguei a mão dele rindo também e cortando caminho entre a multidão de casais, voltamos para a mesa, onde agora Scott e Ben teciam comentários sobre “apelidos carinhosos”...