Monday, March 12, 2007

Broken Hearts and Burgers

Era o nosso ultimo final de semana em Hogsmeade do ano e por coincidência, era aniversário do Remo. Mesmo tendo insistido por uma semana inteira, ele não estava inclinado a ceder aos meus apelos de deixar que organizássemos uma festa. Dizia que não gosta de chamar a atenção dos outros e que preferia apenas que ficássemos pelo Três Vassouras, sem tumulto.

Então, atendendo ao pedido do aniversariante, fomos para o pub perto da hora do almoço. Estava cheio como sempre e sentei em uma mesa no canto perto da janela enquanto ele ia pedir algo para comermos. Fiquei prestando atenção enquanto ele estava no balcão, sendo atendido por uma menina bem nova, aparentando ter a nossa idade. Ela não parava de sorrir para ele e fiquei observando atentamente, ouvindo o que ela dizia sem perder uma única palavra.

- Aqui está – ela empurrou a bandeja com os sanduíches para ele – Eu pus o molho no canto para você
- Obrigado

Meus olhos só faltaram soltar faíscas quando vi que ela encostou por alguns segundos na mão dele, e quase cuspi fogo quando vi que ele sorriu para ela de volta. Quando Remo virou para vir até nossa mesa, eu já estava de pé.

- O que foi? – disse cínico colocando a bandeja na mesa
- Vocês são todos iguais...
- O que eu fiz? Ei, aonde você vai?
- Sentar com as minhas amigas. E não venha atrás de mim!

Sai de perto dele indo sentar com as meninas, que já tinham visto minha cara e entendido o que tinha acontecido, deixando ele sozinho com a bandeja na mão na outra mesa.

ººº

- O que aconteceu, Aluado?

Meus amigos haviam chegado no Três Vassouras e sentaram na minha mesa assim que me viram sozinho. Tiago logo quis saber o que tinha acontecido e contei a eles o surto que Louise teve ao ver a balconista conversando comigo. Sirius olhou por trás do banco e viu que ela estava sentada com as amigas em uma mesa do outro lado do pub. Todas conversavam concentradas e de vez em quando lançavam um olhar assassino na nossa direção.

- Deixa comigo, vou resolver isso
- O que? Vai resolver o que, Sirius? – falei assustado vendo ele levantar
- Vou falar com a Louise, ora
- Não, não vai falar com ninguém, senta aqui!
- Relaxa cara, vai dar tudo certo
- Sirius, não! Volta aqui! – mas ele me ignorou e saiu andando até a mesa das meninas

Tiago, Pedro, Quim e eu viramos as cabeças depressa para acompanhar o que Sirius ia fazer. Senti meu estomago afundar quando ele parou ao lado da mesa delas e pediu para falar com Louise a sós. O que eu não esperava era que ela fosse topar. Sirius se afastou alguns centímetros da mesa e ela o seguiu, prestando atenção ao que ele dizia em um tom de voz muito baixo. De longe parecia que ele estava a convencendo de que não tive culpa, mas de repente, numa fração de segundos, Louise acertou um tapa no rosto dele e se sentou furiosa na mesa, mas não sem antes me fuzilar com o olhar. Sirius deu meia volta com uma cara feliz até demais para quem tinha levado um tapa e sentou ao meu lado outra vez.

- É cara, boa sorte com a sua namorada...
- O que você falou pra ela?
- Ora, o que poderia ter dito? – ele me indagou como se a resposta fosse obvia – Expliquei a ela que é normal para os homens paquerar outras meninas, que é uma coisa que toda mulher deve se acostumar a conviver sem nos questionar e...
- Eu não acredito que você falou isso pra Louise! – o interrompi não querendo ouvir o resto
- E você queria que eu dissesse o que??
- Nada, pra começar! Não pedi que fosse lá!
- Não precisa ser mal agradecido também!
- Pois me diga uma única razão pela qual devo agradecer você pelo que acabou de fazer?
- Remo, vai conversar com ela – Quim pôs um fim na discussão – Vocês se gostam, não tem porque brigarem por besteira
- É... Eu vou até lá

Levantei da mesa ignorando os resmungos do Sirius e marchei até a mesa das meninas. No caminho ia pensando nos prós e contras de me aproximar da Louise quando ela estava cercada pelo esquadrão feminino que ela chamava de amigas, mas não podia ficar sentado sabendo que elas estavam envenenando minha namorada contra mim, principalmente depois da brilhante ajuda do Sirius. Quando parei ao lado da mesa, parecia que estava caminhando há 2 horas para chegar até lá.

ººº

- Ele ta vindo, Lou! – Alex falou depressa desviando o olhar do corredor do pub
- Não deixa ele te convencer de qualquer besteira – Yulli falou rápido
- Escuta ele primeiro, não tire conclusões precipitadas – Sam falava agora
- Louise? Posso falar com você um instante?

Virei o rosto para olhar para ele e automaticamente voltei a encarar as meninas, sem respondê-lo. Não foi nada planejado, eu simplesmente não lhe dei atenção.

- Lou, você não vai poder me evitar pro resto da vida
- Não, mas enquanto der, pretendo!

Levantei da mesa apressada e o empurrei com as mãos para que saísse do meu caminho e me deixasse passar. Não sabia aonde ia, mas queria sair do Três Vassouras, estava me sentindo sufocada lá dentro. As meninas ficaram na mesa e Remo veio atrás de mim pela rua do povoado.

- Quer ficar parada e me escutar? – ele agarrou meu braço quando me alcançou
- Não preciso, seu amigo já explicou como funciona – respondi azeda
- O Sirius é um idiota, eu não pedi pra ele falar nada! E o que ele falou não é verdade!
- Não seja mentiroso... Depois de ter ouvido da boca dele, até que fez sentido. Vocês são todos iguais, uns porcos!
- Não me julgue junto com eles! Garotos podem até fazer o que ele falou, mas eu não!
- E o que faz com que você seja diferente deles?
- Eu tenho uma namorada que amo e não preciso olhar pra nenhuma outra garota

Remo segurou meu outro braço com a mão livre e me puxou para perto dele, olhando dentro dos meus olhos. Eu andava me sentindo tão sem forças nos últimos dias que não fui capaz de desviar o olhar dessa vez e deixei que ele me abraçasse. Deixei que ele me abraçasse e fizesse com que eu me sentisse protegida de alguma forma. Eu não havia ficado triste por ele ter dado atenção à menina, pois sabia que não tinha motivos para me sentir ameaçada. Meu medo era de me decepcionar outra vez com uma pessoa que amava muito. E Remo parecia ter entendido o que realmente aconteceu. Ele me afastou dele o suficiente para poder me olhar meu rosto outra vez e o encarei com os olhos cheios de lagrima.

- Eu nunca vou magoar você
- Eu sei...

Ele me abraçou outra vez e permiti que algumas lágrimas finalmente caíssem, me sentindo protegida pelos braços dele em volta de mim.