Tuesday, May 08, 2007

Double, Double, Toil and Trouble

Por Louise Graham Storm

‘Prezados alunos,


Venho por meio desta anunciar o 850º Simulado de N.I.E.M.s promovido pela Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Todos os alunos do sexto e sétimo ano deverão prestar as provas, sem exceção. Abaixo, segue o calendário de datas e respectivas disciplinas:

22/05
Transfiguração
Herbologia
Aritmancia


23/05
Historia da Magia
DCAT
Adivinhação

24/05
TCM
Astronomia
Runas

25/05
Transfiguração
Estudo dos Trouxas
Poções


Atenciosamente
Minerva McGonagall
Vice-Diretora’

Deixei meus livros caírem no chão ao terminar de ler. O aviso formal pregado em todos os quadros do castelo estava mesmo nos comunicando que participaremos de um simulado em uma semana??? Meus amigos parados ao meu lado também tinham expressões de choque no rosto e talvez se o sinal não tivesse tocado, não despertaríamos do transe. Era aula de DCAT e ao entrarmos na sala, a confusão já estava instalada.

- SIMULADO EM CIMA DA HORA?? – Sam berrava em cima do professor
- NOSSOS EXAMES SÃO NO PROXIMO ANO, NÃO PODEM NOS OBRIGAR! – um menino da Grifinória a apoiava
- Se acalmem, por favor! – o professor pedia em vão

A turma inteira falava ao mesmo tempo, todos reclamando da mesma coisa. A turma só se calou quando o professor apontou a varinha para o lustre no fundo da sala.

- AVADA KEDAVRA! – o lustre se estilhaçou em mil pedaços e suas correntes caíram no meio das cadeiras. Todos sentaram no chão com o susto – Desculpem, mas era o único jeito de vocês calarem a boca!

Um a um, fomos levantando e tomando nossos lugares, ainda assustados. Depois da aula de Arte das Trevas que ele deu, estávamos mais acostumados às maldiçoes imperdoáveis, mas ainda era um baque ouvir alguém berrar a maldição da morte dentro da sala. Quando estavam todos sentados, ele tornou a falar.

- O simulado não é responsabilidade minha, é uma tradição da escola. Não tenho poder de interferir em favor de ninguém, portanto só posso dizer para estudarem. Se tiverem queixas a fazer, procurem pela professora McGonagall! E não acredito que ninguém nessa turma deva temer o exame de DCAT, todos estão indo perfeitamente bem! Agora, posso dar a minha aula?

A turma riu do tom de desespero do professor e ninguém mais tocou no assunto. Ele começou a nos passar revisões que cairiam no simulado e quando a aula terminou, tínhamos uma pilha de dever para fazer.

- Srtª Storm, pode esperar um instante? – o professor me reteve no fim da aula
- Eu fiz alguma coisa, professor? – perguntei preocupada
- Não, não fez nada. Você esta bem? Não lhe vi no enterro de sua avó
- Eu não fui. Não estava me sentindo bem e fiquei em casa com meu primo. Não sabia que tinha ido
- Não poderia ter deixado de ir, sua avó era uma grande amiga. Quero que saiba que se quiser conversar sobre o que aconteceu, tem liberdade de me procurar, entendeu?
- Sim, eu sei...
- OK então, pode ir, ou vai se atrasar para sua aula de Poções.

Assenti com a cabeça e sai da sala. Meus amigos perguntaram o que ele queria e disse a verdade, mas não dei espaço para o assunto persistir. Já estávamos atrasados para a aula do Slughorn e não dava para bater papo no corredor. Mais uma vez a turma já estava toda em sala e sobraram apenas as primeiras bancadas para nos sentarmos. Scott foi o único que gostou, era o aluno favorito do professor.

- Pelo silencio, vejo que já descontaram toda a frustração com os simulados no professor Stroke... – Slughorn falou a todos riram – Não vou passar revisão para ele, teremos bastante tempo para elas ano que vem, portanto vou dar continuidade com a matéria! Abram seus livros de Poções Avançadas na página 249, Poção Polissuco.

