Tuesday, September 18, 2007 Um dia de cão... Ou não? Dos quase inexistentes tempos livres de Benjamin O’Shea - Não, não quero ser auror, quero ser músico. Ser auror é difícil, estou cansado. Compra uma guitarra pra mim, mãe? Ou uma bateria? Quero tocar igual ao baterista dos House-Elves... - Bom dia Hogsmeade! São 9h, hora de levantar, o café já está na mesa! – ouvi o locutor falar alto quando minha mão bateu no rádio e ele caiu no chão – Começando nossa programação de hoje ao som da banda sensação do momento, Os Duendes Encalhados, com a música “Reprodução Sentimental III”... O vocalista da banda começou a cantar uma musica agitada e saltei da cama. Que horas ele falou que era? Olhei para o lado e sacudi Joey, que dormia de boca aberta e tinha os braços abertos caídos para fora da cama. Ele me olhou como se tentasse descobrir quem eu era e onde ele estava, e sentou na cama bocejando. - O que aconteceu? Por que me acordou? - SÃO 9 HORAS DA MANHÃ! – Disse entrando em pânico – Perdemos a hora! - Eu não tenho o primeiro tempo hoje, seu maluco – Ele resmungou e enfiou a cabeça embaixo do travesseiro – Boa noite! Vesti o uniforme amassado em cima da cadeira, puxei a mochila que estava por baixo das almofadas e disparei para fora da Lufa-lufa. Era inútil tentar tomar café. Além de estar atrasado, não devia ter sobrado sequer as migalhas no salão principal. Corri feito um louco até a sala de Estudo dos Trouxas e a professora Burbage me olhou feio. Sentei quieto ao lado de Alex e Yulli e comecei a ajudá-las a montar um rádio, sem falar. ººº - Onde estava? – Alex me perguntou quando a aula acabou e caminhávamos para a sala de História da Magia – Pensamos que ia perder a aula da Burbage! - Perdi a hora, o tratante do Mark não me acordou! Só despertei porque estava sonhando que tocava bateria e acertei a baqueta invisível no rádio. Ele caiu e ligou sozinho... – ela e Yulli riram e bocejei – Estou cansado, não sei se vou agüentar essa maratona de aula até o fim do ano - Os horários de vocês são quase insanos! – Yulli comparava os papéis – Aula de DCAT às 19h é demais, não? - Quem disse que auror tem vida mansa? – Alex falou cansada - Quem foi eu não sei, mas sem duvida só queria se vingar e atrair otários pra profissão – respondi e elas riram – E caímos direitinho! Entramos na sala de História da Magia, que hoje seria dentro do castelo por conta da chuva forte que caía lá fora. Louise, Scott, Sam, Monn e Mark já estavam sentados bem na frente e nos esprememos entre eles. E assim como o tempo, Karen também trovejava! Nunca vi a irmã do Scott de mau humor, mas hoje ela estava particularmente irritada. E não era segredo pra ninguém o motivo do estresse. Desde que Kegan chegou a Hogwarts, os dois deram inicio a uma batalha pela atenção dos alunos. As aulas de Karen, que até então era considerada a melhor disparada, andava perdendo votos com as aulas do meu irmão. Mesmo sendo cansativas, ninguém podia negar que eram interessantes. Não foi a aula de História da Magia mais agradável do ano. A Karen de mau humor ficava extremamente parecida com o Scott de mau humor, e nenhum amigo dele tem boas lembranças dessas dias. Me peguei olhando para o relógio ansioso pelo fim da aula pela primeira vez desde que ela veio para Hogwarts. Nosso tempo seguinte era Feitiços, matéria específica dos meus N.I.E.M.s. Louise, Sam, Scott e Mark se separaram da gente outra vez para a aula de Herbologia, Monn foi assistir as duas aulas simultaneamente, e segui com Alex, Yulli, Lu e Megan para o 6º andar. Ao menos a aula do Flitwick não teria como ser ruim. ººº - O que foi mesmo que você falou, Ben? – Yulli me olhou atravessado quando a criptex que ela tentava abrir explodiu – Nunca achei que fosse dizer isso, mas estou odiando essa aula de feitiços! Pois é, me enganei. A aula de feitiços foi horrível! Flitwick começou a nos ensinar a desfazer feitiços complexos, e para começar com algo ‘leve’, distribuiu vários criptex para a turma e tínhamos que decifrar seu código através de feitiços. Já estava no meu 3º criptex, todas os outros explodiram, e até então não havia chegado nem perto. A sala fedia a vinagre. A única que conseguiu abrir aquela coisa foi Megan. Ela brincava de abrir e fechar o criptex com a varinha e Alex olhava para ela com um ar assassino. - Muito bem crianças, acho que por hoje chega – Flitwick falava com a voz abafada por um pano, na tentativa de amenizar o cheiro de vinagre – Quem souber um feitiço para perfumar a sala vai ganhar 10 pontos! Megan agitou a varinha sem dizer nada e em questão segundos a sala cheirava a lírios. Flitwick