Monday, September 24, 2007


O ar da noite era frio e algo naquele lugar longínquo era tão frio quanto o tempo que estava mudando. Ela andava novamente por aquelas lápides e agora ela reparava em seus nomes... Nomes de homens e mulheres que há muito haviam partido deste mundo. Algumas lápides eram bem cuidadas e outras nem tanto, mas todas tinham algo em comum: a tristeza da separação. E sentindo isto, se compadeceu por aqueles que ficaram para trás.
Ela olhou para a lua nova no céu. Sua luz cálida, a fazia forçar a vista enquanto caminhava pó aqueles caminhos. Logo ela chegava ao imponente e frio castelo de pedras cinzentas. E como sempre ninguém o guardava. Ela atravessou aqueles corredores e se dirigiu aos lugares secretos que lá existiam. Ela sabia que sua ida até aquele local, tinha um propósito, e seguiu seus instintos. Sabia quem estaria lá e não se enganou: Os mascarados estavam reunidos novamente. Pareciam contentes, pois uma cerimônia havia acabado e alguns jovens eram cumprimentados com alegria. Olhou para um canto e outros garotos também jovens, exibiam machucados e uma enorme decepção no olhar, enquanto eram conduzidos para fora por um homem alto, usando as roupas que lembravam um cavaleiro medieval. Sabia que já tinha visto aquilo... Talvez nas aulas da Karen. Sim, era isso. Eles usavam roupas como a dos cavaleiros de Arthur, porém cobriam seus rostos com máscaras. Circulou por ali, e viu espadas reluzentes, uma grande quantidade de armas medievais e num lugar de destaque: um enorme e antigo livro negro. Ouvia fragmentos de conversas sussurradas:

‘ Ele está reunindo um exército... É muito poderoso...
‘ Imagine que bom seria um mundo sem a escória dos sangues ruins e mestiços...
‘ Os que estiverem contra o Lorde das Trevas, serão considerados traidores...
‘ Dumbledore não vai deixar isso acontecer... Devemos apoiá-lo...
‘ O que um velho amante de trouxas poderá fazer contra nós?

Talvez ela devesse ler o que estava escrito naquele livro. Saber os nomes das pessoas que queriam se unir as Trevas e quem queria estar com o lado do bem. Começou a se mover na direção dele, quando sentiu um arrepio na nuca. Parou e começou a olhar ao redor, para saber quem a descobrira, mas todos pareciam concentrados em suas conversas. Ela tentou se aproximar novamente do livro, quando ouviu claramente:
- Temos um invasor! "Homminus revelio" - e jatos prateados corriam pelo espaço fazendo uma busca e procurando. Procurando por ela.
Ela se escondeu atrás de um grande espelho, cheio de inscrições antigas e ouviu quando um dos homens falou:
- Não se preocupem. Sei quem é e como silencia-la para sempre.
Fechou os olhos fortemente e voltou para casa.