O silencio da sala logo foi quebrado com o barulho da animação de todos diante da perspectiva de finalmente começarmos a fazer essa poção. Há duas semanas o professor vem falando sobre ela, nos fazendo montar relatórios imensos sobre os perigos de se fazer essa poção, no que pode dar errado, nos efeitos colaterais de um mínimo erro, mas não nos deixava sequer tocar os ingredientes. Hoje, no entanto, seu armário de ingredientes estava aberto e o modo de preparo da poção descrito no quadro.

- Quero que separem os ingredientes listados no quadro e comecem a prepará-los para serem despejados no caldeirão. Atenção aos ingredientes, não pode faltar nada!
- Hemeróbios, sanguessugas, descurainia, sanguinária, pó de chifre de bicórnio, pele de ararambóia picada... – Yulli ia pegando as coisas no armário e entregando para Alex na mesa – falta alguma coisa?
- Não, acho que isso é tudo!
- Falta só o pedaço da pessoa que vamos nos transformar, mas isso ele não listou no quadro, acho que não está na hora – Scott falou relendo as instruções.
- Droga, não encontro meu livro! Acho que deixei em casa nas férias... – tinha acabado de despejar o ultimo item da minha mochila na mesa e não o encontrava
- Use esse livro, Srtª Storm. Mas cuidado, é de um aluno do 7º ano, ele esqueceu na masmorra. Vou precisar que você me devolva no fim da aula.
- Ok, obrigada professor.

Slughorn me estendeu um livro que parecia ter saído da livraria naquele instante, de tão bem cuidado que era. A capa não tinha sequer um arranhão, fiquei ate com medo de tocar ele. Mas como diria minha avó trouxa: por fora, bela viola, por dentro pão bolorento. Se a capa dele era bem cuidada, as páginas estavam um caos. Em praticamente todas elas tinham anotações, rabiscos que não pareciam fazer qualquer sentido aos olhos desatentos. Mas é claro que os meus estavam mais do que atentos, e logo percebi que os rabiscos eram instruções para as poções, anotações pessoais para facilitar o preparo. E em algumas páginas, tinham feitiços. Feitiços dos quais eu nunca ouvi falar.

- Preciso levar esse livro pra fora da sala! – falei batendo com ele na mesa
- O que foi, Lou? Por que tem que levar o livro? – Alex olhava pra minha cara sem entender nada
- Esse livro – bati com a pena na página com um feitiço intitulado Sectusempra – é do Snape, e ele criou esses feitiços!

Não foi preciso dizer mais nada, as caras de cobiça dos meus amigos olhando para o livro já diziam tudo. Guardei o livro debaixo da mesa, não tinha mais a intenção de usar, e nos concentramos na poção polissuco. Ela era complicada, precisava de um mês para ficar pronta, e qualquer movimento errado no caldeirão poderia nos causar sérios danos, já que Slughorn disse que beberíamos a poção quando estivesse concluída.

- Deixem os caldeirões nas bancadas, vou lacrar todos depois que saírem, e continuaremos a poção na próxima aula. Quero que façam um relatório completo sobre essa poção, vocês encontram todas as informações que precisam no capitulo 37.
- Professor Slug – fui até a mesa dele com o livro do Snape na mão – Posso levar o livro comigo? Acho que esqueci o meu em casa na páscoa, e até que meu avô me mande por coruja, não vou poder terminar o dever. Prometo devolver ele inteiro na próxima aula!
- Tudo bem, acho que não tem problema. A turma do 7º ano não tem mais aula de poção essa semana, se o dono vier atrás do livro, peço para lhe procurar.
- Obrigada professor, vou guardá-lo comigo até o dono sentir sua falta!

Meus amigos já estavam me esperando ansiosos e corri abraçada ao livro para fora da masmorra. Se o seboso sabe criar feitiços, seria egoísmo não dividi-los com seus colegas bruxos, não acham?