bateu palma animado e deu 10 pontos para a Corvinal. - Megan, você é muito exibida! – Alex resmungou quando saímos da sala para o almoço – Como abriu aquela coisa? - Foi fácil, é só se concentrar, ensino a vocês depois do almoço – disse sorrindo – Fizeram o trabalho de poções? - Fiz, mas ta meio porco, não tive muito tempo – dei de ombros olhando para o pergaminho na minha mão – Não tive tempo de encontrar todos os dados sobre a Felix Felicis, vou fazer isso no fim de semana - Podemos não falar em dever agora? – Yulli se atirou no banco e caiu por cima de Louise - Só quero almoçar em paz, por favor! ººº - Felix Felicis! – Slughorn quase pulava tamanha era a animação – Começaremos hoje essa poção maravilhosa e ela deverá ficar pronta em Março, antes das férias de páscoa! Sim, ela demora 6 meses para ficar pronta, Srta. Wood – falou quando Sam fez menção de questionar a demora – Peguem os caldeirões, separem os ingredientes da primeira fase do preparo e mãos à obra! E não esqueçam de marcar a hora exata que irão colocar o 1º ingrediente, é indispensável controlar os segundos nessa poção! Um a um fomos até o estoque de ingredientes dos alunos e recolhemos o que dizia nas instruções no quadro negro. Dei uma lida rápida no que dizia no livro sobre a poção e comecei a me preocupar. Nunca vi poção mais complicada! Qualquer ingrediente despejado no caldeirão fora de ordem, ou fora do segundo certo, ou um movimento mais lento ou mais rápido, poderia transformá-la em um veneno potente. Marquei no relógio 14:37, segui o resto das instruções da 1ª etapa e tampei o caldeirão. Espero que nada saia errado... ººº - Consegui, consegui! – Louise saltou da cadeira apontando para um cachorro dentro de uma gaiola apertada – Transfigurei o gato! - Muito bem, Srta. Storm – McGonagall passou pela nossa mesa sorrindo de leve – 10 pontos para a Lufa-lufa - Opa, acho que alguma coisa está acontecendo com o meu gato também... – olhei esperançoso para o gatinho, mas a única coisa que aconteceu foi seu rabo se igualar ao do cachorro de Louise e as orelhas ficarem caídas – Ah, esquece, não deu certo... - Concentre-se, Sr. O’Shea. Está quase lá – McGonagall parou ao lado de Megan e deu 10 pontos para a Corvinal quando o gato na gaiola dela latiu e virou um cachorro imenso Olhei para o meu gato e não pude conter o riso. Era o gato mais esquisito que já vi na vida. Além do rabo de cachorro e as orelhas caídas, seu pêlo começava a atingir a coloração do pêlo de um dálmata, as patas mudaram um pouco, mas ainda tinha a cara e o tamanho de um gato persa. As meninas não conseguiam parar de rir vendo a aparência dele. As aulas de transfiguração estavam cada dia mais difíceis e se não conseguia nem transfigurar um simples gato, como passaria pela animagia? Minhas transformações teriam que ser perfeitas, não poderia assumir uma forma como a desse gato esquisito. McGonagall passou dever extra para todos que não conseguiram completar a transformação e liberou a turma cinco minutos antes do sinal tocar. Fui me arrastando para o salão principal pensando em jantar e dormir, mas no meio do caminho lembrei que ainda tinha um dever inacabado de poções para sexta-feira. Me despedi do pessoal e segui para a biblioteca. Ela estava apinhada de gente e não tinha lugar vazia, a não ser por um corredor com único garoto da Grifinória sentado quase escondido. Puxei um livro da prateleira e sentei ao lado dele para começar a ler, mas não conseguia me concentrar. O garoto era inquieto! Enquanto lia um capítulo do livro, batucava na mesa com as mesmas baquetas invisíveis que derrubaram meu rádio essa manhã, e cantava alguma coisa inaudível. Tentava ignorar, mas vez ou outra ele sacudia a cabeça e fazia uma careta. - OI! – falei alto e ele me olhou como se tivesse acabado de notar minha presença – Será que você se incomoda de não se sacudir tanto? Está tirando a minha concentração! - Ah, desculpa... É que estou tentando encontrar uma melodia legal pra uma música que escrevi nas férias. Você é um bom letrista? - Acho que não... – respondi meio em transe. Ele falava tranqüilo em musica e eu quase me descabelando com as matérias – Você é musico? - Ainda não, mas pretendo ser – ele estendeu a mão para mim sorrindo - Stubby Boardman, prazer. Mas pode me chamar de Toquinho, é como meus amigos me chamam Apertei a mão dele e me apresentei também. Stubby começou a cantar mais alto a música que havia composto e me vi animado tentando ajudar a encontrar uma melodia legal. Não consegui mais me concentrar no trabalho do Slughorn, ele teria que esperar até o dia seguinte... |