Acordou suando e gelada de medo. Abriu as cortinas de sua cama e pelo ressonar, suas amigas dormiam. Levantou-se fazendo o mínimo barulho possível e colocou seu roupão. Iria descer para o salão comunal e espera o dia nascer. Faltavam poucas horas para isso e assim que o dia raiasse, ela iria procurar Dumbledore e avisaria seus amigos. Desceu até o salão da Lufa-Lufa e encontrou-o já limpo e com a lareira acesa. Começou a pensar nos detalhes de sua "visita" aos mascarados para relatar ao diretor e só percebeu que não estava mais sozinha quando sentiu uma mão em seu ombro.
- Ben, você me assustou. O que faz aqui a esta hora? - disse quando pulou na poltrona e seu amigo deu uma risadinha.
- Desculpe Alex, mas você estava tão distraída que não resisti. Levantei mais cedo para terminar meu dever de Estudos dos Trouxas e você? Veio ver o sol nascer?
- Não. Acabei perdendo o sono.
- Está doente? Eu queria estar na minha cama ainda. Não sei por que nos enchem de deveres, como se estar no último ano e ter todas as aulas que temos, fosse pouca coisa. Como ela continuasse séria ele perguntou:
- Alex, aconteceu alguma coisa? Você me parece preocupada. Posso ajudar?
- Eu ia esperar as meninas acordarem para contar a elas, mas vou começar contando a você, quem sabe falando lembro de mais detalhes. - e ela contou a ele tudo o que tinha visto.
-... Então acho que estes mascarados, estão se unindo a Voldemort, e se estiverem fazendo isso, Durmstrang, é uma base de operações muito eficaz. Lá eles gostam das artes das trevas. Fazem coisas que nunca vimos antes, devemos nos preparar para enfrentá-los. Vou contar a Dumbledore, ao Kegan...
- Kegan já sabe! – ele disse sério.
- Como? – e tarde demais ela percebeu que ele segurava a varinha e apontava para ela.
- Como assim ele sabe? Porque você está apontando a varinha para mim Ben? É alguma brincadeira?- ela procurava ganhar tempo e deu um passo para trás. Talvez se derrubasse alguma coisa e fizesse barulho, alguém viria em seu socorro.
- Fique quieta Alex. Não tente ganhar tempo.
- Você está com eles não é? Você é um deles e está com o Voldemort. Mas não pense que vai me calar, faça o que fizer, minhas amigas vão saber o que você fez. Eu confiava em você Ben.
- Eu não sou partidário de Voldemort, nunca serei. Preciso silenciá-la para que você não coloque pessoas inocente em perigo. Não é o que você pensa...
- Inocentes? Eles machucaram aqueles garotos, faziam planos para livrar o mundo dos mestiços, como se fossem tomar chá, não me diga que são inocentes. E você tá apontando esta varinha para mim. Pois vai ter que me matar aqui, eu não vou facilitar.
- Desculpa, mas isso vai doer mais em mim do que em você: Obliviate! – e os olhos dela saíram de foco.
Nesta hora, a tapeçaria da porta de entrada do salão comunal se abriu e um homem entrou afobado:
- Ben? Precisamos... O que você fez?- enquanto olhava para a garota com olhos enevoados.
- Ela sabe sobre a irmandade. Acabei de obliviá-la, e espero não ter danificado sua mente. Ela é minha amiga e quero protegê-la. Ajude-me Kegan.- disse aflito.
- Claro. Vamos fazer com que ela pense que sonhou tudo ok?
- Está bem. Como você soube que devia vir para cá?
- O irmão mais velho dela acabou de falar comigo. Foi ele que a descobriu lá. Vamos trabalhar maninho, o tempo está correndo.
No dia seguinte Alex, acordou com a cabeça pesada e a incomoda sensação de que precisava se lembrar de algo, mas não sabia o que. Acompanhou suas amigas até o salão comunal, e estava comendo tranquilamente. Quando Ben chegou e falou com ela, ela sorria, e brincava com o rapaz, mas algo dentro dela se agitava quando olhava para os olhos dele. Até que ele perguntou:
- Aconteceu alguma coisa Alex?
- Sonhei com você Ben.
- Ah é? E como foi? Espero que tenha sido um sonho caliente. – riram.
- Não, seu bobo. Sonhei que estávamos viajando pela Europa, e que você fazia parte de uma banda de muito sucesso. Éramos aquelas fãs doidas que seguem os ídolos sabe? Tantas coisas aconteceram. Foi muito doido.
- Espero que seja uma profecia Alex, porque eu vou acabar levando bomba em estudo dos trouxas. Não terminei meu dever, acho que não vou conseguir ser um auror. Alguém me passa uma cola?
Todos riram, mas alguma coisa havia mudado. Alex não contou que no seu sonho vira o amigo usando máscara e apontando a varinha ameaçadoramente para ela. E isso só poderia fazer parte de um pesadelo.

Now here I go again,
I see the crystal visions
I keep my visions to myself
It's only me who wants to wrap around your dreams and
Have you any dreams you'd like to sell

Dreams – The Corrs