Monday, May 14, 2007 Loucuras da Idade Média Por Benjamin O’Shea - Ah não, como você aprendeu isso?? – Mark deu um soco na grama rindo – Faz outra vez! Kegan fechou os olhos pela 5ª vez e antes que pudéssemos piscar, estava invisível. Desferi um soco na direção que ele deveria estar, mas os treinamentos na Academia de Auror deixaram meu irmão com a agilidade de um gato, e logo senti meu braço torcer nas minhas costas. Os garotos começaram a rir, mas não consegui me soltar. - Boa tentativa, Benji, mas sou mais rápido que você – disse voltando a ficar visível – E também sou um bom legilimente, sabia que você tentaria me acertar. - Se parasse de usar suas habilidades, teria lhe acertado. - Ok, chega de exibição, quero ver o que vocês sabem fazer – ele soltou meu braço e massageei o pulso – Stroke me disse que vocês tiveram uma aula de arte das trevas, e que estão na turma de DCAT avançada. Imagino que já estejam praticando patronos, feitiços estuporantes, e essas coisas. - Patronos ainda não – Scott falou decepcionado – Ele disse que só vamos praticar isso no ultimo ano, só os alunos do 7º estão tendo essa aula. - Mas já estamos aprendendo o feitiço estuporante, como forçar um animago a voltar a sua forma, o obliviate também, e alguns feitiços de ataque menores – Fabio ia listando o que estávamos fazendo nas aulas - Parece que o Stroke vai reservar o ultimo ano inteiro para aprenderem a produzir um patrono... – Kegan falou pensativo - O que você sabe que não sabemos? – Joey encarou meu irmão intrigado - Nada, e não adianta forçar com a legilimencia, Mark. Também sou um bom oclumente. – Mark sacudiu a cabeça contrariado e meu irmão riu – Lu, venha até aqui... Meu irmão fez sinal para que Lu ficasse de pé e explicou algo em seu ouvido que não conseguimos escutar. Lu deixou escapar uma risada e puxou a varinha do bolso, apontando para o lago. - Espectro Patronum! – Lu falou baixo, mas firme, e uma bolinha prateada saiu da ponta de sua varinha, mas logo se dissolveu – Eu fiz um patrono?? - Não exatamente, mas como imaginei você conseguiu produzir o começo de um sem desmaiar. Não tem como definir que animal é ainda, mas acho que você não terá muita dificuldade nas aulas... - Vamos Kegan, nos ensine a fazer um! – falei animado e todos me apoiaram - Está louco? Não tenho autorização para isso, Stroke comeria meu fígado! - Prometemos não contar a ele, não é? – Scott virou para os outros e todos confirmaram - OK, ok, vou pensar no caso de vocês... – o sinal tocou e ele sorriu, continuando a falar – mas infelizmente, ou felizmente, hoje não teremos tempo! Podem ir circulando para a aula, que eu tenho coisas a fazer! Levantamos da grama insatisfeitos e seguimos para o campo de quadribol, local da nossa aula de historia da magia. Logo esquecemos que Kegan não queria nos ensinar feitiços avançados, pois uma enorme arena estava montada no campo. Se olhássemos de longe, parecia um labirinto, mas de perto dava para perceber que eram pequenas arquibancadas feitas de feno. Muitos alunos já estavam espalhados por elas e procuramos um lugar vazio perto das meninas. A professora não estava por perto, mas antes que pudéssemos nos perguntar onde ela estaria, Karen veio caminhando dos vestiários, e o mesmo elfo da ultima aula vinha atrás dela, segurando a parte de trás do enorme vestido que ela usava. O elfo tinha um capacete na cabeça e parecia ter dificuldade em se manter em pé. - Saudações doces donzelas e nobres cavalheiros! – Karen fez uma reverência engraçada e o elfo a imitou – Vos convido a se juntarem a essa amável dama que vos fala ao mundo de Camelot. Por obsequio, aqueles que de bom grado assim quiserem, Sir Marion pode lhes fornecer o que precisam – Karen fez outra reverência e apontou para o elfo, que sorriu para ela e retribuiu com outra reverência Ela não precisou nem se esforçar ou pedir outra vez, pois todos levantaram das arquibancadas e correram para o elfo, que ia distribuindo as peças de roupa e indicando os vestiários para nos trocarmos. Nem mesmo os sonserinos mais invocados pareciam se opor à divertida idéia de se vestir como um cavaleiro da távola redonda. As meninas estavam todas lindas, com vestidos longos e Karen pediu que todos voltassem às arquibancadas e nos sentássemos, para que ela pudesse começar a aula. - Sir Benjamin, já venceste um torneio de montaria? – Karen parou ao meu lado - Nunca montei em um cavalo... - Lady Karen... – ela falou baixo - Ah sim, perdoe-me! – disse entrando na brincadeira – Jamais me aproximei de um cavalo, Lady Karen. Receio não estar apto para tal ato! - Sir Alucard, este convite torna-se possível, se estendido ao senhor? – Karen encarou o Lu e todos riram - Perdoe minha falta de habilidades neste ramo, Lady Karen, mas temo não saber como montar tal espécie – Lu falou sério, mas no fim acabou rindo - Mas