Thursday, April 05, 2007

Decisões do passado que moldarão o futuro.

Do diário de Alex Mcgregor

- Acho que nunca vou ter filhos. Deve ser estranho...
- Você terá dois filhos que irão levá-la á loucura assim como os meus farão comigo. - disse Lu e pôs a mão na boca ante meu espanto.
- Como assim Lu, o que você viu?- perguntei curiosa.
- Eu apenas sonhei com isso. – Lu respondeu.
- Quer dizer que eu vou me casar com o Logan e ter dois filhos dele, é isso?- antes que ele respondesse Endora, cortou nosso assunto.
- Alucard, me perguntou se isso era uma visão e disse a ele, que provavelmente não. Nada mais era do que uma manifestação dos desejos de vocês.
- Mas era tão real... - ele disse incerto.
- Não se esqueça que os seres humanos têm desejos e eles às vezes se manifestam em sonhos.
-Ah, sabe que não tinha pensado nisso? Dois filhos. Tomara que seja um menino e uma menina. E já pensou que legal, eles tendo aulas com a Endora?
-Sim, imagina eles tendo que ler as borras de chá, e resolvem que a sala é grande para um pega-pega. - e bateu com a mão no meu braço dizendo: Tá com você. - começamos a rir.
-Sim, eu gostaria de viver muito para poder dar aulas aos filhos de vocês. - ela disse séria.
-Mas é claro que vai viver. Se eles puxarem a nós, vão precisar muito de você. - enfatizei. - Tá com você! – bati de volta no braço dele e saí correndo da sala de adivinhação, não notei a troca de olhares entre eles.
o-o-o-o-o-o

Dias depois...

Estávamos escrevendo a redação sobre os doze usos do sangue de dragão, mas me sentia inquieta.
- Pára de bater este pé no chão, Alex, tá me desconcentrando. – reclamou Louise.
- Desculpa. - respondi mecanicamente.
Após algum tempo foi a vez de Yulli reclamar:
- Você ta treinando pra tecladista da banda da Moon? – e notei que eu tamborilava na mesa impaciente.
- Foi mal.- disse contrita.
- Alex, você está com algum problema? Está agitada demais hoje e você sempre se concentra quando é para estudar poções. - perguntou Ben e Mark brincou:
- Devem ser saudades do Warrick, tem uma semana que ele não envia uma coruja.
- Ele está ocupado com as provas dele. Não aconteceu nada. - respondi
- Mas acho que de qualquer forma quando ele aparecer você vai matá-lo por demorar tanto com os exames. Vamos abrir um bolão para ver as formas que ela vai punir o Logan?- disse Louise quando empurrou os pergaminhos onde fazia anotações e eles começaram a rir.
- Bobos! – e levantei da mesa. – Preciso dar uma volta para arejar um pouco, senão vou atrapalhar vocês e também não vou conseguir estudar.
- Quer que eu vá com você?- ofereceu-se Ben.
- Obrigada. Acho que preciso de um tempo sozinha.
Caminhei a esmo pelo castelo, e acabei me deparando com uma cena que me gelou até os ossos: Alucard estava caído no chão e sua cor não era das melhores. Corri até ele e ao pegar seu pulso vi o quanto estava frio.
AM - Lu, por favor, acorde. Vamos para a enfermaria.
AC - Não vai dar tempo... Ele quer sair... A sede vai me matar, mas não vou deixá-lo vencer. – e suas presas apareceram e seus olhos ficaram injetados de vermelho por alguns segundos e a custo ele recuperou o controle.
AM - Você é mais forte que ele. – eu dizia enquanto seus dedos se enterravam em meu braço impedindo-me de sair dali. Era como ver aqueles filmes de terror trouxa, em que você precisa de ajuda e ela nunca aparece quando o monstro vai atacar você.
AC - Sede... Muita sede... Mate-me... - ele sussurrou e senti o suor frio do medo escorrer pelas minhas costas.
AM - Não vou matá-lo. – olhei em seus olhos e disse o mais firme que podia:
- Seu inimigo é forte, você precisa enfraquecer suas bases. Vou te dar os meios para você fazer isso. – peguei minha faca de prata que sempre trazia no bolso das vestes e fiz um corte rápido em meu braço e ofereci a ele.
AC - Não posso fazer isso. Eu posso contaminar você. – e sua expressão se dividia entre o desejo e o asco pelo sangue fresco que escorria em meu braço.
AM - Você precisa Lu, ou esta coisa não vai sossegar enquanto você não atacar alguém. Basta não fincar suas presas em mim, que não haverá contaminação. Só espero não machucar ou matar você.
AC - Seja o que for que me acontecer, vou ser grato a você. – disse após pensar por um tempo. Ele assentiu, sinalizando que estava pronto e eu levei meu pulso perto dele e aumentei o corte, para que o sangue fluísse para sua boca.
Não sei dizer por quanto tempo ficamos ali. Comecei a sentir-me tonta e um entorpecimento começou a tomar conta de meu corpo. Fazia força para me manter acordada.
- POR MERLIN! - ouvimos alguém dizer e era Mirian, que estava de olhos arregalados e trazia sua varinha na mão. Podíamos ver que ela tremia.
Sorri fracamente para ela e Alucard ao vê-la assustada, recolheu as presas e seus olhos voltaram ao normal. Não havia outra palavra para descrevê-lo naquele momento: ele estava muito envergonhado.
- Ela precisa de ajuda, porque me salvou. - ele disse e pude notar nervosismo em sua voz.
Mirian recuperou o autocontrole, e se aproximou decidida. Olhou-me nos olhos, e o mais estranho era a calma que ela transmitia ao falar comigo, enquanto estendia suas mãos sobre mim:
MC - Tudo vai ficar bem. – e uma luz dourada e intensa saiu de suas mãos. O corte em meu braço se fechou e eu comecei a melhorar.
Após alguns minutos ela rompeu o contato e perguntou:
MC - Você está melhor Alex?
AM - Sim, muito melhor. É por causa disso que você não pode tocar o Lu não é? É tão quente. Obrigada.
- Você precisa ir para a ala hospitalar. – disse Lu sério.
AM - Não preciso não, estou melhor do que antes. E você está bem? – ele sacudiu a cabeça positivamente e evitava nos olhar nos olhos. Aquele constrangimento não poderia se instalar entre nós, e eu disse:
- Mirian, seu namorado é muito enjoado e não bebe qualquer coisa. Só escocês 16 anos das Highlands. – disse zombando.
Mirian e Lu após olhar um pro outro começaram a rir comigo. Antes que eles dissessem mais alguma coisa, eu completei:
AM - Amigos são pra estas coisas, certo? Agora será que podemos ir comer alguma coisa? Sinto como se não me alimentasse há dias. – olhei para ele e tivemos o mesmo pensamento. Batemos no braço de Miriam e dissemos juntos antes de começarmos a correr em direção da cozinha:
-Tá com você!