Thursday, May 10, 2007

Pedaços do cotidiano de uma lufana

Do diário de Alex McGregor

- O que você tem Lu? Está tão calado hoje. - perguntei enquanto descíamos as escadarias da Torre de Adivinhação.
- Só estou cansado Alex... - respondeu Lu sem me olhar nos olhos.
- Você teve uma visão ruim não é?- insisti.
- Elas sempre são ruins. De que adianta ver se não vou poder impedir?
- Quer falar sobre ela? Talvez se sinta melhor. – sugeri e ele negou com a cabeça.
- Vamos embora, amanhã você precisa vencer os sonserinos, se quiser disputar a taça. Claro que vai perder para a Grfinória na final, mas vai valer pela disputa. – ele disse imitando o sotaque de nossa professora.
- É uma previsão? – perguntei.
- Não, é a lógica, porque meu time está melhor que o seu. – disse convencido e gargalhou. Fomos nos provocando ate a entrada do salão da Lufa e nos despedimos sem voltar ao assunto de sua visão. O que quer que fosse, que ele havia visto, ele me diria quando fosse o momento.
Isso nunca aconteceu.

Jogo de Quadribol entre Lufa e Sonserina - quartas de final

Estávamos jogando há quase duas horas e a partida estava acirrada. A cada ponto lufano os sonserinos reagiam não só marcando em cima, como aumentavam a violência em campo. Um balaço do Nott havia nocauteado Charlie Bell e jogávamos desfalcados.
Louise lançou um balaço e fez McMahon, o artilheiro sonserino soltar a goles, Joey a pegou e eu ia na esteira dele dando suporte, a poucos metros dos aros, os sonserinos vieram pra cima dele e ele mandou a goles para mim, enquanto recebia uma trombada dos artilheiros verde e prata, lancei a goles e marquei ponto. Antes que comemorasse, um balaço de Crabbe acertou meu braço esquerdo. Senti algo quebrar e a dor se instalou. Trinquei os dentes, mas não podia deixar o jogo. Seríamos desclassificados, por falta de jogadores.
Por sorte Yulli localizou o pomo e o pegou, selando nossa vitória. Suspirei aliviada. Deitei-me na vassoura e desci rápido até o chão. Já não conseguia ver mais nada além de pontos doloridos na minha frente. Não participei da festa da vitória na Lufa-lufa, tudo o que eu iria beber naquele dia seria uma deliciosa poção reparadora de ossos.

Biblioteca de Hogwarts - vésperas dos Simulados.

"...Venha passar as férias conosco. Já conhece a família de seu namorado e se ele quiser poderá ficar aqui também. Seu avô e eu temos saudades suas e não é justo sermos privados da sua presença por tanto tempo. Encare isso como uma ordem, pois seu avô tem algumas surpresas para você. Suas primas já confirmaram a presença..."

Fechei o pergaminho, e coloquei dentro do livro de poções em cima da mesa da biblioteca.
- Noticias ruins?- perguntou Louise
- Vovó disse não à minha viagem nas férias de final de ano. E eu já tinha até encomendado um chapéu novo... – respondi.
- Ainda fico pasmo quando imagino você no meio do nada dançando quadrilha e andando a cavalo. Diz a verdade: você fica mordendo capim também? – zoou Scott e rimos.
- SSHIIIIII.- fez madame Pince e nos acalmamos antes que ela nos mandasse sair.
Vimos quando um sonserino da turma de Wayne entrou e se sentou numa mesa próxima a nós e abriu um livro.
- É impressão minha ou estamos sendo seguidos? Este garoto estava sentado perto de nós no jantar. - comentei e discretamente meus amigos o olharam.
- Agora que você falou, lembro que ele ontem estava perto do nosso salão comunal. Quando Mark e eu passamos, o mandamos de volta para a Sonserina, ele foi muito contrariado, disse que estava esperando a namorada. Percebemos que era mentira. – disse Yulli.
- Por que mentira? – quis saber Louise.
- Porque ele é um dos reservas do time de quadribol, e houve treino deles ontem, e ele ainda estava com a mesma roupa. Ninguém vai ver a namorada fedendo né?- ela respondeu.
- Mas eles têm um odor natural. Algo exclusivo como "Le Gambá", disse Sam e começamos a rir. Madame Pince ajeitou os óculos no nariz e nos encarou.- ficamos sérios.
Continuamos a escrever, mas estávamos incomodados com nosso "segurança" particular. Olhei para o garoto e levantei indo até onde ele estava. Meus amigos ficaram olhando enquanto eu me sentava ao lado dele:
- Olá! Posso saber por que você está nos vigiando?
- Não estou vigiando vocês. Estou estudando, dá licença?- respondeu ríspido.
- Só que você aprenderia melhor se colocasse o livro na posição certa. Ele está de cabeça para baixo. - ao ouvir isso meus amigos não seguraram o riso, enquanto o garoto avermelhava virando o livro na posição certa. Antes que a madame Pince nos expulsasse, juntamos nossas coisas e saímos dali, voltando aos nossos salões comunais. Até que a estátua dos sonserinos fosse devolvida, ainda teríamos muitos contratempos.