que leva de cavaleiros frouxos temos aqui, não concordam Miladies? - Não se fazem mais nobres cavaleiros como antigamente... – Yulli falou balançando a cabeça e as meninas riram - Que desatino és este que estais a dizer, Lady Yulli? – Scott pôs-se de pé e cruzou os braços – Eu, Sir Scott, disponho-me a salvar a honra de meus distintos colegas de montaria. Onde estás minha mula? - Não chames a montaria de mula, são cavalos! – Karen encarou o irmão parecendo estar se divertindo tanto quanto a turma - Como preferir, Lady Karen – Scott fez uma reverência igual à dela no começo da aula e ela agradeceu - Pois bem, que outro valente cavalheiro estais disposto a enfrentar Sir Scott no torneio? – e ninguém levantou a mão – Vamos rapazes, é pela mão de uma gentil donzela! - Poderia um mero visitante duelar nesse nobre torneio? A voz desconhecido da maioria da turma fez com que os alunos virassem depressa a procura de seu dono, mas eu sabia de quem era a voz. Kegan estava parado perto de um dos cavalos e segurava uma das lanças na mão, analisando-a curioso. Karen olhou para ele sem entender, mas me apressei em explicar quem era e ela o convidou a se aproximar. - Queres participar de nosso torneio, Sir...? - Kegan, Sir Kegan – ele pegou a mão dela e a beijou – É uma honra conhecer a mais famosa e adorada professora de historia da magia de Hogwarts - Estais a me galantear, Sir Kegan? - Não ousaria tal falta de respeito com uma dama que acabo de conhecer - Precisamos de uma frágil donzela para inspirar os cavaleiros – Karen desviou o olhar de Kegan e se voltou para as meninas – Alguma das donzelas presentes estaria disposta a selar este torneio? - Se me permite Lady Karen... – Scott caminhou até as meninas e estendeu a mão para Yulli – Muito me agradaria se Lady Yulli fosse o alvo desta disputa - Estais de acordo, Lady Yulli? Vi Yulli olhar de Scott para Kegan e com um sorriso largo estampado no rosto concordar com a cabeça. Karen pediu que ela subisse no feno plantado entre dos dois cavalos e explicou as regras do torneio a Scott e Kegan. Não era nem de longe um legilimente, mas sabia muito bem que meu irmão estava querendo impressionar Karen. - Se fosses tão bom com a lança quanto és manejando a varinha, eu certamente estaria perdido – Scott falou sagaz quando Karen se afastou – Monto cavalos desde que eras um moleque, não terei dificuldades em fazer-lhe beijar a areia - Mesmo que tal vitória ocorresse certamente não me derrubaria do cavalo. Mas como é óbvio que tal fato nunca ocorrerá, não me pertubo com essas questões - Ah, meu amigo, tua arrogância tanto me comove – Scott fingiu comoção - Não te incomodes em ter tal sentimento – Kegan respondeu com sarcasmo - Cavaleiros a postos! – Yulli berrou em cima do feno, sacudindo um lenço Scott e Kegan montaram em seus cavalos, e como Scott bem disse, ele parecia saber o que estava fazendo. Kegan, por outro lado, estava um pouco atrapalhado. Eles emproaram as lanças na direção um do outro e quando Yulli deixou o lenço cair, dispararam com os cavalos. A turma inteira prendia a respiração à medida que a velocidade com que eles cavalgavam aumentava e quando os cavalos estavam a poucos centímetros de se chocarem, Scott empinou o dele e cravou a lança na armadura de Kegan, fazendo com que ele caísse direto no chão. Todos já estavam de pé nas arquibancadas e desataram a aplaudir e gritar. Karen correu até eles e fomos todos atrás dela. - Comeste poeira como lhe profetizei, amigo – Scott estendeu a mão para Kegan e ele aceitou sua ajuda – Admitiria agora que estois à sua altura? - Admito de bom grado quando sou derrotado com dignidade – Kegan bateu a terra da roupa e apertou a mão de Scott – Sua vitória foi merecida, tem o coração da donzela todo para você – ele ajudou Yulli a descer do feno e beijou sua mão, fazendo ela corar - Sir Scott venceu o torneio! – Karen falou alto e animada, erguendo o braço de Scott – E devo congratulações ao senhor, Sir Kegan. Para um bruxo sem qualquer habilidade com cavalos, saiu-se muito bem. - Obrigado Lady Karen – ele pegou sua mão outra vez e a segurou com as suas duas – Queria lhe agradecer a oportunidade de participar da brincadeira e dizer que... – mas parou de falar, pensando se deveria continuar - Podes falar o que pensaste. Não serás repreendido – Karen falou encarando meu irmão, curiosa - És a dama mais bela de toda a corte e certamente a mais bela que tive o prazer de conhecer em minha vida É impossível dizer se Karen respondeu à cantada de Kegan, pois só o que se ouviu depois foram os gritos e provocações da turma frente à cara de pau do meu irmão. Os meninos riam e o apoiavam, e as meninas incentivavam Karen, mas ele beijou sua mão mais uma vez e saiu do campo, deixando ela com a turma, mais vermelha que um esplosivin. Acho que vou ganhar uma cunhada muito em breve... |