Tuesday, May 29, 2007


‘Se você pudesse estalar os dedos para que uma pessoa caísse morta, você estalaria?’

Mean Creek

Estava duelando com Dolohov e havia acabado de derrubá-lo quando ouvi alguém gritar atrás de mim e virei para ver quem era. Remo estava atirado no chão e sacudia o corpo quase sem vida de Louise. Esqueci por completo que ainda estavam lançando feitiços contra mim e corri até ela, ajoelhando ao seu lado. Um corte enorme em forma de cruz atravessava seu peito e a quantidade de sangue era tanta que formava uma poça e começava a deixá-la pálida.

- O QUE VOCÊ FEZ?? – Remo berrava com raiva, mas Snape ainda estava com a língua presa
- Lou, acorda! – sacudi Louise desesperado – Por favor...
- Seu asqueroso, o que fez com ela?? – Alex e Yulli agarraram as vestes dele e o sacudiram com violência

Snape conseguiu empurrar as duas para longe com a ajuda de Dashwood e todos correram na direção do castelo, deixando Louise desacordada no gramado. Remo e Quim a ergueram do chão e caminhavam depressa para a enfermaria, mas eu, Ben e Lu corremos atrás dos sonserinos. Eles ainda estavam longe de alcançar a entrada do Hall quando Lu acertou o primeiro com um feitiço estuporante, mas todos conseguiram escapar com exceção de Snape, que ficou retido pelos nossos feitiços.

- QUAL É O CONTRA-FEITIÇO?? – Ben agarrou Snape pela gola das vestes e o atirou na grama com violência
- Ela teve o que mereceu! – Snape já estava livre do feitiço trava-língua – Foi muito abusada em usar meu próprio feitiço contra mim! Se depender de mim, vai morrer de tanto sangrar...
- Seu nojento! – Voei para cima dele, mas Lu e Ben me seguraram e deixaram ele levantar do chão
- Deixa Scott, não vale a pena. Dumbledore vai puni-lo melhor! – Lu me empurrou para trás, me afastando de Snape
- Isso Foutley, não faça nenhuma bobagem – Snape bateu as vestes sujas de grama e me encarou cheio de arrogância – Pode acabar morto como a sua amiga...
- CRUCIO!

Um jato roxo saiu da ponta da minha varinha e acertou Snape em cheio no peito, o derrubando na mesma hora. Continuei apontando a varinha para ele enquanto ele se contorcia no chão, do mesmo jeito que os pelúcios se contorceram quando tivemos aula de Arte das Trevas. Mas dessa vez não estava com dó, e sim com raiva. Estava com tanta raiva que se os meninos não tivesse quebrado o contato da varinha com Snape, ele teria desmaiado de dor.

- Chega Scott – Ben segurou a varinha e encarou Snape encolhido no chão – Ele já teve o que merece

ººº

- Como ela está?

Chegamos correndo na enfermaria, mas as portas estavam fechadas e madame Pomfrey não deixava ninguém entrar. Tiago e Sirus tinham saído para procurar pela professora McGonagall e o professor Slughorn e os demais estavam esperando nervosos no corredor. As meninas estavam chorando e Remo se mantinha calado, uma expressão no rosto que nunca havia visto antes: ódio. Quando os dois voltaram com os professores nos calcanhares todos ficaram de pé em um único salto.

- Onde está a Srtª Storm? – McGonagall falou assustada
- Lá dentro, madame Pomfrey não nos deixa entrar – a professora quase não entendeu o que Alex falou por causa do choro
- Horácio, foi um aluno de sua casa que fez isso! – ela se virou para Slughorn furiosa – Espero que tome as providencias necessárias, ou eu tomarei!
- Se acalme Minerva, vamos entrar primeiro
- SE ELA MORRER, EU MATO ELE!

Remo estava vermelho de raiva e sem duvida não estava raciocinando, pois tinha acabado de gritar com Minerva McGonagall. Mas ao invés repreende-lo, ela apenas o olhou cansada e abriu a porta da enfermaria, fechando depressa para que não víssemos nada.

- Aluado, aonde você vai? – Tiago levantou do chão quando Remo saiu andando pelo corredor
- Acertar as contas

Todos se entreolharam assustados, mas não foi preciso palavras para se chegar a um consenso: íamos todos atrás dele. Ele andava depressa sem olhar para trás e ia esbarrando em quem estivesse no caminho, até mesmo professores. Seguimos Remo até o salão principal e Sirius e Tiago impediram que entrássemos atrás dele e vimos de longe quando ele parou na mesa da sonserina e arrancou Snape do banco, desferindo um soco bem no meio daquele nariz torto.

Snape foi a nocaute no primeiro round, mas Remo não parecia disposto a encerrar antes de fazê-lo desmaiar. Quando os capangas dele ameaçaram intervir, invadimos o salão e os prendemos com as varinhas. Snape estava levando uma verdadeira surra e não reagia, talvez porque ainda estava debilitado da maldição cruciatus que lancei nele. Mas eu estava com tanta raiva de Snape que não interferi e deixei que Remo o esmurrasse cada vez mais. Eu torcia para que ele desmaiasse de tanto apanhar.

- Já chega! – a voz calma de Dumbledore encheu o salão e todos olharam para ele – Acho que já tivemos danos o suficiente para o resto do ano. Sr. Lupin, Sr. Foutley e Sr. Snape, se puder ficar de pé, os três na minha sala agora. Os demais esperem cada um no escritório do diretor de sua casa.
- E a Louise? Quero saber como ela está? – Remo perguntou sem sair do lugar
- A Srtª Storm está sendo levada ao St. Mungus por madame Pomfrey, saberemos mais ao anoitecer.
- Quero ir com ela! – Remo tornou a enfrentá-lo e parei ao seu lado
- Também quero ir com ela!
- Ninguém vai a lugar algum por hora, que não seja a minha sala. Por favor, queiram ir à frente, discutiremos lá sobre visitas ao hospital em Londres.

Sem mais argumentos para lutar, sai do salão principal com Remo até o escritório de Dumbledore. Snape não conseguia levantar e o diretor mandou que dois de seus colegas o levassem à enfermaria, onde um ajudante de madame Pomfrey cuidaria dele até que ele pudesse ir até seu escritório. Ainda pudemos ver a maca com Louise saindo da escola com a enfermeira e dois curandeiros do St. Mungus antes de Dumbledore abrir a passagem secreta e nos apontar as escadas. Sei que passei dos limites, mas se Louise não acordar mais, não sei do que sou capaz de fazer...